Sídhes escrita por Sowlphia


Capítulo 2
Konohana


Notas iniciais do capítulo

Oiiiii povo, eu sei que demorei, mas bem, Enem tb nao ajudou!! Bem, gostaria de primeiramente agradecer a todos os favoritos, acompanhamentos e principalmente as pessoas que comentaram, realmente amei os comentários de vocês: Hana Hyo, Lolla Winchestiles, Zoey Herondale, Pudim Valdez, MsBrightside. Vocês são uns amores. E também aos meus amigos que nao tem Nyah e a pessoa que mais perturbou por esse Capitulo. Luana Bastos ausha

Ps. Os capitulos serão postados a cada 7 - 10 dias.



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Eu estava andando a quase uma hora com um peso na consciência. O rosto daquele humano inundava minha mente me fazendo repensar meus atos, foi mesmo certo deixá-lo a própria sorte? Ou foi algo egoísta da minha parte, além do que com algumas palavras eu poderia simplesmente curá-lo. Outra imagem quase que imediatamente substituiu essa, um calafrio percorreu por todo meu corpo, passei a mão em meu pulso onde antes havia uma marca. Aquele homem. É culpa dele eu sentir repulsa pela sua espécie, além do mais eu quase fui morta, quem me garante que esse outro não iria matar-me? Eileen, você sabe que no fundo, ele não é igual ao outro. Ajude-o.

Parei onde estava e olhei para a vila a minha frente, faltava somente mais alguns minutos a pé, depois olhei para trás, para o caminho que levava até a gruta. Você sabe o certo… Fechei os olhos e tomei minha decisão, abri minhas asas e lancei voo até a vila, jogando aquela voz idiota e irritante para o lugar mais fundo da minha mente, assim como a imagem daquele garoto.

Aterrissei no centro da cidade, vários Sídhes voavam de um lado para o outro em seus afazeres habituais, me lembrando que eu tinha que ir para casa arrumar as coisas para a aula que daria. A educação das crianças da vila era feita por todos da vila, mas havia coisas, como magia, que somente alguns poderiam explicar, aqueles com aptidão para todos os elementos.

Uma vila perto da cidade Real é normalmente maior que as demais, as casas são mais evoluídas, feitas com argila ou barro, algumas com troncos de árvores; Ainda há árvores, mas a principal visão é de casinhas com fumaça saindo delas e, obviamente, de Sídhes fazendo suas tarefas diárias. Vivemos um sistema e na comunidade todos cooperam de algum jeito, os Anciões com Sabedoria, a de governar e de conhecimentos, os maiores trabalham com a colheita e caça e os menores aprendem, os Nephilins são nossos protetores – depois de a Terra ser devastada o mundo ficou dividido em dois, o lado que foi ocupado ou fez aliança com os Demônios e o lado que ficou sob a proteção dos Anjos, trazendo um sentimento de pânico para todas as dimensões.

Entrei na minha casa, que era uma construção de argila com dois andares, subi os degraus rapidamente, minha aula era em 8 sóis, ainda estávamos em 6 sóis – nós contávamos o tempo pelo sol e pela lua, depois de um Sídhe descobrir que eram os mesmos todos os dias e fazer um tipo de esquema para sabermos que tempo estávamos – Peguei minha bolsa, umas roupas e sai de casa, voando em direção as lagoas de banho.

Era uma pequena lagoa arrodeada de Konohanas – plantas de cor rosa que tinha poderes curativos, ao se colocar em cima de uma ferida – que faziam a lagoa ficar roseada. Tirei minhas roupas e entrei no rio, minhas asas molharam e eu imergi por uns segundos, a água lavando todas as impurezas do meu corpo. Eu amo ficar na água, apesar de que quando estou molhada não posso voar, contudo, em compensação, se eu me concentrar posso transformar-me em água, tendo um poder de defesa enorme, também consigo controlá-la. Meu elemento Terra é ofensivo, assim como o Fogo, apesar de que posso usá-los para outras coisas, uso o Ar para a cura, ele é o mais poderoso nesse quesito.

Dei mais um mergulho na lagoa antes de sair, olhei para o céu, sol já estava quase na posição certa para minha aula. Usei o Ar para secar minhas asas e me vesti rapidamente para encontrar os menores. Encontro-as em um terreno perto da vila, havia uns 9 pequenos Sídhes me olhando com apreensão, até porque hoje era um dia importante para eles, já que aprenderiam magia de ataque.

— Muito bem pessoal, vamos começar com a terra, Jluken, Klester e Lirtis, venham aqui. Em primeiro lugar, vocês tem que se conectar com a terra, para fazer isso lembrem-se de coisas ligadas a ela, — Falei olhando para os três pequenos dominadores da terra. — Após se conectarem com a terra, recitem o início do feitiço “Chamo pela Deusa Aine, a soberana da Terra e do Sol, que me dê o poder da Terra, para que assim possa assumir a forma de Badb” depois canalizem tudo em suas mãos, apontem para o alvo e digam o feitiço específico. — Fechei meus olhos e falei o feitiço mais fraco de ataque que tenho. — IMPETUM SAXA! — Algumas rochas que estavam no chão se lançaram contra a árvore que mirei. As crianças olharam maravilhadas e sorriam, loucas para tentar. — Agora é vocês.

