I am the Target escrita por Hawtrey, KCWatson


Capítulo 14
Arthur


Notas iniciais do capítulo

Fiquei bem triste por ter recebido apenas dois comentários e somente um no capítulo anterior, eu sei que demorei, mas acreditei que essa demora daria um tempo pra todo mundo ler e comentar. Espero que isso mude nesse aqui. Obrigada a Tsubasa e Jisbon por terem comentado, continuem com a gente.

ATENÇÃO: Bom... esse capítulo criou uma divergência entre eu e KPrince, ela não queria, eu queria, e no final decidimos que não vai alterar a história tanto assim. Apesar de ser uma pequena surpresa já que praticamente surgiu do nada kk Espero que gostem e COMENTEM.

bjs da Kelly



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— Um acordo? Vocês enlouqueceram? — esbravejou Joan começando a ficar rubra de raiva.

Lançou um olhar raivoso para os três e só não partiu para cima de Sherlock porque estava confinada à sua cama.

— Só pra deixar claro, eu fui contra — declarou Bell erguendo as mãos.

— E mesmo assim deixou isso acontecer — ela cortou irritada.

— A escolha foi toda minha Watson — anunciou Sherlock se aproximando dela hesitante — Achei que isso deixaria você livre da perseguição dele.

— Então foi lá e sugeriu o velho acordo de sua vida pela minha. Sério? Não percebe o quanto isso foi idiota?

Sherlock revirou os olhos impaciente, enquanto Joan cruzou os braços esperando uma explicação razoável e digna de Sherlock Holmes.

— Do que isso importa? Eu já fiz, já aconteceu!

Mais uma vez ele usava as palavras erradas.

— Holloway considerou o seu acordo como uma jogada Sherlock — gritou em resposta — E o que ele fez naquela casa foi o contra-ataque! Um bebê poderia ter morrido naquele incêndio, eu poderia ter morrido!

Ela já havia explicado tudo a ele, inúmeras vezes. Mesmo assim ele insistia em ignorar.

— Mas ele recusou! — Sherlock argumentou.

Joan sentiu o descontrole aumentar e antes que decidisse ignorar sua dor para estrangular Sherlock, pegou a foto que escondia embaixo do travesseiro e jogou no chão diante dele.

— É claro que recusou! Você é o alvo dele, não eu — insistiu entre dentes — Ele quer destruir você, mas entregando sua vida de bandeja é a última coisa que ele aceitaria. Isso acabaria com a diversão dele, acabaria com esse maldito jogo!

Sherlock suspirou e pegou a foto do chão. Capitão Gregson caminhou até ele em passos lentos e analisou a foto, assim como Bell.

— Você era inocente e fofo. Pena que cresceu — Gregson comentou sorrindo.

— Não sou eu — cortou Sherlock em tom frio.

Joan franziu o cenho quando viu o sorriso do Capitão desaparecer e o mesmo trocar um olhar significativo com Bell. Havia algo ali.

— Deixem-me sozinho com ela — pediu Sherlock ainda com os olhos na foto.

O coração dela acelerou ao vê-los sair do quarto e deixa-la ali, sozinha com ele. Sherlock não gostava de manter conversas sérias e muito menos começa-las, mas estava fazendo agora e isso a assustava.

— Eu disse que precisava conversar com você.

Recordou-se do momento em que ele, sob protestos, pegou-a no colo mesmo com um tiro no braço e revelou tal noticia. Só um dia havia se passado, mesmo assim o tom de voz dele a fez criar esperanças para que o assunto fosse esquecido.

— Parece algo sério — ela deixou escapar.

Sherlock suspirou, sentou na beirada da cama e devolveu a foto a ela.

— O nome dele é Arthur, tem um ano e dois meses... e você o salvou de um incêndio.

Joan arregalou os olhos e arfou.

— Como... como assim? Sherlock eu já fui médica, reconheço marcações faciais. Eu olhei bem essa foto e é você.

Poderia entender que depois de sair da casa estava nervosa demais para assimilar uma foto com um bebê de verdade, mas dentro daquele quarto em chamas sua atenção estava totalmente naquela imagem.

Mas Sherlock apenas negou.

— Não sou eu, ele é apenas parecido comigo.

Ela voltou a se concentrar, dessa vez no rosto de Sherlock. Tudo estava tão confuso em sua mente, uma confusão que se misturava com seus sentimentos, bagunçava seu controle emocional, influenciava em suas escolhas e que estava a enlouquecendo cada dia mais.  Mas naquele momento precisava de toda a sua mente focada somente nele, precisava começar a entender alguma coisa do que estava acontecendo e podia muito bem começar dali. Observou a boca reta dele, os ombros caídos, os olhos fixos em qualquer ponto que não fosse os olhos dela.

Não, não qualquer ponto.

