Ambrya escrita por Hina


Capítulo 7
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal! Sim, esse é o último capítulo de Ambrya, mas para aqueles que gostaram da história e querem continuar acompanhando seus personagens e mundo eu tenho uma boa notícia: a história tem uma continuação!

Ela se chama Breazin. Aqui vai o link em que podem encontra-la e sua sinopse. Espero que continuem me acompanhando nessa aventura!

https://fanfiction.com.br/historia/704651/Breazin/

Em sua última missão, o tenente da unidade de operações especiais, Elliot Dante Ventura, conheceu Julian Suez Delmoro, membro da família real de Ambryader e um dos maiores cientistas do país. Agora, de volta a sua vida normal e sem saber se verá Julian novamente, Elliot precisa lidar com os novos questionamentos e emoções que o cientista provocou dentro de si.

Cordélio Zala nunca imaginou que se tornaria um soldado da unidade de operações especiais, tradicionalmente formada por filhos das famílias nobres de Breazinder. Sendo o melhor atirador de sua geração, é o caso mais emblemático que mesmo um plebeu poderia conquistar seu espaço na força de elite do exército. Agora, mais uma vez, ele está prestes a descobrir o quanto o futuro pode nos surpreender.



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Fazia muito tempo desde que Elliot estivera em Rydef, na central da Unidade de Forças Especiais do exército de Breazinder. Toda a cidade girava ao redor do grande forte que era base da mais tradicional e prestigiosa unidade do exército. Trabalhavam na unidade não apenas os membros das forças especiais como também uma robusta equipe de apoio: médicos, cientistas pesquisadores, tradutores, mecânicos e toda a sorte de profissional necessário para manter o local em ordem. Elliot sentia o olhar de cada um deles enquanto passava.


Seu julgamento havia acabado há pouco e, como esperado, os danos não foram graves. Ele e Cordélio seriam afastados de missões e mantidos em Rydef por algum tempo para avaliação psicológica e disciplinar. Ele manteve sua permissão para portar armamento, mas uma nota vermelha foi posta em sua ficha, até então praticamente impecável. Isso provavelmente representaria um atraso em sua promoção para capitão. A chance de se tornar o mais jovem capitão da Unidade de Forças Especiais se perderia.


Elliot também perdera o comando de sua equipe, seria passado para Kaster, mas o loiro confiava plenamente no companheiro para conduzi-los. De fato as consequências não foram severas, levando em consideração o número de infrações que eles haviam cometido. O pior dano foi ao seu orgulho e reputação.


Elliot se recusava a abaixar a cabeça ou desviar os olhares enquanto atravessava os corredores em direção a seu alojamento. Os demais militares se viravam rapidamente quando percebiam que ele notava seus olhares. O garoto sabia que seria motivo de fofoca por um bom tempo, mas ao menos parecia que ainda inspirava algum respeito, ou ao menos temor. Isso era bom.


O loiro viu Cordélio se aproximando, acenando para ele animadamente. O julgamento do moreno ocorrera mais cedo. Sua ficha também receberia uma nota, menos grave que a do amigo. Elliot tentara se responsabilizar totalmente pelo ocorrido, mas Cordélio recusou, para sua irritação.


— E então, como foi?


— O Kaster vai nos comandar a partir de agora.- Respondeu sem expressão, enquanto o moreno o alcançava e passava a acompanhar seu passo.


— Verdade? Acho que ele não vai gostar muito disso.


Dante deu de ombros. O rapaz com sangue estrangeiro que pertencia a sua equipe era a representação perfeita da serenidade e paz de espírito, o que era digno de nota para um soldado. Seria um líder competente, embora ele tivesse que concordar com Cordélio que Kaster provavelmente não ficaria muito feliz com isso. O rapaz era contido e não gostava de chamar atenção, o que era inevitável quando se comandava uma equipe como a deles.


— Ah, eu tenho algo para você.- Cordélio sorriu e retirou um envelope do bolso do uniforme.- Acabei de pegar as cartas dos irmãos e me pediram para te entregar isso.


