Caso do Dia 17 escrita por Caroline Bueno


Capítulo 1
Aviso




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Era sempre a mesma coisa, eu me levantava pela manhã e ouvia algo pela janela. Sim, vultos pretos como sombras me perturbavam durante a noite, e pela madrugada ruídos, até que um dia cheguei a ouvir gritos pela manhã. Havia uma casa que era uma antiga construção do século XIX, ela ficava na mesma rua que a minha, muitos boatos rolavam pela cidade sobre quem era o dono de tal construção e porque nenhuma pessoa comprava o terreno e derrubava a velharia. Alguns afirmavam que a prefeitura desconhecia se o antigo morador possuía algum parente que poderia ter ficado com ela por herança, e ninguém ao certo sabia como a família que vivia lá desapareceu. Algumas revistas da época tinha matérias sobre o mistério que envolvia os donos daquela casa, trechos de uma em particular dizia assim:

Família desaparece logo após festival numa cidade do interior.

-"Segundo notícias da polícia, uma família composta por 6 pessoas, dentre elas 4 crianças, desapareceram misteriosamente após um festival anual que ocorre numa pequena cidade no interior dos EUA. Segundo alguns vizinhos da família, eles foram vistos saindo para tal evento às 18h30 no dia 17 de fevereiro, e nunca mais voltaram. A polícia procurou saber se a família havia viajado para outro estado na mesma noite, mas houveram poucos vôos nesse dia, assim como não ocorreram muitas viagens de carro. Acidentes envolvendo 6 pessoas não foram registrados. Ou seja, não houveram sequer motivos para tal sumiço repentino. As investigações continuam sobre o desaparecimento da família Stewart [...]"
Esta manhã acordei muito assustada, com vários gritos horrendos, ouvi também passos na minha escada. Conversei com minha mãe, Emma Cooper, sobre o que ouvia durante à noite, mas ela sempre me dizia que eram apenas sonhos.
Me chamo Kate Cooper, tenho 15 anos e moro na Rua 09, no bairro Mestre da pequena cidade de Cape Charles, Virgínia. Eu estudo numa escola que não fica tão longe de casa, pela manhã. Não sou a garota mais bonita de lá nem a mais popular, sou ruiva, praticamente transparente de tão clara e cheia de sardas. Quase toda manhã, ao acordar, ouço sons suspeitos pela janela, mas quando olho para a casa da frente, não vejo nada. Já especulei que fossem moradores de rua que estivessem invadindo a casa para passar a noite, mas já passei a noite acordada olhando pela janela e não vi nada. Eu já achei que a casa fosse assombrada, pelo misterioso sumiço de seus moradores e os sons que ouço vindo de lá, mas pensar nisso era loucura.
Depois de me arrumar e guardar minhas coisas, paguei o ônibus escolar. Eu ficava sentada sozinha enquanto vários retardados jogavam bolinhas de papel uns nos outros, comendo salgadinhos e dizendo besteiras. Fiquei olhando pela janela, observando o caminho entediada.
Quando chegamos, fui ao banheiro e vi algo estranho escrito na parede: "Não tente ver além do que deves."
Passei a mão sobre as palavras, que pareciam ter sido escritas por arranhões na parede. Corri e chamei a moça da limpeza, quando chegamos lá a mensagem desaparecera. As marcas queriam me dar um aviso.


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