Descendants. escrita por LullyDean


Capítulo 1
O início de algo dourado.


Notas iniciais do capítulo

Muitos aqui sabem da minha decisão de reescrever a história e eu agradeço aos leitores que me apoiaram e comentaram na minha decisão, Crazy_World, Sweet Vampire Cullen e Arthur Santos vocês são meus amores e eu fico tão feliz de tê-los como leitores, que vocês nem imaginam ♥

Muito bem, deixo avisado que alguns capitulos da antiga versão podem voltar a aparecer e eu posso apenas adaptá-lo para essa versão mais coerente da história, mas alguns, no entanto, podem nunca existir novamente.

Por enquanto é só, boa leitura.



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“Em toda comunidade existe trabalho a ser feito. Em toda nação existem feridas a curar. Em todo coração existe o poder para fazer isso.”, Marianne Williamson.

 

 

Há exatos 20 anos atrás, quando Bela casou-se com a Fera e Branca de Neve acordou de seu “sono” conquistado por um “artefato” envenenado, Auradon foi criada. Os príncipes Adam e David tiveram a ideia de unir todos os reinos em um, preferindo este feito à suas luas de mel.

Ambos fizeram um acordo, enquanto Adam governasse ao lado de sua esposa, Encantado e Branca ajudariam no governo e tratariam da paz dos reinos. Duas famílias ao poder.

O exílio de todos os vilões para a ilha ocorreu imediatamente após o casamento de Bela, sendo o primeiro acordo dos dois governantes e o único que ambos juraram jamais quebrar.

Contudo, anos depois, ali estava Ben, pronto para destruir o acordo.

Para todos os efeitos, os olhos claros do futuro rei estavam fixos na paisagem que se estendia além da janela — onde um pedaço de terra enegrecido se encontrava — e para qualquer um que perguntasse o que tanto olhava a resposta seria: “Perdoe minha distração, observo o mar.”.

No entanto, toda atenção e olhares estavam voltados àquele pedaço de terra nebulosa e quase esquecida sobre as águas, a ilha dos perdidos — lugar o qual já há vinte anos residiam todos os vilões, malfeitores, criminosos e aliados daqueles que desfrutavam da destruição dos “heróis” de Auradon.

A ilha inteira era uma prisão protegida por uma barreira mágica, que impedia a fuga dos vilões. Algumas mercadorias de Auradon (suprimentos e doações) entravam, mas nada — em hipótese alguma — saía dali.

O príncipe suspirou desviando finalmente o olhar de volta para a papelada em sua escrivaninha. Não soube quanto tempo desperdiçou encarando a ilha, muito menos quanto tempo exatamente sua amiga de infância havia levado para preparar o documento que por um breve momento ignorou.

Apanhou a papelada folheando-a rapidamente. Havia fotos e detalhes de cada descendente que o príncipe pediu para ela detalhar.

— Parece que levou bastante tempo fazendo isso. — Ben falou para a menina jogada em sua cama, que lia assiduamente o livro de capa azul que o príncipe ganhou de sua mãe há apenas uma semana.

— 20 minutos. — a princesa respondeu colocando o dedo na frase que acabava de ler antes de voltar sua atenção para o melhor amigo, abaixando o livro até o colo enquanto repousava a cabeça na madeira negra que servia de suporte para o dossel (recolhido por madame Samovar para limpeza mensal) — Já tínhamos os escolhido, Ben. Só precisei reunir algumas informações básicas...

Benjamin voltou a analisar o conteúdo nas páginas amareladas naquele mesmo segundo. Balançou a cabeça contendo uma risada costumeira com a modéstia da amiga. Ryan sempre fora ótima com documentos daquela estirpe, sua mãe ensinou-a desde pequena a realiza-los com maestria da mesma maneira que ensinou os irmãos da princesa.  

O príncipe voltou o olhar para a amiga, que continuava a leitura fervorosamente. Ela estava tão longe em aparência de quando a conheceu. Os cabelos outrora louros como ouro reluziam numa cor semelhante a ébano, tão longos e brilhantes repousando as pontas dos fios próximos à cintura da menina. Os olhos ora verdes, cinzas e azuis, agora cintilavam em uma cor semelhante a ciano indo de um lado para outro enquanto lia cada palavra nas páginas, que segurava com tanto afinco.

