Ilha de Esme por Edward Cullen da Lua de Mel até a Gravidez escrita por csb


Capítulo 4
CAPÍTULO 04 - DISTRAÇÕES




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4. DISTRAÇÕES

 

Ao longo dos dias, não foi nada fácil cumprir minha promessa pessoal de manter Bella ocupada o tempo inteiro, embora a Ilha de Esme me ajudasse muito no quesito opções. Bom, na verdade, tudo fazia parte de um plano maior. Um plano que me incluía como principal favorecido: depois das inúmeras atividades que eu inventava, Bella ficava sempre exausta ao cair da tarde, de modo que o assunto sexo permaneceu esquecido por um bom tempo.

Ela nadou de snorkel e mergulhou com os botos enquanto eu a observava de fora da água para não espantar os bichos — o instinto de auto-preservação, que tanto faltava em Bella, os animais possuíam de sobra... Exploramos a selva, visitamos os papagaios que moravam no extremo sul da ilha, descobrimos cavernas submersas, vimos tartarugas marinhas e nos encantamos com os recifes de coral.

Tudo estava indo muito bem, embora eu ainda tivesse de me sustentar firme, fazendo uma força sobrenatural, quando Bella me aparecia “despretensiosamente” vestida em minúsculos biquínis ou lingeries tentadoras — tive vontade de matar Alice, mas como isso não seria nada simples, contentei-me em pensar na discussão que teríamos assim que eu voltasse para Forks.

— Gostaria de ver o pôr do sol — sugeriu Bella.

Estranhei. Bella não costumava exprimir suas vontades sobre nosso divertimento na ilha. Ao contrário, ela parecia desejar imensamente que a programação diária terminasse logo, talvez no intuito de arquitetar um novo plano de sedução — embora o cansaço sempre superasse suas investidas. Acatei a sugestão de bom grado, ainda que estivesse pouco convencido das reais intenções do pedido.

De mãos dadas, caminhamos pela areia em direção à encosta rochosa, bem no fim da praia. A brisa intensa e quente que fustigava meu rosto era a mesma que levantava os cabelos de Bella. Eu a fitava de canto de olho. Linda... Minha mulher... O vento desenhava os contornos e formas de seu corpo perfeito por debaixo do vestido branco, e ela aproveitava para gastar sua energia provocando movimentos ainda mais sensuais. Tendo a beleza que tivesse, aquilo não estava no programa...

Forcei meus olhos a fitarem o chão, temeroso de que, desfrutando excessivamente o espetáculo, o desejo de me juntar a ele superasse meu lado racional. E eu havia me comportado tão bem até agora...

Quando chegamos ao pé encosta, carreguei Bella nos braços para evitar que ela derrapasse — ou qualquer outro imprevisto surpreendente que só acontece mesmo a quem possui um magnífico imã interior de atração de problemas. E Bella venceria qualquer disputa do gênero.

Em menos de um segundo, chegamos ao topo, onde agora só havia o sol poente, o mar cintilante ao encontro do céu alaranjado no infinito, o barulho das ondas e nós dois, deitados com as costas coladas nas pedras. A luz do sol incidia em meu peito nu que faiscava como se milhões de pequenos diamantes estivessem incrustados na superfície da pele.

Bella mirava meu corpo, a respiração entrecortada, prestes a perder totalmente os sentidos a qualquer segundo. Eu me poupava dos poderes de seu olhar, completamente amedrontado pelos desejos indevidos que a perfeição do momento já acendia em mim; tentava insistentemente manter-me focado apenas no sol, que se escondia lenta e graciosamente no horizonte.

Era bom sentir o calor e apreciar a paisagem sem preocupação alguma. Ali, como em tantos outros momentos da Ilha de Esme, eu podia ser eu mesmo, sem camuflagem; podia permanecer absorto num cenário incrível e, sobretudo, dividi-lo com a maior de todas as generosidades do universo: Bella, sem a qual nada daquilo teria sentido. Ainda que minhas fraquezas pessoais me deixassem vulneráveis ao sofrimento, não pude deixar de agradecer pela magnitude do instante. Ao lado de Bella, eu era certamente a mais feliz das criaturas.

