Trinta e Uma Pétalas escrita por Pandora Imperatrix


Capítulo 41
Dia 13 – Animal de Estimação




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Ele suspirou pesadamente ao vê-la ali. Um perfeito chamariz para pessoas mal-intencionadas.

— Boa noite, Minako-san.

Apesar de ele estar literalmente ao lado dela, Minako apertou os olhos para enxergá-lo e então fez uma careta desgostosa, antes de entornar o resto de seu copo – que ainda estava meio cheio para um último gole – goela abaixo.

— Oh não -  disse ela com a voz áspera – você não.

— Minako-san, você quer que eu chame um táxi?

— Eu? Eu não quero nada de você.

— Senhorita? Esse você conhece esse homem? – perguntou o bartender com o semblante preocupado, mas Koichi pode ver em sua linguagem corporal que ele estava mais do que desejando que ela dissesse sim, desesperado para que se livrasse da responsabilidade de ter que lidar com uma jovem mulher que havia tomado drinks demais.

— Não sei ao certo. Eu achei que conhecia uma vez, mas parece que não conhecia o suficiente.

— Boa noite, - ele se dirigiu ao bartender – ela é irmã da minha cunhada.

Minako riu pelo nariz.

O bartender pareceu ter se tranquilizado e deu as costas pra ambos para atender outros clientes na outra ponta do balcão.

— Mamoru não é seu irmão de verdade.

— É como se fosse.

— Você só o conhece há alguns meses.

— Tempo não é medidor de afeto. De qualquer forma, nos conhecemos há muito mais do que isso. Sabe disso.

— Eu sei? Eu não sei nada sobre você, Kunzite. Não te conheço.

Ele suspirou pesadamente.

— O que eu tenho que te dizer pra te convencer a ir pra casa?

— Nada – ela se serviu de outro copo – não tem nada que você possa me dizer que vá me convencer a sair daqui com você.

— E se eu chamar outra pessoa para te buscar? Jun, por exemplo.

— Jun a essa hora deve estar ocupado tentando convencer Rei-chan que votos de castidade são coisas realmente estúpidas. E eu não iria com ele de qualquer forma. Assim como não vou com você, melhor que vá embora.

— Não vou te deixar aqui nesse estado, mas não posso te deixar aqui também. – Ele se sentou ao ledo dela colocando as chaves e o casaco em cima do balcão. – O que tem pra beber aqui?

— Você não pode beber. Está dirigindo.

— Podemos pegar um táxi.

— Já disse que não vou com você.

Ele a ignorou e pediu uma bebida ao bartender que os olhou primeiro com surpresa e depois com um ar resignado de derrota.

Quando a bebida chegou ela uma taça alta de três cores, glitter comestível e guarda-chuvinha, Minako caiu na gargalhada.

— Muito másculo.

— Não entendo porque bebida alcóolica tem que ter distinção de gênero. Onde está escrito que só porque eu sou homem eu não posso tomar drinks com gosto de bala?

— Vocês do Shitennou sempre foram assim revolucionários?

— Vocês da Lua sempre foram assim conservadores?

A resposta que ela deu foi mostrar a língua e beber mais.

— Você não vai mesmo embora?

— Não sem você.

— Eu posso dizer aos seguranças da festa que você é meu stalker.

— Pode falar, chame a polícia, pelo menos assim eu vou saber que alguém vai te acompanhar até em casa.

Ela suspirou pesadamente.

— Porque você está fazendo tanta questão assim que eu vá pra casa?

— Porque você está bêbada, sozinha e fragilizada emocionalmente.

— Ai, por favor. Eu estou ótima. Porque não estaria? Artemis só vai mudar de casa, não de país.

— Ele é seu guardião. Esteve com você desde seu despertar, é normal que você se sinta traída por ele te deixar.

— Artemis não me traiu, esse foi você.

— Essa conversa não é sobre mim.

— Verdade, essa conversa não deveria nem estar existindo. Você não tem nada a ver comigo ou minha vida.

— Minako, eu não vou desistir só porque você está tentando me atacar. Você é a pessoa ferida aqui.

— Eu não estou ferida. Eu estou ótima. Tudo bem se ele acha que eu já estou grandinha o suficiente para ficar sozinha. Tudo bem se ele está mais interessado em criar uma família com a Luna que ouvir meus dramas sem fim. Tudo bem. Eu não ligo. Igual eu não ligo pra você e essa psicologia barata.

Ela terminou ofegante. Ele encheu o copo dela e o empurrou com a ponta do dedo em direção a ela que aceitou com raiva a bebida e bebeu tudo de uma vez só, lágrimas escorrendo por seu rosto.

— Se sente melhor agora?

— Não.

— Do que você precisa, Minako? Eu faço o que você quiser.

Ela riu, apesar de seu rosto borrado de lágrimas, e seus olhos brilharam com malícia.

— O que eu quiser?

Ele assentiu.

— Eu preciso de e um animal de estimação. Você fazia esse papel?

Ele respirou fundo e terminou de tomar sua bebida colorida. Não muitas pessoas sabiam sobre aquele fato, mas apesar ser um homem grande, Koichi não era a pessoa mais forte para álcool, e já se sentia um pouco alterado. Alterado o bastante para estar concordando com aquilo.

— E como seria isso? Espero que eu não tenha que usar a caixa de areia.

— Por favor, não. Mas teria que me deixar te chamar de um nome bonitinho, já tenho até um: Kun-kun! Não é uma gracinha, Kun-kun?

— Só isso?

— Claro que não. Você teria que estar sempre disponível para mim, me alegrar quando eu estiver triste, mendigar meu afeto, me receber sempre com festa como se não tivesse me visto há séculos em vez de algumas horas, usar uma coleira com sininho e me deixar lavar seu cabelo quando eu quiser. É claro, você também só poderá comer e sair quando eu deixar.

— E em troca?

— Em troca nada, você quem disse que faria o que eu pedisse. Mas sabia que eram só palavras da boca pra fora. Com você é sempre assim.

— Feito.

Ela engasgou com a bebida.

— F-feito?

— Só me dê uma semana para ajeitar minha vida.

Ela começou a rir.

— Você é tão mentiroso!

— Veremos em uma semana.

— Você me contou tanta conversa pra boi dormir que me deixou com sono – ela abriu a boca num enorme bocejo – vou pra casa.

Ele agradeceu aos céus mentalmente, se levantando também. Os dois pagaram a conta e Koichi fez questão de que eles dividissem o mesmo táxi.

Duas semanas depois a campainha da casa de Minako tocou e Koichi atendeu.

— O que você está fazendo aqui? – perguntou Jun, confuso.

— Eu moro aqui – respondeu ele estoicamente.

— Wow! Não acredito! Vocês estão mesmo namorando!

— Não estamos – disse Minako se aproximando dos dois, Koichi instantaneamente ajoelhou para que ela fizesse carinho em sua cabeça. Jun notou com estranhamento que seu líder usava um colar com sininho que parecia ter saído de um sex shop – ele é meu bicho de estimação.

 


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Notas finais do capítulo

N/A: Essa fic foi baseada levemente no mangá Kimi Wa Petto e de forma alguma apoia furries.



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