Doce senhorita escrita por Sra Rockwell


Capítulo 2
Capítulo 2 - Raios perdidos por aí




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Como imaginou, Thalia ficou revirando-se na cama. Nico havia a deixado intrigada. Apesar de não querer admitir, tinha a crescente sensação de curiosidade. Depois de hoje, não tinha mais como ser indiferente a presença dele. Ele era deslumbrante, tinha que admitir. A pele clara do rosto fino e anguloso lhe dava uma expressão forte contrastando com os olhos e cabelos negros, estes que ele usava com um topete estiloso, lembrando algum ator dos anos 50, mas não alguém em especial. Não era forte, mas tinhas ombros largos e braços grandes. Depois de muito devanear, ela tentou dormir. Acordou com uma trovoada. Alguns minutos depois, enquanto dava a volta no chalé em direção a arena, ouviu um grito. Correu a tempo de ver alguém se ajoelhando junto a garota deitada no chão.
...

Depois que Thalia saiu porta afora, Nico pediu uma cerveja e foi até um sofá marrom no canto do bar.

—Quem era a guria? – Thomas perguntou enquanto ajeitava o grande cabelo ruivo atrás da orelha. – Era bem bonitinha.

—Nem pense nisso. – Nico advertiu, apontando a ponta da garrafa. – Ela não é qualquer uma. Além do mais, você tem as suas.

—E é uma das suas? – argumentou Thomas. – Não esqueça que você ainda tem a Rose.

—Eu não tenho a Rose, nós terminamos. – Nico afundou no sofá.

—Ao que parece ela não sabe disso, ou não quer entender. Espera ela voltar da Florida pra você ver. –Thomas guardou a guitarra no estojo. – Aquela lá é louca.

AJ e David chegaram e com alguns instrumentos e os quatro seguiram para a van velha e barulhenta. Após Nico chegar no acampamento, foi para seu chalé mas não sem antes observar para o chalé de Zeus. Foi até a porta com as mãos nos bolsos. Até tirou uma do bolso, mas hesitou. O que ele falaria? Deu meia volta e seguiu para seu chalé. Acordar a garota no meio da noite não parecia algo muito lisonjeiro. Ainda mais para ele que nunca tinha dirigido uma palavra sequer a ela, e as que trocaram até então não era suficiente. Sabendo que ela era diferente, não faria algo assim tão precipitado. Jogou-se na cama mas logo pegou seu caderno de anotações, tinha alguma inspiração em especial para escrever.

Ao abrir a janela de seu chalé pela manhã, percebeu que Zeus não parecia de bom humor. O céu estava escuro e ainda parecia noite. Uma campista de Deméter o acenou de longe, e depois ele só viu um clarão.

Saiu correndo em direção a garota. Sentiu alguém aproximar-se.

—O que aconteceu?

—Um raio a atingiu. – ele levantou a cabeça. – Ah, olá.

—Er, oi. – Thalia percebeu quem era. – Vamos leva-la para a enfermaria.

Nico pegou a garota em seus braços. Era uma garota pequena, recém chegada no acampamento. Thalia a reconheceu.

—Ai deuses, é a Liz, do chalé de Deméter. Meu pai com certeza deve estar bravo com ela para fazer algo assim.

—Seu pai tem pouca paciência. – ele enrugou a testa. – Dizem que ioga ajuda.

—Vou lembrar de dizer isso para o todo poderoso do Olimpo, obrigada. – Thalia ergueu as sobrancelhas enquanto abria a porta da enfermaria.

Após explicarem o que aconteceu, os dois saíram.

—Ela vai ficar bem. – Nico suspirou cansado. – Não foi um dos piores raios.

—Eu meio que me sinto mal por isso. – ela balançou a cabeça. – Como se tivesse que concertar as atitudes do meu pai.

—Zeus não é conhecido como o deus mais justo e calmo do Olimpo. – Nico começou. - E ele pode ter algum argumento plausível. Vamos iludir-mos e pensar que o que ele fez foi justo, descontando sua raiva em uma garotinha absolutamente fora da história.

—Está falando do meu pai, Nico. – Thalia alterou levemente a voz. – Escute, é melhor eu ir embora.

—Desculpe-me por isso. –ele disse calmamente, mudando o tom de voz. – Reconheço que exagerei.

—Tudo bem, você não deixa de estar certo. – ela disse de volta. – Preciso ir, as garotas estão esperando.

—Espere um momento. – ele pegou o braço dela e desceu até sua mão. – Amanhã a noite haverá uma celebração no Gruta Grunge, de Halloween. Gostaria de convida-la a ir, se puder.

Ela ficou sem ação por um momento.

—Quer dizer, pode levar alguém. – ele disse rapidamente. – É uma festa aberta, obviamente. Só estou passando o convite a diante.

—Ah, claro. – Thalia não deixou-se perceber desapontada. – Talvez eu apareça, então.

—Eu a verei lá, então. –ele a soltou. - Com licença, senhorita.

Nico se afastou. Apesar de dizer pra ela levar alguém, ele queria que ela fosse sozinha. Não que fosse algo que ele pudesse controlar, mas torceria que acontecesse.

Ele passou o dia inteiro com flashes dos olhos dela na cabeça. Eram de um azul hipnotizador contrastando com o cabelo comprido e escuro. Ela era encantadoramente jovem e bonita, mas ainda assim era filha de Zeus. E dado o que acontecera, devia ter herdado certa falta de paciência dele. Mas afinal nada nesse mundo é perfeito, pensou, ainda que ela estivesse bem próxima.

—Ei Nico. – Percy aproximou-se dele. –Ouvi dizer que você ajudou a garota de Deméter.

—Sim. Ela foi atingida por um raio. – explicou.- Thalia ajudou-me a leva-la até a enfermaria.

— Thalia? Thalia Grace? – Percy disse surpreso. – Achei que não fosse amigos.

—Ela mesma. – Nico sorriu. – Eu a conheci ontem.

—Que sorriso é esse heim? – Percy riu. – Ela é uma caçadora, você sabe.

—Eu sei. – Nico suspirou. - Nos só nos conhecemos.

Nico pensou em dizer que eram amigos, mas essa palavra o parecia incomodar. Amizade não parecia certa quando lembrava dos seus olhos azuis.


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Notas finais do capítulo

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