Damon e Elena - Pessoa Inesperada escrita por Emma Salvatore


Capítulo 1
A Bebê


Notas iniciais do capítulo

Oiii gente!!! Bom, eu resolvi criar essa fic porque eu sempre imaginei como seria uma criança na vida de Delena e como eu não gostei do final da 6 temporada, eu criei o meu próprio.
Espero que gostem!!!
Beijos!!!



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Damon e eu andávamos abraçados pelas ruas de Mystic Falls. Tínhamos acabado de sair do cinema e Damon vinha criticando veemente o filme.

- Esse filme é uma droga, Elena! Não tem nenhuma cena de luta, de morte, nenhuma cena que preste de verdade!

- Ah, mas a cena que os dois reencontraram-se foi linda! E você tem que admitir! - falei, apertando-me nos braços dele.

Ele fez uma careta e quando ia responder, ouvimos um barulho de choro.

Apurei os ouvidos e percebi que era um choro de um bebê. Um choro um bebê sem nenhum consolo de uma mãe. Afastei-me de Damon e segui o barulho.

- Elena, é um bebê. Bebês choram sempre - Damon falou, segurando o meu braço. - Não tem nada com que se preocupar.

- Damon, quando bebês choram, as mães os põe nos braços e os consolam. Eu não estou ouvindo nenhum som de que tem uma mãe por perto - disse, desvencilhando-me dele.

Fui seguindo o barulho do choro e Damon acompanhou os meus passos. Parei em frente a uma lata de lixo e soltei um grito. A face de Damon era de completo choque.

Tinha um bebê ali! Ali, na lata de lixo!

Peguei-o nos meus braços e dei-lhe meu sangue. Era uma menina. Ela estava gelada, quase morrendo. Pelo tamanho não devia ter menos que dois meses.

- Você vai ficar bem. Vai ficar tudo bem. Está tudo bem, tudo bem - sussurrei para a pequenina.

- Elena... - Damon começou a falar. Sua voz estava trêmula. - Temos que levá-la para um hospital.

Eu assenti com a cabeça e as lágrimas começaram a descer.

- Como alguém pode ter feito isso? Que tipo de monstro faz uma coisa dessas? – perguntei completamente inconformada.

Damon abriu a boca para responder, mas fechou de novo. Ele também estava chocado e não tinha nenhuma resposta.

Continue chorando sobre o pequeno e frágil corpo da bebê.

* * *

- Jo, como ela está? Ela vai ficar bem? - perguntei assim que Jo apareceu na recepção.

Depois de encontrarmos a bebê no lixo, fomos direto ao hospital, onde Jo nos recebeu e prometeu cuidar da pequena.

- Ela está tomando soro e está na incubadora. Mas sim, vai ficar bem. - ela suspirou aliviada. - Acredito que daqui a um mês, já possa sair.

Foi minha vez de dar um suspiro de alívio.

- E os pais dela? - Damon perguntou.

Jo mordeu os lábios, hesitante. Parecia que escondia algo.

- Conversamos depois - falou - Ligo para vocês amanhã.

Concordamos.

- Nós podemos vê-la? - perguntei ansiosa.

Jo olhou para os lados, considerando a possibilidade. Ela apertou os lábios e falou:

- Cinco minutos.

Eu concordei feliz e nós conseguimos entrar na UTI infantil. Vimos a pequena bebê numa incubadora ao centro da sala. Seus olhos abriam e fechavam, não querendo ceder ao sono.

Brinquei com sua mãozinha e pude notar a intensidade dos seus olhos azuis.

- Ela podia ser sua filha - sussurrei para Damon - Tem os seus olhos.

- Ela poderia ser a sua filha - ele sussurrou de volta - É tão linda quanto você.

Nós demos uma risada fraca e passamos o resto do tempo observando a bebê lutar contra o sono, até que ele a consumisse por inteiro.

Dei um suspiro fraco e Damon e eu saímos da UTI.

- O que você acha que aconteceu com os pais dela? - perguntei, enquanto meu namorado dirigia a caminho de casa.

- Nada de bom, isso eu tenho certeza - ele respondeu convicto.

Suspirei pesadamente.

- Você acha que eles podem estar mortos?

- Muito provável.

O resto do caminho foi feito em total silêncio. Imaginava aquela bebê. Tão pequena e já órfã. E jogada no lixo.

Que destino horrível!

Tudo que eu queria era pegá-la em meus braços e não deixá-la sair jamais. Queria cuidar dela, protegê-la, dar todo o amor que lhe foi negado. Mas provavelmente, eu só iria conseguir trazer mais insegurança para ela.