Fiquei até o sol alcançar seu pico ensinando eles, ataques de pequena escala e quando eles conseguiam mexer uma rocha ou balançar o cabelo de alguém davam pulos e gritos de excitação. Lembrei-me da época em que era eu no lugar deles, para mim era diferente – e mais difícil, eu tinha que aprender todos os elementos e me virar com o espírito – pois não havia dominadores do espírito na minha vila. Sorri ao lembrar me de quão ingênua e boa eu era. Me lembro de pensar que se um dia eu fosse Rainha iria ser bondosa com todos, que não julgaria ninguém e que não importa o que, eu faria o certo e sempre ajudaria quem precisasse. Eu não era mais essa garota. Você ainda pode Eileen. O rosto do humano veio em minha mente, o cabelo negro sujo de terra, os olhos negros que deliravam a cada segundo pela dor que devia sentir. A pele branca que devia estar mais pálida que o normal. Mas o que me fez lembrar-me dele, foi o cheiro. Ele cheirava doce, como um mar de árvores de Konohana. Volte.

O que eu estava fazendo? Eu não deixaria alguém morrer! Eu não sou assim. Me despedi rapidamente das crianças, falando que a aula havia acabado e lancei voo para a mesma trilha de hoje cedo, por favor, que não seja tarde. Que ele ainda esteja vivo. Voei o mais rápido que pude e aterrissei perto de onde havia o encontrando, andei um pouco e me vi em frente da gruta onde ele estava. O sol quente batia em mim fazendo suor cair pela minha testa. Entrei na gruta que parecia ter diminuído de tamanho, a fogueira que eu havia acendido se apagou e ele ainda estava lá, mais pálido ainda, sem se mover. Parecia morto.

Me agachei ao lado dele, me concentrei para escutar seu batimento, e esperei, até que ouvi o mais fraco som dentro de seu peito. Ainda estava vivo. Olhei para o corpo dele procurando ferimentos, havia um corte em seu braço e na perna, mas não devia ser só isso. Puxei ele, o virando para ver suas costas, levantei a camisa que parecia estar encharcada em sangue e vi, bem na coluna dele havia um corte profundo, não estava em uma cor normal, estava meio que esverdeado, como se estivesse apodrecendo. É isso, isso que o esta matando. O corte estava envenenado; isso é péssimo. Eu só poderia curar se soubesse qual veneno é. Cai no chão, botando a mão na cabeça, tentando decidir o que fazer.

Olhei para ele, já desesperada, calma Eileen, pensa! O que cura veneno? Eu poderia queimar, mas ele está tão fraco e o veneno já deve ter entranhado no corpo dele. Espera, já sei! Konohana, ela vai ser capaz de curar ele. Me levantei deixando ele deitado no mesmo lugar, e sai da gruta e voei até a árvore mais próxima, retirei algumas folhas e peguei cipós de outras árvores, voltando o mais rápido que pude para a gruta. Sentei no chão e puxei ele para o meu colo, o deixando de bruços na minha perna, rasguei a camisa dele, o ferimento tava pior do que eu pensava, usei a Água para lavar o máximo que pude, cobri com as folhas de Konohana e amarrei com um cipó, fazendo o melhor que eu podia. Virei ele no meu colo e esperei a folha fazer efeito.

Eu tenho que seriamente aprender um feitiço para curar venenos, mas eu podia ao menos curar os outros cortes que não estavam envenenados.

— Elemento do Ar, eu te invoco, venha até mim e me ajude agora. Eu te invoco elemento, escute minhas palavras e traga de volta aquilo que foi desfigurado. — O ar ao meu redor começou a se agitar, meus olhos se abriram e eu gritei o feitiço. — TOLLERE IMPUDICITIIS!

Os ferimentos dele começaram a se fechar, ate ficarem um linha fina quase transparente e sumir totalmente, toquei na sua testa e ele não estava mais queimando, e parecia mais confortável. Agora era só esperar ele acordar. Deitei ele no chão, peguei minha bolsa e coloquei como travesseiro para ele, me levantei e sai da gruta. O que será que humanos comem?

Quando a primeira lua estava para chegar, eu voltei para a gruta, ele ainda estava deitado lá, parecia dormir, trazia comigo um pouco de comida e água em um recipiente, me sentei junto a ele, o coloquei no meu colo de bruços, retirei o cipó e a folhas, embaixo havia somente uma linha grande e branca, graças a Aine. Agora só esperar ele acordar.

Me encosto na parede e espero ele, meus olhos cansados, vão lentamente se fechando, estava tão cansada…

Acordo em súbito com alguém me agarrando. Era ele, os olhos negros deles me olhavam apreensivos. Ele parecia saudável e nada perigoso, ate que amigável. Não parava de me olhar e não soltava minhas mãos, apesar de não estar apertando.

— Você está sozinha? Como me encontrou? Ele seguiu você? — Ele me pergunta freneticamente e em um sussurro.

— De nada, por ter salvado sua vida. — Seu olhar confuso me fez pensar que ele não se lembrava de ter quase morrido. — Ferimento? Envenenado?

— Ele seguiu você? O outro, que parece um humano! — Balancei a cabeça negando, adivinhando que ele estava falando do cara da cicatriz.

— Os Nephilins o levaram. — O olhar dele não relaxou.

— Meu nome é Ashton, eu sou da Terra, eu consegui fugir, eu tinha que fugir. Tinha que avisar vocês, preciso ver a Rainha Aine — Olhei para ele como se ele fosse louco — o seu mundo corre perigo. Todas as dimensões correm perigo. Eles estão vindo, eles querem a sua Rainha. — o olhar dele parecia tão verdadeiro, que naquele momento eu não pude duvidar de nenhuma palavra do que ele disse.


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Notas finais do capítulo

Bom, se vocês gostaram comentem e me falem, se eu precisar melhorar em algo, me avisem, se tiver erros também. Obrigada por ter lido, te vejo no proximo capitulo.

Konohana - Arvore de Sakura (cerejeira)
Badb - Na mitologia irlandesa, Badb era uma deusa da guerra que assumia a forma de um corvo, e era assim por vezes denominada Badb Catha (corvo de batalha). Frequentemente causava confusão entre os soldados ao fazer a batalha pender para seu lado favorito.