A filha de Gaia escrita por Goth-Lady


Capítulo 35
Reunião de Pais parte 3


Notas iniciais do capítulo

Demorei mais que o previsto, mas finalmente saiu. Tem muita coisa para acontecer ainda.
As músicas apresentadas são Níl Sé'n Lá e Mo Ghile Mear, ambas cantadas pelo grupo Celti Woman. Recomendo ouvir.



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Enquanto os outros estavam nas mesas, as três celtas decidiram se afastar um pouco.

— E o que faremos enquanto esperamos? – Perguntou Macha, queria brincar com Ares um pouco mais.

— Que tal cantar? – Sugeriu Rhiannon animada. Nunca ficava assim a não ser que houvesse música envolvida.

— É uma grande ideia! – Alegrou-se Epona.

As três arrumaram três pedras grandes para servirem de banco. Sentaram-se e arrumaram os vestidos.

— O que vai ser? – Perguntou a irlandesa.

— Vamos começar por Níl Sé'n Lá, é sempre uma boa forma de começarmos.

— Mas teremos que cantar essa música juntas, Epona! Não tem como dividir!

— Eu sei, mas é ótima para aquecermos nossas vozes juntas. Pode pedir para suas aves ditarem o rítimo?

E assim Rhiannon o fez. As aves fizeram o som de fundo imitando a parte instrumental o máximo que conseguiam, principalmente o violino, já os cavalos que as seguiram usavam os cascos para imitarem os tambores. A música começou com a parte instrumental e depois entraram as três com a letra.

Chuaigh mé isteach i dteach aréir // Eu fui a uma taverna
is d'iarr mé cairde ar mhnaoi an leanna. // Perguntei a amigos a letra da música.
Is é dúirt sí liom "Ní bhfaighidh tú deor. // Eles me disseram: "você não vai me encontrar.
Buail an bóthar is gabh abhaile // Caia na estrada e vá para casa

A primeira estrofe foi cantada de forma lenta e suave.

I came by a house last night // Eu fui para uma casa noite passada
And told the woman I am staying // E disse à mulher que ia ficar
I said to her: // Eu disse para ela:
"The moon is bright and my fiddles tuned for playing" // A lua brilha e meu violino está pronto para tocar

Tell me that the night is long // Diga que a noite é longa
Tell me that the moon is glowing // Diga que a lua brilha
Fill my glass, I'll sing a song // Encha o copo, eu vou cantar
And will start the music flowing // E a música começará a fluir

Never mind the rising light // Esqueça que a luz levanta
There's no sign of day or dawning // Não há sinal de dia ou escuridão
In my heart it's still the night // No meu coração ainda é noite
And we'll stay here till the morning // E ficaremos até de manhã

As outras estrofes foram cantadas aumentando gradualmente a voz, mas não conseguiram ficar muito tempo sentadas, pois logo se levantaram e começaram a balançar as saias dos vestidos e a dançar uma antiga dança irlandesa.

Níl sé ina lá, níl a ghrá, // Não há um dia, não é o meu amor,
níl sé ina lá is ní bheidh go maidin, // Não é um dia que nunca vou manhã,
níl sé ina lá is ní bheidh go fóill, // Não há um dia que ainda não vai,
solas ard atá sa ghealaigh. // Luz alta na lua

It's not day nor yet awhile // Não é dia e ainda não amanhece
I can see the starlight shining // Eu posso ver as estrelas brilhando
Níl sé ina lá is ní bheidh go fóill, // Não há um dia que não vou esperar,
solas ard atá sa ghealaigh. // Luz alta ao luar

O refrão era animado. Elas balançavam as saias, davam os braços para girar e depois soltavam e balançavam as saias de novo.

Fill the glasses one more time // Encha os copos outra vez
And never heed the empty bottle // E encha as garrafas vazias
Turn the water into wine // Transforme a agua em vinho
And turn the party up full throttle // E encha mais a festa

Tinham voltado a baixar a voz depois do refrão, mas assim que a estrofe acabou, ficaram dançando aos sons das aves e dos equinos, que imitavam os instrumentos, não perfeitamente, mas quem ligava? Logo a parte instrumental acabou.

Don't go out into the cold // Não saia nesse frio
Where the wind and rain are blowing // Onde o vento e chuva sopram
For the fire is flamming gold // Pois o fogo flameja ouro
And in here the music's flowing // E aqui a música flui

Retornaram a cantar animadamente e se prepararam para o refrão.

Níl sé ina lá, níl a ghrá, // Não há um dia, não é o meu amor,
níl sé ina lá is ní bheidh go maidin, // Não é um dia que nunca vou manhã,
níl sé ina lá is ní bheidh go fóill, // Não há um dia que ainda não vai,
solas ard atá sa ghealaigh. // Luz alta na lua

Tell me that the night is long // Diga que a noite é longa
Tell me that the moon is gleaming // Diga que a lua brilha
Fill my glass, I'll sing a song // Encha o copo, eu vou cantar
And we'll keep the music streaming // E manteremos a música tocando
Until all the songs are sung // Até que tudas as músicas estejam cantadas

Voltaram a diminuir na degunda estrofe, mas por pouco tempo, pois retornaram a aumentaram nos três últimos versos. Esse aumento repentino foi para prepara-las novamente para o refrão.

Níl sé ina lá, níl a ghrá, // Não há um dia, não é o meu amor,
níl sé ina lá is ní bheidh go maidin, // Não é um dia que nunca vou manhã,
níl sé ina lá is ní bheidh go fóill, // Não há um dia que ainda não vai,
solas ard atá sa ghealaigh. // Luz alta na lua

Níl sé ina lá, níl a ghrá, // Não há um dia, não é o meu amor,
níl sé ina lá is ní bheidh go maidin, // Não é um dia que nunca vou manhã,
níl sé ina lá is ní bheidh go fóill, // Não há um dia que ainda não vai,
solas ard atá sa ghealaigh. // Luz alta na lua

Houve uma pequena pausa, mas era só para começarem a cantar com força total.

Níl sé ina lá, níl a ghrá, // Não há um dia, não é o meu amor,
níl sé ina lá is ní bheidh go maidin, // Não é um dia que nunca vou manhã,
níl sé ina lá is ní bheidh go fóill, // Não há um dia que ainda não vai,
solas ard atá sa ghealaigh. // Luz alta na lua

Níl sé ina lá, níl a ghrá,
níl sé ina lá is ní bheidh go maidin,
níl sé ina lá is ní bheidh go fóill,
solas ard atá as
ard atá as
ard atá sa
Ard atá sa ghealaigh!

O último verso foi praticamente gritado, mas era assim mesmo. Quando terminaram, voltaram a sentar nas pedras.

— Viu? É uma ótima forma de aquecer a voz.

— Está bem, você tinha razão. E agora? Qual vai ser?

Enquanto isso, no acampamento, todos acabaram ouvindo uma fraca melodia e as vozes.

— Isso é música? – Perguntou Shiva.

— Devem ser as celtas. – Disse Ve. – Celtas cantam bem, mas não fazem isso a menos que se sintam à vontade.

— Sarasvati faz o mesmo. Deviam ouvi-la tocar.

— E de bom grado. – Disse Amon. – Talvez a gente devesse se reunir e festejar um dia desses e quem sabe uma competição de música com um prêmio.

— É uma boa ideia. Sarasvati iria adorar.

— Podia ter comida também. – Comentou Ganesha.

— E bebida! – Exclamou Vili.

— Mas vocês só pensam em festa! – Resmungou Rá.

— Normal. – Disseram os dois nórdicos e os dois egípcios.

— Meu bom Shiva, como vai a sua esposa? – Perguntou Tane por cortesia.

— Bem, embora tenha que lidar com os avatares dela o tempo todo, principalmente Kali.

— Vocês liberaram seus avatares?

— Há muito tempo! Assim fica mais fácil fazer as coisas, o ruim é que eu preciso urgentemente pôr uma coleira em Kali, mesmo com Durga a freando.

— Precisamos de uma para Tumatauenga. – Comentou Tangaroa.

— E uma para Sehkmet, talvez Seth também. – Comentou Amon.

— Não, Seth precisa de uma gaiola. – Disse Atum. – Ele e Loki, os dois quando saem para beber juntos só fazem merda.

— Vamos ficar aqui parados reclamando ou vamos espiar as celtas cantarem? – Perguntou Haumia.

No mesmo instante, deuses e alguns semideuses curiosos se levantaram e se encaminharam para ver a cantoria. Outros se juntaram mais tarde ao bando e alguns, foram arrastados, como no caso de Sedna por Tangaroa. Sienna acabou ficando na mesa, não disse uma palavra o tempo todo. Tyler se aproximou dela.

— Você está legal?

— Seu pai e seu tio não conhecem roupas?!

— Eles preferem andar assim, mas veja pelo lado bom, você ficou até agora sem surtar. Está progredindo.

Sienna o fuzilou com o olhar, não aceitaria piadas desse tipo.

— Mas não é só esse o problema. – Angus também ficara para trás.

— Você não tinha que arrastar Helena até onde estão as celtas?

— Diana já fez isso por mim. Falando sério, Sienna, qual é o problema?

— Não há problema.

— Isso tem a ver com sua mãe? – Perguntou Tyler tocando seu ombro, mas ela se afastou com o toque.

— Vocês não entendem.

— Eu já vi muita coisa quando era escraviário do meu pai.

— Não seria estagiário?

— Estagiário é o escravo moderno dos escritórios, mas isso não vem ao caso, o seu caso, minha cara, é muito comum.

— Não sabe nada sobre mim.

— Errado. – Fez um X bem grande com os braços. – Sou filho de Anúbis, lembra? Empatia além da conta. – Sienna revirou os olhos, como podia ter esquecido?

— E você decidiu usar seus poderes em mim.

— É uma habilidade passiva, eu não escolho usar. Olha, eu sei que está se sentindo pressionada, até mesmo Hórus e Bastet já perceberam isso, até mesmo Rá! Eu vi o que a pressão pode fazer com uma pessoa. Apareceu tanto suicida lá que quase promovemos alguém para ser o juiz dos suicidas e parte deles era por pressão.