Era um envelope fino, em papel de seda branco com bordados delicados em relevo. Estava lacrado com o selo real de Ambryader.


Elliot encarou-o por um momento, antes de recebe-lo de Cordélio.


— Você vai ler?- O moreno perguntou, sua voz um tom mais sério.


Elliot assentiu.


— Pode ser uma mensagem da princesa de Ambryader. Ela certamente teria muito o que dizer.


— Você sabe que não é.


Cordélio disse gentilmente, o que de certa forma era mais irritante. Principalmente porque ele estava certo.


Logo que levaram o doutor Suez novamente a base de operações e entraram em contato com Ambryader, ele voltou a seu país e Dante foi convocado a Rydef. Não se falaram desde então. Sentia-se patético, mas não conseguia esconder de si mesmo o quanto esperava por notícias de Julian. E pelo jeito, Cordélio também notara. Esperava que mais não estivesse tão visível a mais ninguém.


— Eu vou pensar.- Respondeu por fim e o moreno abriu um amplo sorriso, como se aquilo fosse um sim.


—-//--


Horas mais tarde, Elliot estava sozinho em seu quarto. Quando ainda era um cadete da academia de Rydef ele costumava dividir o dormitório com Cordélio, Kaster e Hans. Agora, como tenente, tinha um quarto só para si.


Havia trocado o uniforme por roupas simples, calças folhadas e uma blusa branca. Os cabelos ainda estava úmidos do banho. Ele sentou-se a frente da mesa e abriu com um estilete o selo real que lacrava o envelope a sua frente.


"Caro Elliot,"


A carta começava. A caligrafia era fina e elegante, nada que ele esperaria de alguém com uma aparência desleixada como a de Julian. Mas era dele a assinatura no final da página. O garoto respirou fundo e voltou a ler.


"Caro Elliot,


Por favor não jogue essa carta fora sem lê-la antes. Imagino que talvez você não queira me ouvir agora, mas estive esperando por uma chance de conversar com você.


Eu gostaria de dizer que sinto muito por ter te envolvido em tudo isso, mas não sei se isso é verdade. E por uma vez na vida eu queria que não houvessem mentiras. Sinta-se privilegiado por isso."


Dante conseguia ver o sorrisinho presunçoso e brincalhão nos lábios do maior. Podia praticamente ouvi-lo lendo cada palavra. Revirou os olhos antes de voltar a foca-los no papel.


"A verdade é que eu não conseguiria ter lidado com essa situação sem você. Eu não conseguiria ter... Passado por isso. Você fez muito por mim Elliot, naquela ilha e até antes disso, mesmo que você não saiba. Fez eu me lembrar de uma parte de mim que eu havia esquecido enquanto estava com o Kamil. Eu praticamente podia parar de pensar nele quando estava com você. Mesmo que estivéssemos sempre discutindo e irritando um ao outro (ou talvez só eu irritando você) foram momentos bons para mim, de verdade.


Eu achava que havia conseguido ajudar você também, ao menos um pouco. Agora não tenho mais tanta certeza. Desculpe-me por aquele dia na boate, eu não queria que as coisas acontecessem daquele jeito. Eu não deveria ter tentando te forçar a fazer o que eu achava que era melhor. Foi isso o que o Kamil fez, também. No fundo talvez eu tenha um pouco dele.


Kamil... Eu sinto falta dele Elliot, muita. Apesar de tudo uma parte de mim sempre vai ama-lo. Ele era tudo para mim há alguns anos atrás.


Porém você provavelmente não quer saber de nada disso, não é mesmo? Me desculpe, eu só queria poder falar com alguém. A Madelaine não quer conversar sobre ele. Eu pensei que talvez você pudesse entender, afinal você o viu... Mas deixe pra lá. Eu realmente queria agradecer a você. E talvez me desculpar. Espero que algum dia possamos nos reencontrar em uma situação melhor.


Do seu amigo,


Julian Suez Delmoro."


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Comentários são muito bem-vindos!



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