P.O.V. Michael.

Descobri onde ela mora o que já é um começo. Fui até lá e imaginem a minha cara quando vejo Viktor Alexandrusco ao vivo e á cores e então aparecem Selene, Lucian e Sonja. Exatamente como foram pintados nos quadros que foram roubados do museu.

—Conseguiu querida?

—Sim. Agora temos que nos focar no iminente retorno de Silas.

—Silas está vindo?

—Acha que ele vai mesmo destruir o mundo?

—Não. Silas é um homem simples, apaixonado por uma garota simples.

—Que por acaso é imortal e consegue viajar no tempo.

—É.

—E quanto a Qetsyah? O que houve com ela?

—Ela morreu e passou para o outro lado.

—Pra que ele quer tanto sair e o que acontece com a Bonnie depois que ela tirar o feitiço que sela a tumba?

—Nada. Estarei lá para impedir Silas de fazer alguma bobagem.

—Concordo.

Feitiço? Imortal? Viagem no tempo? Que loucura!

—Pode sair daí Michael. Sei que está ai.

Saí bem devagar e morrendo de vergonha.

—Oi. Como vai?

—Bem. Você deve ser o tal residente chefe, certo?

—Sou eu.

—Ele é Michael Corvin.

—Então é descendente de Alexander ein?

—Ele não sabe que é o último. Não sabe que é portador.

—Portador de que?

—É uma espécie de gene mutante que faz você se adaptar a qualquer tipo de infecção, moldando-a a seu benefício.

—Sei.

—Papai, tire essa ideia da cabeça. Agora!

—Eu não disse nada.

—Sei o que está pensando e não podemos forçar ele a fazer nada.

—Você sabe que se ele continuar humano vai envelhecer e morrer não é?

—Sei, por isso estou disposta a tomar a cura.

—Que cura é essa?

—A cura para a imortalidade. Quando eu beber serei humana.

—Sei. E porque você desistiria de seus poderes e da sua imortalidade?

—Para não ter que ver você morrer. Eu sempre vou ser assim, gelada, nunca progredindo.

—E não podemos sei lá, fazer o contrário?

—Eu nunca pediria isso a você.

—Eu faço.

—Michael, você é médico. Sabe quanto tempo eu levei pra desenvolver auto-controle? Vai jogar a sua carreira no lixo.

—Eu não ligo.

—Se tiver plena certeza do que quer. Uma vez feito não tem como voltar á trás.

—Agora, você não vai mais ficar sozinha querida. Ele será igual a você.

—Tem certeza que vai funcionar pai? Nenhum humano sobrevive a uma mordida das duas espécies.

—Ele sobrevive. Mas, faremos o teste antes da transformação.

—Teste?

—Isso. Precisamos de um pouco do seu sangue, quero saber se você é aquele que tenho procurado durante 3 séculos.

—Então tá.

—Vamos lá?

—Eu tiro. Sou médica.

—Tudo bem querida.

—Vem.

Selene pegou minha mão e puxou-me pra dentro. Subimos as escadas e chegamos a um laboratório altamente equipado, mais equipado que o do hospital.

—Tenta relaxar se não consigo achar a veia.

Ela tirou uma bolsa do meu sangue.

—Pronto.

Selene pegou um Erlenmeyer com água e uma substância qualquer. E pingou uma gota do meu sangue lá dentro, deu uma mexida e ele ficou azul.

—Positivo. Você vai sobreviver a isso.

—Sobreviver a que?

—Você vai ser mordido pela minha mãe e pelo meu pai e então vai ser um híbrido. Como eu.

—Você é híbrida de que?

—Metade vampira, metade lobisomem.

—Sei. Então são vocês nos quadros do museu?

—Sim.

—E a Van Helsing tinha razão sobre vocês?

—Não! Não somos monstros! Vocês humanos são mais monstros que a gente.

—Como?

—Veja nos noticiários por exemplo, a faixa de gaza onde milhares de inocentes são assassinados ou feridos todos os dias, ou maridos que agridem suas esposas, mães que espancam seus filhos, homens que estupram garotas ou crianças, mães que abandonam seus filhos, que colocam-nos em sacolas plásticas e os deixam para morrer asfixiados. Acha mesmo que somos os verdadeiros monstros?

—Não. Você tem razão.

—Viu? Apesar disso, meu avô tentou matar a minha mãe queimada viva por ela estar grávida de um Lycan e teria conseguido se não fosse por Amara.

—O que é Lycan?

—Um tipo mais evoluído de lobisomem, o meu pai por exemplo. A lua cheia os deixa mais poderosos, mas não os força a se transformar como acontece no caso dos lobisomens crias de William.

—Quem é William?

—Seu ancestral. Ele é o primeiro lobisomem do mundo.

—Sei. E ele é capaz de voltar a forma humana?

—Sim. Ele só tem que se acalmar, desacelerar a pulsação. Mas, ele se transforma toda a lua cheia e sempre acaba matando alguém por mais que a minha amiga Alice esteja lá para acalmá-lo e o irmão dele Marcus esteja-lá para impedir que ele a ataque.

—Ele já atacou Alice?

—Não que eu saiba. Mas, ele matou as avós dela aquele dia foi a primeira vez em séculos que William conseguiu voltar a forma humana.

—Ela fez os gêmeos brigarem por ela a ponto de rolar no chão. Claro que não foi intencionalmente, mas foi o que aconteceu.

—É mesmo?

—É. Alexander ficou puto da vida.

—Sei.

Então foi assim que eu virei um híbrido.

P.O.V. Selene.

Hoje chegou um médico novo. Ele foi transferido de Londres e é super novinho.

—Pessoal esse é o Doutor Jesse Carter.

—Com licença, mas você já é formado?

—Sim.

—Quantos anos tem?

—Vinte.

Dei um assobio impressionada.

—Qual o seu nome?

—Selene Wild Alexandrusco.

—É um prazer.

P.O.V. Jesse.

Ela era a maior gata. Naquele mesmo dia, na hora do almoço eu fui procura-la e ouvi ela cantar.

Cara, ela era boa! Tinha uma voz que nem a da Christina Aguilera.

Selene estava dançando e ela era muito boa nisso também. O penteado no cabelo dela era enfeitado com tranças e flores.

—Como você consegue?

Ela se virou rapidamente fazendo o cabelo bater no rosto.

—Consigo o que?

—Estar sempre tão arrumada e ser médica?

—Tenho prática com penteados complicados. Faço em dois segundos.

—Como?

—Faço esses penteados a muito tempo.

No dia seguinte ela estava com outro penteado cheio de tranças.

Todo dia ela vinha com um penteado diferente e pude perceber que todos eles pareciam antigos. Alguns vikings, outros medievais e até mesmo elizabethanos e vitorianos.

Penteados gregos, romanos etc. Ela era extremamente criativa na hora de arrumar seus cabelos.

—Você é cabeleireira também?

—Eu já fui. Já tive muitos empregos durante a minha existência, desde criada até secretária administrativa.

—Sei.

Ela disse existência ao invés de vida.

—Meu aniversário é semana que vem e vamos todos fantasiados. Quer ir?

—Claro. Estarei lá.

Quando o plantão dela acabou ela e o Doutor Corvin saíram juntos, de mãos dadas e vi eles darem um selinho no estacionamento a caminho do carro.

Ele abriu a porta para que Selene entrasse.

—Que porcaria. Finalmente acho uma garota interessante e ela é comprometida. Como sou azarado.

Mas, quem sabe não faço ela mudar de ideia e trocar de namorado. Adoraria ver a cara do Doutor Corvin se isso acontecer.