Sherlock ainda olhava a foto mesmo que estivesse nas mãos dela e só então ela havia entendido tudo. Sentiu seu coração doer e sua garganta fechar, mas precisava da confirmação.

— É seu filho — disse com a voz rouca.

O olhar dele se desviou para encarar o dela, incerto e inseguro.  Era a confirmação que Joan precisava.

— Eu não sabia, eu juro que não sabia.

Ela engoliu qualquer reação, boa ou não, e respirou fundo, bem fundo. Não era muito ruim, não é? Nem muito estranho. Sherlock tem um filho... com uma mulher ainda desconhecida para ela.

Quem estou tentando enganar?

Podia não ser ruim, mas era muito estranho e completamente assustador. Sherlock Holmes, o homem que praticamente gritava aos quatro ventos que nunca iria se casar ou criar qualquer laço permanente com ninguém... tem um filho. E por todo esse tempo Joan teve medo de pronunciar qualquer frase que envolvesse a palavra “amor” com medo da reação dele.

— Joan?

Ela o ignorou e voltou a fitar a foto. O bebê parecia mesmo com ele, poderia jurar que não havia qualquer traço da mãe. Como Sherlock não sabia sobre ele? Será que a mãe decidiu esconder?

— Quem é a mãe? — perguntou, agradecendo por sua voz sair firme.

— Agatha Sparrel.

Ergueu os olhos assustada. Lembrava-se vagamente de Agatha Sparrel, breves dias que se iniciaram com Sherlock praticamente a expulsando do Sobrado porque receberia a visita de Agatha. A loira pediu por um filho, o que Sherlock fez questão de negar por saber que a ideia partira de Morland e por ainda ser Sherlock Holmes, claro.

Parece que não negou o suficiente...

— O que aconteceu?

Sherlock pigarreou e tentou voltar à expressão indiferente, apesar de seus olhos o contradizerem.

— Oficialmente eu não sei, talvez houve um descuido da nossa parte...

— E onde ela está?

— Ainda não encontramos — ele respondeu se levantando — Só descobri porque pedi uma ajudinha do Capitão com um exame de paternidade. Desconfiei assim que olhei nos olhos de Arthur.

Joan maneou a cabeça incerta. Como não encontraram Agatha? Ela não pode ter deixado o filho sozinho, ou pode?

— Nenhum sinal da Agatha?

— O Capitão procurou por todo lugar, parece que ela saiu da cidade de carro e não usou o cartão até agora.

— E cadê o Arthur?

Sherlock desviou o olhar e algo reacendeu em Joan. Raiva.

— Não deixou o seu filho com uma assistente social, não é?

Ele suspirou e começou a andar de um lado para o outro, nervoso. Joan bufou.

— Pelo amor de Deus Sherlock! É seu filho, vá busca-lo agora.

— O quê? — ele paralisou — Watson, eu não sirvo para ser pai. Deixei bem claro minha opinião sobre o assunto quando Agatha fez aquele pedido absurdo. Eu não quero que isso aqui — apontou para a própria mente — Seja o fardo de outra criança! Quanto mais longe de mim essa criança ficar, melhor será para ela. Não quero um filho, não quero ser pai, não quero ter que ser um exemplo pra ninguém.

Em um ímpeto, ignorando toda a dor, Joan se ergueu da cama e colocando toda a força de sua raiva, acertou o rosto dele com um tapa. Sherlock a olhou, assustado com o ato, tocando o rosto como se não acreditasse.

— Não seja ridículo — ela rosnou entre dentes — Ele já nasceu Holmes e você já sabe da existência dele. Quando se trata de uma criança, qualquer que seja, não importa como os pais se sentem ou quais problemas estão no caminho, nunca se abandona  ela. Nunca. E enquanto eu estiver na sua vida não vou permitir que abandone seu filho. Não quer ser um pai? Pois vou te ensinar a querer.

Sherlock engoliu em seco e recuou surpreso. Joan respirou tentando se acalmar e sentou na cama.

— Então? — questionou ao vê-lo ainda parado — Vai busca-lo ou eu mesma tenha que fazer isso?

***

Resmungou, sentindo algumas partes da sua pele arderem enquanto andava. Consequências do que aconteceu na casa incendiada. Ignorou a agonia e continuou a preparar o jantar. Sherlock já havia saindo há pelo menos duas horas e deveria voltar a qualquer hora, de preferencia com um bebê nos braços. Encarou o armário com desanimo, não havia nada ali que um bebê pudesse comer, por isso estava preparando uma sopa. Mas ele não poderia comer só sopa pelo resto dos dias.

Quanto tempo ele ficaria?

Seu celular tocou sobre a mesa e ela se adiantou com rapidez imaginando que era Sherlock.

— Você já devia ter chegado.

Não sabia que estava me esperando.

A voz a surpreendeu, reconheceu-a imediatamente.

— Moriarty?

Se me chamar de Jamie ou Irene eu também aceito, não precisamos criar formalidades agora.

