Estava imersa em um mundo distante. Da janela, fitava o trânsito, mas sua visão não captava nada em especial.

Bateram à porta. Era sua mãe, vestida de acordo com a ocasião. Roupas pretas, semblante triste.

— Está pronta, querida? — perguntou.

Júlia assentiu distraidamente.

— Filha, não acha que deveria trocar. — Apontou para o adorno brilhante que Júlia usava. — Uma coisa menos aparatosa, quem sabe?

A garota não havia reparado, tinha posto um colar no automático. Abriu a caixa de joias, achou um pingente. Nada mais adequado, pensou. Era um presente de Tiago. A prata contra a pele pareceu queimar, era só tristeza.