Tal Mãe, Tal Filha escrita por Candidamente


Capítulo 13
Sexto início


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente
Este capítulo está definitivamente minúsculo, mas eu espero que vocês gostem... Boa leitura *--*



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O dormitório estava escuro quando Rose acordou, na manhã do primeiro dia de aula. A luz que tentava atravessar as cortinas das camas mais próximas, mesmo fraca, dava-lhes tal ar sombrio que fazia a menina querer voltar a dormir.

A julgar pelos sons baixos e distantes de respiração que se misturavam no quarto, Isabella, Sarah e Joanne ainda dormiam. Fora isso, havia apenas a calmaria e o silêncio. Rose quase podia sentir o cheiro do amanhecer no ar fresco que por ali circulava.

Ela permaneceu deitada, olhando para o dossel de sua cama e aguardando a coragem de sair dali que deveria surgir a qualquer momento. O dormitório clareava gradualmente à medida que o sol subia no céu. Sem saber ao certo quanto tempo estivera olhando para o nada, Rose considerou-se acordada. Abriu as cortinas de sua cama e firmou os pés no chão.

Sentada, esfregou os olhos e deu um longo e preguiçoso bocejo.

— Bom dia.

Quase se assustou com o sussurro; a voz era rouca e abafada. No entanto, a visão de Rose apenas pousou-se na cabeceira da cama ao lado.

Dois olhos de cor indefinida fitavam-na quase encobertos por uma manta fina cor de abacate, que outrora estivera debaixo das habituais cobertas vermelhas dos dormitórios da Grifinória. Era Joanne, que lhe parecia tão diferente sem os óculos enormes e quadrados.

Rose sussurrou-lhe de volta outro “bom-dia”, sorrindo, e levantou-se para vestir o uniforme e arrumar a mochila para o longo dia que viria a seguir.

O salão comunal estava ainda mais silencioso que o dormitório, porém a menina já podia ouvir ao longe o som dos outros quase setenta alunos de Grifinória que despertavam em suas camas quentinhas e aconchegantes.

Ao olhar pela janela, Rose pode ver o céu azul recém-clareado, crescendo acima da Floresta Proibida. Ela pensou no quanto aquilo tudo era imenso, sem ser capaz de impedir-se de viajar pela amplitude dos terrenos de Hogwarts. Enquanto isso, alguns alunos desciam as escadas sinuosas dos dormitórios e iam se acomodando nas poltronas ou indo direto ao buraco do retrato para ir ao Salão Principal.

Somente quando alguém enganchou um braço no seu e puxou-a para a saída da sala comunal, foi que Rose deu-se por conta de que teria de se controlar para não ficar entrando e saindo do mundo da lua toda hora.

— Eu cheguei a pensar que você estava dormindo de pé — comentou Lily, ainda sem soltar o braço da prima, enquanto as duas desciam juntas as escadas que não paravam de mudar de lugar.

— É que... — Rose hesitou e pensou se aquilo realmente podia ser verdade. — Eu não estava com vontade de sair da cama hoje.

— Ninguém fica animado nos primeiros dias de aula, Rosie — disse Lily, prestando atenção ao caminho. — Achei que isso fosse normal até mesmo para você.

— Bem, eu costumava ter mais disposição para levantar nesses dias. — desabafou Rose.

Lily riu, como se fosse engraçado o fato de que sua prima poderia não prestar cem por cento de atenção às aulas da manhã por ter dormido mal. Já Rose considerava quase inadmissível que tal coisa acontecesse, principalmente em tempo de começo do curso avançado.

Chagando no Salão Principal, ela estava pensando em uma matéria sobre tipos de varinhas que lera outro dia em uma edição antiga d’O Pasquim, pelo menos assim esquecera por um momento que as aulas começariam dali a pouco. Quase se esquecera também de olhar para o teto e verificar como estava o dia — podia até já ter observado o céu pela janela da Torre da Grifinória, mas checar o teto do Grande Salão já virara rotina, era como um ritual diário.

Pelo jeito faria um raríssimo dia de sol, que Rose não poderia aproveitar.

A mesa da Grifinória, em parte, estava animada. Enquanto comiam, os alunos contavam as novidades do verão uns aos outros e tagarelavam sobre diversos assuntos ao mesmo tempo. Com a chegada do correio-coruja, o falatório só aumentou.

Claro que todos ligavam se a coruja tonta de Lisa Peakes havia feito um pouso de emergência dentro do mingau.

Mas havia um quintanista curioso ali perto. Este apenas revirara os olhos diante do incidente da coruja; ele exibia pomposo, para dois outros colegas, um lustroso distintivo de monitor. De nariz arrebitado, contava sobre o quanto dera duro para conseguir tal mérito, como se estivesse contando uma história de guerra.

Mesmo cansada e sonolenta, Rose lembrou-se da Seleção das Casas em seu segundo ano e o nome do garoto surgiu no vácuo. Nicholas. Nicholas Jerome, foi o que ele disse, com um grande sorriso no rosto e a mão estendida para Fred Weasley.