— Eu não vou me matar se é o que pensa.

— Eu não penso nada. – Deu de ombros.

— Sie, não tem problema em compartilhar com a gente.

— Desde quando me chama por esse apelido?

— Nunca é tarde, mesmo que não goste, vou te chamar assim.

— Você é estranho.

— Todos somos estranhos de vez em quando.

— Minha mãe é um pouco exigente e severa.

— E você teme decepcioná-la. – Concluiu Angus.

— É.

— Sienna, por mais que você ame uma pessoa, não pode simplesmente viver pelos outros. É claro que nossos pais sempre querem o nosso melhor e um motivo para se orgulhar, mas esta é a sua vida e não dela. Meu pai mesmo queria mudar um monte de coisas em mim, mas ele me criou para que eu escolhesse meu próprio caminho.

— Angus tem razão. Meu pai também é exigente comoo a sua mãe e quer mudar um monte de coisas em mim como o pai do Angus e também é o que mais destrói minha reputação e me dá vergonha, mas mesmo ele me ama. Ele ficou do meu lado e me ergueu quando eu fiz as maiores merdas da minha vida, mesmo que isso tenha culminado em uma série de traumas.

— Tem que pensar um pouco mais em você e no que você quer, esta é a sua vida.

— Vou tentar.

— Ei, não fique assim. Nós não somos como os caras da história da sua mãe, estamos aqui para te ajudar e não te afundar.

— Vamos ver as celtas com os outros. – Sugeriu Tyler. – Não se preocupe com meus tios ou qualquer outro sem camisa, eu estou do seu lado.

— Qualquer coisa, podemos te distrair.

Mesmo reluntante, Sienna aceitou e juntos os três foram atrás do grupo para espiar as celtas cantando.

Por mais que estivesse curioso com a cantoria, Leo não se juntou aos outros. Esperou as mesas esvaziarem para poder falar com Hipnos, o deus do sono. Era o único que poderia ajudá-lo naquele momento. Contou sobre o estranho sonho que tivera várias vezes desde que Festus injetara a cura do médico nele, mesmo antes de retornar ao acampamento. O deus acabou achando o caso curioso e foi ver, já que para isso iria ter que dormir, tanto que os dois foram para o quarto do latino no Chalé de Hefesto.

— É só deitar e dormir. Vamos ver que sonho é esse.

O latino deitou em sua própria cama e esperou que o deus do sono fizesse seu trabalho. Não conseguiria dormir àquela hora do diap, por isso o sono foi forçado pelo deus. Hipnos estava curioso quanto ao caso. Um grego sendo irmão de um maia era a primeira vez que acontecia algo assim, mas achou curioso o sonho que o filho de Hefesto vinha tendo, ainda mais quando mencionou a mulher com a cobra na cabeça.

O trabalho começou e logo Leo estava de volta ao sonho, mas ele não era pequeno, pelo contrário, era ele mesmo em tamanho normal olhando para um garotinho, um bebê de um ano.

— Curioso. – Disse o deus do sono atrás dele.

— O que é curioso?

— Diga-me, você consegue alterar qualquer coisa neste sonho? Qualquer coisa quando sonha?

— Não.

— Já tentou?

—Já. Por que isso seria importante?

— Você verá.

Logo começaram os gritos e o menino foi ver, juntamente com Hipnos e Leo. Eles viram a mãe do latino discutindo com um homem com escamas de serpente.

— Chaac!

— Conhece?

— Foi quando eu fui atrás de Marcos e parei no panteão maia. Além dele tinham outros deuses e um deles jogou um estômago na minha cabeça.

— Não precisava ter me contado essa parte.

— Mas como fez isso?! Quero dizer, eu mal conseguia vê-lo!

— Resolução de sonhos. Eu posso aumentar a resolução e deixar a imagem mais nítida, assim como pausar, ir para a frente e para trás e até mesmo traduzir. Pense como se estivéssemos presos em um filme em DVD e eu tivesse o controle.

— Pode melhorar o som para ver o que eles estão discutindo?

— Infelizmente eu não posso fazer isso.

— Pode melhorar a imagem, mas não o som?!

— Poderia, se isso fosse um sonho comum, mas não é um sonho comum.

— É o que dizem sobre sonhos de semideuses.

— Isso não é um sonho de um semideus, não é um déjà vu, não é um sonho normal, não é nada do que disseram. Tudo o que estamos vendo ou ouvindo depende de você.

— Eu não estou entendendo mais nada!

— Isto é uma lembrança. Tão antiga e há muito esquecida. Você esteve sonhando com ela antes e continua até agora, isso é um sinal para se lembrar.

— Isso é possível?!

— Olhe ao seu redor! Aquele bebê assistindo à briga é você!

Por um instante, Leo ficou em choque com a surpresa, mas não por muito tempo. Logo a mulher sentiu dores na barriga, que era enorme por sinal. Leo não tinha notado o tamanho da barriga até então, mas agora podia ver nitidamente, era uma barriga de grávida! Se quem estava assistindo tudo era ele, então...

