Looking For My Guitar escrita por Tokki


Capítulo 5
Na biblioteca




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/649751/chapter/5

Duas horas da tarde, os três encontravam-se na mesa. Tré estava com um caderno e um lápis na mão.

— Vamos lá, faremos um retrato falado desse maluco — afirmou o baterista.

— Você sabe desenhar por acaso? — caçoou Mike.

— Fica quieto, só observa o detetive em ação.

— Me poupe, cara. — Mike levou as mãos ao rosto.

— Não precisa desenhar, só anota o que a gente sabe. — disse Billie. — Vamos lá, começando pelo Mike. O que você sabe dele?

— Que o nome dele é James, foi até eu que descobri isso. E... — Mike parou de falar.

— E? — perguntou Tré.

— Ele tem uma bicicleta verde — concluiu Mike.

— Oh cabeção, é para fazer o retrato falado dele, não das coisas dele! — Tré amassou um papel e jogou em cima de Mike.

— Mas anota aí também Tré, é importante saber até a cor da bicicleta dele.

— Está bem, está bem. — Tré anotou o detalhe.

— Mais alguma coisa, Mike? — perguntou Billie.

 

— Não, só isso.

— Tré?

— O que eu sei é que ele é um garoto adolescente que comprou a fita de cetim na floricultura e que esbarrou nas minhas costas no parque, tem a estatura média, cabelos castanhos... acho que só isso. — Tré escrevia tudo o que falara no caderno. — Agora você, Billie. O que tem a dizer?

— Você é observador, hein! Até agora eu sei tudo o que vocês disseram... e que ele devolveu a minha palheta, agora só falta a guitarra.

— Só falta ela né, falta quase nada... Billie, acorda! — exclamou Mike.

— Desculpa Mike, eu só estou cansado de tudo isso. Acho que eu...

— Desisto? Ah não, Billie... — Mike ia começar um sermão quando foi interrompido por Billie.

— Calma cara, eu só ia dizer “acho que eu vou pegar um copo de água”.

— Eu vou jogar um copo de água é na sua cara! — Mike jogou uma bolinha de papel em cima de Billie.

— Mike, Billie, vamos continuar com as anotações do caso James.

— Tré, para com isso cara, você não é detetive. Para que está feio — Mike começou a rir.

— Feio está para você, todo dramático achando que o Billie ia desistir!

— Tré, Mike, chega de jogar conversa fora. Lembrem-se de que ainda temos que ir na biblioteca.

— Mas o que vamos fazer lá? — perguntou Tré.

— Boa pergunta, no bilhete só disse para a gente ir para lá. A gente se vira quando chegar.

[...]

Entrando na biblioteca, eles deram de cara com uma pessoa, que deduziram ser o bibliotecário. Um menino adolescente, de cabelos castanhos, mascando chiclete e limpando o balcão. Passando discretamente por ali, sem o garoto notar, resolveram se sentar em uma mesa nos fundos da biblioteca.

— Tré, eu me lembro que antes de sairmos de casa, você disse alguns detalhes físicos dele. Você acha que seria capaz de reconhecê-lo se o visse na sua frente de novo? — sussurrou Billie.

— Eu não sei Billie. — respondeu Tré sussurrando. — Já sei, você deve estar sugerindo que podia ser aquele bibliotecário.

— Exato.

— Mas seria muito sem noção ele mandar a gente vir aqui onde ele trabalha, que no caso seria esse bibliotecário — disse Mike um pouco alto.

— Não esqueçam de falar baixo, estamos em uma biblioteca. E aliás, também estamos discutindo algo um tanto confidencial — afirmou Billie.

— Verdade, desculpe. — Mike levantou da cadeira. — Vamos pegar um livro para disfarçar.

Os três se levantaram e pegaram um livro qualquer, depois voltaram para a mesa.

— Então, continuando. Sobre o que você disse Mike, não faz sentido mesmo, ou talvez possa fazer. Temos a possibilidade dele querer falar com a gente pessoalmente. — Billie folheou o livro.

— Pois é, cara. Mas eu tenho uma ideia, o Tré vai na recepção, pergunta sobre qualquer livro e olha no crachá dele. Ou então vai lá de cara mesmo e aborda, perguntando se ele é o James, ou Jimmy.

— Ei! Por que tem que ser eu? — afirmou Tré, com o dedo apontado para ele mesmo.

— Cara, agora não complica. Vai ser você e pronto acabou — respondeu Mike observando o Tré cruzando os braços se sentindo injustiçado, parecendo uma criança.

— A ideia é boa Mike, mas eu acho que se formos lá logo de cara, não vai dar certo. É melhor chamarmos alguém daqui da biblioteca para ir lá fazer umas perguntas como quem não quer nada — sugeriu Billie.

— Mas Billie, esse garoto é esperto. Ele vai sacar que estamos por trás disso. É melhor a gente ir mesmo, não somos que nem ele, ficar se escondendo atrás de bilhetes ou de pessoas. Deixa eu ir lá logo, vai. — respondeu Tré um pouco indignado, levantando-se da cadeira.

— Não, fica aí Tré. Eu irei! — Decidido, Billie se levantou.

— É isso aí hein, Billie! — exclamou Tré batendo palmas.

— Gostei de ver! — exclamou Mike batendo palmas também.

Quando Billie ia se retirar, ecoou-se um barulho ali perto, de livros caindo no chão, fazendo os três tomarem um susto.

— Mano, que susto! — resmungou Tré.

— Gente, isso não foi nada. Vai lá logo, Billie — comentou Mike.

— Ok, fiquem aí. E fiquem atentos ao redor de vocês. — disse o vocalista saindo dali de perto.

Mike e Tré ficaram roendo as unhas de tanta ansiedade. Contavam os minutos a  cada instante, a espera de novas pistas.

Chegando na recepção, Billie avistou um rapaz mais velho do que aquele garoto que tinham visto quando chegaram, com a sua atenção voltada para o computador. Ele aparentava ter uns vinte e cinco anos.

— Esse moço não é ele, certeza — pensou consigo mesmo, resolvendo se aproximar mesmo assim.

— Com licença. — Billie observou o crachá do rapaz, cujo nome era Brian.

— Olá, boa tarde! — o rapaz saudou simpaticamente.

— Boa tarde — respondeu. — Brian, você pode me dizer onde está o outro bibliotecário?

— Ah, você deve estar falando do Daniel. Ele está em horário de almoço... Mas sou eu o bibliotecário oficial. — Brian explicou. Eu posso te ajudar em alguma coisa, ou é só com ele mesmo?

Billie Joe ficou um pouco quieto, sem saber o que responder.

— Não, obrigado. Quando ele voltar do almoço, eu falo com ele, pois ficarei um bom tempo aqui.

— Tudo bem então, fique a vontade. Se você quiser que eu te avise quando ele chegar.

— Por favor.

Billie Joe voltou para a mesa onde Mike e Tré estavam, bastante pensativo.

— E aí? — perguntou Tré.

— Foi tão rápido, espero que tenha descoberto algo. — afirmou Mike.

Billie Joe não disse nada, pois parecia que não estava ali.

— Acorda, Billie! — Mike e Tré disseram ao mesmo tempo.

— Desculpe! Eu... não descobri nada. A princípio parece que não, mas tem algo estranho nessa história.

— Eita! Conte-nos! — exclamou Mike.

Billie Joe começou a contar o que tinha acontecido para os dois, deixando-os bem pensativos e atentos também.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Continua...
Pessoal, tem coisa estranha por aí, hein! KKKKKKK



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Looking For My Guitar" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.