Joan suspirou e apagou o fogo sob a panela, não queria correr o risco de deixar queimar ou incendiar a casa com raiva.

— O que você quer?

Oferecer ajuda — Moriarty respondeu suavemente.

— Não sei se quero sua ajuda — Joan cortou se apoiando na mesa.

Pois eu acho que quer, ainda mais com um ex-namorado especialista em venenos tentando infernizar sua vida e por enquanto, conseguindo.

Franziu o cenho. É claro que Moriarty sabia sobre Holloway, mesmo estando confinada ela sempre conseguia saber tudo.

— E o que ganha com isso Jamie? — questionou sarcástica.

Moriarty riu e respondeu na mesma calma.

Eu não quero nada Joan, sinceramente não há nada que você ou Sherlock possam me dar no momento. Mas não gosto da ideia de ter um envenenador enciumado interferindo nas minhas obras primas.

— Suas obras primas?

Oh Joan... você e Sherlock são únicos, mentes brilhantes que nem precisam mais ser lapidadas. E não quero ninguém mudando isso, ainda mais sem um propósito aceitável.

E foi naquele momento que Joan teve a absoluta certeza de que Jamie Moriarty era completamente louca, não que já não tivesse algumas suspeitas depois de ver seu próprio rosto pintado em uma tela por ela.

— Não sei se quero você interferindo na minha vida... — respondeu cautelosa.

Eu só interfiro quando há risco de vida. E no momento há — Moriarty respondeu determinada — Apenas aceite.

— Sinta-se à vontade para fazer o que quiser — respondeu antes de desligar e jogar o celular sobre a mesa.

Tinha acabado de aceitar a ajuda de uma louca. Com certeza fora um ato impensado, uma decisão precipitada e provavelmente se arrependeria depois, mas não custava nada tentar. Não é? O que poderia piorar? Moriarty não tentaria matar Sherlock, nem qualquer um de seus amigos, disso tinha certeza. Mesmo assim algo poderia dar errado como sempre dava e tudo se tornaria uma avalanche sem fim.

Não, não posso pensar assim.

Havia tanta coisa a se fazer, um caso estranho para continuar, a vida de Sherlock em risco e um filho dele no meio com uma mãe ainda longe. Segredos e mais segredos que já estavam se acumulando e que pareciam cansá-la cada dia mais. O que deveria fazer? O que deveria mudar?

— Tudo bem? — uma voz feminina perguntou carinhosamente.

Joan ergueu a cabeça e encontrou o olhar gentil da Senhora Hudson e ao seu lado o olhar questionador de Sherlock, que por sinal estava com uma criança nos braços, como esperou.

— Claro — forçou um sorriso e se aproximou para acariciar as bochechas de Arthur, perguntando — Por que chamou a senhora Hudson?

Sherlock lhe lançou um olhar desconfiado e respondeu em tom duro:

— Ela vai cuidar do Arthur enquanto estivermos fora.

— E para onde vamos?

— Investigar aquelas duas vítimas, claro.

Joan revirou os olhos e acenou em direção a Senhora Hudson, que sorriu. É claro que algo ia interferir nos planos dela de encontrar um pai em Sherlock.


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Notas finais do capítulo

Vocês queriam uma criança... então ela veio, de um jeito diferente do que pediram, mas veio kk

AH SIM! Eu decidi mostrar um pouquinho de um grande capítulo futuro que KPrince já escreveu (lembrem-se que a fic já está toda organizada). Aqui está:

"— Então é isso que faz nas noites em que chega tarde? Vai a festas com meu pai?
— Sherlock eu preciso explicar...
— Não — ele a cortou — Você tem todo o direito de sair, vendo que ainda necessita de um circulo social.
— Sherlock.
— Você não precisava mentir pra mim, Watson. Eu compreendo que mesmo depois de longos anos na minha companhia...
(...)
— Pra fora! Corram! — um dos seguranças gritou para o casal enquanto olhava ao redor freneticamente.
Joan não pensou duas vezes antes de obedecer, agarrou a mão de Sherlock e começou a puxá-lo em direção a saída mais próxima, tendo a passagem aberta pelos seguranças em meio a multidão assustada demais para debater. Uma segunda explosão, dessa vez seguida do som inconfundível de tiros fez o desespero dela crescer, não conseguia olhar ao redor mas sabia que o caos estava criado. Os seguranças começaram a atirar em algum alvo, mas ela só paralisou quando um deles caiu ao seu lado, com o braço sangrando. Aquele tiro era para ela.
(...)
— Saia.
— Vai correr o risco de feri-lo?
— Larga a maldita arma e saia do carro.
(...)
— O que faz aqui?
— Eu vim prestigiar minha mais nova produção — ele respondeu sorrindo, enquanto se aproximava.
(...)
— Podem matá-lo.
— Não!"



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