A Guardian's Diary 4 - Of Dark and Cold escrita por Lino Linadoon


Capítulo 12
Capítulo 11 - Guerra de Bolas de Neve


Notas iniciais do capítulo

"Guess who's back, back again..." - Tocando ao fundo
*som do CSI Miami* YEEEEEAAAAAAAAAAAAAAAAAH!!!
I'm back baby!
Ok, eu estou de volta com mais um capítulo para essa história! Depois de 2 anos!
Sinto muito por ter ficado longe, mas eu acabei me focando em várias outras coisas... Universidade, meu livro, fanfics em inglês, meu tumblr e tantas milhares de outras coisas que pqp...
É dificil...
Mas eu voltei!
Não posso afirmar que voltei definitivamente, mas de pouco em pouco acho que essas histórias vão voltar a andar em frente.
Em pensar que eu comecei essa história em 2015, quando eu tinha apenas 17 anos~
Bem, já chega de falar!
Aproveitem o novo capítulo!



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   Domenicha ergueu a camisa e deu uma olhada no machucado no seu lado, já estava bem melhor do que antes pelo que ela sentia, mas estava coberto com ataduras então não dava para ver e ter certeza. Pelo menos ela sabia que podia se curar bem mais rápido do que qualquer mortal, então aquilo era um bônus.

   Ela seguiu saltitando por aí, aproveitando o vento frio de dezembro para deixar pegadas na neve e derrubar o gelo dos telhados. Jack havia feito nevar bastante pela pequena cidade russa, muito mais que o normal até para o lugar. A jovem Pooka fez uma nota mental de falar com sua mãe sobre aquilo...

   Mas que o lugar estava bonito, estava. A neve branca contrastava com a luz quente das lâmpadas de rua que já estavam acesas, fazendo a cidade parecer brilhar, enquanto as estalactites projetavam formas engraçadas e nas paredes e na rua.

   Mas... Era estranho que já estivesse tão escuro, era ainda tão cedo! Quer dizer, é claro que nos cantos do mundo a iluminação do sol era diferente do que no resto, mas mesmo assim... Bom, era inverno, o que esperar?

   Domenicha sorriu ao ver uma forma branca contrastando com o escuro do céu, já que não era preciso se perguntar quem era aquela pessoa.

   “Ola, amigo...” Ela pensou em como abordar o garoto estrela. Ele estava de pé na neve, ao lado de uma árvore e olhando para o céu – era engraçado como o monte branco em baixo dele fazia parecer como se ele estivesse usando um vestido com babados gigantes.

   Ah, uma bola de neve era o bastante!, ela decidiu enfim.

   Domenicha pegou um bocado da substância branca e fez uma bola rapidamente – ela fazia as melhores bolas de neve do mundo e não tinha medo de afirmar isso! Então mirou e atirou, não com muita força.

   A bola atingiu as costas de Celennis e o grito que ele deu parecia mais algo saído de um cartoon do que qualquer outra coisa! Domenicha não conseguiu segurar a risada, lá se foi a ideia de se esconder para mais um ataque.

   Celennis se virou rapidamente e suspirou exasperado.

   “Ah... É você Domenicha...!” Ele murmurou, colocando a mão sobre o coração.

   “D-desculpa... Mas... Você gritando...!” A albina tentou parar de rir, sem muito sucesso. “Eu não... Podia perder a chance!”

   A estrela revirou os olhos, mas sorriu, algumas lágrimas brilharam no canto de seus olhos. Era estranho, será que ele estava sempre chorando? Devia de ser alguma coisa das estrelas... Mas só as estrelas brancas, porque era raro ver Sandy chorando. Aliás, Domenicha nunca tinha o visto chorando, ou tinha?

   “Ola para você também.” Celennis disse, a voz um pouco mais forte que antes. Ele já parecia mais confortável com a Pooka do que quando eles se encontraram, o que era algo legal.

   “Oi!” Domenicha disse, finalmente parando de rir. A única coisa em seu rosto agora era um sorriso torto e matreiro. “Esperando alguma coisa ou alguém?” As bochechas do garoto se pintaram de dourado levemente e ela sabia que estava certa. “Talvez um... Certo homenzinho dourado?”

   “Bem, ele vai passar por aqui, não é mesmo?” Celennis se recompôs rapidamente. “Eu só estava pensando em dar um oi...”

   “Uhum, sei...” Domenicha murmurou, só para incomodar a estrela um pouco mais. “Ei, como está seu pé? Ele já estava bem legal quando você foi embora...”

   “Ah, sim, está bem melhor.” Celennis ergueu a perna e puxou um pouco a toga branca que usava, mostrando o pé completamente limpo, sem nenhuma marca de mordida, nem mancha de sangue.

   “Isso é tão legal! Tipo, se curar desse jeito!” A Pooka ergueu sua camisa, mostrando o lado coberto de gazes. “Eu tenho que esperar um pouco mais até ficar só uma cicatriz, mas também estou bem melhor...” Ela disse essas ultimas palavras antes que o garoto pudesse perguntar e ele sorriu, um sorriso fofo e contente. Como aquele garoto conseguia ser tão fofinho? Era como olhar para uma criança! “Como você faz isso assim tão rápido e magicamente? Dá pra me ensinar?”