* * *

Acordei com Damon acariciando minhas bochechas.

- Bom dia, Sunshine.

Dei um sorriso fraco e depositei um selinho em sua boca.

- Dormiu bem? - ele perguntou, parecendo ler meus pensamentos.

Remexi na cama e ele entendeu.

Damon passou a mão carinhosamente em meu cabelo e perguntou quase em um sussurro:

- Você ainda está preocupada com a bebê, não é?

Assenti com a cabeça.

- Não consigo parar de imaginar o que vai acontecer com ela! Tão frágil e tão sozinha...

Sentei-me na cama e pus minha cabeça entre os meus joelhos, inconformada.

Damon sentou-se ao meu lado e acariciou minhas costas.

- Jo disse que ela ficará bem - falou, tentando me consolar.

- Fisicamente sim. Mas e o emocional?

Damon pareceu desconfortável por um momento.

- Órfã... E abandonada no lixo! Coitada.

- Elena - Damon falou pausadamente - É melhor descobrirmos o que realmente aconteceu com os pais. E achar a família dela.

Depois de um longo suspiro, levantei-me da cama num salto e disse:

- Vamos conversar logo com Jo! Está na hora de descobrirmos o que houve!

* * *

- Então, Jo, o que houve com os pais da menina? - Damon perguntou assim que entramos na sala dela.

Jo uniu as mãos e respirou fundo, parecendo hesitante.

- É uma longa história - ela falou pausadamente - Preciso da inteira atenção de vocês.

Nós assentimos. Damon segurou minha mão e Jo começou a falar:

- A bebê tem dois meses e duas semanas. Então deu para saber exatamente o dia em que ela nasceu e descobrimos os pais dela também. Ou melhor, a mãe.

Damon e eu nos entreolhamos, mas não interrompemos Jo.

- Eu lembro particularmente desse caso. O nome da mãe é Jamie Parkinson. Ela tem 17 anos.

Jo fez uma pausa para deixar que entendêssemos a situação. 17 anos, provavelmente abandonada. Ok. Entendi.

- Ela não queria o bebê. A mãe a obrigou a vim aqui e cuidar da gravidez. Mas o que Jamie queria era abortar. No dia do nascimento, foi a mãe dela que passou o tempo todo com a bebê. Jamie não quis tocá-la.

- Jo... - tentei falar algo, mas a médica calou-me com sua mão.

- Eu liguei para a mãe, Yasmin Parkinson. Ela disse-me que sua filha tinha saído de casa há quatro dias. Depois que a neta morrera em um assalto.

Levei minha mão à boca, horrorizada.

- Então eu liguei para Jamie - Jo continuou ignorando o meu horror. - E ela... Ela...

Jo suspirou. Apertou fortemente as mãos em frente ao seu corpo. Podia ouvir seu coração batendo forte.

Finalmente olhou em nossos olhos e falou o que tanto hesitara:

- Ela me confirmou que jogou a filha no lixo. E disse que se souber dela de novo, se certificará de que a menina não saia viva.

Minha boca abriu-se em completo horror. Meus olhos marejaram e senti as lágrimas descendo por minha face.

Damon apertou minha mão e cerrou os dentes. Ele não me olhou. Supus que não tinha coragem.

De tudo que havíamos pensado, ser jogada no lixo pela própria mãe nunca passara em nossa cabeça. Damon estava tão chocado quanto eu.

- Eu fiz o que ela pediu - Jo falou de repente - Não liguei para a Sra. Parkinson. Acho que essa menina merece um lar onde tenham pais que cuidem dela e que a amem de verdade.

Jo olhou-nos sugestivamente.

- Me certificarei que sejam escolhidos os melhores pais para ela - falei, decidida. Não ia deixar que aquela menina sofresse mais do que já sofrera.

Jo olhou-me com um "quê" de decepção.

- Ah, então vocês já avisaram a xerife Forbes? - perguntou.

- Não. Ainda não. Esperávamos encontrar algum familiar vivo - Damon falou.

- Então esperem! - Jo pediu - Até pelo menos ela sair da incubadora.

Não entendi o que ela pretendia. Por que esperar para achar os pais ideais?

- Jo, seria melhor que ela já saísse daqui com uma família. Você não acha? - tentei entender.

- Por favor. Só esse tempo. É só isso que eu peço - ela parecia desesperada.

Não entendi o que queria, mas concordei. Damon também.

- Podemos vê-la? - ele perguntou.

- Vocês têm 20 minutos antes do próximo exame - Jo respondeu.

Sorri pela primeira vez hoje. Damon e eu a encontramos dormindo calmamente. Ela parecia um anjo quando dormia.

