Ao longe, conseguia ouvir mais visitas chegando em casa. Devia ser tia Renata, de quem não sentia saudades. O intercâmbio fez com que passasse seis meses longe, mas já era quase natal novamente, e Sofia retornou ao Brasil. Estudar teatro estava sendo uma experiência única, mas não fizera nenhuma memória especialmente marcante – ou talvez tivesse, mas se esquecido. Encontrara um caleidoscópio quebrado na gaveta da cômoda de seu antigo quarto, que representava a última fatídica conversa com Alex. Girava o objeto danificado observando os detalhes, que eram tão lindos, e sentiu uma sensação amarga. As coisas eram tão feias na vida real. Nunca disseram algo definitivo sobre terminar, era muito óbvio. Uma vez, Sofia tentou contatá-lo pela rede social. Não deu certo. Ele devia ter ficado muito magoado pela sua frieza. Houve uma batida na porta do quarto, e a garota se apressou em guardar o caleidoscópio numa janota caixinha.

– Oi mãe... – Murmurou, com pouco clima para falar com tia Renata.

A porta se abriu e um rapaz loiro de olhos castanhos vestido de Papai Noel deu um passo para dentro do quarto, erguendo um globo de neve alegremente.

– Hohoho! Feliz natal!

Alex estava mais alto. Sofia estava em choque.