Rafael nunca imaginou aquela cena. Sua mãe defendendo seu namorado. Na frente do próprio Gabriel. E, pior de tudo, da própria mãe do mais novo.

Maldito momento em que ambas decidiram visitá-los no mesmo dia.

— Concordo plenamente com a Câmara sobre legislar a família.

Rafael quase engasgou-se com a frase, observando enquanto o namorado soltava um profundo suspiro de desaprovação, revirando os olhos. Pelo menos ele não se ofendia facilmente com as palavras grosseiras da mãe.

— Então você é mais uma entre todos os ignorantes protecionistas da dita “família brasileira”. Apoiar esse tipo de ato é como afirmar que eu, que sempre fui mãe solteira, não tenho uma família. É quase como um assassinato as diferentes concepções de família. Um homizio.

E nunca viu a mãe falar tão bonito. Ele quase se sentia excluído daquela conversa, assim como o namorado.

Ambos sentaram-se mais afastados das mulheres, que discutiam fervorosamente seus ideais e conceitos políticos como se suas vidas dependessem disso.

— Bem, não está tão ruim assim. — Gabriel sussurrou, com uma careta estranha no rosto lindo.

— Podia ser pior…

Nesse momento a mãe de Gabriel soltou um feminazi… E Rafael ouviu o tom agudo na voz da mãe. É. Podia ser pior….