Amanheci com uma mensagem de Ana no meu celular “pode vir aqui hoje à tarde? ”. Rapidamente confirmei e resolvi ensaiar um pouco antes do almoço. Comecei a repassar as falas quando me deparei com uma frase, proferida por Fanny (minha personagem): “eu não posso me comportar assim! Eu não sou donaire! ”. Sem entender o que aquilo significava, pesquisei em um dicionário e, ao ver o significado, anotei em meu roteiro que eu deveria pedir para trocar a palavra, pois ninguém entenderia o que ela significava. Resolvi tomar um banho e almoçar, logo me dirigindo à casa de Ana.

Chegando lá, a garota me recepcionou com uma expressão um pouco triste e me conduziu ao seu quarto. Depois de um tempo em que nos encaramos em silêncio Ana me contou o que a afligia: a mãe dela estava muito doente e iria precisar de um transplante de rim, mas, enquanto não encontravam doadores, ela estava internada no hospital. Fiquei em choque, não acreditava que a minha melhor amiga não havia me contado isso antes. Questionei-a e ela disse que não queria me preocupar, chorando levemente. Não pude culpá-la por isso, somente consolei-a e passei a tarde ao seu lado.