Rose sentiu uma mão em seu ombro e parou de prestar atenção ao ambiente. Quando olhou para cima, fitou duas esmeraldas, cada qual com uma pupila no centro.

— Oi, Al — disse ela.

Albus cumprimentou-a de volta e cutucou Lily que, de tão entretida em sua conversa com Louis e Hugo, estava indiferente ao resto. A menina virou-se de súbito e, quando percebeu que era o seu irmão, agarrou o ombro de suas vestes e puxou-o, dando-lhe um beijo estalado na bochecha, depois voltou a conversar com os primos.

— Você está bem? — perguntou Albus a Rose, enquanto tentava recuperar o equilíbrio.

Ela assentiu calmamente.

— Só estou com sono.

— O.k., então — disse o garoto. — A gente se vê se tivermos aulas juntos hoje. Até depois. — E foi saindo, mas aquela não era a direção da mesa da Corvinal.

— Espera! — exclamou Rose, baixo. — Aonde você vai? E onde está a Mary?

Albus voltou alguns passos, o suficiente para que Rose ouvisse seu sussurro:

— Não desceu hoje, e deve estar com fome. Estou indo falar com ela... Já vou aproveitar para levar uma carta da casa dos Corner.

Rose assentiu novamente e Albus apressou-se aos portões do Salão Principal. Ela não pode evitar um sorriso quando notou que o primo levava dois pãezinhos, um em cada mão.

O tempo passou rápido demais... Sem nem perceber, Rose já havia recebido seus horários das mãos do próprio diretor de sua Casa e devia se apressar para terminar o café em tempo de chegar na hora certa à aula de Feitiços com o Prof. Flitwick, no terceiro andar.

***

Ao fim do dia, os alunos do sexto ano já não aguentavam mais ouvir o papo sobre o curso avançado. Todos os professores — absolutamente todos — falaram sobre isso sem parar quase que em todo o tempo de aula; a cada novo assunto tratado, destacava-se que era muito importante, pois agora se tratava de curso avançado, logo: preparação para os N.I.E.M.s.

Rose sabia que tudo ali era importante. Porém pelo menos o seu nervosismo, em vez de atrapalhar, ajudou-a na concentração durante as primeiras aulas do dia.

Segundo os seus cálculos, algumas das matérias seriam cursadas junto a Scorpius e Albus; no entanto, apenas Scorpius aparecera — ela queria ter conversado um pouco mais com ele, porém estava muito distraída para tal. Rose não viu Albus até a hora do jantar e quase arrancou suas orelhas ao avistá-lo sentado ao lado dos gêmeos Scamander à mesa da Corvinal.

Ela sentou-se ao lado de Albus, ignorando os murmúrios dos outros alunos. Tanto Lysander quanto Lorcan ficaram quietos — Rose não sabia diferenciar um do outro; para isso teria de ficar observando-os por algum tempo até chegar a uma conclusão —, Albus encarou-a com as sobrancelhas erguidas.

Mary não estava em lugar algum, ela notou.

— Onde você esteve o dia todo? — perguntou Rose, sua voz era baixa e carregada de indignação.

— Rosie, me desculpe... — Albus tentou começar.

— Você deve desculpas é a você mesmo, Severus, faça-me o favor! — cortou-o ela. — Eu fiquei preocupada... Além disso, como está a Mary?

Albus franziu o cenho e mordeu o lábio inferior. Quando ele falou, o tom de sua voz era quase inaudível.

— Rosie... Er... Depois eu explico tudo direitinho a você, tudo bem? — O garoto parecia apreensivo. — Aqui não dá para falar. — Ele se aproximou do ouvido da prima, sussurrando o mais baixo possível. — Mary não está nada bem... Eu estava com ela na sala comunal.

Rose juntou as sobrancelhas, preocupada. Ainda assim, conseguira se acalmar um pouco.

— Certo — murmurou. — Me avise se eu puder ajudar de alguma forma, o.k.? E trate de não faltar às aulas da próxima vez.

Ela levantou-se, acenando timidamente “tchau”para os três garotos — Albus e os gêmeos — e dirigiu-se de volta à mesa da Grifinória, onde se sentou ao lado de Molly.

Seus pensamentos não se organizavam direito, fora muita informação para um só dia. Ela estava curiosa e preocupada, sem deixar de estar apreensiva. Queria muito ter conseguido falar com Scorpius no intervalo ou até mesmo antes ou depois de alguma aula. Durante todo o tempo desde o começo da primeira, sentira-se tanto confusa quanto sozinha; parecia que aquele dia tinha sido especialmente tramado nos mínimos detalhes para, em fim, deixa-la em completa exaustão.

Quando Rose olhou para Molly, recebeu um sorriso em troca, que conseguiu retribuir, já se sentindo um pouco melhor por isso.


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Notas finais do capítulo

A Rose tá meio que explodindo, na verdade.
Enfim, o que acharam?

Obs.: eu não faço ideia de quando vou conseguir postar o capítulo 14, sinceramente. Tenho que terminar de escrever e ainda editar, portanto, só ano que vem. Antes disso vai ser meio que impossível, até porque nem internet eu vou ter até o dia 2/1.

Beijão e até 2016 ♥



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