De acordo com os antigos cânticos das mitologias antigas, quando você se deparar com algo fora do comum do ser humano, estará vislumbrando um toque dos Deuses ou até a reencarnação em nossa mera vida mortal. E naquele instante, na frente de Lucas, podia-se observar um Paraíso, moldado pelas melhores mãos de cada religião. Aqueles que antes eram seus colegas de quarto, companheiros que acabara de conhecer estavam novamente à sua frente, alguns totalmente curados e outros com alguns arranhões, mas ainda assim eram eles. Fisicamente, não pareciam ter mudado em nada, mas ele sentia uma aura diferente imanando de cada um. Logo depois que a última porta atrás dele se fechou, longos sorrisos se abriram em seus rostos e vieram correndo em sua direção, abraçaram-no de uma forma a sarar qualquer ferida que restara em seu corpo. Estavam todos bem, todos vivos mesmo após o ataque, ele se sentia em família novamente.

Após o momento de reencontro, nós nos reunimos ali mesmo onde haviam algumas cadeiras de descanso, eles queriam saber e contar tudo. A situação estava uma algazarra até Lorenna tomar as rédeas da conversa e pedir silêncio a todos. – “ Gente, pelo amor dos Deuses, vamos todos calar a boca! Ele acabou de acordar e vocês querendo que ele volte a dormir de confusão. – “ Gritou à menina que aparentemente tinha virado líder do grupo, e com isso todos resolveram se calar. –“ Vamos do começo, como você se sente? “ –. Essa era uma boa pergunta, ele não havia percebido, mas o seu antigo corpo indefinido, estava mais fortificado, não um brutamonte, mas definido ao seu organismo. Conseguia sentir algumas gazes, esparadrapos e band-aid’s pelo corpo. O antigo topete tinha se tornado em um furação no formato de cabelo, alguns arranhões expostos mas além disso estava bem, estava feliz por rever seus amigos. – “ Parece que o que você nos disse em nosso primeiro junto era verdade não é mesmo? Enfim, estou bem apesar de tudo, só um tempo e logo as feridas estarão curadas. ” –Afirmei. –“Quer mais tempo do que esses dias que esteve dormindo? Não acha que está folgado demais? ” –Ironizou Lyu, fazendo que todos começassem a rir. – “Muito engraçado mas vai ser mais engraçado quando vocês me disserem o que era aquilo que vocês estavam fazendo. O que aconteceu com vocês? Ou com nós, no caso. “ –Perguntei, indagando ao perceber que haviam muitas dúvidas em suas palavras.

Longas horas se passaram naquele espaço, cada um do grupo fora explicando seus pontos de vistas enquanto Lucas apenas ouvia. Então resumidamente, o que havia acontecido era que, como ele, todos receberam partes de DNA de algum herói, ou apenas uma influência mental, ocasionando a todos terem seus genes acelerados e melhorados até o ponto de desenvolverem poderes, menos Julia que fora salva antes de tudo desabar, mas que iria ser treinada pela Shield para virar uma agente. Em partes, Helena aumentou suas qualidades de luta e velocidade como uma troiana ou uma espartana, por ter genes vindos das terras nórdicas e por apresentar grande fascínio à força das mulheres estava sendo treinada pela destemida Capitã Marvel e o que mais impressionava aos olhos puxados do menino era o fato dela flutuar e voar como um anjo no céu, ainda com certa incerteza, mas que parecia uma dança angelical.

Próximo a uma pedra estava Tomi, observava atento à um cristal preso a um colar em seu pescoço. Aparentemente não tinha mudado muita coisa a não ser seu novo acessório, até que como um piscar de olhos ao seu redor havia aparecido a forma de uma pantera e então a pedra próxima a ele estava cortada em dois. –“ Por enquanto só aprendi a Pantera, graças ao T'Challa. Ele me disse que ainda tenho muito que aprender e que meu poder é muito rico em suas terras. E falando nisso, que bom que esteja inteiro. ” – Disse o menino índio.

