- E agora?... O que eu faço?! - disse cansado, sentando-se no chão. Sentiu novamente o aroma o envolver. Levantou-se num pulo.

 

“De onde está vindo esse cheiro?” - pensou. Estava cada vez mais curioso.

 

 - Se perdeu?

Tom escutou uma voz vinda de longe. O cheiro ficava cada vez mais intenso. Era tão calmante e suave que Tom precisou sentar-se novamente.

- Você está bem? - disse a voz agora mais próxima. - És tão pequeno... - uma mão acariciava sua cabeça.

Tom a ergueu para olhar quem era mas não conseguia. A pessoa estava contra o sol, o que o impossibilitava de ver com nitidez.

- Quem... quem é você? - perguntou angustiado, completamente tomado pelo cheiro.

- Isso não importa agora, importa? … - hesitou – Olhe só para você! Tão pequeno e indefeso.

Tom sentia que sorriam para ele.

- Está perdida também?... - perguntou inocentemente.

- Não pequeno. Eu moro aqui ^^ - A voz era tão suave.

- Mora?... - Tom perguntou espantado. Como alguém poderia morar ali? Naquela floresta tão densa? Perguntou em vão, pois não obteve resposta.

- TOMMMM! ... TOMMMMM! - ouviu-se ao longe.

- Estão procurando por você pequeno.

- Estão? - Estava tão deslumbrado com o cheiro que esquecera-se completamente que estava perdido.

- Siga reto meu querido, apenas siga reto. Vai encontrar a saída. 大好き.

- Hã? ... Ah? Só ir reto...mas... hey? - disse Tom agora mais assustado ao perceber que estava sozinho – Oi?... alguém aqui?

A floresta por um momento escureceu, juntamente com a visão do guitarrista. Pensou ter visto algo que se estendia entre as árvores, por todo o lugar.

Dominado agora por outro sentimento que se chamava medo, correu seguindo a instrução que lhe fora dada.

“ Eu estou louco! Estou ficando louco, só pode ser!” - pensou gritando.

(...)

- Ah! D: O que é isso na Sayu?! - gritou Georg assustado fitando o corpo da menininha que parecia meditar.

Bill e Gustav ficaram calados, mas também se fizeram a mesma pergunta.

“Ele está chegando” - disse uma voz na mente de Sayu. A criança virou-se bruscamente em direção a entrada do bosque.

- Tom?... - disse esperançosa. Bill, Georg e Gustav, agora sem medo, juntaram-se a ela e esperam. Minutos depois, avistaram Tom correndo em suas direções.

- TOMMM! - gritou a criança indo ao seu encontro com lágrimas nos olhos. O pegou no colo. - Tom Tom Tom! Graças a Deus! Pequeno! Como você está? Daijoubu? Está machucado? O que aconteceu? - perguntava angustiada enquanto analisava o filhote cautelosamente - Ao que parece...não se machucou... - O filhote estava com sua cabecinha escondida entre os braços da criança – Tom...? O que houve?... - Sayu tentava entender o porque do guitarrista ter fugido.

- Tom! Onde você foi?!... Digo, por que você entrou lá?! E sozinho! - Bill estava nervoso. Temia tanto perder o irmão.

- Cara! Que susto que você nos deu! D: - Gustav

- Ta tudo bem, o que houve?... - Georg também estava preocupado.

Para tantas perguntas, nenhuma resposta. Tom ainda permanecia da mesma forma. Mudo, colado nos braços de Sayu, sem se mover.

A menininha sentiu seu braço humedecer.

- Tom...?... Você está... - perguntou Sayu para Tom que apertou seu braço. Ela não deveria terminar a frase. Eles não poderiam ver... que ele estava chorando.

Sayu pareceu entender.

- Vamos para casa gente. - disse seguindo seu rumo com Tom nos braços. Os filhotes apenas a seguiram, sem questionar mais nada.

 ~¤

- Sayu! Já está na hora de você dormir minha filha!

- Já vou mamãe! - gritou

Passaram-se horas desde que Sayu e os filhotes haviam regressado para casa. Tom estava recluso, apreensivo. Não falou absolutamente nada desde que voltaram. Os rapazes encontravam-se deitados no tapete ao lado da cama enquanto Sayu escovava os dentes para dormir.

 - O que aconteceu com o Tom ein?... Acabou ficando o dia todo assim :/- Gustav

- Não sei, nem eu agora consigo reconhecer meu próprio irmão. Eu nunca...vi ele tão distante e calado como está. - dizia Bill entristecido.

- Será que aconteceu algo com ele naquela floresta?... Se formos parar pra pensar: Ele veio corredo sem fôlego em nossa direção lembra? Parecia assustado...

- PELO AMOR GEORG! - gritou desesperado -  Não fala isso nem de brincadeira! Não quero nem pensar! D: - Bill não aguentava mais. Precisava saber o que estava acontecendo. Ouviram Sayu falar algo. Estava falando com Tom.

- Bebê...eu vou dormir... Vem comigo? - Abaixada, Sayu perguntou inocentemente para o guitarrista. Este, como uma criança, apenas balançou a cabeça negativamente. - Tudo bem então.. - sorriu -  Vou deixar o puff ao lado da cama pra que vocês consigam subir depois. - disse abaixando-se e beijando a cabecinha do filhote – Seja lá o que aconteceu naquele bosque, já passou. Está tudo bem agora. - disse concluindo. Tom pareceu-se encolher ainda mais.

Sayu apagou a luz e acendeu o abajur. Sabia que os outros não iriam dormir ainda, mas não podia esperar por eles. Precisava descansar, teria aulas de magia logo pela manhã.

Passado alguns minutos, Bill foi ao encontro do irmão.

- Tom.. - levou sua patinha até a do irmão – O que houve...você ta muito estranho... :/

- É verdade cara, parece que comeu algo estragado! Ta muito emo. ><

- Georg! ¬¬' - Bill

- Desculpe... - Georg

Tentativas frustradas. Tom simplesmente não queria falar.

 - Gente. Venham aqui por favor? Vocês precisam ver isso... - disse Gustav com o diário aberto estirado no chão. Bill e Georg receiosos, correram até o amigo.

- De novo com isso? Por que você ainda insiste tanto nesse diário Gustav? - Georg

- Acho que podemos descobrir algumas coisas importantes da Sayu com isso...olhem: