Love, love, love escrita por Sabsyoda


Capítulo 9
Am I Wrong?


Notas iniciais do capítulo

A música é Am I Wrong - Nico & Vinz.
Sem mais enrolação, aproveitem o cap ♥



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Estou errado por pensar além da jaula que me aprisionava?

Estou errado por dizer que escolhi um caminho diferente?

A cada de Yoona era bem mais longe do que eu imaginava. Quando chegamos lá, Kang Joon me ajudou a descer da moto e entrou comigo na casa de minha amiga.

— Você finalmente chegou! Por um momento pensei que o Kang tinha te sequestrado — Yoora veio saltitando em minha direção.

— Não, na verdade ele foi muito gentil — digo, abrindo um pequeno sorriso para Kang que retribuiu.

— Gentil? Aish, isso não é o normal dele - Yoora disse cruzando os braços e franzindo o cenho para seu irmão que ficou com uma tonalidade rosa nas bochechas.

— Aish! Pare de falar nada com nada Yoora. — Kang deu um leve empurrão em sua irmã e então se virou para mim, abrindo um sorriso — Foi um prazer te conhecer, Alexia. Entretanto, tenho que ir agora.

— Oh, bem, o prazer foi meu.

E então mostrando a língua para sua irmã, Kang Joon saiu da casa.

— Aaaaaaaaah, é tão bom que você veio — Yoora fala e em uma atitude inesperada de sua parte, me dá um pequeno abraço. Ela me solta e então abre um lindo sorriso. — Vamos subir, Hyun já está nos esperando.

— Ela está aqui, não é? — questiono enquanto sigo Yoona que sinaliza um sim com a cabeça — Então por que ela não desceu também para me receber?

— Ela meio que tem vergonha de Kang ou algo assim. O que é muito estranho, já que há dois anos atrás eles eram tipo, melhores amigos. Foi através dele que a conheci — Yoora terminou de falar quando abriu a porta do quarto. Em cima de sua cama, encontrava-se uma Hyun sentada na forma "indinho" com um pote de sorvete na mão, olhando para a TV.

— Oh, Alexia! Você veio mesmo — Hyun disse, abrindo um sorriso fofo. Deixou o pote de lado e veio até mim somente para me puxar para a cama junto com ela, Yoora sentou-se no meu outro lado. — Me conte como foi na academia!

E com essa deixa, desatei a falar tudo. Que peguei carona com Tao e que ele era bem assanhadinho, que eu encontrei com Chanyeol e Yixing — Hyun gritou um "O QUE?" enquanto apertava minha mão fortemente e Yoora começou a se abanar com a revista que tinha pego durante a nossa conversa —, que os vi conversando com a Sook, ou seja, todos eram farinha do mesmo saco e que Kang Joon me salvou de ter que ir embora com o incrível - só que nunca - grupinho de amigos.

Quando citei Kang Joon, Hyun abaixou seus olhos e animação saiu dela, o que foi muito estranho e tratei de perguntar para a mesma o que tinha entre ela e o garoto, porém, ela só disse que não se sentia bem no lado dele e mudou de assunto na hora, perguntando quem queria mais sorvete.

Fiquei uma hora na casa de Yoora conversando sobre as nossas vidas. Contei sobre Joonmyun que é o meu melhor amigo e sobre sua namorada — e toda a parte de eu ter me apaixonado por ele um tempo atrás até o incidente do selinho e as mensagens que ele me manda —, contei melhor sobre meu passado — o fato de eu conhecer todos os galãs e as insuportáveis garotas da minha escola faz tempo — e Yoora e Hyun contaram sobre o passado delas.

3 anos atrás...

— Yoora, tem certeza de que não quer que eu faça alguma coisa para você levar para o lanche? — a mulher olhou preocupada para a garotinha mediana que olhava sem interesse para nenhum lugar fixo.

— Tenho certeza, Omma. Kamsahamnida, mas tenho que ir.

A mulher assentiu com a cabeça e entregou uma mochila branca e preta para a garotinha. A mesma suspirou, aceitou a mochila e se dirigiu para a saída da casa.

Todo dia era assim. A mãe da garota sempre se preocupava quando ela tinha que ir para a escola, entretanto, logo a preocupação passava quando ligava para falar com as amigas ou ia para o trabalho, o irmão — que estudava em uma escola diferente — antigamente era presente na vida da menina, hoje em dia, mal falava um Oi para a irmã e o pai que nunca parava em casa por conta de seu trabalho. Seo Yoora era uma garota bem magra, de altura mediana, cabelos castanhos escuros curtos e solitária. Desde que seu irmão Seo Kang Joon se tornara distante dela, a garota não tinha nenhum amigo com quem pudesse conversar, ao menos, não um amigo de sua idade. A garota que antes estava cabisbaixa enquanto ia para escola, ao chegar lá e vê-lo, abriu um sorriso que raramente abria.