— Não, não pode ser!

Hipnos nada disse, assistiu Chaac levar a mulher para o quarto e o bebê Leo seguí-los. Esperanza deitou na cama, Chaac tinha sacado o Godcel e se pôs a ligar. Leo não se lembrava de ter visto aquilo.

— Quando vejo uma lembrança, faço questão de vê-la integralmente, mesmo que você tenha esquecido algumas partes ou acordado antes de sua conclusão.

Leo iria retrucar, mas estava tão transtornado que não sabia o que dizer. Não soube dizer quando, mas uma mulher com uma cobra na cabeça pegou o pequeno Leo no colo e o retirou do recinto.

— Ixchel. – Foi a única coisa que pôde dizer.

— Essa é nova.

Viram Ixchel leva-lo até o quarto e coloca-lo no berço. Disse algo que acalmou a criança, mas não puderam identificar, no entanto, Leo jurou ter ouvido a alavra “irmão” ser proferida. Não soube se era paranoia ou uma peça de sua mente, mas a palavra não saiu mais de sua cabeça. Hipnos não fez nenhuma menção de ajudar. Tinha advertido que poderia ver coisas das quais poderia se arrepender, mas como ele aceitara os termos, o deus simplesmente deu de ombros. Leo ficou com uma tremenda dor de cabeça e o deus aprovou.

Não demorou para a criança escapar do berço, afinal era engenhosa. A criança correu para o quarto da mãe. Mesmo sem que os dois visitantes se movessem, a cena mudou para dentro do quarto. Não precisavam andar em um sonho ou lembrança, o ponto de vista do sonhador era mostrado, por isso não havia necessidade, ainda mais em uma lembraça, onde a mobilidade era ainda mais limitada. Eram espectros em uma cena de teatro.

Esperanza ainda estava deitada, mas não sentia dores. Chaac estava ao seu lado. Ixchel entregou um pequeno embrulho a ela. A criança se aproximou da cama e recebeu um sorriso terno da mãe. Leo sentia falta dos sorrisos dela. Uma lágrima solitária escorreu pelo seu rosto. A criança se aproximou da mãe e viu o embrulho. Leo não precisou fazer o mesmo para saber o que era.

— Sabe quem é este? – Perguntou a mãe, Leo sentiu um aperto no coração ao ouvir a voz dela, voz que o enchia de saudades.

— Irmão.

— Isso. O nome dele é Marcos.

— Macos.

— Para. – Pediu o semideus.

— Não. Iremos até o final.

— Mas já acabou! É nessa parte que eu acordo!

— Lembranças não terminam em um simples acordar, vão além. Veremos até o final. Graças a você recuperamos os áudios.

— O que?!

— Às vezes é preciso algo forte para despertar uma lembrança, algo como um evento, um detalhe específico, um cheiro... Os áudios dependem do que você lembra, não de mim.

— Estou até com pena de separá-los. – Disse Ixchel.

— Separar?!

— Sua família não quer outro para cuidar, até te pediram para abortar no início e te convenceram a dá-lo a adoção.

— Não ia dá-lo para a adoção, era o que eu estava tentando dizer!

— Não, mas ia dar para a sua irmã criar. – Disse Chaac. – Não gosto dela. Eu posso te ajudar a criar os dois, Leo e Marcos, não é preciso disso. Tohil pode ajudar Leo com o fogo quando for mais velho.

— Os deuses do Olimpo não vão gostar.

— Ora, eles que venham! – Dessa vez a exclamação veio de Ixchel. A cobra se agitou perigosamente a ponto da mulher abraçar os dois filhos para protegê-los. – Não ganhei o título de temida por ajudar a parir crianças!

— Ixchel tem razão. Por mais que eu odeie confrontos, nós não somos frágeis. Se tentarem algo contra meu filho, soltaremos Ah Puch e Camazotz no Olimpo.

— Tenho a impressão de que não gostaria de conhecê-los. – Disse Hipnos.

— Isso não é uma boa ideia, Ixchel.

A terceira voz pertencia a Itzamna. Ninguém tinha notado a presença dele. A aura dele era tranquilizadora.

— Dois semideuses juntos irão atrair problemas e os olhos de vários outros. Não só monstros, mas deuses poderão procurá-los, principalmente os gregos. Mesmo sendo fortes, uma guerra será inevitável e soltar Ah Puch e Camazotz no Olimpo pode mudar toda uma mitologia. Não, as crianças não podem conviver juntas, não enquanto estiverem vulneráveis.

— E o que propõe então?

— Vamos separá-los por um tempo, até completarem sete e oito anos respectivamente e você poder contar a eles. – Se dirigia a Esperanza. – Eles irão entender nessa idade e poderemos deixar que Tohil se encarregue de treinar seu filho. Aos 12 anos poderão morar conosco ou passar alguns dias conosco, mas não se preocupe, os colocaremos para ir à escola todos os dias quando estiverem conosco.

— Mas isso não pode causar divergências entre vocês e o Olimpo?

— Se houver alguma quando eles estiverem grandes, então soltaremos Ixchel no Olimpo.

Esperanza hesitou e olhou para os dois filhos.

— Se estiverem juntos, não só a vida deles correrá perigo como a sua também.

— Um dia eles vão voltar a se encontrar?

— Vão. Essa é a única certeza que tenho sobre o futuro.

— Diga adeus ao seu irmão Leo. Um dia, quando forem maiores, vocês vão ficar juntos de novo.

Os maias saíram da casa carregando o bebê e a memória se desfez. Leo acordou em sem quarto. Ele chorava como uma criança, chorava como nunca chorara na vida. Oito anos foi a idade em que perdeu a mãe. Os maias não voltaram e nem puderam, pois ele mesmo não acreditaria que tinha um irmão, como não acreditou agora aos 15 quando Marcos contou a ele. Marcos.

O latino enxugou as lágrimas. Precisava encontrá-lo! Como pôde ter se esquecido de seu próprio irmão?! Se levantou determinado, mas algo deteve seu olhar. O deus do sono, Hipnos estava no quarto, mas ele estava dormindo. Dormindo! E ainda roncava! Apesar da situação, ele não se deixou abater. Abriu a porta do quarto e correu para fora.

— E então, meninas? – Perguntou Rhiannon. – Qual será agora?

As celtas ainda cantavam, mesmo percebendo a presença do público, que se encontrava escondido. Pelo menos ninguém foi até lá perturbar a cantoria.

— Eu sei uma! – Exclamou Epona animada.

La na mara

Os pássaros começaram a cantar em seus sons e um cavalo bateu o casco na pedra para fazer o estrondo.

La na mara no rabharta

O cinclo se repetiu.

Guth na dtonnta a leanadh
Guth na dtonnta a leanfad, o
La na mara no lom tra
La na mara no rabharta

La an ghainmh
Lorn tra
La an ghainimh

A parte foi somente barulho de pássaros, mas o som ficou mais suave.

Macha:
Can you feel the river run // Você pode sentir o rio correr?
Waves are dancing to the sun // Ondas estão dançando ao sol
Take the tide and face the sea // Pegue a maré e enfrente o mar
And find a way to follow me // E encontre uma forma de me seguir

Ela cantava com uma graça e uma fluidez surpreendente.

Epona:
Leave the field and leave the fire // Deixe o campo e deixe o fogo
And find the flame of your desire // E encontre a chama do seu desejo

Epona era ainda mais graciosa. Sua voz era a mais suave das três. Ela dividiu a estrofe com Rhiannon.

Rhiannon
Set your heart on this far shore // Defina o seu coração nesta terra longe
And sing your dream to me once more // E cante o seu sonho para mim, mais uma vez

Todas:
'Se mo laoch mo ghule mear // Ele é meu heroi, meu fogoso amor
'Se mo Sheasar, gile mear // Ele é o meu césar, fogoso amor
Suan no sean ni bhuair me fein  // Descanço e prazer eu não tive
O chuaigh i gcein mo ghile mear  // Desde que ele foi pra longe, meu amor

Epona:
Now the time has come to leave // Agora chegou a hora de sair
Keep the flame and still believe // Manter a chama e ainda acreditar

Rhiannon:
Know that love will shine through darkness  // Saber que o amor vai brilhar através da escuridão
One bright star to light the wave  // Uma estrela brilhante pra luz da onda

Todas:
'Se mo laoch mo ghule mear // Ele é meu heroi, meu fogoso amor
'Se mo Sheasar, gile mear // Ele é o meu césar, fogoso amor
Suan no sean ni bhuair me fein  // Descanço e prazer eu não tive
O chuaigh i gcein mo ghile mear  // Desde que ele foi pra longe, meu amor

Amhran na farraige, or ar na seolta
Amhran na farriage, ag seoladh na
Bhfonnta

As aves e os equinos entraram em cena novamente fazendo barulho compatível com a estrofe enquanto elas cantavam.

Todas:
Lift your voice and raise the sail // Levante a sua voz e levante a vela
Know that love will never fail  // Saiba que o amor nunca vai falhar
Know that I will sing to you  // Saiba que eu vou cantar para você
Each night as I dream of you  // Cada noite que eu sonho de você

Todas:
'Se mo laoch mo ghule mear // Ele é meu heroi, meu fogoso amor
'Se mo Sheasar, gile mear // Ele é o meu césar, fogoso amor
Suan no sean ni bhuair me fein  // Descanço e prazer eu não tive
O chuaigh i gcein mo ghile mear  // Desde que ele foi pra longe, meu amor

E iniciou-se a parte instrumental, feita pelos animais.

Seinn..
Ag
Seinm Ag na farraige
Seinn..

Cada palavra era repercutidada no meio da parte instrumental, a mescla as tornava quase inaldíveis.

Todas:
'Se mo laoch mo ghule mear // Ele é meu heroi, meu fogoso amor
'Se mo Sheasar, gile mear // Ele é o meu césar, fogoso amor
Suan no sean ni bhuair me fein  // Descanço e prazer eu não tive
O chuaigh i gcein mo ghile mear // Desde que ele foi pra longe, meu amor

Todas:
Glie mear, the wind and sun  // Fogoso amor, o vento e o sol
The sleep is over, dream is done  // O sono é o fim, o sonho está pronto
To the west where fire sets  // Para o oeste onde fogo abaixa
To the gile mear, the day begun  // Pro fogoso amor, o dia começou

As voves ficaram mais agudas e mais fortes, abandonando a calmaria de antes.

Todas:
'Se mo laoch mo ghule mear // Ele é meu heroi, meu fogoso amor
'Se mo Sheasar, gile mear // Ele é o meu césar, fogoso amor
Suan no sean ni bhuair me fein  // Descanço e prazer eu não tive
O chuaigh i gcein mo ghile mear // Desde que ele foi pra longe, meu amor

Todas:
'Se mo laoch mo ghule mear // Ele é meu heroi, meu fogoso amor
'Se mo Sheasar, gile mear // Ele é o meu césar, fogoso amor
Suan no sean ni bhuair me fein  // Descanço e prazer eu não tive
O chuaigh i gcein mo ghile mear // Desde que ele foi pra longe, meu amor
O chuaigh i gcein mo ghile mear // Desde que ele foi pra longe, meu amor

E então, com a última nota gritada e a parte instrumental feita, a música se encerrou. Porém ninguém se segurou e começaram a aplaudir. Ao menos a esmagadora maioria. Cantavam bem e teatralmente, isso era inegável.

— Parece que temos público, meninas. – Disse Macha.

— Não precisam se incomodar, finjam que a gente não está aqui. – Disse Amon.

— Parece que alguém gosta de música. Vamos decidir a próxima?

Tudo parecia correr bem, até Leo entrar na multidão. Estava visivelmente transtornado.

— Leo, o que foi? – Perguntou Piper preocupada com o amigo.

— Nada. – Tentou forçar um sorriso, mas este saiu amarelo.

— Você está estranho!

— Eu tenho que resolver algo.

O filho de Hefesto driblou os amigos e começou a correr por entre a multidão. Não queria falar com eles ou com ninguém, mas pelo visto precisaria de ajuda. Foi até a pessoa que poderia ajuda-lo.

— Parvy, você viu o Marcos?

— Eu não o vejo desde as mesas. Só um minuto. Eliot! – Gritou para o amigo que estava a uma distância considerável. – Você viu o Marcos?

— Não! Ele não estava com você?!

— Eu pensei que ele estava com você!

— Comigo não!

— Tyler, você viu o Marcos?!

— Acabei de chegar, Parvy! Eu, Sienna e Angus!

— Cara, ele está bem?! – Perguntou Angus aparecendo perto dos dois como uma sombra.

— Aparentemente não.

— Eu preciso achá-lo.

— Hey, fica frio. – Disse o egípcio ao grego. – Vamos continuar procurando.

— Eliot não o viu.

— Vamos perguntar aos outros. Ray! Viu o Marcos?!

— Não! Por quê?!

— Nada! Frísio!

— O que?!

— Olha o que eu encontrei! – Bate no dorso de um cavalo negro com calda e crina compridas e desgrenhadas.

— Vai tomar no cu, Angus!

— O que foi?! Ele é a sua cara!

— Eu não entendi. – Comentou a hindu.

— A raça desse cavalo se chama Frísio ou Friesian. Só estou sacaneando o Frísio. – Por um breve instante, a brincadeira arrancou um mínimo sorriso do grego. – Aí, se eu colocar uma cartola nele, ele fica igual ao Slash!

— Vai pra porra!

— Vão parar com essa porra antes que eu arrebente os dois! – Exclamou Diana.

— Dia, viu o Marcos?!

— Não!

— Eu vi! – Gritou Nicolas. – Ele foi atender uma ligação, acho que era do pai!

— Onde?!

— Para lá, eu acho!

Leo saiu correndo na direção apontada por Nicolas e Parvati foi atrás dele, para longe da multidão. De fato, Marcos falava no Godcel, mas Leo não quis saber, pois ele o abraçou com força, fazendo o aparelho cair no chão.

— Marcos! Meu irmão. Meu irmãozinho.

— Você está bem? O que aconteceu?

— Eu lembrei. Meu pequeno irmãozinho.

Marcos retribuiu o abraço e ao mesmo tempo afagou a cabeça do outro.

— É melhor irem a um lugar mais tranquilo. Outros podem vir.

— Venha conosco, Parvy. Por favor.

Marcos guiou Leo até a Embaixada e Parvati os acompanhou. O maia sentou no sofá com o grego e encostou a cabeça dele em seu ombro enquanto a hindu foi para a pequena cozinha.

— Calma, eu estou aqui. Está tudo bem.

— Marcos, eu...

— Não precisa me dizer nada. Não estou bravo.

— Mas eu...

— Tente se acalmar, ok? Vai ficar tudo bem. Nada vai te acontecer comigo aqui.

— Estamos juntos de novo.

— Sim, estamos.

Leo deu um pequeno sorriso e fechou os olhos. Estavam juntos de novo, era isso que importava.

— Aqui, beba isso. – Pediu a hindu quando retornou e estendeu a bebida. – É camomila, vai ajudar a acalmar os nervos.

