Cassius e Ramsay continuam com seu duelo, espadas se cruzando em um brilhante jogo de ataque e defesa, quando, do nada, a chuva começa a cair, fazendo com que um sorriso surja na face do rei zardreniano.

— Por que está rindo, idiota? – pergunta o rei alkavampiano, não gostando nem um pouco de toda essa alegria repentina do seu adversário.

— Porque você é um idiota, Ramsay! – responde Cassius, sem deixar de sorrir.

Em seguida, o rei zardreniano cria uma esfera luminosa e a lança na direção do rei alkavampiano, que não sente dificuldade em desviar, e, após fazer isso, Cassius toma distância e guarda a Sagrado Coração na bainha, para em seguida assobiar, chamando o seu grifo Netuno, que não demora muito em aparecer, sobrevoando o céu onde a chuva continua a cair.

— O que pensa que está fazendo, Cassius? – a voz de Ramsay é carregada de fúria.

O rei zardreniano dá um salto e, monta com perfeição o Netuno, olhando para o seu inimigo com um ódio desmedido.

— Infelizmente, este duelo terá que ser terminado em outro dia, Ramsay! E, quando este dia chegar, lutarei com você até a morte, pois temos contas a acertar. Você me deve muito e, no momento oportuno, eu vou cobrar esta dívida! Agora adeus.

Ramsay quer tentar impedir a fuga de Cassius, lançando contra ele uma esfera de energia das trevas, mas, o rei zardreniano desvia dela com uma grande facilidade, ao mesmo tempo em que lança no céu uma esfera luminosa que brilha de forma intensa, como se fosse um pequeno sol, impedindo a visão dos alkavampianos.

Quando a luz se desfaz, Cassius já não está mais ali, o que faz com um ódio desmedido tome conta do rei alkavampiano, que soca o chão com uma força em demasia ao mesmo tempo em que grita:

— MALDITO SEJA CASSIUS!!!!!

*****

O Comandante Alexander e o Subcomandante Rickon percebem o claro sinal de que o plano fora um verdadeiro sucesso, enquanto a chuva criada pelo Lorde da Água continua a cair, anunciando que é hora das tropas zardrenianas baterem em retirada, pois o plano fora executado com um grande sucesso.

O Comandante da guarda real bloqueia com maestria um golpe de Daithi, que está em fúria. E, Alexander aproveita este momento para atingir o seu adversário com um forte golpe de espada em seu braço e, com um chute na barriga do príncipe alkavampiano o joga longe.

Em seguida, o líder da guarda real zardreniana dá o sinal para que os Cavaleiros batam em retirada. Lorde Davos tenta lançar chamas para impedir a partida das tropas inimigas, mas a chuva que continua a cair acaba com suas intenções.

Lorde Hoster leva sua mão ao céu, como se quisesse invocar alguma coisa e impedir a partida dos inimigos, mas, Daithi faz um sinal em negativa com a cabeça, e, o Lorde obedece às ordens de seu príncipe.

— Deixe que fujam como ratos. – a voz de Daithi detona asco, todo o nojo que ele sente do povo zardreniano – Meu sexto sentido me diz que o que acabamos de ter aqui foi uma distração.

— Distração? – questiona o jovem Lorde do vento Loras.

— Sim, distração. – continua o príncipe alkavampiano – Como se esses imbecis quisessem nos distrair de algo. Agora percebo claramente. Venham comigo, é hora de confirmarmos as minhas suspeitas.

Sem dizer mais nada, os três lordes seguem o príncipe alkavampiano até as masmorras e, não é ali, eles veem dois corpos decapitados. Daithi não precisa seguir adiante, sabe perfeitamente bem o que isso significa.

Uma raiva sem limites passa por seus frios olhos cinza, a verdade nua e crua bem diante de seus olhos.

O pirralho zardreniano fora resgatado!

*****

Montado em seu grifo Netuno, que voa a uma grande velocidade, Cassius rapidamente consegue alcançar os dois Grandes Lordes, enquanto voam de volta ao palácio real zardreniano.

— Landon? – Cassius não consegue deixar de perguntar.

— Ele está salvo. – responde o Lorde William, apontando para o menino, coberto pelo manto negro o qual segura com todo o cuidado.

— Obrigado. – Cassius não pode deixar de agradecer.

— Não agradeça ainda. – fala o Lorde da Água – O Landon não está bem, Cassius. Ele vai precisar dos cuidados do Gregory.

Continuam o trajeto em silêncio e, não demora muito para que o Comandante Alexander, o Subcomandante Rickon e os Cavaleiros da Guarda Real os alcance, ao mesmo tempo em que já começam a avistar as grandes e belas torres do palácio real zardreniano, mostrando que a capital está cada vez mais próxima.

Os grifos voam ainda mais rápido e eles pousam no pátio de pouso do palácio, os primeiros a descerem dos grifos sendo o rei e Lorde Ferdinand. Em seguida, o rei zardreniano se aproxima do grifo de Lorde William e, o Grande Lorde da Terra, entrega o pequeno corpo ferido e inconsciente de Landon para o pai.

Cassius olha para seu filho, o corpo quente e trêmulo, totalmente ferido e, um ódio desmedido começa a tomar conta dele, fazendo com que comece a ranger os dentes devido a todo o ódio por Alkavampir.

Sabia, por aquela maldita carta de Ramsay, que Landon estava sendo torturado, porém, não imaginava que a crueldade que estavam fazendo a seu filho fosse tanta, a este ponto!

Seu ódio é tanto que, seus olhos começam a faiscar e a emitir faíscas de luz.

William desce de seu grifo e, o olhar de Cassius lhe diz perfeitamente bem o tamanho do ódio que o homem está sentindo neste momento.

— William, pegue o Landon e o leve até os aposentos dele. – ordena o rei – Ferdinand, encontre Gregory e peça que ele cuide do Landon imediatamente.

— O que você vai fazer, Cassius? – questiona o Grande Lorde da Água, já imaginando a resposta do amigo.

— Vou voltar agora mesmo a Alkavampir e decapitar o maldito Ramsay, em resposta ao que ele fez ao meu filho! – cada palavra de Cassius é impregnada de dor e de ódio.

— Mas não vai mesmo! – fala o Grande Lorde da Terra – Cassius, eu até entendo você e toda a sua raiva! Mas não é assim que você vai conseguir vingança! Pensa que agora, a Astrid e o Landon são muito mais importantes do que qualquer vingança que você queira ter! O Landon não está bem, Cassius! A Astrid também não! Você sabe do problema dela! Os dois precisarão de você mais do que nunca! Seu lugar é ao lado deles, não buscando vingança!

— O William tem razão, Cassius. – Ferdinand completa o amigo – Pense na sua esposa e em seu filho. Eles são a prioridade no momento! Você é à força dos dois, Cassius! Eles precisam de você!

Cassius coloca a cabeça no lugar. Olha para o filho, inconsciente e gemendo em seus braços. Pensa em Astrid, sua amada esposa, e, sabe que os dois são mais importantes que o bastardo do Ramsay!

A hora de sua vingança chegará!

No momento, Landon e Astrid precisam dele!

— Vocês estão certos, me desculpem. – Cassius suspira – Eu perdi a razão ao ver o meu único filho neste estado. Vou levá-lo até os aposentos dele. William, procure o Gregory. Ferdinand, vá até meus aposentos e avise a Astrid que o Landon está salvo. E, se possível, ajude-a a chegar até o quarto do meu filho, porque ela está muito fraca. Agora vamos, não temos mais tempo a perder.