War Angel - Renascença escrita por Dálian Miller


Capítulo 18
Capítulo 16 – Lágrimas da Noite


Notas iniciais do capítulo

Um leitor comentou que talvez alguns detalhes fossem perdidos por ser 6 capítulos seguidos, então vou fazer o seguinte: Como postei o 14 e o 15 juntos, dei um dia de descanso e hoje recomecei. Amanhã posto outro, mais um dia de descanso e depois mais dois, completando os 6. Se tiverem alguma objeção, comentem!

Boa Leitura!!! :D



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~ Capítulo 16 – Lágrimas da Noite ~

 

Sul de Parlahir

Sob um cenário de destruição e medo, o chão continuava a ser banhado e nutrido com o sangue de inocentes. Como chamas a serem elevadas com o vento, os planos seguiam quase que completamente de acordo com o planejado. A geração que deveria herdar os poderes antepassados e a força de seus pais estava sendo massacrada pela ira do lorde do Vale das Sombras, uma destruição jamais vista em mais de milênios, e que fazia se perder a magia dos soldados que lutariam ao lado do War Angel.

— Filho, corra para longe daqui! Tentarei segura-los por um tempo. – Disse o homem em agonia. Ele transformou-se em um leão e saltou em direção ao demônio.

— Um metamórfico? Talvez aquele herdeiro pudesse ser poderoso algum dia, mas não será. – Disse Demoxon, um monstro, com três metros de altura e mais de cinco toneladas, que possuía dois grandes chifres que partiam da parte superior de sua cabeça e se estendiam em declínio à altura dos olhos, além de carregar sobre seu corpo alongamentos de alguns ossos. A fera abocanhou o braço do demônio, porém, não esperava que seu corpo pudesse petrificar. – Magia nível cinco não funcionará comigo. Morra! – Ele enrijeceu seu outro braço, agarrou a cabeça do felino e a fez estourar com a força de seus músculos, que foi direcionada para o crânio do animal. O chão do quarto tingiu-se de vermelho com o sangue que jorrava do corpo jogado ali.

— Não há para onde fugir, pequeno herdeiro. Eu vou achar você... – Antes que pudesse terminar a frase, ele foi surpreendido por um feitiço lançado pela mãe do garoto. – Estou afundando? Como isso é possível?

— Isso é areia movediça. Você afundará e não irá tocar em um fio de cabelo do meu filho. – Espero que ele consiga fugir. Pensou.

— Este feitiço parece ser formidável. Seu marido não me divertiu nem um pouco. Espero que possa compensá-lo. – A areia que encobria seu corpo petrificou-se e quebrou logo em seguida.

Ajoelhando-se perante ele, súplicas foram feitas pela vida do garoto e pragas foram rogadas. – Não pode ser! Não pode ser! Como isso pôde acontecer? Alguém nos ajude, por favor! Ajudem meu filho! – Berrou. Enquanto suas lágrimas manchavam seu rosto ao misturar-se a poeira, o urro ecoou pelas ruas desertas e destruídas. – Os humanos são hipócritas e mesquinhos, não se preocupam em ajudar aos que precisam. Assim como meu marido foi morto, muitas crianças e mulheres também foram e a capital não faz nada a respeito, prefere mascarar o problema com notícias de guerras locais ou atentados. Que todos sintam a dor que estou sentido agora, humanidade estúpida. –Demoxon, em instantes, se ergueu a frente da senhora como um grande muro e a jogou contra a parede.

— Para onde ele pode ter ido? – Indagou passando a mão sobre a cabeça. – Derrubem tudo e encontre-o. Ele não foi longe.

O quarto já havia sido destruído parcialmente. Seu telhado fora arrancado por Demoxon instantes antes.

— Senhor, já olhamos nos demais cômodos da casa e não o encontramos.

— Então ele ainda está aqui. – Sorriu ironicamente. – Podem ir. Procurem por algum outro sobrevivente, cuidarei do resto aqui. Vamos ver se ele está debaixo daquela cama no canto da parede. – A porta do guarda-roupa se abriu e o menino franzino, de aparentemente quinze anos, cabelos encaracolados e pele morena, saltou na frente do demônio, como se tivesse algo a proteger.

— Meu pai e minha mãe foram mortos cruelmente. – Disse enquanto fazia rapidamente um circulo mágico no chão com o sangue de seu pai e invocou uma lança de metal com um tipo de foice de prata em sua ponta. – Não deixarei que faça mal a mais ninguém.

— Seu verme. – Murmurou o monstro irritado.

Uma troca de ataques iniciou-se sem aberturas de ambos os lados. Enquanto Demoxon enrijecia seu corpo para não sentir o impacto da lança, o garoto se esquivava de todos seus ataques brutais, compensado a pouca força com velocidade. Apesar de conseguir realizar feitiços de nível quatro e cinco, sua pouca idade ainda o tornava frágil perante os demônios.

— Isso já me cansou. Quero ver se poderá desviar disso. – Um soco sobre o piso do quarto destruiu o círculo mágico fazendo a lança desaparecer rapidamente e a beliche ao canto desequilibrar-se.

Não posso deixa-lo destruir aquilo. Irei ataca-lo mesmo sem minha lança, assim ele... – Pensou, mas fora interrompido por um ruído.

— Há mais alguém aqui? – Questionou.

— Claro que não, coisa feia.

— Verme!