Leo bebeu. De fato era chá de camomila, mas tinha um sabor forte que ele não conseguiu identificar. Voltou a olhar a hindu e ela bebia o dela sem nenhum problema. Marcos pareceu estranhar o dele.

— O que você pôs nesse chá, Parvy?

— É só... Mas que droga! – Fechou a mão em punho e bateu na própria testa.

— O que foi?

— Eu tenho mania de fazer todos os meus chás e doces com canela. Esqueci de perguntar se queriam no de vocês. Sou uma besta.

— Não, você não é. Isso acontece. Está ótimo até.

— Cara, não faz isso. – Pediu o grego.

— Mas está bom. Geralmente os maias usam baunilha nas bebidas, principalmente nas bebidas com cacau. E Ek Chuah coloca mel em tudo que come ou bebe.

— Eu não sabia.

— Mas é. – Bebe mais um pouco. – Se duvidar, ele até põe mel no chá preto, talvez até na coca-cola.

— Esse é aquele que atirou o estômago em mim?

— Esse é Ah Puch, Ek Chuah é o nosso Perigo.

— Ah, lembrei.

— Não quer ir lá para cima e lavar o rosto? – Perguntou a hindu. – Você não parece bem e podem te encher de perguntas por causa disso.

— Tem razão.

— Sabe onde é meu quarto. – Disse o maia.

Leo subiu as escadas, rumo ao quarto de Marcos. Já estivera lá uma vez e sabia onde era. Marcos e Parvati continuaram na sala.

— Ele realmente não está bem. – Comentou Parvati.

— Ele sofreu muito e aguentou sozinho até agora.

— Mesmo que dividamos o fardo com os amigos, a dor continua sendo individual, variando a intensidade para cada pessoa.

— Devia emoldurar em algum lugar.

— Talvez eu escreva um livro.

— Vou ser o primeiro a comprar.

— Só se passar pelo meu avô primeiro.

— Serei o segundo então.

— Tenho uma família grande.

— Me pegou então. – Riu.

— A propósito, o seu Godcel.

— Obrigado. Isso me lembra... Parvy, você pode me fazer um favor?

— Avisar a todos que seu pai vai se atrasar?

— Não só isso. Jaguar fez merda.

— É tão grave assim?

— Ele não contou para ninguém que ele também tinha culto nos incas, inclusive, ele também é uma divindade por lá. Descobriram isso hoje e os astecas e os maias precisaram se reunir com os incas para discutir os termos da aliança.

— O que?!

— Eu sei, nem eu acreditei. Até liguei para o Kuzco para confirmar e de fato Jaguar é asteca, maia e inca ao mesmo tempo.

— Kuzco?

— É um amigo meu. Ele é de Cusco no Peru e tem um desenho em que um imperador se chama Kuzco, então sacaneio ele. Era ele para ter vindo ao acampamento comigo, mas ele está na mesma situação do Tyler. Até ia convencê-lo a vir e falar com a Raven para ver se cria mais um quarto ou deixa ele no sofá mesmo.

— Entendo. Irei falar com os outros.

— Obrigado, Parvy. Nos juntaremos a vocês assim que pudermos.

Parvati sorri e saiu do prédio, retornando ao local onde uma nova música era cantada. Logo a música terminou e foi para perto de Diana.

— Parvy, onde esteve?

— Falei com o Marcos. Precisamos reunir todos antes de dar os detalhes.

— Aí tem coisa.

O grupo da Embaixada se reuniu perto de Ganesha, como Parvati indicara.

— Little Parvy, o que há de errado, minha filha?

— Eu tenho algo para contar, pai e preciso da atenção de todos.

— É tão importante assim?

— De certa forma. Raven, você consegue por mais um quarto na Embaixada.

— Quem vem agora?

— Marcos vai convencer um amigo a vir, mas não agora, pois ele está em época de provas.

— Hemisfério sul?

— Sim. Inca.

— Vou ver o que posso fazer.

— Olhem só o que eu encontrei, o Slash! – Exclamou Angus com o cavalo da raça frísia usando uma cartola e óculos escuros.

— Ah, vai pra porra! – Exclamou o celta.

— Mas eu gostei dele assim. Será que dá para transformá-lo em steampunk?

— Não ouse!

— Seus amigos são um tanto... Peculiares.

— Ficaria surpreso com nosso dia a dia. – Comentou Diana tendo Lena agarrada em sua perna.

— E essa criança?

— Essa é a Lena, ela é filha de Hecate, mas é muito apegada a mim.

— Oh.

— O que é tão importante, Little Parvy? – Perguntou Shiva se aproximando do grupo.

— Falei com Marcos e ele disse que Chaac irá se atrasar.

— Garanto que poderemos esperar um pouco mais.

— Não é só isso. Descobriram que o Deus Jaguar também era adorado pelos incas e estão discutindo a aliança entre astecas, maias e incas.

— Quando foi isso?

— Hoje.

— Puta que pariu!

— Vovô?

