Nós escrita por VersalhesTodd


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Bem-vindos à Terra daqui há alguns anos. Saibam como as coisas vão ser e como impedir isso!

Primeiro capítulo, pessoal. Eu acho ele um pouquinho parado, mas mesmo assim, enquanto relia, consegui achar bem divertido, então, agora é com vocês. Aproveitem!



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A aceitação é algo que mexe com as pessoas. Em uma sociedade em que todos querem ser alguém, o anonimato é uma dádiva que as pessoas esquecem que lhe é dada de bom grado para que possamos desfrutar o quanto quisermos. Mas será realmente algo que vale a pena? Será que o anonimato não é a verdadeira corrida que traçamos?

Caleb Oshiro

Toronto, Canadá

Quando você é uma pessoa comum, ninguém te procura. Isso traz suas vantagens, é claro. Você pode desfrutar do anonimato de ser uma pessoa ordinária e sem importância para a sociedade, fazer tudo aquilo que você se permite sem ninguém contestar seus atos. Mas quando se é normal demais sempre vêm atrás de você.

E parecia que nada nunca era o bastante. Se você é famoso, você precisa sempre estar na mídia para não cair no anonimato, quando se é anônimo, está em constante luta para continuar assim. Alguns até mais do que outros...

Uma mulher loura, vestida com uma camisa regata branca de seda e calça social de risca caminhava decidida pelas vias do grande shopping, aparentemente despreocupada. Olhava para as vitrines de uma loja ou outra, como se não quisesse nada, mas voltava a andar rapidamente.

Em um certo momento, ela pega seu celular e abre a câmera para poder checar a aparência. Seus olhos viajam rapidamente pelos cantos do aparelho, observando cada detalhe da imagem refletida.

Guardou o telefone, já satisfeita enquanto retomava o passo, sem perder tempo. Os passos eram rápidos, mas não muito, apenas rápidos o bastante para que ela pudesse caminhar e desviar das pessoas que iam e vinham pelos lados, frente e costas sem esbarrar em ninguém, esperando a oportunidade perfeita para fazer o que precisava.

Em um dado momento, ficou rodeada de pessoas que realmente não prestavam atenção nela, e ela agradecia por isso, pois agora era um jovem de estatura mediana que parecia ter saído da escola há poucas horas e decidira passar no shopping antes de voltar para casa.

O garoto continuou andando. Descendo e subindo escadas rolantes em lugares diferentes, passando em lojas que não tinha real interesse, mas que fingia ter. Precisava ter certeza de que ninguém o seguia até finalmente poder encontrar com Thales.

Ele sabia que o perseguiam, mas não conseguia encontrar quem, e isso era perigoso, ser anônimo era muito difícil desse jeito. Thales estaria em um único lugar, e ele precisava chegar logo lá, caso contrário, seria pego.

Atravessando a multidão, ele passou pelo lugar onde provavelmente estaria seguro: A praça de alimentação. Foi direto no primeiro restaurante da praça: um Burger King. Ninguém suspeitaria de um garoto indo ao Burger King, certo?

Trent Lowe e Lorena Hale

NYSU, Nova York

Enquanto ele estacionava seu carro no estacionamento da escola, a garota estava parada, aguardando. A saia jeans combinando com a blusinha branca e jaqueta de couro, com os cabelos castanhos caindo ondulados pelo lado direito, trazendo a atenção diretamente para seus olhos verdes.

– Bom dia, Sr. Lowe. – Ela cumprimentou, com um sorriso misterioso e provocativo.

– Bom dia, Srta. Hale. – Ele respondeu, fechando a porta do carro ao sair e tomando-a em seus braços e beijando-lhe ternamente. – De volta para mais um semestre em NYSU. E como foi em Paris?

– Divertido, fiz algumas compras, mas senti sua falta... – Eles passaram a caminhar pelo campus de mãos dadas até chegar no grande auditório, onde o diretor estaria esperando por eles. – Na próxima, meus pais disseram que podemos ir juntos.

– Estarei esperando ansiosamente – Trent a puxou com delicadeza e passou uma mão por seu ombro e Lorena o beijou, já esperando por isso. Ele sorri depois do beijo. – Pare de fazer isso!

– Não estou fazendo nada! – Se defendeu, rindo, ciente de que ele sabia dizer quando ela usava seus poderes.

Ele riu com ela e os garotos entraram no auditório pelos fundos, como já estavam acostumados. Essa era a oitava vez que isso acontecia e, assim que apareceram na coxia, o diretor os cumprimentou.

– Sr. Lowe, Srta. Hale, bem-vindos de volta. Estão prontos para mais um ano letivo?

