I am the Target escrita por Hawtrey, KCWatson


Capítulo 18
Fora de Controle - Parte II


Notas iniciais do capítulo

Oi oi gente, me desculpem pela enorme demora. Dessa vez a culpa não foi totalmente minha, eu juro. Eu estava com um problema no pulso e não conseguia escrever ou digitar no computador por muito tempo, ainda doí, mas não tanto quanto antes. Terminei esse capítulo ontem a noite, mas por falta de oportunidade não tinha postado
Mas agora vai
Espero que gostem



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Retirou o pequeno espelho da bolsa e suspirou, fitando o próprio reflexo. Estava horrível. Não era só cansaço, era também um curativo enorme perto do seu ombro e um hematoma no seu rosto.

― Isso vai ser um problema... ― sussurrou irritada.

Esse era o tipo de coisa que ganhava por tentar ajudar os Holmes e agora ia invadir uma cena do crime para interferir no caso de Holloway.

Ainda não passara das dez da manhã e já estava sendo um longo dia.

― Pode me deixar na esquina senhor Dalton ― pediu ao motorista ― Depois siga pela avenida principal. Não quero que seja visto.

Quando o carro parou, ela respirou fundo e saiu. Caminhou pela calçada o mais rápido que seus saltos permitiram e ajeitou o casaco, tendo a certeza de que seus ombros não ficariam expostos.

Depois de ajudar a colocar Moriarty no sofá, observou o lugar rapidamente. O lugar parecia ser uma casa bem simples para um criminoso de utilidade publica, então concluiu que deveria ser um lugar usado apenas em emergências. Forllet irradiava fúria pelo celular enquanto vasculhava os armários apressadamente.

― Vou ficar bem? ― sussurrou Moriarty.

Joan analisou o ferimento com mais calma e decidiu ser direta:

― Claro, alguns dias de repouso e estará pronta.

― Senhora Holmes ― chamou Forllet em tom controlado ― Me ajude a procurar esse maldito kit de primeiros socorros antes que eu volte lá e faça alguém engolir esse celular.

Ela suspirou contrariada.

― Continue apertando o ferimento, eu já volto.

Piscou repetidas vezes, saindo do transe. Diante da casa notou os olhares estranhos de alguns polícias que ainda mantinham o posto ali. Podia entender que a expressão dela não deveria ser uma das melhores e mais gentis no momento, mas realmente não tinha tempo para se importar com aquilo.

― Não pode entrar senhorita Watson ― um perito a impediu ― É uma cena de crime.

Ela franziu o cenho e lançou um olhar sugestivo a ele, ignorando-o em seguida.

Antes mesmo de atravessar a porta já podia sentir o calor emanar das paredes queimadas e do chão escuro. Não havia mais nenhuma chama, apenas as consequências de um incêndio que ela considerava ser muito inesperado. Pelo o que conhecia de Holloway, jamais o imaginaria queimando a própria casa para se livrar de um inimigo. Era um ato desesperado demais para alguém que adorava jogos. Entretanto, parecia que os últimos dias estavam sendo especialmente feitos para enlouquecê-la com o inesperado.

― Isso não devia ter acontecido! ― Forllet gritou para os seguranças, começando a ficar rubro de raiva. Pelo olhar deles, parecia que não era algo comum de se ver ― Esse encontro não passou de uma enorme tragédia!

― Nós dissemos a senhora Holmes que ir até lá-

― Ei ― Joan interrompeu irritada ― Nem pense em me culpar. Eu com certeza não sabia que havia um site colocando um preço na minha vida, nem que Holloway ia criar aquela confusão ou que todos esses assassinos apareceriam no lugar que vocês disseram ser seguro.

― Devia saber que Holloway poderia aparecer em qualquer lugar ― revidou Forllet, fitando-a.

― Se ele pode aparecer em qualquer lugar então espera que eu e Sherlock nos tranquemos em uma sala subterrânea até ele morrer? O que eu sei é que vocês estão sendo pagos para nos proteger e na primeira ameaça verdadeira, falharam. Ou estou errada?

― Watson ― Sherlock surgiu ao seu lado, assustando-a ― O que aconteceu com o seu rosto?

― O que aconteceu? ― perguntou fitando um ponto qualquer além da linha de seguranças.

Forllet, que estava limpando o ferimento no braço dela, parou para encará-la com o cenho franzido.

― Acho que está bem claro o que aconteceu.

― Eu discordo. Quais são as chances de Holloway invadir um lugar protegido com seu pequeno exército na mesma hora que um grupo de assassinos decide fazer o mesmo?

― Você está partindo do fato de que são grupos separados, talvez não sejam.

― Talvez sejam ― ela o fitou séria ― Não acho que Holloway queira me matar.

― Agora acredita no amor dele?

― Acredito no que vi e no meio daquela confusão eu vi Holloway atirando em um homem que ia me matar.

Forllet comprimiu os lábios e voltou a arrumar o curativo.

― Sabe o que acho? Acho que todo mundo perdeu o controle.

― Por que diz isso?