— Não é por nada, mas da ultima vez que encarou alguém assim... Bem, você a namora agora. — sem desviar os olhos do livro, Ryan disse arrancando uma risada do amigo. — E, apesar de me sentir lisonjeada com a cortesia, tenho de rejeitá-lo. É como um irmão pra mim e, felizmente, não é meu tipo.

Ben soltou uma gargalhada descontraída ao ouvir as palavras da princesa, que sequer desviava o olhar das páginas para lhe falar.

— Conheço bastante do seu gosto para me sentir feliz o suficiente de não estar nessa categoria de homem, Ry. — a princesa ergueu o rosto para encará-lo com a boca levemente aberta em falsa ofensa. Levou a mão ao peito esticando a outra para uma almofada avulsa sobre a cama e tacou-a contra o rapaz, que desviou por muito pouco se abaixando.

— Calado! — retrucou a menina, segurando o riso. — Meu gosto não é ruim... — Ben ergueu a sobrancelha em sua direção. — Não é! — o rapaz tombou a cabeça para o lado ainda a encarando. — Ah, pare com isso! — o príncipe cruzou os braços. — Está bem! Tenho um gosto questionável, mas não ruim!

Ele balançou a cabeça, afirmativo e satisfeito o suficiente com a resposta para continuar a discussão costumeira de ambos.

— Me tire algumas duvidas. — pediu para a amiga que puxou uma fita vermelha fixada ao livro marcando a página que lia antes de fechá-lo. — Sei bem que escolheu a menina — analisou a papelada em busca do nome da garota —, Evie, por motivos pessoais. — Ryan assentiu calmamente com os olhos levemente semicerrados, mas atentos em cada palavra que lhe dizia, e Ben sabia que tais motivos não eram ruins. — E esse... — virou a página procurando o nome — Jayden, pois mencionamos a Alan, Tan e Cam a ideia e eles pediram que o escolhêssemos. — mais uma vez a princesa assentiu — Eu escolhi Carlos e Mal. E nós escolhemos Maya. — Ben virou a página sob o olhar atento da amiga, que esperava sua pergunta calmamente. — Mas o que não entendo é o motivo de tê-laescolhido.

O futuro rei virou a página cuja foto de uma menina ruiva de olhos claros se apoiava contra uma parede avulsa, lixando as unhas sem se importar com nada ao redor, se destacava.

A sobrancelha bem feita de Ryan se ergueu minimamente e ela desviou o olhar por um segundo rápido antes de abrir a boca para responder:

— Elz. — Benjamin franziu o rosto sem entender realmente o que a amiga queria dizer com o nome do colega de classe. — Ele escutou quando conversávamos com Alan sobre a ideia e me pediu que a incluísse no projeto. — Ben inclinou a cabeça para o lado com a expressão questionando algo silencioso à amiga — Disse que, ou a colocávamos com os outros nele ou todo mundo ia saber da ideia com antecedência.

Ben prendeu a respiração por um segundo após saber da ameaça que Ryan tinha sofrido.

— Fique tranquilo. — ela tentou suavizar a situação antes que o amigo entrasse em pânico. — Ele me disse que gostaria que ela viesse, porque está cansado dela pagar o preço pelos crimes do pai. — Ben pareceu se acalmar minimamente. — Anne também. — Ryan acrescentou, deixando o futuro rei mais tranquilo com a situação.

— Ele não é o único que está cansado. — o príncipe murmurou um pouco tristonho, olhando novamente para a ilha.

— Por isso estamos criando o projeto, Ben. — a princesa comentou abandonando o livro na cama e caminhando na direção do amigo. — Para que eles tenham uma chance de algo melhor, mesmo que mínima, eles tem o direito. — o abraçou por trás enquanto olhavam a ilha juntos. — E está na hora de todo mundo ver isso.

O príncipe sorriu com a ideia segurando a mão da amiga suavemente.

— Gostaria que Audrey tivesse a mesma opinião... — murmurou recebendo um aperto maior no abraço.

— Todos um dia almejaram isso. — sussurrou soltando os braços ao redor dele para segurar-lhe os ombros — Até mesmo eu. — brincou arrancando uma risada discreta de Benjamin.

— A parte difícil será contar aos meus pais...

— Achei que contar a Audrey seria mais preocupante.

— Tem razão. — o príncipe assentiu fazendo uma leve careta. — Tanto quanto contar a outra pessoa em especial... — falou com cuidado, percebendo a tensão que rondou os olhos da amiga no mesmo segundo que assimilara qual era a pessoa. — Tem falado com ele?