– Com certeza, diretor. Acho que essa é sua deixa. – Trent apontou para o palco, onde uma garota que ele não lembrava o nome estava animando os calouros, chamava o diretor. Sorrindo, o homem entrou no palco e falou algumas palavras, logo seria a vez dos dois entrarem.

Lorena foi a primeira, entrando com a mão direita para trás, como se estivesse puxando Trent, que vinha com a esquerda segurando a da garota. Eles pararam no centro do palco, onde uma garota entregou um microfone para cada e finalmente eles se soltaram.

– Bom dia, calouros. Meu nome é Trent Lowe e essa é Lorena Hale. Nós somos os monitores da NYSU e damos as boas-vindas a vocês. Esperamos que encontrem todo o conhecimento que procuram em nossa universidade.

– Como esse é o seu primeiro dia na NYSU, gostaríamos de apresentar o campus para vocês, e dar algumas informações importantes sobre a nossa escola. Também queremos ressaltar que, em qualquer momento de sua estadia na universidade, caso tenham alguma dúvida em relação à escola, professores, aulas ou outros assuntos pertinentes à NYSU, nos procurem.

– Iniciaremos com uma pequena apresentação, contando a história de nossa universidade e depois os dividiremos em alguns grupos para mostrar o campus a vocês. Aproveitem.

Lorena colocou o vídeo na grande tela que se abria atrás deles, o vídeo falava sobre a antiga universidade que existia no campus, até que a Grande Guerra Humana ocorreu. A universidade foi destruída, e depois que a Guerra terminou, reconstruída com o juramento de que só as melhores mentes do país poderiam estudar naquele local.

Em meio a aplausos no fim do vídeo, Lorena foi para o centro do palco com uma grande lista de nomes e começou a falar:

– Muito bem, agora eu gostaria que, quando eu chamar seus nomes, vocês sigam para a porta, onde um professor os estará aguardando. Após o tour, vocês voltaram para cá onde todos os professores de todos os cursos irão se apresentar para vocês.

Ela falou os primeiros quarenta nomes, que seguiram um professor que os aguardava na saída. Depois chamou mais quarenta, e mais quarenta até que apenas quarenta alunos sobraram.

– Os quarenta restantes: irei chama-los por ordem alfabética, como os outros. Vocês ficarão com Trent ao invés de um professor.

Ela os chamou um por um e eles seguiram Trent, que já estava na porta, aguardando-os. Assim que o último deles foi chamado, Trent sorriu alegremente para eles, secretamente vasculhando suas mentes, procurando por alguém especial.

– Vamos lá? Me sigam, esse passeio é importante. Vocês que ficaram comigo vão ver alguns lugares secretos que os professores não mostram para os outros alunos. Cá entre nós, eu gostei de vocês...

Sem entender nada, os alunos seguiram Trent pela escola, enquanto ele falava onde cada lugar levava, o que podiam e não podiam fazer, e animadamente mostrava os vários lugares secretos que ele havia comentado.

Num dado momento, Trent parou, olhando para eles, novamente analisando suas mentes, procurando por algo fora do comum. Ele pousou seu olhar em um garoto alto, de cabelos negros e olhos incrivelmente claros de cor verde. Sua pele era clara. Seu rosto tinha uma expressão perdida, como se ele não estivesse realmente lá, mas sim vagando por algum mundo desconhecido.

Trent entrou em sua mente, mas não conseguiu ouvir nenhum pensamento perdido do garoto, nem ver qualquer lembrança que ele estivesse tendo, mas sim uma imagem do garoto tocando um violão preto em um campo gramado enquanto Lorena o acompanhava cantando, eles estavam sentados sob a luz do sol, e ela estava com a cabeça apoiada nele, sorrindo e olhando para suas mãos habilidosas tocando todos os acordes da música sem errar. Eles estavam perto de uma das quadras esportivas do campus, mas Trent não os havia levado lá ainda. O céu estava decorando com algumas bandeirinhas que sempre usavam em eventos esportivos, e um arco ao longe ostentava uma grande placa que dizia Festival do Início. Não havia nenhum som, mas Trent conhecia violão e sabia ler lábios o bastante para saber que música eles estavam cantando e tocando. Era uma das músicas de alguns anos que fez sucesso durante vários meses e depois sumiu.

De volta ao mundo real, Trent sacudiu a cabeça, apertando os olhos enquanto o garoto fazia a mesma coisa.

– Desculpa, galera... vamos continuar.

Assim que chegaram perto das quadras esportivas, o garoto que – Trent percebera – tinha na verdade, cabelos castanhos, que ficavam quase louros sob a luz do sol, ficou com os olhos arregalados, quando isso aconteceu, Trent teve certeza, o garoto era como ele, um Homo Supremus escondido entre os Homo Sapiens. O que significava a visão, no entanto, Trent não compreendia.

