Na manhã seguinte, Astrid acorda, olha para o lado e vê que Cassius já se levantou. Se levanta e, não demora muito para Katherine, uma de suas criadas particulares adentrar os aposentos reais.

A criada faz uma reverência e ajuda a rainha a colocar um vestido, para em seguida pentear cuidadosamente os cabelos de Astrid. Em seguida, a rainha zardreniana deixa seus aposentos e se dirige para o quarto ao lado, para ver se seu filho já se levantou, como faz todas as manhãs.

Ao verem a rainha zardreniana, os dois Cavaleiros fazem uma reverência e, em seguida, Astrid adentra o quarto do filho. Para sua surpresa, percebe que a cama de Landon está vazia, vai até o quarto de vestir e não vê o menino ali.

A rainha zardreniana então deixa os aposentos do filho e se dirige a um dos Cavaleiros da porta, dizendo:

− Faz muito tempo que o Landon levantou?

− O Príncipe ainda não levantou, Sua Graça. – reponde Rodrick, um dos Cavaleiros – A criada Marie também não veio para vestir o príncipe como faz todas as manhãs.

As palavras de Rodrick são suficientes para despertar medo em Astrid, pois, como Landon pode não ter se levantado se ele não está em seus aposentos?

Sem pensar duas vezes, a rainha zardreniana deixa os aposentos do filho e vai direto para a sala do trono, onde encontra seu marido discutindo alguns assuntos com o Conselheiro Gregory.

− Cassius, você viu o Landon? – pergunta Astrid, a voz carregada de preocupação.

− Ele já levantou? – questiona o rei zardreniano, voltando sua atenção para a esposa.

− Os aposentos dele estão vazios, mas Rodrick diz que o Landon não se levantou ainda, e que Marie não apareceu para arrumá-lo para o café da manhã.

Ao ouvir as palavras de sua esposa, Cassius volta a sentir aquela angústia em seu coração, só que com muito mais força.

− Vamos procurá-lo. – fala o rei, sem ter cabeça para mais nada.

***

Ramsay desce as escadarias de seu palácio que levam as masmorras acompanhado por dois homens. Um deles é bastante alto, cabelos ruivos e olhos vermelhos como o fogo, o elemento que controla. Seu nome é Lorde Victarion e ele é o Grande Lorde do fogo. A seu lado, um homem de estatura mediana, olhos e cabelos negros um corte perfeito, ele é Lancel, o Grande Lorde do Vento.

Acompanhado de seus dois Grandes Lordes, chegam às masmorras e um dos Cavaleiros que está de guarda abre a porta para Ramsay e seus Lordes. Assim que entram a cela, eles veem o pequeno Landon adormecido, deitado naquele chão frio e úmido, porque nem palha no chão há naquele lugar.

− É esse o príncipe zardreniano, Sua Graça? – questiona Lorde Victarion.

− Exatamente. Tenho o filho de Cassius e herdeiro do trono de Zardren em minhas mãos e, há esta hora, o idiota de meu inimigo não deve nem imaginar que o filhinho desapareceu durante a madrugada.

− Esse será um golpe e tanto contra Zardren, Sua graça. – comenta Lorde Lancel – Mas, não seria melhor acorrentar o menino?

− E pra que? – zomba Ramsay – É só olhar para o rosto do pirralho para ver o quanto ele é mimado e, a única porta de saída, está sendo vigiada por Cavaleiros treinados da Guarda Real, o pirralho não tem como fugir.

− E o Príncipe Daithi já sabe que tem um brinquedinho aqui nas masmorras, Majestade? – pergunta Victarion.

− Ainda não. – responde Ramsay – Ele está ocupado digerindo a ideia de que Esme está carregando o herdeiro dele ao trono. Mas em breve ele saberá e, como meu filho é, não vai demorar a vir brincar com o presente que estou dando a ele.

***

No palácio real de Zardren, toda a Guarda Real, bem como os Grandes Lordes foram destacados para procurar por Landon. As ordens de Cassius foram bastante claras, todos os locais do palácio devem ser revistado.

A primeira coisa que Cassius fez foi ir aos estábulos, talvez o filho pudesse ter burlado a guarda real para voar com Poseidon, mas o grifo continuava ali. Em todas as saídas do palácio, nenhum Cavaleiro vira o jovem príncipe sair, o que torna seu desaparecimento ainda mais estranho.

E, para completar ainda mais a preocupação de Cassius, Astrid começou a se sentir mal, a tal ponto que Gregory achou melhor que a rainha repousasse. Para fazer companhia à esposa, Cassius pedira as ladies Elise e Adrienne que ficassem com ela, para que ele possa ajudar a procurar pelo filho. Porém, Landon simplesmente desapareceu sem deixar qualquer pista.

− Landon... Onde você está, meu filho... – Cassius sussurra para si mesmo, cada palavra carregada da mais pura e genuína preocupação.

− Não se preocupe, Cassius. – William fala ao amigo – Nós estamos aqui com você, amigo.

− Você não está sozinho, Cassius. – completa Ferdinand – Conte conosco, amigo. Nós vamos achar o seu filho.

− Obrigado, meus amigos. – agradece.

***

Aos poucos, Landon vai abrindo os seus olhos e, a primeira coisa que percebe é que não está em casa, pois o chão é gelado e úmido. Não é sua cama. Olha para os lados e vê que está em um cômodo frio, sem qualquer iluminação, totalmente escuro, sem janelas e com uma única porta.

Se senta no chão, os olhos castanhos completamente confusos. Onde ele está? Por que não está em casa? Onde estão os seus pais?

Se levanta e vai até aquela porta, querendo abri-la mas, percebe que não há fechadura do lado de dentro.

A cada segundo, a confusão se torna mais e mais evidente e seu rosto. Se lembra de ter deitado em sua cama, de seus pais terem ido lhe dar um beijo de boa noite, como eles sempre fazem. Depois disso ele pegou no sono.

Era para ele estar em casa, com Marie o acordando como faz todas as manhãs, para trocá-lo e prepara-lo para tomar café da manhã com a mãe, como ele faz todas as manhãs.

Seu coração bate de forma forte e descompassada, pois não acha que está em casa, embora não faça ideia de onde está. Quer descobrir onde está, embora tenha a sensação de que não vai gostar da resposta.

E, com os olhos ainda repletos de confusão, ele vê aquela pesada porta começando a se abrir.