Ryan negou com a cabeça.

— A última coisa que quero é uma ligação com ele. — respirou fundo com os ombros pesados. Ben sentiu uma vontade absurda de se estapear por conta da própria estupidez. Ainda era muito cedo para falar de Tyler. Cedo demais.

— Me desculpe...

— Não há porque se desculpar, Ben. — a princesa o interrompeu balançando a cabeça decidida — Você não tem culpa de nada. — suspirou apanhando o documento que há pouco o amigo analisava. — Muito menos eles... — sussurrou tristonha, mas logo substituindo tal máscara por um sorriso esperançoso. — Estamos fazendo o certo. — voltou a olhar o príncipe dando um leve tapa em seu ombro — Sei que estamos.

O príncipe sorriu.

Apesar de todas as inseguranças que tinha devido à sua primeira proclamação, Ryan sempre esclarecia o que era certo, lhe dando uma nova perspectiva clara e segura que o confortava por horas antes de voltar a se preocupar.

A princesa encarava o documento fingindo atenção. No entanto, Ben sabia que estava pensando em Tyler, fosse pelo modo como seus olhos pareciam levemente desfocados ou pela tensão que ainda os assombrava. 

O rapaz abriu a boca para lhe dizer algo reconfortante, mas foi interrompido pela batida à porta do quarto e a entrada do alfaiate real, pronto para continuar seus ajustes no terno para sua coroação.

— Devemos começar cedo, para finalizar os ajustes quanto antes. — simplificou o alfaiate entregando a roupa para que Ben a vestisse.

O príncipe apanhou a roupa, virou decidido a dizer qualquer coisa boa para Ryan, mas a menina voltara à leitura largada na mesma ponta da cama sem se preocupar muito com a presença do homem no quarto.

 Ele resolveu não insistir, pois a conhecia bem demais e sabia que quando ela se fechava daquela maneira em um livro, era porque precisava de um momento para ela, não necessariamente sozinha, mas sim em seu próprio mundinho de ficção e fantasia.

Momentos se passaram, silenciosos e arrastados enquanto o alfaiate media e anotava, colocava alfinetes e voltava a medir.

— Manga. — puxou seu braço para medi-lo, os ajustes que estava fazendo no terno azul mal começaram e ele já queria que acabasse. — Cabeça. — o homem puxou seu queixo para frente, medindo-o com a fita amarela.

Por um breve momento, Ben prestou atenção em como os cabelos da amiga tocavam o chão, enquanto a mesma que tinha a cabeça repousada na ponta da cama lia o livro que erguia centímetros acima do rosto.

As pernas erguidas ao céu tocava a madeira do dossel da cama com o salto rosado, fazendo o amigo pigarrear com a visão.

— Ryan, vestido! — avisou para a amiga que provavelmente tinha se esquecido da roupa que usava e de como a saia cairia deixando a roupa íntima à mostra caso ficasse naquela mesma posição.

— Short, Ben! — a princesa devolveu com um ar vitorioso, lembrando o amigo que jamais usaria um vestido se não tivesse usando um short, por precaução, por baixo da saia. — Por que ainda não leu ele? — indagou com certa indignação.

— Talvez seja porque você não o largou desde que o pegou ontem... — o rapaz respondeu vendo a princesa inclinar a cabeça para baixo, deixando o cabelo se espalhar pelo chão, enquanto o observava de ponta cabeça com um sorriso travesso. — Sem permissão. — falou com ênfase recebendo em troca uma Ryan mostrando-lhe a língua.

— O ganhou faz quase uma semana, não pode me culpar por sua falta de apreciação pela leitura. — a princesa retrucou fechando o livro e o largando de lado na cama antes de rolar para fora da mesma, bagunçando o cabelo e o vestido branco no processo. — Ele é bom, madrinha já tinha me falado dele.

Ben balançou a cabeça prestando atenção em cada palavra da amiga, que o olhava de cima a baixo avaliativa.

— Um mês. — murmurou ainda sem acreditar que o amigo seria coroado em torno daquela data. — Como se sente?

— Incrível. — o príncipe riu com a careta que a amiga fez. — E você? Fala de mim, mas sequer menciona a própria coroação que será em quanto tempo mesmo? 2 meses?

