O dia passara mais rápido do que qualquer um dos dois gostaria. Agora, perto das seis horas da tarde, caminhavam em direção à estação de metrô com passadas desanimadas, lúgubres. O clima era desanimado, triste. Tanto para Taiga quanto para Daiki.

Mas não para o garotinho de dez anos que saltitava a frente deles. Os cabelos escuros e curtos esvoaçando a leve brisa, a pele amorenada não chegava ao tom do pai, embora deixasse óbvio que o pequenino levava sangue gaijin nas veias.

A prova viva de que Daiki pisara na bola. A marca da infidelidade. Mas uma criaturinha tão inocente que era impossível não amar. Uma vez por mês ele vinha passar o final de semana com o pai e Taiga, já que sua mãe se mudara para Okinawa tão logo descobrira a gestação.

Dias que enchiam Daiki de felicidade e igual tristeza na hora de dizer adeus.

Mas Taiga estava ali para dar o seu apoio. Jamais se arrependera de ter perdoado a traição sofrida, nem de ter aceitado o fruto desse erro. Graças a isso, Daiki amadurecera. Ele próprio amadurecera. O relacionamento alcançara outro nível.

Eram, agora, uma verdadeira família, unida graças ao amor. Abençoada pelo perdão.