Toquei sua mãozinha e foi o bastante para ela abrir os olhinhos e começar a chorar.

- Ei, pequena. Tudo bem. Está tudo bem - passei a mão pelo seu pequeno tórax, esperando acalmá-la com o meu toque.

O choro diminuiu e sua respiração começou a se estabilizar.

Sorri.

- Impressionante - Damon sussurrou ao meu ouvido.

Meu sorriso aumentou.

- Poderia até ser a mãe - ele sussurrou mais uma vez.

Meu sorriso murchou. Tinha certeza que Damon não dissera isso com finalidade de me atingir. Mas pegou no meu ponto fraco.

Vendo essa criancinha tão pequena e tão indefesa, me dava vontade de cuidar, de protegê-la. De ser a mulher a quem ela chamaria de mãe.

Mas eu não podia.

Eu nunca poderia ser mãe. Minha condição de vampira não permitia.

Algumas lágrimas ameaçaram cair e eu as enxuguei antes que Damon pudesse ver. Não queria que ele pensasse que seu comentário me fez chorar. Não era culpa dele.

Felizmente, ele estava distraído brincando com a mãozinha da bebê e não percebeu nada.

Observei-o. Damon parecia verdadeiramente feliz com o pequeno sorriso que a bebê tentava esboçar.

Ele me pegou observando-o e sorriu para mim. Com um gesto de cabeça, chamou-me para o seu lado. Fui sem hesitar.

- Que cara você acha que ela tem, Elena? - ele perguntou.

Fiz uma expressão confusa. Damon sorriu e explicou:

- Como você acha que ela deveria se chamar? Eu acho que ela tem cara de Allison.

Olhei-a atentamente. É, Allison não lhe cairia mal.

- Damon, são os pais que decidem os nomes - lembrei-o.

Damon deu de ombros.

- Esse pode ser o nome provisório dela. Não vamos passar um mês chamando-a de "bebê", não é mesmo?

Tinha uma coisa oculta em sua fala. "Não vamos passar um mês chamando-a de bebê".

Então ele queria vim vê-la. Durante todo mês que ela ficará internada. Isso me fez sorrir.

- Elena? - Damon chamou-me, tirando-me de minhas divagações - Concorda com Allison?

- Sim, sim. Allison é perfeito - respondi sorrindo.

Os enfermeiros entraram logo em seguida e retiraram a bebê... digo... Allison, da incubadora para levá-la para o exame.

Allison começou a chorar ao ser tomada por eles. Chorava como na noite anterior.

Fiquei incomodada.

- Será que não podia pegá-la por um instante? - perguntei num impulso.

Os enfermeiros trocaram olhares enquanto eu esperava.

- Não sei se é apropriado... - um deles começou.

- Deixe-me pegá-la - usei a hipnose.

Suas pupilas dilataram e voltaram ao normal em um instante.

- Claro.

Peguei-a com carinho e embalei-a em meus braços. Ela acalmou-se em questão de segundos.

- Impressionante - o outro falou.

- Será que eu não posso acompanhá-los? - perguntei, usando novamente a hipnose.

- A senhora pode carregá-la, enquanto injetamos a agulha - o enfermeiro falou, totalmente hipnotizado.

Sorri satisfeita e pisquei para Damon ao sair da UTI.

*

Allison dormia profundamente em meu colo.

Depois do exame, usei a hipnose novamente para que me deixassem botá-la para dormir. Ela já estava dormindo há mais de 10 minutos, mas não queria tirá-la do meu colo.

Damon nos olhava sorrindo. Sorria para ele e logo depois voltava minha concentração para a pequena bebê em meus braços.

- Nem imagino como deixaram vocês ficarem aqui - Jo falou de forma irônica ao adentrar a sala.

Ela lançou um olhar sugestivo a Damon, que levantou as mãos defendendo-se.

- Foi Elena. Desta vez eu não tive nada a ver.

Jo me olhou e dei um sorriso tímido.

- Receio que você terá que largá-la por um instante. Precisamos conversar - ela falou com um sorriso, mas isso não diminuiu minha preocupação.

- Algum problema? - perguntei.

- Nenhum. Só realmente quero conversar com você - Jo falou e o sorriso não abandonou seu rosto.

Algo nisso deixou-me mais tranquila. Mas eu não queria deixar Allison agora.

Olhei para a bebê em meus braços e suspirei. Logo depois olhei para Jo com os olhos pedintes.

- Jo... - comecei, mas ela me interrompeu.

- Não se preocupe. Damon pode cuidar dela enquanto conversamos. Eu consigo mais um tempinho para vocês depois com a minha influência.

Ela olhou-nos com um sorriso brincalhão.