   Celennis riu, meio sem jeito.

   “Eu na verdade não sei... Acho que é algo de estrela...” Ele passou a mão na nuca. “É que... Eu sou muito novo e até conhecer Sandy eu nunca tinha visto uma Pessoa Estrela antes, eu nunca aprendi muito sobre mim mesmo...”

   “Que esquisito...” Não era a toa que Celennis gostava de ficar perto de Sandy. Como era possível ser uma coisa e não saber como seu corpo ou sua mente funciona? Mas então... Isso queria dizer que aquela estrela não vinha dos tempos da Era de Ouro, mas como então ele poderia existir...? “De onde você veio?”

   Celennis piscou uma ou duas vezes, como se não entendesse.

   “Do... Espaço?”

   Era esperada aquela resposta. Ok, ele era uma estrela aparentemente, até tinha vindo do espaço. Mas não havia nenhum registro sobre ele, apenas sobre Sandy, que era descrito como o ultimo descendente; como Sr. Qwerty, que tinha o conhecimento de tantas coisas, não sabia sobre Celennis? E se Celennis era tão novo como ele dizia, não podia vir da Era de Ouro então como?!

   Se bem que... Ser “novo” de idade para um imortal queria dizer algo completamente diferente para um mortal... Então era melhor parar de se preocupar com isso. E, de qualquer modo, Domenicha sentia que precisa de mais alguns pontos de amizade com aquele garoto para realmente desbloquear sua “história de vida”.

   “Ei, sabe, a gente meio que se conheceu de um modo bem louco e violento...” Domenicha sorriu. “Então... Que tal a gente se conhecer de um jeito melhor?”

   “Eu iria gostar disso.” Celennis riu e sua risada soava como sinos de vento, quase igual a areia de Sandy.

   “Então... Que melhor modo para começar uma amizade...” A Pooka agarrou mais uma bola de neve a girando na mão com um olhar predador. “... Do que uma guerra de bola de neve?”

   “Eu senti falta disso!” A estrela riu novamente, se afastando da garota para não ser atingido.

   Os dois começaram a guerra e Domenicha achou aquilo tremendamente injusto. Ela era rápida, como esperado da filha de um Espírito do Inverno, enquanto Celennis era completamente o contrário, constantemente achando dificuldade em fazer uma só bola de neve, mas fora isso ele era até que bom desviando da maioria dos ataques da Pooka. Mexmo assim, ele parecia estar se divertindo, então era o que importava.

   “Desista, Celennis!” Domenicha gritou após ver o garoto se esconder entre o tronco de uma árvore e a parede de uma casa. “Você está encurralado e não tem como se defender! Você já está morto!”

   “Prefiro morrer a perder a vida!” Celennis gritou em resposta.

   Aquilo... Era alguma referência? Domenicha sabia que tinha ouvido aquilo em algum outro lugar...

   Ela caminhou silenciosamente por um dos lados da casa, tomando o maior cuidado para não fazer um barulho ou movimento brusco. A neve ajudava bastante... Mas sabe o que ajudaria ainda mais? Domenicha se transformou de garota para Pooka, tirando a camisa azul listrada e a jogando em cima de um galho. Ela usava um top branco, que combinava com seu pelo claro e com a camada de neve que cobria o chão. O melhor disfarce!

   Com todo o conhecimento de predador que tinha, a Pooka se abaixou, andando na neve com as quatro patas em direção do garoto ainda escondido. Era interessante pensar que ele não havia dado uma espiadela ainda, ou tinha medo de levar uma bolada na cara, ou então sabia que era melhor não se mover.

   Má ideia...

   Domenicha se aproximou da árvore rapidamente e se levantou, jogando neve para todos os lados como se ela mesma fosse um monstro de gelo.

   “YAAAH!!! Huh...?” Mas não havia ninguém ali.

   Onde estava o garoto?

   “Dois podem jogar o jogo da camuflagem, Domenicha!” A voz veio do outro lado...!

   Domenicha se virou, a tempo de ver uma bola de neve vindo em sua direção. Seus reflexos de Pooka não foram o bastante e ela sentiu a neve batendo contra seu focinho. Ela espirrou, tentando se livrar dos pedaços de gelo em seu rosto enquanto o garoto soltava sua risada de sinos mais uma vez.

   Era a primeira vez que ele a acertava de verdade!

   “Um ponto para mim!” Celennis riu, já se sentia tão à vontade brincando com a neve, até parecia que brincava com aquilo há anos! O que não era nem de longe a verdade. “Domenicha...?”

   A garota não respondeu de primeira, a única coisa que veio de sua direção foi um rosnado baixo. E não parecia ser um rosnado amigável... Celennis não tinha certeza do que fazer enquanto a Pooka rosnava, limpando a neve que ainda estava em seu rosto. Até que ela ergueu os olhos.

   Seus olhos estavam tomados por uma sombra estranha, como se Domenicha tivesse sumido e apenas seu corpo estivesse ali. Mostrando os dentes como um monstro e rosnando baixinho.

