POV Mangle

Apoiei minha cabeça nas costas de Foxy, abraçando-o cada vez mais forte. Ele estava paralisado, em choque. Depois de alguns segundos, ele segurou minhas mãos, se soltou de meus braços e se virou lentamente para olhar nos meus olhos, que mais pareciam chafarizes.

O mundo pareceu parar de girar para mim. A beleza da forma humana de Foxy era estonteante. Ele era alto, ruivo e tinha os mesmos olhos dourados que eu jamais me cansara de olhar. Ele me abraçou com força, como se estivesse evitando que eu fosse embora novamente.

Trêmulo, ele acariciou meus cabelos e sussurrou palavras de carinho em meus ouvidos. Ficamos assim, agarrados, pelo que pareceu uma eternidade, ao mesmo tempo que pareceu um mero segundo. Quando finalmente nos olhamos, ele encostou sua testa na minha. Tinha nos lábios um sorriso tão grande que parecia que ele tinha ganhado o mundo.
F

oxy colocou uma mão em minha nuca, me fazendo arrepiar, e me beijou, trazendo à tona toda a saudade avassaladora que sentiu por mim durante tanto tempo que passamos separados. Eu nunca me sentira tão amada, tão preciosa para alguém. Foxy e eu parecíamos ter sido feitos um para o outro.

Por entre um turbilhão de emoções, percebi o quanto era grata ao meu pai pela morte que ele me dera. Foi algo que me fez sofrer por muito tempo, mas se não fosse por isso, eu jamais teria conhecido Foxy. Às vezes, as coisas ruins aparecem para que existam coisas boas depois delas. Mas eu ainda odiava meu pai.

Quando finalmente nos afastamos, ele me sustentava pelos braços, o que era bom, porque minhas pernas pareciam gelatina. Apenas naquele momento me dei conta das lágrimas nos lindos olhos de Foxy.

–Não sabia que você chorava - provoquei.

–Se quer saber o que realmente é chorar, devia ter visto como fiquei quando você foi embora. - ele riu, colocando uma mecha do meu cabelo atrás de minha orelha. - Você não faz noção do quanto a sua falta me fez sofrer. Como você conseguiu voltar?

–Tive muitos anos pra refletir sobre isso. Eu não ascendi a um outro mundo, não renasci, nada aconteceu comigo. Fiquei todas essas décadas vagando pela Terra, mas eu sempre voltava até aqui, por mais que eu nunca conseguisse entrar. As portas estavam sempre fechadas.

Recostei-me em seu ombro antes de dizer:

–Eu não estava pronta para ir. Só estaria pronta se fosse com você.

–Então eu fiz tanta falta para você quanto você fez para mim. - ele sorriu.
Ele havia acabado de dizer isso quando ouvimos um suspiro.
–

Ah, isso é tão romântico! - Chica estava escondida na porta, junto com Bonnie e Freddy. Bonnie tapou sua boca, rindo.

–Não estraga o momento! - ele disse. Eu estava corada e Foxy ria, passando o braço sobre meus ombros.

–Já era - observou Freddy, também de bom humor.

POV Foxy

Estávamos rindo, como há muito tempo não fazíamos. Sorrisos estavam em falta naquele lugar há muito tempo. Mas, pouco tempo depois, tudo escureceu de repente. Haviam fechado aquela porta, os homens de terno e os operários haviam ido embora. Estávamos sozinhos de novo.

–O que aquelas pessoas faziam aqui? - Mangle me perguntou.

–Não faço ideia... Só sei que eles procuravam relíquias da pizzaria. - respondi, absorto.

–Mas pra quê? Isso não faz sentido! Tudo o que encontrariam seria algumas peças enferrujadas - exclamou Freddy.

–Bem, é melhor nem nos preocuparmos com isso. Nem vai fazer diferença para nós agora - disse Bonnie.

–Tomara que levem essas peças para bem longe. Nem quero me lembrar daqueles tempos... - alguém nas sombras disse. Alguém cuja voz eu conhecia bem.

–Golden Freddy! - exclamei. - Por onde esteve? Não te vejo desde... bem, desde o dia que matamos aquele homem. - Corri para encontrá-lo. - Você viu quem está aqui?

–Mangle! Há quanto tempo! Nem pude me despedir de você... Que bom que está de volta!

–É muito bom vê-lo! - disse ela, sorridente.

–Já mostraram a ela a sala secreta? - Golden Freddy me perguntou.

–Ah! - eu disse. -Me esqueci disso. - Peguei Mangle no colo, ao que ela protestou vermelha.

–O-o que está fazendo, Foxy? Eu posso caminhar!

–Uma rainha não deve caminhar no chão de meros plebeus - eu disse. Chica soltou um gritinho e Mangle ficou quieta.

Fomos até aquela sala secreta. Quando chegamos, coloquei Mangle cuidadosamente de volta ao chão e fitamos aquele animatronic ensanguentado, cheio de larvas e bolor.

–Quem está lá dentro? - perguntou Mangle.

–O assassino... - respondi.

–Como ele morreu? - ela quis saber.
–Ele destruiu todos os nossos corpos de animatronic. Quando viemos atrás dele na forma de espíritos, ele entrou aí dentro, tentando se proteger. As molas lá dentro o esmagaram... - respondeu Golden Freddy.

Mangle olhou fixamente para a figura encostada na parede. Pensei que ela fosse chorar por ser o pai dela. mas tudo o que ela fez foi dizer:

–Você mereceu, desgraçado.