Teus Olhos Meus escrita por Felipe Perdigão


Capítulo 4
III — As Toxinas Dessa Nova Atmosfera.


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores, olha quem voltou!
Tudo bem com vocês minhas quenga? EU ESPERO QUE SIM E SE NÃO ESTIVER BORA MELHORAR MEU POVO. AINDA MAIS SE FOR POR CAUSA DE MACHO OU DE MULHER! TANTA ROLA E FLOR NO MUNDO CÊS VÃO ME INVENTAR DE SOFRER POR CAUSA DISSO?
Enfim, vamos ao que interessa... É só mais um daqueles capítulos chatos que tem na história pra não correr com tudo e gastar toda criatividade e ideias bacanas de uma vez... Mas tentei fazer o melhor e desconstruir alguns preconceitos (o que é um "objetivo" meu neste romance).
Vejo vocês no sábado e, ah, não esqueçam de curtir, comentar, mostrar pros amiguinhos porque isso ajuda muito na hora de eu escrever, pois além de dar motivação de ficar me dedicando a historia, sei no que posso melhorar pra agrada-los.



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MARCOS

Fazendo um grande esforço pra raciocinar, dei um longo bocejo e abri os olhos. Estava deitado em uma cama. Obviamente não era a minha. Juntei as sobrancelhas me esforçando pra reconhecer o lugar. Mas é claro, eu não poderia estar em outro lugar senão ali. Era a cama de meu primo Caio. Virei de lado e dei de cara com seus pés.

Não demorou muito e as lembranças da última noite começaram a surgir, meio vagas, é claro. Com tamanha quantidade de tequila, uma amnesia alcoólica não me pareceria injusto.

Com a cabeça martelando, me esforcei para ir até o banheiro me aliviar.

Porra.

Como é difícil fazer isso tendo uma ereção matinal.

Depois de fazer inúmeras acrobacias para conseguir me aliviar sem sentir que meu sexo fosse explodir, direcionei-me para a cozinha do flat que meu primo dividia com um amigo – que por hora estava viajando – e exprimi em um copo dois limões e o completei com água. Nada melhor que hidratação pra curar ressaca.

Fiquei sentado por ali mesmo tentando lembrar as várias bocas que beijei.

Não consigo lembrar me se quer do nome de nenhuma, mas jamais esquecerei aquelas nádegas redondas e macias que passei a maior parte da noite apertando enquanto trocava beijos envolventes.

Já estava no meu segundo copo da minha receita pra curar ressaca quando meu primo apareceu com os cabelos negros emaranhados trajando apenas uma camisa azul e uma cueca branca deixando suas pernas grossas, definidas e peludas a mostra.

PERA.

Eu havia reparado nas pernas de Caio?

Que diabos está acontecendo comigo.

Em meio a um bocejo ele esbouçou um sorriso.

— Bom dia, Don Jon.

— Amador. — Ri lembrando-me mais uma vez de coisas da noite anterior. — Bom dia.

— Eu ainda não acredito que você pegou a Marcela. — Ele ajeitou o sexo na cueca antes de sentar.

— Quem? — Juntei as sobrancelhas sem entender.

— Como quem? — Caio levantou os ombros. — Simplesmente a mulher mais perfeita de todo o campus.

— A de vestido vermelho? — Naquele momento havia me arrependido de ter bebido tanto. Eu realmente queria lembrar.

— Não... Essa daí não chega nem aos pés da Marcela.

— Cada mulher é única. — Apontei o dedo para ele. — São individualidades belíssimas, cada uma mais preciosa que a outra.

Ele deu de ombros, mas continuei.

— Todas, até as que não nasceram com uma flor entre as pernas devem ser empoderadas por suas particularidades.

— Qual é mano, que papo de veado é esse?

— Eu só acho que você deveria ir dar esse seu rabo. — Me levantei irritado.

— Quem gosta dessas coisas é você. — Ele debochou.

— Falou o cara que pegou todas ontem.

— Ontem eu não estava no meu melhor. — Caio se justificou.

— Acho que você não tem um bom dia desde... — Coloquei o dedo indicador na testa fingindo estar forçando o pensamento. — Desde sempre.

— Vai se achando mesmo, o garanhão. — Meu primo me deu um sorriso sarcástico.

Depois de muito tempo enrolando assistindo um campeonato de vôlei na televisão com meu primo, resolvi ir embora.

Meus pais certamente já estavam preocupados e eu estava morrendo de fome, e venha cá, deixa eu te contar um segredo: casa de universitário solteiro só tem macarrão instantâneo e no máximo um refrigerante que já parece chá por conta do tempo que está aberto na geladeira.

No caminho para casa resolvi parar em uma dessas fast foods globalizadas especializadas em massa e pedi a maior poção de Tagliatelle com Salmão que havia no cardápio.

Meu pai veio da Itália em sua adolescência, por conseguinte lá em casa massa aos domingos é bem mais tradicional a que um feijão tropeiro que é um prato típico aqui de Minas Gerais, e olha, é difícil achar alguém que não aprecie.

Cheguei a casa e confesso que não fiquei surpreso em ver minha mãe sentada a sala assistindo um programa tradicional dos domingos com os olhos vermelhos de lágrima enquanto meu pai em seu quarto fumava um cigarro fedorento assistindo um documentário sobre a África do Sul.

Acostumado com tantas brigas entre os dois, nem me dei o luxo de saber o que estava acontecendo, afinal, eles que são casados e eles que resolvam os problemas sexuais deles.

Esquentei meu saboroso macarrão no micro-ondas e fui para o quarto assistir uma série sobre investigação.

Eu estava precisando daquilo ali.