   “Domenicha...?” Celennis murmurou mais uma vez, quase sem notar os passos que deu para trás.

   Mas, mesmo que a Pooka estivesse se movendo de um modo estranho, como um predador se preparando para atacar, um barulho lhe chamou a atenção.

   Um tilintar mais alto e uma luz amarela iluminou o canto branco em que os dois estavam. Sandman sorriu do alto de um telhado, as mãos pequenas pousadas nos lados de sua forma rechonchuda.

   “Sandman!” Celennis exclamou, ao mesmo tempo surpreso e aliviado. Ele se virou para Domenicha e, tão rápido quanto apareceu, a sombra nos olhos dela tinha sumido.

   “Ei! Sandy!” Domenicha exclamou, quase como se nada tivesse acontecido e com um movimento rápido, ela subiu no telhado da casa, pegando o homenzinho dourado e o apertando em um abraço. “Senti saudades! Faz tempo que a gente não se vê!”

   ‘Ocupado, como sempre’ Sandy sinalizou com sua areia cintilante. Ele sorriu para o garoto estrela e de volta para a Pooka. ’Se divertindo?

   “Ah, sim! Estávamos disputando uma guerra de bolas de neve!” Domenicha disse e sorriu para Celennis, suas orelhas um pouco abaixadas. Ela não entendia porque sua cabeça estava doendo levemente, talvez tivesse sido a força da bolada que tinha levado de Celennis... “Mas acho que já tomei bastante tempo de Celennis. Acho que está na hora de outra pessoa tomar o resto.”

   Ela piscou para Sandman e quase gargalhou ao ver um dourado escuro tomar suas bochechas grandes. Ela tinha feito o Guardião dos Sonhos corar! Enquanto isso, Celennis não estava nem um pouco melhor, quase tentando esconder o rosto dourado com seus cabelos cor de neve.

   “Ei, Celennis.” Domenicha deixou que Sandman flutuasse de seus braços. “Eu tava pensando... Você está livre amanhã?”

   “Possivelmente.” Celennis murmurou, quase sem jeito, talvez ainda embaraçado pelo que a garota tinha dito.

   “Ótimo!” Ela sorriu. “Então? Gostaria de conhecer o resto do meu grupinho?”

   O garoto correspondeu o sorriso, novamente com pequenas lágrimas nos olhos.

   “Seria uma honra!”

   Domenicha se surpreendeu com aquelas palavras. Uma honra? Puxa, mas que coisa! Pelo menos ele tinha aceitado!

   “Certo! Você sabe o caminho para Londres? Podemos nos encontrar perto do Big Bang!” Ela exclamou.

   “Eu acho o caminho.” O garoto estrela assentiu. “Vai ser incrível encontrar seus outros amigos...” E pareceu ficar meio apreensivo. “Você acha... Que eles vão gostar de mim?”

   Domenicha se lembrou de quando tentou apresentar outra pessoa para seus amigos. Demetria. Nossa, fazia um tempo que ela não pensava naquela garota, aliás, fazia um tempo que ela não aparecia em seus sonhos, ou pesadelos. Agora que tinha tocado nesse assunto, aquilo era bastante estranho...

   Ah, mas que importava? Aquele não era o filho de algum ser da escuridão e inimigo dos Guardiões, mas um jovem da mesma raça que Sandman!

   “Mas é claro que vão! Você é uma gracinha!” Ela riu quando Celennis puxou um fio de cabelo, envergonhado. “Ótimo então. Big Bang, às quatro da tarde! A gente se encontra lá!” Domenicha se voltou para Sandy e o abraçou novamente. “Foi ótimo ver você também, Sandman! Até mais, Sandy, Celennis!”

   Ela pulou do telhado e correu pela neve, procurando um bom lugar para fazer um túnel. Ok, ela tinha que falar com Wonder e Nick sobre o encontro. Ela já tinha contado para os jovens fadas sobre o garoto estrela e eles ficaram interessados, mesmo que um pouco apreensivos depois de Demetria, mas Domenicha tinha toda a certeza do mundo que eles adorariam Celennis tanto quanto ela!

   Celennis subiu no telhado da casa sem muita dificuldade e, junto com Sandman, assistiu enquanto Domenicha corria para longe até que ela sumisse por um túnel – em uma área cheia de neve, aliás, o que queria dizer que ela estava impaciente e não queria mais ter de procurar um lugar mais limpo.

   Sandman se virou para o garoto, erguendo uma sobrancelha e Celennis pôde ouvir muito bem o que ele queria dizer, mesmo sem imagem alguma.

   “Eu... Não sei, Sandman...” Celennis murmurou, genuinamente preocupado.

   O Guardião dos Sonhos pensou, colocando a mão no queixo, mas depois de um tempo, fez sinal para o garoto não se preocupar sobre aquilo, por enquanto. Ia ser o segredo deles, se fosse preciso se preocupar e contar para outros, eles o fariam. Celennis concordou e aceitou a mão estendida de Sandman para subir em sua nuvem de areia do sono.


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