– Bom dia senhora... O que aconteceu? - Falei hesitante.

– Meu cachorro está com uma infecção. - A mulher falou, entrando no consultório com o cachorro no colo.

Eu não sabia o que fazer... Mas, como havia observado um pouco o doutor, resolvi dar uma olhada na lista que ficava na parede e achei um contra infecção. E agora? Eu não queria furar o animal... Força Branca, você vai conseguir!

Coloquei o remédio na seringa, retirei a tampa e apliquei nas costas do animal. Ufa! Poderia ser pior, afinal, foi para o bem dele.

– Prontinho, isso deve resolver. - Respondi, feliz comigo mesma.

– Preciso dar algum medicamento? - A mulher perguntou.

Olhei de novo naquela lista e tinha uma tal de pomada.

– Pomada! Uma pomada contra infecção. - Respondi tentando parecer convincente.

– Qualquer uma? - Ela perguntou com tom de reprovação na voz.

– Pode ser.

Na verdade não tinha certeza, mas tinha que fazer alguma coisa, e até o momento era tudo que estava ao meu alcance.

Chegou outro cachorro com quase o mesmo problema, só que dessa vez era uma ferida que causou a infecção, e depois foram aparecendo mais animais e eu fiquei muito ocupada.

Quando eu achei que tinha acabado... Uma fila enorme apareceu, com problemas mais sérios, então eu pedi para voltarem outro dia.

Quando remarquei me lembrei que o Toby falou algo importante... Que seria... EMMA! Cheguei lá e ela estava dormindo.

– Pedi para a moça da limpeza trocar sua filha. - Ele falou sorridente.

– Muito obrigada!

– Ahh e ... O doutor quer falar com você. Ele irá ligar para o telefone lá dentro.
Quando entrei algo estava tocando e vibrando. Era aquele "telefone". Eu não sabia como fazer aquilo parar, então achei que deveria segurar a parte que soltava. Quando ele finalmente parou de tocar falei:

– Olá... Quem está aí?

– Mary Margaret?

– Doutor? O que está fazendo aí dentro?

– Nem me fale, estou louco para sair daqui, por favor cancele os últimos pacientes e os remarque.

– Já cuidei disso. Mas estou preocupada com o senhor, como vai sair daí?

– Pegarei o metrô. Mas não voltarei hoje para a clínica, mande o Toby fechar e pode sair.

– Mas o senhor precisa sair daí!

– Eu também acho, mas não posso sair sem esses documentos.

Estava tudo muito estranho... Como o doutor tinha ido parar dentro do telefone? Eu o vi saindo pela porta ... Mas como tudo naquele mundo era esquisito, resolvi esquecer disso voltar para a casa daquele homem. Ele havia me ajudado tanto ... E eu ainda nem sabia o nome dele!

Quando sai com Emma daquele consultório, tudo estava diferente lá fora, luzes, muitas pessoas, som muito alto... E as ruas, mais movimentas e coloridas. Era noite com certeza. Porém naquele lugar não ficava escuro. Eu fiquei muito admirada com tudo aquilo.

Eu estava tentando encontrar a casa daquele homem mas confesso que ... Estava literalmente perdida. Mas, fiquei olhando ao redor e encontrei lá na frente uma casa pequena amarela meio branca que tinha uns portões bem enfeitados com ferros pequenos. Foi aí que eu lembrei que havia passado por ali naquela manhã. Na frente dessa casa tinha também uma árvore, peguei um ferro caído no chão e risquei o seu tronco para não me perder novamente. a partir dessa árvore já comecei a lembrar de onde estava, até que eu fui parar em um caminho que dava exatamente lá.