23 de Outubro, sexta-feira, 2015

Querido diário,

Vamos reiterar algo que eu venho dizendo desde que me conheço como uma humana racional e não-manipulável: mãe, eu sou sua filha, não sua escrava pessoal.

A propósito, caso se pergunte (o que é improvável, a menos que você seja um diário vindo de Narnia, e disso eu duvido muito), “reiterar” significa repetir, fazer de novo.

E se tem algo no qual eu sou boa em reiterar, esse algo é ser trouxa.

Por livros, filmes, séries, fanfics, música, ídolos e todas essas coisas que fodem com a vida social alheia. Só fico feliz por não ser a única, existem alguns bilhões de outros trouxas além de mim — aliás, acho que “trouxas” deveria ser um fandom, aí seríamos uma família bem unida, né não?

Mas, como eu dizia: mãe, não sou sua empregada pessoal.

Só deixando isso bem claro aqui, porque ainda não posso falar pra ela (infelizmente, ainda não garanti meu seguro de vida, nem de dentes).

Mas, falando sério, pura injustiça isso. Eu sou a vítima da história toda!

Ninguém precisa de nada, ninguém quer nadinha aqui em casa, até me verem.

Qual é, eles usam rastreador ou o quê?

Com amor,

Alice