- Jo, não precisa. - Damon falou - Você conversa com Elena e depois nós vamos para casa.

Olhei para o meu namorado, incrédula.

- Claro que não, Damon! Se Jo vai nos conseguir mais tempo, eu quero aproveitar!

O olhar de Damon dizia outra coisa. E eu entendi. Ele não queria segurá-la. Ele não queria pegar Allison no colo.

Não sei se era medo ou insegurança. Mas o olhar dele dizia isso.

- Vamos lá, Damon - Jo falou tirando Allison do meu colo - É só um bebê. Você vai me dizer agora que não consegue segurar um bebê?

Damon cerrou os dentes e ficou sem graça.

- Jo... - ele tentou falar, mas a médica não deixou.

- É bem fácil. Só segurá-la. - ela falou, praticamente jogando Allison em seus braços.

Damon segurou-a temeroso. Parecia que carregava uma boneca muito rara, com medo de que se ela caísse, se perdesse para sempre.

O cuidado com que Damon segurou-a me emocionou. Ele estava com medo de deixá-la cair.

Seus olhos estavam fixos da pequena bebê em seus braços e duvidava muito de que ele conseguisse ouvir outra coisa neste momento senão a respiração e os batimentos da pequena.

- São só alguns minutos - Jo falou, puxando-me pelo braço para fora da sala.

Damon parecia perdido e ainda sim, cuidadoso.

Jo parou para conversar, não muito longe da sala. Ela parecia saber que Damon não iria conseguir ouvir nada.

- Sobre o que quer conversar Jo? - perguntei.

- Sobre o futuro da bebê - respondeu.

- Allison - corrigi.

- Quê?

- O nome dela. Digo, nome provisório. Damon e eu pensamos em Allison. Não seria legal ficar chamando-a de “bebê” - expliquei.

Jo deu um sorriso satisfeito.

- Então, já escolheram até o nome? - ela perguntou, erguendo uma sobrancelha.

- Nome provisório! - lembrei - Os pais é que escolherão o verdadeiro nome.

- E o que impede dos pais serem vocês?

Olhei para Jo com uma mistura de choque, surpresa e incredulidade.

Por que ela estava sugerindo isso?

- Ah, Elena, não precisa fingir para mim! Eu vi que você deseja chamar essa menina de filha desde o dia em que pôs os olhos nela. É como se ela já fosse sua filha. E você sabe que é.

Meu olhar não mudou. Na verdade, ficou ainda mais surpreso. Como ela podia saber de tanta coisa assim?

- Pedi para que vocês esperassem chamar a xerife Forbes porque tinha esperanças, e ainda tenho, de você perceber que os pais dela estão logo aqui.

Jo olhou-me com grande intensidade, fazendo com que eu sentisse o peso de suas palavras.

Era óbvio que ela estava certa. Eu, erroneamente, considerava Allison como minha filha. E chamá-la assim era o meu maior desejo.

Mas eu tinha dois impedimentos: vampirismo e Damon.

- Jo, acho que você terá que chamar a xerife Forbes mais rápido. Allison não pode ser minha filha - falei, tentando aparentar tranquilidade.

- E por que não? - ela perguntou, parecendo ser a coisa mais banal do mundo.

- Porque é óbvio, Jo! Não posso ser mãe! Eu sou vampira! - exclamei, torcendo para Damon não me ouvir. - E... E tem Damon também. Ele nunca aceitaria essa ideia.

- Ah, você está realmente certa disso? - Jo perguntou, erguendo o olho para a sala onde Damon fora deixado com Allison.

Meus olhos marejaram ao ver Damon tentando divertir uma Allison já desperta.

- Faz assim - Jo sugeriu, fazendo minha atenção voltar-se para ela. - Não me responda agora. Pense nisso. Converse com Damon. E depois conversamos de novo. Vocês ainda têm três semanas.

Eu apenas assenti, sem coragem de falar mais alguma coisa.

Voltamos para a sala e tive a certeza de que Damon não ouviu nada ao vê-lo tentar animar uma Allison inquieta em seus braços.

- Deixa comigo - falei, preparando-me para pegar a bebê em meus braços.

- Nada disso - Damon falou, afastando-se. - Vocês quiseram que eu a pegasse, então não vou devolver tão cedo. Eu cuido disso.

Dei risada com as tentativas frustradas do meu namorado em divertir Allison. Ou pelo menos acalmá-la.

Nunca tinha visto Damon desse jeito. Ele parecia... parecia realmente um pai.

E isso me fez sorrir.


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Notas finais do capítulo

E aí??? O que acharam?? Damon pai??
Comentem o que acham disso!



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