Permanecemos um longo tempo em silêncio, até que sua voz doce perfurou o ar, misturando-se ao vento:

— Edward?

Virei o rosto vagarosamente, fixando-me em sua boca moldada num sorriso indecifrável e misterioso.

— Eu amo você... — murmurou ela.

— Eu também. Amo muito. — Fechei os olhos. — Bella, você é a minha vida...

Ela suspirou.

— Mas parece que você não se importa com meu sofrimento...

Foi um golpe baixo.

Senti a cólera permeando meus músculos, misturando-se à angústia que já habitava todo aquele espaço havia muito tempo. Tive raiva de mim mesmo por ser tão incapaz de me oferecer à Bella como um marido normal.

Não pude mais fugir e encontrei, então, um par de olhos tristes em desarmonia com um rosto tão lindo — era como se toda a dor da rejeição se concentrasse ali, debaixo de suas pálpebras.

Aninhei minhas mãos em sua face, envolvendo-a por completo; os dedos tocando a ponta da orelha.

— Bella, não faça assim... Não torne tudo ainda mais difícil. Por... favor... — Minha voz parecia picotada, os sons se agarrando na garganta. — Antes de conhecer você, não houve sequer um segundo de minha existência em que pensei ou ao menos imaginei que eu fosse capaz de amar. E amar como amo você... Ah, Bella... Eu não tinha idéia de que fosse possível nem no mundo dos humanos... Sinceramente, não acredito que um humano possa amar mais do que eu, pois você é a outra metade de mim, e agora, se separadas, essas partes não funcionam mais. Eu não posso mais viver num mundo em que você não exista. Então não diga que não me importo com seu sofrimento, não seja injusta, porque a sua dor me fere mais fundo do que a minha própria. É tudo o que peço...

— Você não vai mudar de idéia? — insistiu ela, as sobrancelhas levantadas no alto da testa.

Engoli em seco. Procurei, mas não encontrei palavra alguma que pudesse amenizar a amargura da resposta:

— Não. Não vou mudar de idéia — eu disse, tentando mostrar-me confiante embora meus próprios anseios também estivessem por um fio.

Bella permaneceu em silêncio, tragando seu momento solitário de desgosto. Depois, seu semblante foi ganhando diferentes formas até que uma lágrima se desgarrou de seus olhos.

— Pensei que me quisesse como quero você...

Foi demais para mim.

O desejo explodiu por debaixo de minha pele e num ímpeto de necessidade, deslizei meu corpo sobre o dela. Com uma das mãos, firmei-me nas pedras, para amainar meu peso. Com a outra, puxei violentamente seu rosto para mim, nossas bocas se misturando numa energia urgente. Era bom... Era tudo...

Rolamos juntos para o lado e eu ajeitei seu corpo quente sobre o meu. Apertei suas costas em direção a meu peito enquanto seus lábios se soltavam de minha boca, percorrendo todo o caminho até a orelha:

— Eu amo você, Edward Cullen... — a voz era doce, mas de um sussurro enlouquecedor. — Não me importo com sua força, não me importo com os machucados; não me importo com nada. Eu preciso de você como de ar para viver. E isso basta.

Às lembranças terríveis dos ferimentos, meu lado racional gemeu.

Hesitei, afastando gentilmente o corpo para fitar seu rosto.

— Ainda tem dúvidas de como quero você? — perguntei.

Ela ficou séria de repente, toda a felicidade se esvaindo como fumaça.

— Edward, você fez isso apenas para provar seus desejos... Não vai continuar. — Não era uma pergunta.

Suspirei. Eu queria continuar, queria me deixar levar, mas a criatura comedida urrava ranzinza dentro de mim.

— Bella, é melhor nos contentarmos apenas com isso. Não posso atravessar o limite, senão... senão não conseguirei parar. Já tive a experiência antes, eu perco os sentidos, fico completamente fora de mim...

