Renascer. escrita por Hailey


Capítulo 5
4. A Cidade Metrô.




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Se apressa em amarrar as botas marrons quando alguém bate na porta, pulando do sofá e correndo para entrada; se depara com a amiga balançando-se distraidamente nos pés, os olhos esmeraldas encarando vagamente uma planta e cantarolando uma música qualquer. Sorri abertamente para ele, as mãos juntadas em frente ao corpo vestido em um longo colete xadrez preto e branco, a bainha descansando logo no começo das coxas nuas pelo shorts jeans curto. Chuck Taylors brancos e velhos de canos altos cobriam os pés, e a camiseta preta da banda Oasis era alguns números larga de mais. A tatuagem de uma asa ao redor de um dos olhos era acentuada pelo forte lápis preto, assim como os olhos verdes exageradamente claros.

Xander sorri, vendo quando os olhos claros da garota reparam em seus próprios olhos ladeados pelo lápis.

"Do que devo te chamar? Xander ou Hailey?"

Xander solta um riso, mão fechando-se ao redor de sua jaqueta de couro e trancando a porta do apartamento. Dá de ombros.

"O que você quiser."

Valentina acente, afastando os cabelos negros e volumosos do pescoço. Xander a acompanha pela porta das escadas, agradecendo por morar no terceiro andar. Valentina desenrrosca os óculos redondos do meio dos fios rebeldes, colocando-os sobre as orbes claras assim que saem para o sol fraco de NYC.

"O que você pretende aprontar hoje?"

Valentina sorri para ele, e Xander quase cai na inocência do sorriso, até que se lembra com quem está.

"Por agora, vamos até o metrô."

E agarra a mão dele, o arrastando rua abaixo como o garoto já se acostumara a ser quando na presença dela. Os olhos de Xander examinam um bigode na coxa esquerda da menina, logo acima da tatuagem de bandeiras de países que se enroscam por sua perna e franze as sobrancelhas.

"Porquê diabos você tem um bigode tatuado na tua perna?"

Valentina o olha por cima do ombro, sorrindo.

"Me lembra que apesar de tudo, ainda dá para encontrar felicidade em qualquer lugar, inclusive nos momentos ruins."

Xander arquea as sobrancelhas.

"E como um bigode pode significar isso para você?"

A garota sorri ainda mais, a cicatriz se esticando levemente ao lado dos lábios pintados de vermelho. Dá de ombros.

"Ué, pra você não?"

Xander resolve se calar - já se acostumara com as conversas sem nexos que tinha com a morena e, estranhamente, se pegou uma vez gostando delas. Era bom poder falar de literalmente qualquer coisa sem ser julgado, pelo menos por uma vez.

Mal repara quando entram na sombra fresca do metrô. Valentina ainda tem um aperto ao redor de sua mão, e o puxa quando o garoto se vira para comprar tickets. Xander a olha confuso, os dois parando em frente às catracas. Valentina sorri maliciosamente, pulando por cima da máquina quando o guarda se vira.

"Tina!"

Olha assustado para os lados, mas ninguém parece ter reparado na menina. Valentina rola os olhos para ele.

"Anda, Hai. Ninguém vai perceber, acredite, sempre faço isso." Levanta os óculos para a cabeça, encarando o guarde que ainda está virado, sussurrando em seu walkie-talkie, "Aliás, melhor pular logo."

Xander arregala os olhos e pula a catraca, o tão rápido que seu corpo longo o permite. Valentina acente para ele, sorriso se abrindo e agarra sua mão novamente.

"Para onde vamos agora, sua maluca?"

Valentina estala a língua, olhando as lojinhas e restaurantes do metrô. Dá de ombros.

"Não faço a mínima ideia, pra falar verdade." Sorri timidamente quando Xander a encara, lábios curvados em aborrecimento. "Olha, eu estava pensando que poderíamos só passar um dia no metrô. Se para pra ver, tem tantas coisas e pessoas aqui que é quase uma cidade em si mesmo. Olhe ao seu redor."

Xander o faz. Vê artistas de rua cantando, desenhando, interpretando e se fingindo de estátuas, e uma roda de crianças e pais se amontoam ao redor de um garotinho e um macaquinho dançando e ocasionalmente se batendo. Risadas e conversas explodiam ao seu redor, e pessoas entravam em saiam de cafeterias, bistrôs e restaurantes, junto com o arome de comidas.

"Metrô?"

Xander olha para baixo, encontrando os olhos claros de Valentina. Suspira.

"Metrô."

A menina gargalha, o puxando para dentro de um bistrô.


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