O pequeno posto de polícia estava mais traquilo do que o normal. Daiki conversava com o colega de trabalho sobre coisas aleatórias, a espera de alguma emergência. Apesar de o Japão estar entre os países mais desenvolvidos do mundo, o número de incidentes e acidentes era mínimo em Tokyo, comparado com outros lugares como New York e São Paulo.

Aproveitando o marasmo daquela terça-feira, pegou o celular e enviou um Line para Taiga, seu namorado/marido/amante há quase dez anos. Por algum motivo sentiu vontade de provar o curry delicioso que apenas Taiga podia preparar com suas mãos mágicas. Enviou a mensagem e não esperou resposta, o trabalho do outro era bem mais agitado, por sinal.

Pensou que seria interessante marcar algo com Tetsu e Satsu, rever a pestinha que eles chamavam de filho. Matar as saudades, sentimento que o inundara sem aviso prévio. Não compreendeu o sentimentalismo em que se via preso.

Mas entendeu que era o instinto apurado, um aviso a antepor a tragédia. Recebeu um chamado pelo rádio convocando o efetivo policial para prestar auxílio: houvera um acidente no metrô da linha três em Ginza. E uma equipe de bombeiros se envolvera na tragédia.

A equipe de Taiga...