Layth continuava a reiterar aquela mesma rotina todos os dias. Escola, casa, hospital, casa. Todos os que já haviam sido próximos dele pareciam entender, mesmo que minimamente, o vazio que o coma de Adnam causara nele.

Eles se conheciam há um bom tempo, haviam começado a namorar a tanto tempo quanto. Haviam aguentado tudo, juntos. Porém a fragilidade da saúde humana os separara. Separara-os mesmo que todos vissem que eles tinham uma vida inteira para viver juntos, um oceano inteiro de descobertas a fazer, tanto sobre eles mesmos quanto um sobre o outro.

Era um ciclo que parecia se reiterar eternamente. Por mais que todos quisessem que essa corrente que ligava aquele jovem casal ao peso da realidade inexistisse, ela estava lá talvez um teste divino, talvez uma jogada do destino, talvez o simples peso das ações humanas.

— Eu te amo. — Layth sussurrou no ouvido do outro, antes de beijar sua testa.

— La-Layth! — O murmúrio fraco não poderia fazer o coração do outro adolescente acelerar mais. Virou-se, pela primeira vez em tempos os olhos do outro estavam fixos nele.

As lagrimas de felicidade desciam e nada mais fazia sentido para Layth senão aqueles eufóricos sentimentos que o inundavam naquele momento.