Where you belong ? escrita por DudinxLover


Capítulo 4
Recomeço


Notas iniciais do capítulo

oi gente ! Aqui vai o 4º cap. (finalmente) contando a história da Amélia, desculpem a demora e o título nada criativo !
Se gostarem comente :)
— Mrs. Jackson



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/649479/chapter/4


Amélia
Enxuguei as minhas mãos suadas na calça jeans desbotada, levantei do sofá e fiquei em frente a parede de vidro que me separa do avião que me levaria de volta para casa. Fiquei observando cada detalhe do avião, alguns homens subiam e desciam de dentro dele, as aeromoças desfilavam na pista de pouso enquanto os carregados levavam o último carregamento de malas. Dei um suspiro e senti uma pontinha de felicidade crescendo dentro de mim. Estava contando os minutos para ter em meus pulmões o ar de Londres novamente. Notei uma mão em meu ombro, olhei para trás e vejo Lia, a mulher do conselho tutelar que aceitou cuidar de mim enquanto procuravam por algum parente meu na Europa.
– Está tudo bem Amélia?
Assenti com a cabeça e ela me entrega um copo de café, agradeço com um meio sorriso, o que não é bastante se considerasse tudo que fez por mim. Uma voz ecoo na sala de espera, avisando que os passageiros do voo rumo ao continente Europeu já podiam embarcar. Dei um abraço de despedida em Lia, e caminhei rumo ao portão de número 7, a expectativa crescia a cada passo, meus pés formigavam dentro do all star vermelho que ganhei de presente da minha mãe de aniversário de 16 anos. Meus olhos ficam cheios de água quando seu rosto aparece na minha mente, tentei me acalmar e imaginei ela em lugar bonito junto com o meu pai; sentados em uma grama verde, os dois estavam sorrindo e acenavam para mim. De repente a imagem desaparece e estou sozinha novamente parada em frente ao portão, enquanto os passageiros caminham em direção a aeronave.
Sentei na poltrona perto da janela. Quando o avião começou a decolagem, meu coração se apertou e entro em pânico. Nunca gostei muito de andar de aviões, mas sempre que isso era preciso minha mãe estava segurava firme a minha mão, fazendo com que eu me sentisse bem, segura. Mas daquela vez ela não estava ali comigo. Senti o desespero crescia dentro de mim como um balão inflável comprimindo meus pulmões impedindo que eu conseguisse respirar, minhas mãos suadas tremiam como nunca. Me obriguei a olhar pela janela e tento me concentrar na paisagem que vai se tornando apenas um vulto a medida que o avião começa a ganhar velocidade.
Em instantes o avião começava a subir, e de repente a única coisa que via pela janela era o azul do céu e o branco das nuvens, meus músculos relaxaram, dei um suspiro e procuro os fones de ouvidos e o celular na bolça. Abri minha playlist de 2014 e coloquei a primeira música, Thinking Out Loud de Ed Sheeran,no volume máximo, fechei os olhos voltei para minha antiga casa em Londres, em uma manhã ensolarada de domingo. Uma sensação boa invadiu meu corpo, acompanhada das batidas da música. Meu pai na cozinha fazendo panquecas, ele piscou para mim. Minha mãe sentada na mesa escrevendo mais um de seus romances. Ela me convidava a sentar perto dela; seus cabelos castanhos estavam amarrados em um coque, as sarnas cobriam qualquer resquício de rugas e seus olhos estavam mais azuis do que água de piscina.
Abri os olhos quando a música acaba, voltando para a dura realidade olho para a pessoa da poltrona ao lado. Era um garoto de mais ou menos uns 17 anos, cabelos arrumados em um topete, bochechas rosadas, tinha olhos castanhos e uma pele bronzeada, era até que bastante bonito. Estava concentrado em um livro, inclinei um pouco a cabeça procurando ver a capa. Meu coração deu um pulo quando percebo que era uma edição especial de Orgulho e preconceito da Jane Austen.
A edição era de capa dura, branca e com “ Jane Austen” escrito em uma letra dourada maravilhosa e bem diferente da minha edição que tinha uma capa verde super estranha além de estar bem velhinha. Eu estava louca para comprar aquela edição, mas nunca havia encontrado. Esperei ele terminar sua leitura e quando, depois de mais ou menos meia hora de espera ele começou a guardar o livro dentro de uma mochila. Toquei em seu braço e ele virou-se para mim.