― Conheço o método de Holloway... ele não é muito minucioso, mas é detalhista. É um jogador nato. E até algumas horas atrás ele só tinha a polícia de Nova York e uma organização que ele desconhecia a procura dele, minha organização. Agora além de ele ter ganhado o meu desprezo, também ganhou a fúria de Moriarty como bônus. Foi a pior jogada dele.

― Watson? ― Sherlock chamou novamente, atento ― Foi muita audácia minha perguntar?

Joan lhe lançou um olhar confuso e negou, mudando de assunto.

― Não. Só preciso falar com o Capitão.

― Até onde sei ainda está de licença ― Detetive Bell lembrou se aproximando.

― Preciso falar com ele Marcus, é urgente ― Joan insistiu.

― Urgente? ― o Detetive franziu o cenho.

― Está tudo bem ― Capitão Gregson concordou tocando o ombro dele novamente ― Me acompanhe Joan.

Joan sorriu em agradecimento e acompanhou o Capitão até o quintal dos fundos da casa tentando não tropeçar em nada no caminho, enquanto tentava com todas as forças ignorar o olhar desconfiado de Sherlock.

Assim que saíram da casa, Capitão Gregson respirou fundo e se virou na direção dela.

― O que é tão importante?

― Na verdade eu preciso da sua ajuda Capitão, se possível.

― Minha ajuda? Com o quê?

― Acredito que preciso explicar muita coisa, mas antes preciso que prometa que não contará nada a ninguém, nem a Sherlock.

O Capitão franziu o cenho, confuso.

― Joan...

― Sob nenhuma circunstância, por favor.

― Tudo bem, prometo ― Gregson concordou rapidamente ― No que se meteu?

Joan olhou em volta rapidamente, então prosseguiu.

― Lembre-se de não repetir nada do que eu falar, Sherlock pode estar vendo e saberá só pelo movimento dos seus lábios.

― Certo, certo. Diga de uma vez ― ele apressou começando a ficar inquieto.

Joan fechou os olhos brevemente e engoliu em seco. Ainda dava tempo de voltar atrás, de manter aquele segredo e resolver tudo sem envolver mais ninguém. Ainda dava tempo...

 ― Há algum tempo o pai de Sherlock, Morland Holmes, pediu minha ajuda.

― Para o quê?

― Alguém está ameaçando matar Sherlock.

― O quê? ― Capitão Gregson se assustou ― Quem?

― Por isso ele me chamou, quer que eu descubra.

― Isso é loucura! Por que não chamou... ele? Ou a polícia?

Joan revirou os olhos e o fitou, descrente.

― Pense Capitão... é um típico caso entre bilionários, sem policia. E claro que Morland sabe que o filho tentaria fazer tudo sozinho.

― Certo, compreendo ― Gregson cortou, agitado ― Mas por que... sabe.

― Eu? Foi Sherlock que me treinou. Sou naturalmente a segunda opção quando não se pode tê-lo.

― Suspeitos?

― Morland acha que se trata de um grupo concorrente ― Joan resumiu ― Gente importante que perdeu algo por causa dos acordos dele, o que não é exatamente raro.

― E no que posso ajudar? Sem a polícia...

― Segurança ― ela respondeu de imediato ― Morland está me ajudando em tudo o que o dinheiro pode oferecer, até em guarda-costas. Mas nada pode ser feito perto de Sherlock sem que o mesmo perceba. E agora as coisas estão saindo do nosso controle.

― Como? ― o Capitão questionou confuso.

― Não posso explicar tudo agora ― Joan contornou ― O que importa é que precisa proteger Sherlock.

― Qual o nível do perigo?

Joan tomou folego. Era mesmo necessário falar?

― Eu estava em um local protegido quando dois grupos diferentes apareceram ao mesmo tempo a minha procura e no mínimo metade deles me queria morta ― respondeu fazendo Gregson a olhar assustada ― Eu e Moriarty achamos que pode ser bem pior com Sherlock.

― Espera, essa é a mesma...

― Sim, a mesma.

― Confiável? ― Gregson questionou de modo sugestivo.

― Completamente ― Joan concordou sem hesitar ― Ela encontrou um site de assassinos.

― E?

Ela quase sorriu. Era um momento maravilhoso na sua vida, não era?

― Nossas cabeças estão a prêmio.

Gregson paralisou alguns segundos, tentando processar a informação. Então bufou e começou a gesticular, parecendo irritado.

― Isso definitivamente não é bom.

― Ao todo, estão oferecendo um bilhão por nós dois.

― Meu Deus...

― Não sabemos quem colocou o anúncio, mas conseguimos derrubar o site. O problema é que a proposta pode ainda estar valida para as inúmeras pessoas que viram...

― Podem estar procurando por ele agora mesmo.

― E ainda há Holloway ― Joan completou em tom cansado ― Moriarty descobriu um dos esconderijos dele e arriscou um ataque um pouco inútil na tentativa de assustá-lo. Felizmente ela conseguiu manter a maior parte do local intacto.

― Se ela não tocou em nada, então é só me passar o endereço ― o Capitão garantiu com convicção.

Joan sorriu e cruzou os braços.

― Já está nele. Uma casa incendiada de um homem chamado Daniel Finnley que nunca existiu. Pode conferir se quiser.