— Três. — a princesa respondeu ajeitando a saia do vestido, passando em seguida a mão pelas pedrinhas que adornavam da parte do busto até o umbigo. — Ainda não acostumei com a ideia. — admitiu com certa afobação embaixo das camadas de tecidos e sorrisos. — Neal deveria ser coroado com você.

Benjamin inclinou a cabeça para o lado ao responder:

— Será uma ótima Rainha. — a princesa forçou um sorriso.

Ser descendente de Branca de Neve e Encantado era difícil para a menina e Ben sabia disso, assim como sabia da pressão dos pais sobre ela e os irmãos, motivo o qual resultou na renuncia de Neal após o “sumiço” da primogênita.

O choque do ato foi grande, tanto quanto o desaparecimento de Emma, mas depois de algumas semanas o fato foi aceito por metade do povo que preferiu fixar sua atenção na coroação de Ben ao invés do drama da família Snow Charming.

— Não acredito que vai ser coroado Rei mês que vem. — Ryan se virou para poder observar as faces dos padrinhos que entravam no quarto do filho, sorrindo com orgulho do menino. — É só um bebê!

O homem além de alto e muito bonito para idade, usava óculos e tinha no rosto uma indignação suave pelo tempo que passou rápido demais para seu gosto. Ao seu lado, Bela usava seu costumeiro vestido amarelo, seu semblante era orgulhoso e ao mesmo tempo preocupado com o menino.

— Ele vai fazer dezesseis anos! — protestou a mulher suavemente para o marido.

A princesa fez uma sutil reverência com a cabeça em cumprimento ao casal. Ambos sorriem para a afilhada com carinho, bela soltando o braço do marido para apanhar uma blusa qualquer de Ben largada em cima da mesinha de totó.

— Dezesseis? – o Rei indagou tirando os óculos por um momento — É muito novo pra ser rei. Só tomei boas decisões depois dos... — pensou por um momento, enquanto guardava os óculos no bolço interno do terno — Quarenta e dois.

Bela colocou a peça de roupa do filho em cima do baú ao pé da cama e logo após virou-se levemente indignada para o marido:

— Decidiu se casar comigo com vinte e oito.

— Foi só para me livrar de um Bule. — Ryan e Ben riram quando o homem piscou para eles.

— Pobre Madame Samovar! — lamentou a afilhada com humor.

Adam riu recebendo da esposa um olhar repreensivo,

— É apenas uma brincadeira — esclareceu a ela sorrindo amorosamente.

Ben observou os pais com o estomago embrulhando levemente. Sabia que aquele era o momento para informa-los do projeto, ensaiou com Ryan a noite inteira para aquele momento e sabia que se o deixasse passar seria difícil criar coragem para fazê-lo novamente.

— Mãe. Pai. — os chamou com o tom de voz ensaiado e a amiga se preparou para a conversa que teriam a seguir. — Eu já escolhi minha primeira proclamação. — suas palavras surpreenderam a ambos os adultos, que mal conseguiram disfarçar o choque.

O Rei trocou um olhar rápido com a esposa e colocou as mãos no bolso da calça, fitando o filho com atenção.

 — Decidi que as crianças da Ilha dos Perdidos devem ter a chance... — respirou fundo olhando para a amiga, que assentia discretamente. — de viver em Auradon.

Sua mãe fez um ruído surpreso e o rapaz soube que se ainda estivesse segurando sua blusa, a mesma estaria no chão agora.

— Toda vez que olho para a ilha, sinto que eles foram abandonados à própria sorte. — deu um passo à frente tomando a postura segura, que Ryan dizia que o mesmo tinha quando estava decido demais para mudar de ideia, deixando o alfaiate levemente nervoso com a atitude.

— Os filhos dos nossos inimigos vivendo aqui? — Adam indagou tentando compreender o rumo que a conversa levaria.

— Começaremos com apenas alguns deles, aqueles que mais precisarem. — Bela balançava a cabeça levemente, mais aberta às palavras do filho que o marido. — Nós já os escolhemos.

O príncipe lançou um sorriso para a amiga, que já tinha em mãos duas cópias do documento que tinha feito para Ben.

— Escolheram? — o sorriso animado de Ben quase sumiu quando seu pai deu um passo à frente, usando apenas uma palavra para representar sua descrença em relação à primeira proclamação do filho.

Bela segurou o braço do marido sutilmente.

— Eu te dei uma segunda chance. — murmurou para o Rei, deixando no ar sua insatisfação com a atitude do mesmo. — Quem são os pais?