– Será se poderia ver se livro?
– Claro!
Entregou o livro para mim com o maior cuidado do mundo, para minha surpresa era bem leve, coloquei sobre o colo e comecei a folheá-lo. AS folhas eram amareladas e a letra era ema fonte diferente do normal bastante bonita.
– Gosta dos livros da Jane Austen?
Olhei para ele surpresa.
– Gosto muito! - Eu era completamente doida pelos livros da Jane Austen, já havia lido todos, além de ter assistido aos filmes; me identificava tanto que sempre achava que deveria ter nascido naquela época, eu realmente me sentia dentro da história.
– Tomas Hastings.
Ele se apresentou estendendo a mão para eu cumprimenta-lo, aperto-a sorrindo.
– Amélia Piercy.
Não sei o que era, mas alguma coisa dentro de mim queria saber mais sobre aquele garoto, então perguntei:
–Então o que gosta de ler, além dos livros da Jane Austen ?
–Jogos Vorazes, Senhor dos anéis, Game of Thrones, Percy Jackson... e você ?
– Gosto de todos esses livros além dos de amorzinho.
–Bacana.
Durante a viagem inteira eu e Tomas ficamos conversando sobre tudo, ele me contou que morava no Brasil e estava indo para Londres estudar em um internato, já que era o sonho da mãe. Contei a ele um pouco sobre a minha vida e tudo o que tinha acontecido desde a minha chegada em solo brasileiro, e toda vez que começava a chorar contava algo engraçado me fazendo esquecer. Assistimos juntos o primeiro episódio de The Walking Dead, ele me deixou ver sua playlist ( que estava cheia de músicas bacanas que eu ainda não conhecia) me indicou algumas séries que segundo ele iriam mudar a minha vida. No final do voo, ele já não era o cara da poltrona ao lado para mim, parecíamos mais melhores amigos desde sempre.
Quando o avião finalmente pousou pude sentir que estava mesmo em casa. O piloto avisou que já podíamos descer coloquei a mochila nas costas e me levantei da poltrona.
– Thau Tomas.
Estendi a mão, mas me surpreendi quando ao invés que aperta-la me puxou para um abraço. Depois me entregou o úmero do seu telefone e eu lhe dei o meu. Talvez eu realmente tinha feito um novo amigo.
– Thau Amélia.
Ele já havia desaparecido na multidão quando percebi que havia deixado o exemplar de Orgulho e preconceito, peguei com cuidado e desci do avião as presas procurando Tomas no meio de um monte de gente , mas parecia que ele havia desaparecido de vez. Procurei o responsável pelo departamento de achados e perdidos, mas como não o encontrei encontrei guardei o livro da bolsa pensando no dia que poderia devolver ao Tomas.
Minha mala demorou um século para aparecer e quando finalmente a encontrei saí correndo a procura da pessoa que supostamente deveria estar segurando uma plaquinha com o meu nome. Eu avistei de cara, era um homem alto e bem novo, com os mesmo olhos azuis que a minha mãe, ele acenava para mim . Quanto mais chegava perto mais ele ficava lindo, e quando estava a apenas três passos de distância ele parecia mais um deus grego do que um simples mortal.
– Amélia, como você cresceu !
Como ? Eu jurava que nunca tinha visto aquele cara na minha vida.
– Ah... oi...
–Miguel
– É Miguel !
Ele pegou as minhas malas e caminhamos até um táxi. Deve ter notado a minha cara de me desculpe, mas eu não te conheço e começou a falar sobre a nossa família e a separação dos meu avós e como isso fez com que minha mãe e ele quase nunca tivessem contato, além de uma séries de outras histórias de antigas de genealogia. Fingi estar super interessada, mas o que eu queria mesmo era descer do táxi e passear por Londres e ver se tudo estava do mesmo jeito de quando fui para o Brasil.
Quando o táxi finalmente parou, percebi que estávamos no campus de algum tipo de internato para meninas, olhei para uma plaquinha onde estava escrito, com letras quase ilegíveis Internato para meninas Jane Aunsten . O local era bastante bonito, era um tipo de castelo medieval com váias janelas e uma entrada imensa que dava acesso a um salão sofisticado cheio de garotas, além de ter uma Starbucks ao lado. Meu tio olhou sorrindo para mim e falou:
– Amélia Piercy , bem-vinda a sua nova casa !


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Where you belong ?" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.