Gregson olhou para a casa, parecendo completamente descrente em seus próprios olhos.

― Isso só pode ser brincadeira...

― Há muito a ser revelado aqui, Capitão Gregson ― Joan acrescentou ― Poderia começar com o chão em que estamos pisando.

***

O movimento era intenso tanto entre policiais quanto entre os peritos. Agora a casa estava completamente isolada e a rua fechada em ambas as pontas, sendo ocupada quase que completamente por carros do IML ou do próprio Departamento de Nova York. Joan estava afastada, longe do caminho de todos. Suas mãos começavam a tremer só por observar a cena que transcorria naquele lugar.

O jardim dos fundos, onde ela estava com o Capitão, agora estava totalmente destruído. Havia inúmeros buracos no chão feitos pelos próprios policiais, covas que até então eram desconhecidas por causa da grande profundidade. Corpos em decomposição passavam em seu campo de visão com frequência demais para que sua mente compreendesse e naquele momento, diante de tanta morte e tamanha demonstração de insensibilidade, Joan só conseguia pensar em correr até o banheiro, vomitar tudo o que tinha no estomago e chorar pelo tempo que fosse necessário, até que aquela dor impiedosa em seu peito parasse.

Era culpa sua? Se tivesse impedido Holloway anos antes, quando ainda namoravam... se tivesse a capacidade de ver o assassino ao seu lado naquela época, mudaria algo? Essas pessoas estariam vivas ou ela seria só mais uma na lista de mortos?

― Deus...

Respirou fundo e fechou os olhos, deixando as lágrimas caírem. Não conseguia lidar com aquelas suposições, não conseguia engolir aquela enorme vontade de pensar em um presente alternativo, onde tudo estava bem, onde não havia um jardim cheio de corpos e principalmente, onde não houvesse um Holloway brincando com sua vida. Mas aquilo não poderia existir e não podia se segurar em uma esperança que nunca existiria. Seu presente era aquele e não mudaria até que algo fosse feito.

Abriu os olhos e encontrou um par de íris azuis a encarando com intensidade. Sherlock estava tão preso àquele momento quanto ela, sem conseguir se mover e com a mente tão confusa quantos os próprios sentimentos. Eles não deviam estar ali, presos um ao outro, não era uma boa hora para se perderem em olhares ou pensamentos, mesmo que estivessem imersos no luto por aquelas pessoas.

Um puxão em seu braço a despertou bruscamente.

― Joshua? ― questionou surpresa.

― O que faz aqui? ― ele perguntou em tom urgente.

― O que você faz aqui? ― ela devolveu ― Isso é uma cena de crime!

Joshua revirou os olhos e tentou puxá-la, mas Joan se soltou.

― Não vou me mexer até que me diga o que está acontecendo. Como me encontrou?

― Rastreei seu celular ― Joshua respondeu, fazendo-a arregalar os olhos ― Quer que eu explique tudo aqui, no meio desses policiais? Ou podemos entrar no carro e correr para um lugar onde você não seja um alvo fácil?

― Mas...

Ele bufou e a puxou com força, sussurrando em seguida:

― Gregson e Forllet vão cuidar dele. Mas temos um problema, precisamos ir.

Joan então concordou com um aceno e o acompanhou para fora da casa em seguida.

― Pode pelo menos me dizer o que aconteceu?

Joshua parou no meio do caminho abruptamente e virou-se para ela:

― Veiga não está morto.

Joan o fitou confusa e em seguida franziu o cenho, tentando compreender o que acabara de ouvir.

― Veiga? Jeremy Veiga? O parceiro de Holloway?

Ele crispou os lábios e a puxou para mais perto do carro.

― É, esse mesmo.

― Joshua, isso é impossível. Eu estava lá e vi com meus próprios olhos, Veiga praticamente não tinha mais sangue no corpo.

― Aquele não era Jeremy Veiga, é bem parecido, mas não estamos falando de uma única pessoa.

― Como não? ― Joan questionou ― Tudo estava no banco de dados.

― Alguém de dentro alterou os dados, fazendo parecer que aquele homem era Veiga ― Joshua revelou, sério ― Acabei de saber, pelo próprio Forllet, que Veiga estava não só vivo esse tempo todo, como também trocou de identidade.

― E qual é o nome dele agora?

― Não sabemos, mas o que importa agora é que há um traidor na polícia e não temos ideia de quem é. Alguém que não só ajudou Holloway como também tirou do radar o parceiro assassino dele. Holloway sempre disse que isso tudo é um jogo e agora concordo plenamente, porque provavelmente ele está manipulando os fatos desde o inicio e se não formos rápidos, não teremos a mínima chance de sobreviver.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Comentem!
Então gente, AVISO: O proximo capítulo ja está quase pronto, so falta passar do caderno para o pc, Mas não vou poder fazer isso na sexta (pq é meu aniversario e vou sair) ou no final de semana (pq estarei mega ocupada), mas sempre que houver um tempinho eu vou digitar pq quero postar antes de quarta, pq na quinta vou viajar para São Paulo e só voltarei na terça de madrugada, e a essa altura já vai demorar muito, então vou correr! =D



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