Poemas ou Travessuras? escrita por Bianca Fiats


Capítulo 2
Capitulo 02 - Ser uma Campbell é uma loucura


Notas iniciais do capítulo

Apresento-lhes Campbell :D

Uma mocinha muito da legal, ou pelo menos assim espero.



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Era uma vez uma belíssima bruxa que se apaixonou por alguém que não deveria. Ninguém sabe realmente o nome dele, nem o que a fez esconder a verdade de todos. Nem sabe também como foi que o sobrenome da criança mudou magicamente para Campbell. Ou por que foi assim. Mas essa é a história da minha família. Um mistério para o mundo, tanto ao povo trouxa quanto para os bruxos. Vivemos em um castelo no alto de uma colina, onde os moradores da pequena cidade acreditam que somos esquisitos demais para nos misturar e ao mesmo tempo intocáveis. Eu me divertia com os trouxas durante minha infância. Era engraçado o modo como eles fugiam e me chamavam de bruxa (o que não deixava de ser verdade), achando que eu me incomodava com essa escolha incomum de ofensa.

Tenho pais incríveis e o que todos poderiam chamar de uma família perfeita (com exceção da minha irmã, mas acho que ela é adotada). Todos em casa carregam com orgulho o sobrenome e o brasão da família. Todos, entre aspas. Eu e minha irmã (eca) concordamos que é ridículo toda a história por trás de séculos da família. Nós temos uma parede de arvore genealógica. Nela mostra quem foi que originou nossa família, e eu acredito que o fato que nós temos que nos esconder é que minha ancestral temia que fossemos uma mancha na sociedade.

É chegada a hora de debutar, como diz minha mãe. O sonho dela era estudar em Hogwarts, mas por motivos escusos que ela se recusa a explicar, estudou em Beauxbatons. Meu pai foi de Sonserina e está ansioso para que eu entre em Hogwarts, dizendo que será uma reviravolta na minha vida. É claro que será uma reviravolta, não era ele que é a replica exata de nossa ancestral. Acho que sou uma Doppelganger dela. E tive uma vontade única de ser como minha irmã e ter puxado ao lado masculino da família. Ela conseguiu fugir de Hogwarts e ir estudar em Beauxbatons, tal como mamãe. Infelizmente, ELA já estava lá. Por que não podia ao menos ter nascido primeiro?

No trem evitei a todos, mas atrai os típicos olhares de sempre. Nos alunos mais velhos estavam os olhares que me davam nojo e o indicio do mesmo olhar no rosto daqueles com minha idade. E das garotas? Apenas o mesmo olhar de desprezo que minha irmã me dava. Procurei um lugar afastado e depois de muito procurar encontrei um pouco de paz. Estava admirando a paisagem, viajando do lado de fora do vagão, quando a porta abriu com força. Um garoto – provavelmente da minha idade – passou sem nem me olhar. Ele tinha o rosto metido em um livro e balbuciava baixinho o que lia. Estava tão concentrado que quase caiu do trem. Era loiro, mas tão loiro que parecia ter os cabelos brancos. E por baixo de longas pestanas consegui distinguir um olhar acinzentado. Agradeci que ele não tinha me visto, pois detestaria ver mais do mesmo em um rosto digno de uma das esculturas de Michelangelo.

Na escola fui designada a Corvinal e fui bem recebida pelos colegas da sala. Meu coração sossegou um pouco quando percebi que em suas faces havia apenas curiosidade e não o mesmo distinto olhar que recebi até chegar no salão principal. Pude respirar um pouco mais aliviada. Mas é como dizem, tudo que é bom dura pouco. Minha tranquilidade só existiu até que cheguei no salão comunal de Corvinal. Havia uma estátua, uma que eu já conhecia muito bem. E uma que foi minha maior desgraça quando o monitor que me olhava curioso até então estalou os dedos e agiu como se fosse um Einstein.

“Sabia que seu rosto não me era estranho. Aqui, você é idêntica a Rowena” Então ele segurou meu queixo e ergueu-o para me olhar melhor. “Talvez uma versão miniatura ainda, mas quando crescer...Bem-vinda a casa Roweninha”.

Meu queixo foi ao chão. Do que ele tinha me chamado? Alguns outros concordaram com o audacioso comentário do monitor. Não deveria discutir, nem falar nada, mas tudo que eu não queria aconteceu. Ao menos foi uma brincadeira, ao menos ninguém tinha descoberto a verdade. Mas eu não podia ficar de boca fechada, não antes que fizessem as devidas associações.

“Eu tenho nome. E é Libusee Campbell. Não Roweninha”.

Alguém riu. Uma risada feminina. A monitora me salvou de mais explicações e me tirou da sala comunal, junto com as outras novatas, para que pudéssemos conhecer nossos novos dormitórios e as regras.