— Esse mundo é impressionante! Quando eu acho que nada pode me surpreender, um deus acaba por pertencer a três mitologias, senão mais, pois o jaguar era um animal importante na Meso-América. Irei falar com os outros deuses.

Shiva se afastou e foi dar a notícia. Gregos e maoris começaram a xingar em suas línguas nativas, Sedna apenas deu de ombros, como os inuites eram aliados dos maias, aquilo os beneficiaria indiretamente.

Enquanto isso, na Embaixada, Leo lavava o rosto no banheiro do irmão. Era muita informação de uma vez e aquilo tinha sobrecarregado seu cérebro.

— Melhor agora?

— Muito. Marcos, eu lembrei...

— Do que?

— Seu nascimento. Estive sonhando com ele há um tempo e Hipnos me ajudou a desvendar o que era. Somos realmente irmãos.

— Eu sei. Eu soube disso quando me contaram que eu era adotado.

— Você foi adotado?!

— Meu pai me entregou para uma amiga mortal dele me criar, pois eu não podia morar com os maias até completar 12 anos para não ferrar meu psicológico de vez. Geralmente eu ficava por lá poucos dias ou só fazia uma visita mesmo, isso em dias normais, pois eu passava as férias lá. Acho que disse isso.

— Cara, sou um semideus, não espere que eu preste atenção.

— Eu também sou e presto atenção.

— Você não conta. Por onde andou por todo esse tempo?

— Como eu disse, eu fui adotado e registrado pela Giovana Gutiérrez e nós moramos em Chicago.

— É em outro estado!

— Eu sei, mas ela é amiga do meu pai e concordou com isso.

— Quantos amios seu pai tem?!

— Ele é bem amigável.

— Você a considera com mãe?

— Giovana? Ela praticamente me criou e cuidou de mim, então sim. E me ensinou sobre mitologia maia também.

— Ela te ensinou sobre mitologia maia?

— Ela é especialista. Trabalha no Museu de História Natural de Chicago. Já me tranquei lá várias vezes. Ela ficava uma fera quando eu escalava o dinossauro.

— Você escalava um dinossauro?!

— Escalava. Tenho tantas histórias naquele museu que se ela não fosse a chefe da equipe de pesquisa e do departamento de restauração, eu estaria proibido de voltar lá.

— O dinossauro não ganha vida durante a noite, ganha?

— Quem sabe. O que nossa mãe fazia?

— Ela tinha uma oficina mecânica. Eu aprendi sobre as ferramentas com ela.

— Me parece familiar, mas não consigo lembrar direito. Pronto para se juntar aos outros?

— Temos mesmo?

— Sim. Eu ainda tenho que falar com a Raven sobre o Kuzco e arrumar uma forma de arrastá-lo até aqui.

— Kuzco?

— Longa história. Te conto no caminho.


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Notas finais do capítulo

Os hindus possuem avatares, incluindo suas reencarnações. Eles liberaram todo mundo para o crescimento do panteão.
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Kali, a destruidora, é uma deusa da guerra e destruição, ela é azul, tem 4 braços, usa um colar de crânios e uma saia de braços e está sempre com a língua para fora. Quem for pesquisar no Google imagens, favor não fazer isso tarde da noite.
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Escraviário é uma brincadeira usada para se referir a estagiários de escritório. Enquanto alguns realmente fazem o estagiário crescer, outros só querem mão-de-obra barata e não há mão-de-obra mais barata que um estagiário.
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O cavalo que Angus usou para zoar o amigo é da raça frísio, mais conhecida como friesian. É um cavalo preto perfeito para usar em qualquer coisa steampunk ou só para por uma cartola e óculos escuros e fingir ser o Slash.
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Baunilha era uma especiaria maia, assim como o cacau e até mesmo o mel. Hoje ela é cultivada até em Madagascar.
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"Ek Chuah é o nosso Perigo" O Perigo dessa frase é uma referência ao personagem Perigo de Todo Mundo Odeia o Chris.
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O jaguar era um animal sagrado até mesmo para os incas (descobri isso recentemente) e adorado como um deus. Também havia um deus jaguar antes da ascensão do Império Inca, mas as informações sobre ele são esparsas.
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O jaguar era um animal adorado em na Meso-América, isso quer dizer que além de astecas, maias e incas, ele pode pertencer a várias outras mitologias primitivas da América.
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Kuzco é o personagem de A Nova Onda do Imperador, A nova Escola do Imperador e A Nova Onda do Kronk.
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Kuzco é um trocadilho de Cusco, cidade onde o mencionado amigo de Marcos é originário. Marcos o chama assim por conta do nome da cidade.
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Cusco é uma cidade do Peru, perto no vale sagrado dos incas. Cuco também foi capital do Império Inca, enquanto Machu Picchu era uma cidade fortaleza. A cidade existe até hoje e sua bandeira é um arco-íris com as suas 7 cores. (Sabe a bandeira LGBT? Acrescente uma listra azul clara entre o verde e o azul e você tem a bandeira da cidade.)
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Há uma referência de Uma Noite no Museu no texto.
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É isso, espero que tenham gostado e fiquem por dentro porque a treta nunca dorme, só atrasa.



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