O motivo de sua inesperada felicidade? Bem, ele tinha nome e sobrenome.

Lee Jong Suk, o professor de 25 anos que era extremamente bonito e lecionava matemática.

Como ainda não tinha batido o sinal para os alunos entrarem na sala, Yoora decidiu andar até o seu querido professor/amigo, para cumprimenta-lo e iniciarem mais uma conversa sobre hipotenusa, cateto adjacente e oposto, possibilidades e probabilidade e mais todas as outras coisas que ela ainda não aprendera, mas que conversava com o rapaz. Não que ela gostasse de matemática — a verdade é que nem mesmo era sua matéria favorita, já que a mesma era biologia —, entretanto, amava ouvir o único amigo falar apaixonadamente sobre tudo que envolvia matemática.

Quando estava chegando quase perto do rapaz, uma garota — provavelmente uma estudante mais velha que Yoora — foi mais rápida que a menina e enganchou o braço no de Jong Suk e desatou a falar com ele.

O sorriso de Yoora rapidamente murchou e a garota virou para o outro lado, como se todo esse tempo, sua intenção era ir até o bebedouro da escola.

As aulas da garota foram normais, e na hora do intervalo, sentou-se sozinha como sempre. Ou ao menos foi o que pensou, até ver alguém sentar-se na mesa junto com ela.

— Posso sentar aqui? — Jong Suk questionou com um meio sorriso para a garota que estava à sua frente. A menina deu de ombros e voltou a comer a esfia que comprara na lanchonete da escola — Bem, seja qual for a sua resposta, eu já me sentei mesmo. Como você está, Yoora?

— Estou igual aos outros dias — a garota responde desanimada.

— Hmmm, isso realmente é um problema — o rapaz fala apoiando seus cotovelos na mesa e cruzando suas mãos. — Acho que preciso fazer algo quanto à isso.

— Não precisa fazer nada — a menina fala rapidamente e então suspira. — Não precisa perder seu tempo comigo.

O rapaz observa calado a garota terminar de comer a sua esfia, e então numa atitude inesperada, pega a mão da garota e a aperta.

— Depois da escola, quando todos tiverem ido embora, me espere. Quero te levar em um lugar.

E depois de falar isso, saiu deixando uma garota com a expressão surpresa e as bochechas rosadas.

Não estou tentando fazer o que todo mundo está fazendo

Só porque todo mundo está fazendo o que todos eles fazem

As ultimas aulas passaram rápido para Yoora, e quase que num estalar de dedos, o sinal tocara e anunciara o fim do dia na escola. Todos os outros alunos saíram apressados, rindo enquanto conversavam sobre assuntos banais do dia a dia enquanto Yoora permanecera na sala, guardando suas coisas o mais devagar que conseguia.

Quando terminou, saiu da sala e andou em passos lentos pelo corredor que a levaria para a saída da escola. Quanto tempo levaria para todos saírem da escola e sobrar somente ela, ali?

Como pedido por seu amigo, a menina esperou no lado de fora da escola pacientemente. Ela viu colegas de sua sala irem embora, pessoas de outras salas, professores, outros funcionários e quando se deu conta, a escola estava fechada e somente ela estava ali. A menina sentiu seu coração se apertar quando respirou fundo e piscou para evitar futuras lágrimas, afinal, ela sabia que tinha sido uma tola por esperar algo de alguém. Principalmente por um pedido daquelas vindo de seu professor de matemática, o qual na visão da sociedade, ela nem podia nutrir uma amizade.

— Me desculpe pela demora — Lee Jong Suk apareceu vestindo outra roupa, a face meio pálida e alguns fios de cabelo grudados em sua testa. Provavelmente veio correndo até onde a garota estava e a assustou, fazendo-a pular quando viu o rapaz ao seu lado.

— E-eu pensei que...— as palavras morreram ao fitar os olhos brincalhões de seu amigo.

— Que eu não iria vir? Oh, pensei que soubesse que eu era um cavalheiro. Nunca faria uma desfeita dessas com uma dama tão linda como você — o rapaz disse e então colocou uma mexa do cabelo da garota atrás da orelha, fazendo a mesma adquirir um lindo tom avermelhado nas bochechas. — Bem, vamos?

