Caso do Dia 17 escrita por Caroline Bueno


Capítulo 2
Janela


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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Eu odiava ter insônia. Acordei por volta de 3h50 da madrugada, com a cabeça pesada. Eu não conseguia dormir mais, resolvi então levantar. Tudo estava muito escuro, exceto pela luz do poste da minha rua. Desci as escadas e juro que vi uma mulher de vestido branco e olhos vermelhos na sala. Ela desapareceu no momento em que meus olhos encontraram os dela. Corri até o local onde ela estava e não tinha mais nada.
Minha mãe ligou a luz da sala, me olhando com repreensão.
- Que barulheira é essa Kate? - ela perguntou nervosa.
- Eu vi uma coisa aqui na sala mãe - eu ia dizendo tensa -, mas ela desapareceu.
- Uma coisa? Que coisa?
- Uma mulher.
- Quantas vezes eu já te falei que isso são só sonhos filha? Vamos dormir, é melhor.
Voltei para o meu quarto com medo. Eu tinha que descobrir o que tinha de errado com aquela casa. O porquê que seus moradores desapareceram, e quem era o seu primeiro proprietário.
Na manhã seguinte, saí da cama direito para o banheiro. Olhando meu rosto no espelho, vi que eu estava com olheiras enormes e o rosto achatado. Eu não tinha conseguido dormir depois do que tinha visto na sala de estar.
- Desça logo para o café-da-manhã Kate, você vai se atrasar! - ouvi minha mãe gritar.
- Já vou mãe! - gritei em resposta.
Penteei meu cabelo rapidamente e vesti meu uniforme, então desci. Minha mãe tinha feito panquecas doces para mim. Comi tudo com pressa e corri para pegar meu ônibus escolar.
Ao caminhar até o ponto onde o ônibus me buscava, fiquei olhando para a casa que eu começava a achar que era assombrada. Parecia que a todo momento ela ia cair, a madeira estava velha e com rachaduras. Enquanto eu a observava, vi algo me olhar pela janela. Era uma garotinha, de cabelos loiros e olhos castanho-claro, a menina sorria docemente para mim. Então, do nada, apareceram cicatrizes em seu rosto, sua pele ficou cinza e seus olhos, incluindo a esclera, ficaram pretos. Pisquei os olhos várias vezes para ver se eu não estava tendo uma alucinação mas a menina não sumiu. Ouvi o barulho do ônibus e olhei se já estava chegando, e estava. Quando olhei para a janela novamente a garotinha tinha desaparecido, dei graças por isso.
Entrei no ônibus com a imagem do rosto deformado da garotinha. Se não eram alucinações, nem pessoas vivas, tinha medo do que poderia ser e ainda mais medo de acreditar nisso.


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