Ao se virar Lucas se deparou com uma parede vindo do nada e ao tocá-la, recebeu uma leve onda de choque. Logo depois, a parede desaparecera e lá estava Lyu dando risada de seu pequeno feito. –“ Não esperava por essa né asiático? Minha linhagem nórdica na família me ajudou muito nessa, consigo conjurar ilusões e objetos dimensionais e com o DNA de Thor consigo controlar a eletricidade de corpos. Nada mal não? ”-Afirmou o “humilde” loiro.

Com uma leve risada Lucas caminhava em direção a menina dos cabelos de fogo até que fora interrompido por uma voz em sua mente. –“E então até que enfim acordou do sono de beleza japonês? “ –Disse a voz. –“Quem é?! Pera... conheço essa voz... Giulia? “ –Se perguntava o menino à voz que o chamara. E de trás de uma parede, lá estava a dona da voz treinando encantamentos com sua mestra, Feiticeira Escarlate. – “Espero que tenha entendido meu recado, e que guarde nosso segredo”- Lhe dissera outra voz, aquela que já havia o comunicado anteriormente, e que enfim tinha revelado sua identidade.

Apesar do momento estranho, Felipe chamou a atenção e a curiosidade asiática ao mostrar seu braço mecânico, ainda em construção, que ora virava um canhão, ora em um colharfo pronto para a próxima alimentação. –“ Parece que tem muito o que desenvolver ainda né Fe? Hahaha” –Afirmou. – “Ao contrário de vocês, consegui sair sem muitas sequelas do acidente. E como sempre fui apaixonado pela parte de computação e robótica, o senhor Stark me deu a oportunidade de ser seu pupilo. Quem sabe um dia eu não faça uma armadura para você, menino supersoldado! Hahaha” – Brincou Felipe. Enquanto ambos riam um grito cortou o ambiente. – “Cuidado aí embaixo! ”-Gritou alguém ao longe. E quando todos olharam para o céu, lá estava uma rocha do tamanho de uma van indo na direção dos garotos. Mas como um raio Lorenna surgira diante deles e com apenas um golpe, a rocha havia sido pulverizada. –“ Muito bom Lorenna! ”- Gritou Mulher-Hulk. –“Seu melhor resultado até agora. ” –Afirmou Punho de Ferro. Ambos bem longe de onde a rocha iria cair. –“ Desculpem meninos... meninos? ” –Perplexa a menina forte procurava seus colegas até encontra-los em cima do teto dos quartos junto a Thalles. –“ Tenho muito que treinar ainda pelo jeito hahaha. Mas um dia vou poder teletransportar todos nós pelo mundo inteiro, sem precisar de um avião! “. –Disse Thalles. Ainda um pouco desnorteados pela rápida viagem, Lucas e Felipe começaram a rir seguidos de Thalles formando um coro de risadas.

Como um inverno chegando na terra média, um vento frio congelou os pensamentos de Lucas, logo após um coração azulado veio em sua direção e ao encostá-lo, sentiu o frio momentâneo como tivesse tocado um iceberg e então o coração quebrara ao meio. Com todos com seus pés no chão, a menina dos cabelos de fogo veio andando em sua direção. Ao chegar perto dele, com um tom tanto rude, mostrou-lhe as duas mãos. Em uma havia sinais de uma nevasca gélida de Asgard e na outra havia labaredas das chamas que simbolizavam a vontade da justiça. –“Não sei se poderá aguentar todo esse poder contra você. Sendo supersoldado ou não. “ Disse à ruiva. –“ Como bem querer, só deixa eu começar a treinar e verá. “ –Enfatizou com confiança o asiático. Logo ele teria que começar seu novo cotidiano, conviver com treinos e exercícios para se acostumar com seu novo corpo e treinar com os outros. E então a os mitos se tornarão realidade.