Minha primeira semana de aula fora extremamente cansativa e eu não estava acostumado a esforçar tanto a mente.

Pausei a série, escovei os dentes e voltei para cama para dar continuação a minha maratona de séries daquele fim de semana.

Tudo estava seguindo tranquilamente até que uma cena de sexo entre a protagonista e o antagonista me causou uma enorme excitação.

Merda!

Eu preciso resolver isso.

Conferi se a porta do quarto estava fechada e fui atrás de um bom pornô para assistir na internet.

Certamente eu começaria a ver imagens sensuais até eu estar completamente excitado.

É como um ritual pra mim.

Eu não tenho muita pressa.

Gosto de aproveitar todo o momento.

Só toco no meu sexo depois de ficar excitado com algumas imagens. Daí, quando eu realmente entro no clima vou atrás do vídeo perfeito. Ai sim eu começaria a me tocar.

Mas eu não precisaria disso naquele momento, afinal, já conseguia sentir meu sexo pulsar enrijecido.

Naqueles próximos minutos, todos os problemas seriam mandados para o inferno e as únicas coisas que passariam a existir no mundo são aqueles peitos, aquela enorme bunda, aquele boquete, aquela cavalgada, de quatro e então... a sonhada gozada na cara.

Só isso!

Eu não preciso de mais nada, eu apenas me perco em meio de tanta excitação.

Ok.

Eu tenho que admitir.

Às vezes assistir pornô não é tão fascinante assim.

Você finalmente acha um vídeo com uma gostosa e quando você está prestes a gozar... o cara aparece.

Merda!

Eu estava quase lá quando começaram a filmar de baixo para cima focando apenas no sexo nojento do ator.

Eu não tenho nada contra quem gosta de pênis, se eu fosse uma mulher adoraria sentar no meu de tão bom que ele é, mas porra! Mulheres são boas demais para outros caras sentirem vontade de foder com outros caras.

Está bem.

Eu sei que condição sexual não é uma coisa que se escolhe, mas se eu pudesse escolher... Eu certamente seria bucetossexual.

É, já perdi muito tempo com esses pensamentos.

Adiantei o vídeo um pouco e já estavam em outra posição.

Está ai outro problema.

Na vida real não é isso que acontece.

Você tem que usar camisinha caso não queira ficar com uma couve-flor entre as pernas ou gerar outra vida, e isso, definitivamente é um saco. Transar na posição mamãe papai é horrível porque você não consegue nem apertar a bunda da gata e elas só gostam dessa posição porque elas gostam de foder olhando pra sua cara. Bem, não preciso nem comentar como que os peitos ficam estranhos nessa posição, não é?

Mano! E gozar na cara? Isso nunca acontece, sempre temos que gozar dentro da camisinha. Na vida real mulheres não deixam gozar na cara.

Pelo menos não as que conheci até hoje.

Vai saber né?

Tem gente que gosta de que enfiem a mão em seu traseiro então... Não da pra generalizar.

Mas se existe no mundo uma mulher que deixe gozar na cara, eu certamente preciso encontra-la.

Certamente isso é uma das coisas que eu mais odeio no sexo fora dos pornôs.

E ah, pra deixar bem claro, ainda sim prefiro transar com mulheres.

Terminei meu trabalho sujando toda minha barriga.

Fiquei ali deitado tentando recuperar o fôlego.

Sem me dar o mínimo trabalho de me limpar, fechei o notebook, virei para o lado e acabei caindo no sono.

Não sei exatamente há quanto tempo fiquei adormecido, mas aquela soneca me fez realmente bem.

Estava tendo um sonho maravilhoso onde estava no Canadá, o país em que sonho conhecer desde criança quando um barulho estranho invadiu meu sonho. Era a merda do meu celular me notificando que alguém estava solicitando uma videoconferência.

Com os olhos lacrimejando me esforcei para enxergar a tela do celular que me cegava com tamanha claridade no meio daquela escuridão do quarto.

Me ajeitei na cama, acendi a luz e me apressei para que não perdesse a ligação.

— Te acordei? — Antônio perguntou.

— Hã? Não, não... havia acordado sozinho. — Menti.

Ele me encarou pela tela com um olhar de “Sei...” e então quebrou o silêncio que havia tomado conta.

— É sábado anoite, o que vai fazer? — Ele perguntou.

— Não tenho planos algum, já sai ontem com Caio e olha... Gastei o que podia e o que não podia.

— Sei bem como é. — Sabe nada, afinal, você é baita de um empresário e ainda é professor.

— Mas porque a pergunta? Está precisando de uma mãozinha com algum projeto?

Tentei interpretar o porquê dele ter rido quando falei “precisando de mãozinha”, mas achei melhor deixar pra lá.

— Na verdade, queria te convidar pra tomar uma mesmo.

— Eu estou realmente sem grana.

— Só uma gelada então.

— Só uma?

— Se eu sair dessa cama não vai ser só por uma.

— Então ótimo.

Ele me passou as informações de como chegar ao bar e assim que desligamos corri para o banho.

Não queria me atrasar para o encontro com meu professor.

A priori, confesso que achei muito estranha essa atitude dele me chamar pra sair. Quando estava no ensino médio os alunos se escondiam ao ver os professores fora da escola... Já na universidade, eles nos convidam pra tomar uma?

Se bem que pode ser só Antônio querendo me recompensar pelo atropelamento, se for isso, eu já nem lembro mais disso.

Só sei de uma coisa: hoje eu vou pegar o dobro a que peguei ontem.


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Notas finais do capítulo

E aí minhas quenga, o que acharam? Espero ter agradado e senão... o que posso fazer né? Beijos e até o próximo sábado!



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