A porta do salão do grupo de teatro se fechou com um baque após ter sido forçada a se arrastar sem nenhuma pausa, mesmo todos os integrantes sabendo que ela tinha tendência a travar. Era uma porta que pedia paciência, assim como Sofia, que saía de lá.

– Tudo bem? – Alex fez a pergunta de um milhão, enquanto Júlia o encarava como quem diz “depois vocês conversam”

Sofia esboçava uma expressão mista de várias emoções. Se ela estivesse atuando, talvez pudesse ter ganhado um oscar. Focou o olhar na menina idêntica a si mesma, mas que tinha um cabelo muito curto, e no garoto que era o namorado mais lerdo do mundo.

– Ela só me falou que sou um pouco arrogante. – Tentou explicar, como se não fosse nada demais.

– Ela brigou com você? – Alex parecia horrorizado, pois Amélia colocava medo quando estava irritada.

– Ela só estava tentando me “admoestar” – Desenhou um sorriso trêmulo no rosto e aspas no ar.

Alex não conseguiu responder, apenas tremeu. Ele devia estar interpretando a palavra de um modo totalmente errado, o que fez Júlia rir.

Sofia segurava um cartão de uma recomendadíssima psicóloga e aparentava um tanto chocada.