A garota sabia que sua mãe provavelmente brigaria com ela por demorar em seu caminho para casa, que seu irmão não faira nenhum comentário sobre o fato de a irmã mais nova demorar mais que o normal pra ir para sua casa e que quando seu pai voltasse, daria uma bronca nela somente porque sua mãe pediria, mas ela não ligava. Não se importava com nada disso, pois no momento, estava de mãos dadas com a pessoa que era mais importante pra ela do que tudo.

Se tem uma coisa que eu sei, é que vou cair, mas vou crescer

Eu estou andando por esta minha estrada, esta estrada que eu chamo de casa

Os dois caminharam por algum tempo, conversando sobre seno, cosseno e tangente — matéria que Jong Suk estava dando para o 2A do médio —, cromossomos X e Y e qual que seria o que definiria o sexo de seu filho, AA e aa e qual determinaria a cor dos olhos de seu filho — matéria de biologia que Yoora estava aprendendo agora —, conversaram sobre metáfora e metonímia — Yoora explicando a diferença para Jong Suk que se confundiu com esses termos — e mais um monte de outras coisas. Yoora nem se deu conta de que entrara em uma simples casa que era de Jong Suk até estar sentada no sofá da sala.

Então, estou errado?

Por pensar que poderíamos ser algo de verdade?

Agora estou errado?

— Você me trouxe até a sua casa? — a garota questionou rindo. O mais velho deu risada e ofereceu para a menina um copo de suco que tinha ido pegar na cozinha.

— Tome um pouco de suco, andar até aqui deve ter te cansado. Na verdade, eu queria te mostrar o que tem no jardim de trás — a garota aceitou o copo de suco e tomou alguns golos sentindo o gosto do maracujá descer por sua garganta.

Depois de beber um pouco, não soube o que fazer — afinal, não bebeu todo o suco que lhe foi oferecido —, então, resolveu se levantar e deixar o copo na cozinha ao mesmo tempo que o rapaz veio em sua direção. E foi assim que o resto do conteudo que tinha no copo derramou-se pelo uniforme de Yoora.

— Aish! Chokhio, chokhio Yoora. Eu vou pegar uma toalha, espere aqui — o rapaz saiu apressado para outro comodo e a garota apenas colocou o copo agora vazio, em cima da mesinha de centro.

Ela olhou para roupa e sentiu seu rosto ficar quente. Não acreditou que algo assim aconteceu bem no momento em que estava na casa do amigo, ficou envergonhada com isso.

— Aqui, passe essa toalha na blusa. — o rapaz voltou com uma toalha na mão e uma camisa. — Tome essa camisa. Ela é minha e vai ficar bem grande em você, mas não posso deixa-la ir para casa suja de suco de maracujá. Você pode trocar-se no banheiro, que é no final desse corredor.

A garota somente assentiu com a cabeça e foi para o tal banheiro indicado. Quando chegou nele, tentou secar-se o máximo que conseguia e então tirou a blusa e colocou a camisa de Jong Suk. Ela sentiu seu rosto ficar ainda mais quente do que anteriormente e sabia o porque disso. A camisa tinha o cheiro de Jong Suk, e tê-la em seu corpo a fez sentir algo estranho em seu estomago e as mãos começaram a suar, a garota ficou nas pontas dos pés e se olhou no pequeno espelho que tinha no banheiro, arrumou um pouco o cabelo — sentindo-se incomodada ao fazer isso, já que não sabia o porque disso — e então saiu do banheiro.

Quando chegou na sala, seu amigo lhe esperava sentado no sofá.

— Kamsahamnida pela camisa — disse e então se curvou respeitosamente ao mais velho. O mesmo abriu um sorriso e foi em sua direção, pegando sua mão direita.

— Não precisa ser tão formal comigo, lembra-se do que eu disse? Assim eu me sinto muito velho — o rapaz disse dando risada e sendo acompanhado por Yoora. — Bem, agora vamos? Tenho certeza de que você vai gostar do que eu tenho pra te mostrar.

Por tentar alcançar as coisas que eu não posso ver?

Mas é assim que eu me sinto

É assim que eu me sinto

A garota assentiu com a cabeça e se deixou ser puxada por Jong Suk, que a levou até a parte de trás da casa, onde tinha um imenso jardim bonito — a grama recém cortada e várias flores, algumas plantadas no jardim, outras em vasos —, e bem no centro dele, tinha duas árvores grandes e largas que sustentavam uma pequena casa na árvore.