Talvez ele seja lento. Uma criatura grande não pode ser tão rápida. – Raciocinou. – Duvido que possa me pegar. – Correu na tentativa de saltar sobre a parede quebrada, no entanto, foi surpreendido por outro demônio que o aguardava fora dali. – Não falou que cuidaria de tudo sozinho? – O menino perguntou enquanto tentava se soltar.

— Você não deveria acreditar em tudo que dizem os demônios. – Agarrou o garoto pela cintura. – Costumamos mentir às vezes. – Ironizou.

Uma sequencia de gargalhadas misturadas a gritos foi o que se pôde ouvir em seguida. A grande mão de pedra bastou para parti-lo ao meio. Escondida sob a cama, a filha mais nova do casal, com apenas cinco anos, viu suas lágrimas caírem e misturarem-se com o sangue de seus pais que escorria entre suas mãos e as vísceras de seu irmão espalhadas pelo chão. Seus olhos brilhavam. Um sentimento de inutilidade surgira por não poder ajuda-los, ao mesmo tempo em que sua mente era tomada por ódio. Mamãe? Mamãe? Fale comigo! Papai? Papai? O que aconteceu com a mamãe? Irmãozinho? Alguém me responde, não quero ficar sozinha.

— Que entediante. Não tenho mais nada a fazer aqui, vamos.

— Senhor, deseja enviar um relatório com os dados dos novos herdeiros?

— Faça isso por mim. Diga que nada de importante foi achado e que não irá demorar para todos serem eliminados.

— Certo.

***

Vale das Sombras, Castelo do Lorde

— Meu Senhor, acabara de chegar um relatório da região Leste do continente. – Disse um de seus diabretes mensageiros.

— E o que diz? – Indagou com curiosidade.

Caro lorde, trago notícias sobre a missão de rastreamento. Os boatos a cerca do local de partida da esfera mágica eram equivocados e até agora não a encontramos, entretanto, alguns moradores locais afirmaram que há um professor médium, um homem que diz saber algo sobre o “fim do mundo”. Peço permissão para continuar liderando a investigação e encontra-lo.

Néfiron, Líder do exército investigativo

— Concederei a permissão. – Onde ela estará? Pensou. – Apesar da missão de extermínio está indo de acordo com o planejado, os herdeiros do Leste e Oeste ainda estão vivos e não temos nenhuma informação sobre o Norte.

— Deseja mais alguma coisa, senhor? – Indagou o lacaio.

— Sim. Informe a Senhora da Dor que estou a aguarda-la.

— Sim senhor.

***

— Então eles estão nesta ilha? O que faremos agora, princesinha? – Indagou Tsifer com os pés sobre a areia molhada da praia e uma das mãos sobre o grifo que o trouxera.

— Já falei para não me chamar assim. Não queira sentir uma de minhas flechas atravessarem sua cabeça. – Ameaçou após descer de sua montaria e desprender seu arco do corpo.

Tsifer levantou as mãos em ato de rendição e ironicamente sorriu enquanto direcionava o olhar aos seios dela. – Tudo bem, tudo bem. Você venceu... Akira.

— Tire os olhos de mim, Tsifer. – Acrescentou apontando uma flecha para entre suas pernas. – Não brinque comigo. Vamos.

***

Não demorou para que o jovem Olaf retornasse e encontrasse sua irmã. Alguns minutos depois foi a vez de Witc e a pantera.

— Este é o nosso último dia de treinamento, mas por que será que o Ippy disse para retornamos? – Indagou Ayurik com desconfiança.

— Antes de retornar, senti algo poderoso se aproximar da ilha. – Mylla mostrou sua opinião e logo iniciou o teste de uma nova habilidade.

— Ei amigão, o que ela está fazendo?

— Não sei, Don. E você bem que podia descer do ombro dele agora. – Disse enciumado.

— Estou tentando criar um campo elétrico com esses bastões de prata. O Senhor Wechar disse que talvez eu possa dominar a eletricidade por possuir ascendência em ar e fogo. – Mylla tomou a palavra.

— Como? – Indagou Witc.

— Simples. Sabemos que tudo é composto por átomos e que estes, por sua vez, possuem elétrons e sabemos também que existem materiais que são bons condutores. Se eu realmente puder fazer o que ele disse, então poderei criar uma corrente elétrica pelo meu corpo e centralizar duas cargas diferentes nestes bastões. Dessa forma, a diferença de cargas deles criará uma atração entre ambos e consequentemente, uma corrente elétrica.

Subitamente, a pantera jogou o medalhão para Witc e saltou a frente dos garotos, ouriçando seus pelos negros e encarando o que surgia entre as folhagens.

— Olha o que encontramos: Outra princesinha! – Comentou Tsifer com os braços abertos e apontando a espada para os meninos em seguida. – E dois moleques.

— Quem são vocês? – Indagou Witc tomando a frente ao lado da pantera.

— Sua morte. – Akira respondeu ao fixar o olhar sobre eles.

O céu permanecia escuro e aos poucos, mais gotas d’água começaram a banhar aquele chão. Um vento gélido balançou a gramínea e folhas que repousavam sobre o solo voaram em repúdio ao perigo. O olhar de seriedade de ambos aumentava a tensão naquele local.

De um lado, Tsifer, que logo sacava sua espada, e Akira, uma arqueira de cabelos Chanel. Do outro, Witc, um feiticeiro iniciante em magia elementar; Mylla, com seus longos cabelos loiros a bailarem com o vento; Ayurik, que começava a mover as gotículas em volta de seu corpo a bel prazer e um felino dotado de fortes músculos.

O cair das folhas prenunciará a batalha.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo: O Despertar da Ira

Até breve!!!