– Você – disse Trent apontando para o garoto. – Qual o seu nome?

– Herrington, Rodrick Herrington.

– Ah... Tá, valeu. Bom... continuando o passeio, aqui é a região desportiva do campus. Durante o próximo mês haverá uma série de eventos desportivos aqui, juntamente de eventos artísticos na região de artes e lazer, chamamos de Festival do Início, onde os calouros podem entrar ou criar times para participar dos eventos. Mais tarde falaremos disso com mais calma. Me sigam.

O resto do passeio foi uma série de informações relevantes e algumas nem tanto que Trent conhecia de trás para frente. Após quase uma hora desde que saíram da área desportiva, eles retornaram para o auditório, onde os professores se apresentaram e os garotos foram liberados para a hora de almoço, tendo que retornar mais tarde para as considerações finais.

Quando todos saíram e Trent e Lorena ficaram sozinhos, ela se aproximou dele, abraçando-o e beijando-o carinhosamente. Ele sorriu durante o demorado beijo, e repentinamente se lembrou da visão que teve na mente de Rodrik Herrington mais cedo.

– Então... encontrou alguém interessante entre esses novatos?

– Não muita gente... um garoto loiro muito fofo e uma garota linda... E você?

– Eu não sei se você reparou, mas na turma que ficou com você tinha um garoto bonitinho. Ele era alto, de olhos verdes e cabelos pretos cortados num estilo meio pro lado, sabe?

– Você tá falando do Rodrik Herrington. É, ele é fofo sim.

– Trent Lowe, já começou a dar em cima das minhas paqueras?

– Desculpa, Lô... eu vi ele primeiro – brincou ele, beijando-a, preocupado. Na visão que compartilhara com o garoto, Lorena estava com o garoto, acompanhando-o enquanto tocava, e ela parecia muito próxima a ele.

Claro que o namoro deles era uma relação aberta e todos sabiam disso, mas mesmo assim, o pensamento de que Lorena estivesse realmente gostando de outra pessoa deixava Trent preocupado.

– Vamos comer alguma coisa, eu tô morrendo de fome.

Ele a segurou pela mão e a conduziu até o refeitório, onde rapidamente fizeram algumas novas amizades, alguns garotos novatos estavam com algumas dúvidas sobre as aulas, mas Trent não reconheceu nenhum de seu grupo, portanto fez uma rápida leitura mental de cada um, tentando saber se identificava outro Homo Supremus entre eles, mas sem sucesso, todos eram Homo Sapiens.

Depois do almoço, eles retornaram ao refeitório, onde falaram do Festival do Início e Trent deixou claro que a partir do dia seguinte as inscrições para grupos começavam e que ele mesmo liderava um grupo para quem estivesse interessado.

Depois disso, os alunos foram dispensados para se conhecer melhor e também conhecer a escola, o que deu a Trent e Lorena um tempo livre para eles aproveitarem, já que não se viam a algum tempo.

Caleb Oshiro

Toronto, Canadá

– Oshiro, finalmente! – A voz da mulher soou baixo, necessária. O garoto olho para ela. Estava na sua frente na fila.

– Nemr! O que está fazendo aqui? – O garoto falou com uma vez que não era dele, mais grave e adulta. – Pensei que estavam me segundo.

– Estão. Estamos, na verdade. Eu e John estamos na equipe. Não podemos deixar você escapar assim. Eles não podem, pelo menos.

– Janne, vocês precisam me deixar ir. Eu preciso encontrar o vidente.

– Eu sei, por isso estou aqui. Você vai ter que assumir uma identidade nova e mantê-la. Aqui, você copia qualquer um só de ver uma foto. Todos os seus dados estão aqui. Tente ficar um pouco diferente. – A loira deu um envelope para o garoto e acenou com a cabeça.

– Obrigado, Janne. Entro em contato quando tiver certeza de que tudo está certo.

Ele saiu da fila, indo até o banheiro mais próximo e pegando os documentos que haviam lá. A foto era uma piada, com certeza. Sabia que tinha sido ideia de John. Assumiu a forma que há muito não via. Um homem de descendência asiática com um rosto comum. Mudou alguns atributos para não ser dado como si mesmo e destruiu a foto, que era o último registro de sua existência como Gabriel. Agora, pelo que via, seu nome era Caleb.


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Notas finais do capítulo

Por hoje é só! Comentem o que acharam, o que precisa ser melhorado, suas expectativas, façam suas críticas! Obrigado por lerem e até a próxima!



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