♥♥♥

Minha vida não poderia piorar. Era o que eu dizia a mim mesma. Adorei as aulas, especialmente Herbologia com o professor Neville, que estava estampado em seu rosto o quanto amava o que fazia. Assim como a aula de Feitiços com o prof. Flitwick em que identifiquei imensamente, apesar da imensa dificuldade que tive em executar alguns feitiços. Mas o que mais amei foi a aula de poções. Essa era a aula que tinha amado. Todas as formulas, as técnicas e toda a organização, só para criar um frasco de vidro. Sem falar da aula de Trato de Criaturas Mágicas. Seria fantástico, se não fossem pelos suspiros, recadinhos e, por favor, uma flor do jardim pessimamente arrancada. Eu não devia ter experiências com esse tipo de situação, mas... Apesar de ser considerada uma “bruxa” e alguém esquisitona na cidade onde morava, eu sempre era abordada exatamente dessa forma. Minha irmã dizia que quanto mais eu crescesse pior ia ficar.

Eu realmente esperava que não.

Por que o pior que acontecia na minha vida, não eram os recados e os presentes (que não tinham nada de criativo, afinal eu já tinha visto de tudo). Era simplesmente o fato de que eu não tinha amigos. Nenhunzinho. As meninas não gostavam de mim porque os meninos caiam aos meus pés. Os meninos não sabiam o significado da palavra amigo. A única vez que disse algo para alguém da vizinhança, o garoto tinha saído correndo chorando. Depois de me empurrar é claro.

Havia algo bom nisso tudo, eu poderia estudar e me adiantar. E fazer jus a casa em que estava. Passei a ficar em meu dormitório nos horários vagos. Assim evitava companhia masculina. E quando conseguia paz, estudava na biblioteca. De uma forma estranha, acabei fazendo amizade com os quadros e os fantasmas da escola. Eles eram divertidos e não se incomodavam com minha aparência. E somente a Dama Cinzenta, que tinha me tomado como sua “pupila” não me tratava como amiga. Ela me olhava como se soubesse do meu segredo. E toda vez que alguém surgia com o assunto, ela os afugentava com alguma história sem sentido, que quase sempre funcionava.

Foi num desses dias, em que estava fugindo de um bilhete voador em que esbarrei nele. Eu não havia reparado nele desde aquele dia no trem. Nós trombamos e os livros que eu carregava foram para um lado os dele para outro e caímos de bunda no chão. O bilhete em forma de pássaro bateu com o bico em meu cabelo e não consegui segurar minha careta de desgosto. Mas ele não me olhava como os outros, apenas observava o pássaro de papel, como se minha presença não fosse importante. Aquilo aqueceu meu coração. Ele estendeu a mão e achei que ia tocar minha bochecha, quando na verdade tudo que fez foi pegar o pássaro e amassa-lo.

“Que magia malfeita” e sem olhar para mim recolheu o material dele e jogou o papel amassado pela janela. “Passar bem Campbell”

Abri minha boca sem me importar de parecer um peixe morto. Ele não me ajudou a levantar ou a pegar os livros. Na verdade, parecia com vontade de sumir da minha frente. Ergui-me e coloquei minhas mãos na cintura, antes de bater o pé com raiva contra o chão.

“Não vai me ajudar a pegar o material? Eu não cai sozinha sabe?”.

Mas tudo que ele fez foi sorrir. Não era aqueles sorrisos humorados. Seu sorriso não chegou aos olhos. Sua postura era de um Lorde, e o olhar era distante, como se minha existência não importasse para ele. Sabia que era a postura dele para tudo, já havia ouvido falar dele, Scorpius Hyperion Malfoy, um pedaço de gelo em pessoa. Mas sua ação apenas serviu para me aquecer. Como eu ansiava por alguém que me tratasse diferente.

“Estou ocupado estudando para poções. E creio que foi você que esbarrou em mim. Fui o lesionado aqui. Se me dá licença. ” Ele não esperou respostas, apenas se virou e partiu.

“Espere! Posso compensar te ajudando com... ”

“O que está fazendo aqui? Não deveria se socializar com alguém de Sonserina” Era a voz da Dama Cinzenta. “E você mocinho? Pode ir circulando”

Vi que o rosto dele ficou lívido com a audácia da Dama Cinzenta. Eu havia me acostumado com seu jeito. E era novo para nós dois, falar com fantasmas. Mas Scorpius agiu como um verdadeiro príncipe. Ele levou a mão ao coração e num menear, curvou-se para nós duas. Quando voltou, seu semblante era fechado, sem sorriso. Como eu tinha pensado, igual a um anjo de Michelangelo, uma estátua fria de sentimentos.

“Foi uma honra miladies, mas agora devo voltar aos meus estudos” Dito isso ele virou.

“Ele é diferente de todos os outros meninos” Falei à Dama Cinzenta, que parecia olhar curiosa na direção por onde Scorpius havia sumido.

“Tome cuidado com ele. Escute o que estou dizendo, ele é perigoso. A maioria dos alunos de Sonserina o são”.

–---

Doppelganger: Um fantasma de uma pessoa viva. Uma cópia exata física de alguém.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado dela e de como os personagens estão se apresentando :]



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