Ryan caminhou na direção dos padrinhos, entregando a papelada a ambos enquanto assumia seu lugar ao lado do futuro Rei.

O alfaiate se sentou ao chão, interessado, porém fingindo desinteresse enquanto analisava as mãos.

Adam surpreso com o documento apanhou os óculos mais uma vez para ler o que tinha nas folhas.

— Anexado na papelada estão as fotos dos escolhidos, suas origens e detalhes adicionais como seus nomes e algumas informações básicas sobre cada um. — a princesa explicou adquirindo uma postura confiante e segura ao lado do amigo. — Na ordem do documento, os pais são...

— Cruella de Vil. — Ben começou.

— Jafar.

— A Rainha Má.

— Hans.

— Úrsula e...

Antes de tomarem tempo para dizer o próximo nome devido o individuo em questão, o Rei exclamou exasperado:

— A Malévola?! Ela é a pior vilã desta terra!

O rosto de Adam ligeiramente pálido agora continha uma coloração rosada de espanto e raiva. O Alfaiate, que permanecia nos aposentos até então, soltou um grunhido assustado e se retirou as pressas dali, sabendo que precisavam de privacidade naquela discussão.

— Padrinho... — a princesa tentou falar sendo rudemente interrompida pelo homem furioso.

— Eu não quero saber! — os nós dos dedos estavam pálidos devido à força que segurava o documento, amassando os papéis. — Eles são acusados milhares de crimes!

— Mas os filhos são inocentes! — a princesa exclamou em um tom sério e dominante, o tom que usava quando queria ser ouvida. O mesmo tom de sua mãe em debates. O tom de uma Rainha. — Por anos eles têm sido tratados como réus por crimes que os pais cometeram. Pondo-se no lugar deles, facilmente veria o erro que cometeram no governo de Auradon. Eles nasceram inocentes e por conta da vossa ignorância os deixamos de lado acreditando que não tinham direito a algo. Esse é o erro que mancha a justiça desse Reino. Julgaram eles por crimes que nãocometeram! — erguendo um pouco mais o queixo, entonando as palavras e olhando para o rosto do padrinho, a princesa concluiu: — É o mínimo que devemos a eles. Uma chance.

O Rei estava petrificado no lugar, olhando para a afilhada, estupefato. Parecia branco como um fantasma após as palavras da garota e sua postura de quem lutaria por seu argumento até o fim. Não muito atrás percebeu que o filho tinha a mesma postura e, parte sua, se orgulhou daquilo, mas a outra parte estava preocupada demais com Auradon para deixar tão ínfima emoção sobressair.

— Eles não merecem uma chance de uma vida normal? — Ben perguntou suavemente.

Sem saber exatamente o que dizer olhou para a esposa que tinha os olhos baixos devido às verdades que Ryan lhes lançou.

— Pai? — o menino insistiu, chamando a atenção do homem novamente.

— Imagino — o rei respirou fundo afrouxando os dedos sobre o papel aos poucos, um pouco envergonhado com as palavras da princesa. — que sejam inocentes.

Adam assentiu para ambos à sua frente, se retirando após o ato.

— Ora — Bela que estava calada até então, sorriu gentilmente para ambos. —, tudo bem.

E com isso, acompanhou o marido para fora do quarto.

— Muito bem, senhorita honestidade! — Ben brincou perante a atmosfera estranha que ficou no ar mesmo depois que os pais se retiraram.

— Injustiças me deixam irritada, Benny. — a princesa murmurou um pouco ressentida pelas palavras que dirigiu aos padrinhos decidindo que, mais tarde, pediria desculpa a ambos.

Benjamin voltou seu olhar para a ilha dos perdidos, girando o anel de ouro que possuía no dedo, nervoso. A princesa seguiu seu olhar apoiando a cabeça no ombro do amigo, tentando lhe transmitir um pouco de calma e aconchego com o ato.

O príncipe sorriu com uma deliciosa sensação de vitória tomando conta de si.

Aquele era o começo de algo.

Talvez aquele fosse o famigerado “era uma vez” de sua geração ou talvez fosse o “e viveram felizes para sempre” dos jovens da ilha. Mas talvez, apenas talvez, fosse o inicio de algo diferente. O inicio de algo dourado.

O inicio de algo melhor.

 

 


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Me digam amores.
ehehehe inté maisi ♥



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