Miki estava estranha quando saiu para a faculdade. O mais estranho foi o jeito que havia falado quando avisou que não passaria em casa e iria direto para o trabalho.

Springtrap encarava seu reflexo no espelho do quarto dela pensando nisso. Não havia dúvidas que ela estava estranha desde que ele foi atrás dela na pizzaria, porém não sabia o porquê:

—Você está sendo paranoico. –ele fala para si, saindo do quarto e indo até a sala, encarando o relógio, que marcava meia noite e meia –Eu deveria ter ido atrás dela...

A campainha começa a tocar, sendo apertada sem parar diversas vezes, aquilo era um sinal claro de desespero:

—Pare de fazer cu doce, eu sei que você está aí coelho maldito! –a voz feminina soava raivosa. Ele conhecia aquela voz, e sem hesitar, abre a porta:

—O que você está fazendo aqui?

—Sem tempo para falar, preciso de você no meu carro, agora. –Letícia entra no apartamento, encarando-o totalmente séria:

—E por que eu iria? Achei que você não gostasse de mim. –ele estreita os olhos:

—E não gosto mesmo, você é a droga de um assassino de crianças, mas não temos tempo para discutir agora, temos que ir. –ela agarra o pulso dele –Vamos logo!

—Por quê? –isso a faz bufar de raiva:

—Por que a Miki vai fazer uma merda colossal, e tenho certeza que você é o único que pode pará-la.

—----

Springtrap estava sentado ao lado de Letícia no banco do passageiro, enquanto ela dirigia o mais veloz que podia. Um silêncio inquietante pairava entre os dois:

—Afinal, o que quer? Por que veio até mim? O que aconteceu com a Miki? –ele quebra o gelo, soando impaciente:

—Pode crer, eu não queria estar olhando para a sua cara agora, mas quando ela me mandou aquela mensagem, logo vi que só você pode pará-la.

—Que mensagem? –ela pega o celular, mexe um pouco e inicia um áudio:

—Letícia, eu sei que você está dormindo agora, me desculpe, mas você é a única pessoa que sempre me ouviu... —a voz de Miki sai do aparelho –Nunca fui uma amiga fantástica né? Você teve aqueles problemas com seus pais, se meteu com aqueles caras, e eu nem estendi minha mão para você... Eu fui uma amiga horrível.—ela respira fundo –Sempre me importei mais com meu problemas, queria acabar com esses pesadelos, ter paz... Mas eu percebi que jamais irei ter, não depois do que vi.—ela embarga a voz, estava a ponto de chorar –Se... Se eu não fizer o que eles querem, essa dor no meu peito não vai sumir, os pesadelos não vão acabar. —ela ri tristemente –Quem eu estou tentando enganar, só estou fazendo isso para finalmente ter paz, seguindo o caminho mais fácil. Eu sou uma pessoa horrível, mas por favor Letícia, cuida do Springtrap pra mim, ele só tá perdido, como eu. E Springtrap...—isso o faz encarar a tela do celular –Me desculpe por não ser aquela a te fazer mudar.—e o áudio termina.

O silêncio paira. Letícia tinha lágrimas nos olhos:

—Entendeu agora? Ela vai se matar, por sua culpa. –ela fala com raiva, deixando as lágrimas rolarem –E pensar que essa foi a primeira vez que ela foi tão sincera comigo... Ela nem ao menos gaguejou ao falar “Springtrap”...

—Eu... –Letícia encara ele –Eu vou salvá-la. Não vou deixar com que o Freddy vença. –os dois se encaram olho no olho, até que finalmente ela desvia o olhar:

—É melhor que você a salve mesmo, porque eu vou te destruir se tiver que te cuidar. –ela para o carro em frente a pizzaria –É uma promessa, ouviu?

—Uma promessa. –ele concorda com a cabeça, saindo do carro e encarando a pizzaria –Você não vai morrer Miki, não enquanto eu estiver nesse mundo.

—---

Freddy apenas ria.

Nunca imaginaria que Bonnie e Chica fariam aquilo, quer dizer, aqueles dois desesperados? Uma conversa civilizada? Aquilo apenas o fazia rir ainda mais.

Porém ele sabia que aquilo foi o suficiente para quebrar a já fragilizada mente de Miki:

—Acha que ela vai vir mesmo?—Chica pergunta, encarando-o, desconfortável por ele ter empilhado algumas cadeiras e se sentado nelas, como se fosse um trono:

—Espere e verá.—Freddy ri, encarando a porta do depósito. Sabia que Puppet e seus amiguinhos ainda não haviam despertado, ele havia feito questão de retardar isso.

A qualquer momento a garota iria entrar por aquela porta, e isso apenas o fazia rir ainda mais:

—Acho que eu devia ir atrás dela....—Bonnie começa:

—Três. –Freddy interrompe o coelho, fazendo todos os animatrônicos encará-lo –Dois. –ele abre bem os olhos, demonstrando a insanidade que tomava conta. –Um...

Uma batida na porta soa, assustando a todos menos o urso insano.

Rapidamente Toy Chica abre a aporta, revelando alguém muito esperado:

—Olá querida Miki! Então finalmente decidiu se juntar a minha festa? —Freddy ri, virando a cabeça bruscamente de lado, não escondendo sua insanidade:

—Sim. –ela o encara, não havendo sentimento algum em sua voz ou olhar –Vim aqui para morrer.

Aquilo apenas fez Freddy rir ainda mais.

O tão aguardado final chegou.

 Caso queiram ver um desenho que fiz para "comemorar" a parte final da fic (ele é gigante, eu devia ter mais noção de tamanho ¬¬), aqui está:
http://fav.me/dduivmx