— OMO, OMO! Isso é incrível — a garota ficou tão encantada com a visão que tinha que até mesmo soltou a mão do amigo.

— Sabia que você iria gostar — o rapaz tinha um sorriso brilhante em seu rosto, aquele tipo de sorriso que aparece em comercial de pasta de dente. — Quer subir?

— Eu posso? — a garota virou-se para ele, os olhos brilhando de emoção.

— Mas que pergunta! Claro que pode. Vamos, eu te ajudo.

Os dois se aproximaram da escada que dava para a casa da árvore e Jong Suk subiu primeiro com Yoora logo atrás do mesmo. Quando Yoora finalmente passou a metade de seu corpo para dentro da pequena casinha, Jong Suk puxou sua mão e a ajudou a entrar na mesma.

A casinha apesar de pequena e de ser de madeira, tinha bastante coisas dentro. Uma pequena estante cheia de livros e alguns bonequinhos de animes, um criado mudo com uma pequena televisão em cima e um colchão largado no canto oposto da TV.

— Não tem muita coisa aqui, mas é assim que gosto. Eu venho aqui quando quero me desligar de tudo. É como se fosse meu refugio. — ele disse, suas faces coradas enquanto observava a garota olhar atentamente o lugar.

— É perfeito — ela sussurrou alto o suficiente para ele ouvir.

O garoto sorriu e continuou observando a garota andar pela casinha e então ligar o pequeno radio que tinha na estante. Uma música antiga começou a tocar e Yoora deu risada junto com Jong Suk.

— Concede-me essa dança, milady? — Jong Suk se aproximou da garota, fez uma breve referencia e lhe estendeu a mão direita. A menina deu mais uma risada animada e então aceitou a mão do rapaz que a puxou rapidamente, colando seus corpos.

Os dois começaram a dançar bobamente, sem nenhum ritmo com a música, Jong Suk girava Yoora duas vezes somente para puxa-la para si depois, fazendo-a corar e rir. Algumas vezes ela pisou em seu pé o que causou risadas do rapaz, mas então, a música animada mudou para uma mais romântica e Jong Suk grudou mais os corpos, botando as mãos da menina atrás de seu pescoço e suas mãos na cintura da mesma.

É assim que eu me sinto

Tentando alcançar as coisas que eu não posso ver

— I fooled around and fell in love — Jong Suk abaixou sua cabeça e sussurrou uma parte da música no ouvido de Yoora. A mesma apenas apertou suas mãos na nuca do rapaz.

Dessa vez eles dançavam lentamente no ritmo da música, aproveitando o calor um do outro e o clima calmo que se instalara na casinha de madeira.

— Obrigada por ser meu amigo e cuidar de mim — Yoora sussurrou, olhando para cima para encontrar o olhar de Jong Suk.

— Eu sempre vou cuidar de você — o rapaz tirou uma mão da cintura da garota, colocou uma mexa do cabelo dela atrás da orelha e então passou a mão delicadamente pela bochecha da mesma — Eu sinto que o que vou fazer agora não é certo, porém, eu não consigo evitar.

E então selou delicadamente seus lábios nos dela. O breve selinho durou não mais que seis segundos mas para Yoora pareceu a eternidade, e sem perceber que tinha fechado os olhos, os abriu assim que sentiu os lábios de Jong Suk sumirem.

— E-eu não sei o que estou sentido agora...Mas eu quero sentir isso sempre. Não deixe que isso acabe, jebal — as bochechas de Yoora estavam rosadas assim como seus lábios, e quando ela foi falar com Jond Suk, sussurrou em vez de falar alto, pois não sabia se ia ter forças para dizer aquilo em alto e bom som.

Se você me disser que eu estou errado, errado

Eu não quero estar certo, certo

Se você me disser que eu estou errado, errado

Eu não quero estar certo

— Eu prometo que nunca vou deixar esse sentimento acabar — o rapaz disse, enquanto tirava a outra mão da cintura da garota e pegava seu rosto o mais delicadamente que conseguia. — Eu nunca — beijou sua testa — nunca — beijou sua bochecha direita — nunca mesmo — beijou sua bochecha esquerda — vou deixar esse sentimento morrer.

E por fim, selou mais uma vez seus lábios. Mas dessa vez, num verdadeiro beijo apaixonado.


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Notas finais do capítulo

Antes de mais nada: Obrigada pelos comentários e os favoritos