Ela ficou de pé e as palavras estouraram de sua boca:

— Então por que começou? Por que, Edward? Isso não é justo! Eu não estou conseguindo. Está insuportável... — As lágrimas agora jorravam impetuosas de sua face. — O que preciso fazer? Dar-lhe meu pescoço de uma vez para que essa angústia se finde logo? É só me dizer o que quer e eu farei! Qualquer coisa! Quer injetar o veneno em meu corpo? Então faça isso. Agora! — Ela virou a cabeça, deixando seu doce pescoço à vista.

— Isso não pode acontecer assim, Bella. Não aqui na ilha... A transformação é complicada, dolorosa e lenta. Preciso do suporte de minha família.

— Então resolva a questão de outro jeito. Não vê que tenho necessidades? Eu preciso de você, Edward! Ainda tenho hormônios, se é que você não sabe! E quero aproveitá-los enquanto posso!

Fiquei pensativo, completamente perdido.

— Desculpe-me... Eu... não sei o que dizer... Se você quiser desistir de mim, se quiser abandonar tudo para trás, se quiser ficar com Jacob... Bella, eu vou entender.

— Não posso acreditar que estou ouvindo isso...

Ela me lançou um último olhar furioso — os lábios tremendo —, e se virou de costas na intenção clara de ir embora.

— Bella... — sussurrei, na esperança de que ela fosse ceder. Ela não costumava se comportar dessa maneira. — Bella, meu amor... —Mas ela não se mexeu. Eu ainda podia escutar as lágrimas jorrando de seus olhos.

— Bella!

Mais uma vez o silêncio.

Ela limpou o próprio rosto com as costas da mão e começou a caminhar, apoiando seus pés cuidadosamente nas pedras. Eu havia subestimado sua capacidade de amar a si mesma.

Fiquei desesperado e me levantei numa fração de segundo:

— Bella, me escute. — Aproximei um passo.

Ela se afastou sem olhar para trás.

E então, quatro coisas pareceram acontecer ao mesmo tempo: a barra de seu vestido prendeu-se numa pedra elevada, ela se virou para puxá-lo, seu pé direito pisou em falso — em uma pedra frouxa — e o chão sob ele cedeu.

Fiquei perplexo, preso num estado pasmo de choque tão intenso que, num primeiro momento, meu corpo congelou, parado como uma estátua. Não consegui mover um milímetro sequer. Meu cérebro dava os comandos, mas minhas terminações nervosas não os levavam aos órgãos e membros devidos. Como se meu corpo não pertencesse mais a mim.

Assisti à cena.

Bella escorregou, se agarrando de qualquer maneira às pedras enquanto a gravidade puxava violentamente seu corpo para baixo, as pernas balançavam soltas no ar. A poucos metros de distância, as ondas impiedosas batiam na encosta.

Então meus membros responderam, e quando tudo voltou a funcionar, agi mais veloz do que nunca, como um vulcão que se explode depois de anos contendo a cólera.

Com uma rapidez inumana, corri à beirada das pedras, agachei e segurei as mãos de minha amada, trazendo-a de volta numa guinada só. Segurei-a junto a meu peito, seus braços e pernas tremiam tanto que pareciam ter vida própria.

— Bella! Bella!

— Solte-me, Edward! Solte-me. Eu quero morrer!

— Pare com isso, meu amor! Pare!

— Largue-me!

— Pare, Bella! Eu... Eu faço amor com você — gritei.

— Solte-me! Você está mentindo! Solte-me... Não... Edward... Edwa... — Sua voz foi desfalecendo, desfalecendo e, de repente, Bella ficou completamente muda; a boca aberta, os olhos fixos no nada.

Não sei se ela havia batido a cabeça em alguma pedra ou se, simplesmente, sua fúria era tão grande a ponto provocar um colapso em seu sistema central. Tudo o que sei é, naquele momento, seu corpo amoleceu em meus braços; ela fechou os olhos, empalidecendo.

E desmaiou.


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Notas finais do capítulo

(continua...) Não deixem de comentar!!!!
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