Estávamos indo para uma excursão no cinema, finalmente iriamos ver algo bom, assistiríamos cidades de papel.

Caroline não parava de tagarelar.

— E então ele vai me convidar pra sentar com ele! — Exclamou.

— Ah claro e o feliz pra sempre vem quando? — Perguntei irônica.

Já havia desiludido em relação à Damon. Nós nunca escorregaríamos na borda da piscina e nos beijaríamos, nunca trombaremos um no outro na escola, e ele nunca vai me convidar pra sentar com ele no cinema.

(…)

Depois de pegar a pipoca e o refrigerante estávamos entrando na sessão quando sinto algo gelado escorrer em minha blusa.

— Desculpa! Serio, perdão mesmo! — Disse Damon constrangido.

— Não, tá tudo bem! — disse, também já constrangida com a aproximação dele. — Tenho que ir me limpar — Disse à Caroline, entregando meu lanche a ela.

— Eu te ajudo! — Disse Damon puxando minha mão.

— Não precisa... sério! Eu sei me virar...

— Não seja boba, eu vou te ajudar, já que eu, um menino muito desastrado, derramei tudo em você... totalmente sem querer! — Me encarou.

— Tudo bem.

Não acredito, eu conheço Damon...Ele estava mentindo, derramou em mim de propósito.

Ele vai me levar pro banheiro, e vai me ajudar, enquanto me encara de uma maneira super sexy, depois vai dizer que sou linda e que sempre me quis, eu vou corar e dizer que lindo é ele, então ele vai rir de mim e vai ser a risada mais linda de todas... Viajei!

(…)

— Tira a blusa! — Mandou.

— O que? — Arregalei os olhos.

— Tire a blusa, tem que lavar... depois secamos na Secadora de mãos. — Explicou calmamente.

— Só pra começar, você nem deveria estar no banheiro feminino...

— Blá, anda tire a blusa! — Falou puxando-a para cima.

— Mas eu tenho vergonha! — Disse fazendo força com os braços pra baixo.

— Não precisa ter vergonha, mas toma, — disse tirando a própria camisa — agora tire a sua e use a minha.

(…)

Quando voltamos pra sessão, Quentin já estava procurando por Margo. Quase não tinha lugar para eu e Damon nos sentarmos. Atrapalhamos alguns colegas passando na frente, por sorte na última fileira haviam três lugares vazios, então nos dirigimos para lá.

(…)

Damon me encarou durante muito tempo, até eu o questionar:

— O que foi? — Sussurrei.

— Você é bonita! — Foi direto.

Oh, está finalmente acontecendo, o que eu falo?

— Não sou não! Você é idiota! — Ótimo, nossa como eu sou doce com quem eu gosto, sentiram a ironia?

— Sou um idiota lindo, e você é uma linda idiota! — Acabei sorrindo pra ele.

(…)

Caroline me encarava com uma cara maliciosa estilo “Eu sei o que você fez, cadela!”

— O que foi? — Perguntei começando a me irritar.

— Estou sabendo... — Menina irritante.

— Sabendo do que Caroline? Fala logo ou cale a sua merda de boca! — Me estresso muito fácil.

— Oh, grossa! — Fez careta — Tá namorando, né? Safadinha. — Disse fazendo coraçãozinho com as mãos.

— Não viaja Caroline! — Sorri sem graça e corei.

— Mas ele tá te encarando por que então? — Falo apontando pra ele.

— Abaixa o dedo Caroline...

Quando olhei, ele sorriu pra mim. Acabei sorrindo de volta.

(…)

Talvez nada mude, mas a ideia, pequena e frágil, de que ele possa gostar de mim... Me deixa completamente louca.

Provavelmente, eu vou passar as próximas noites tecendo a minha vida perfeita ao lado dele.

É estúpido, eu sei! Na verdade é inexplicável, só quem já gostou de alguém sabe a sensação.

Eu não diria borboletas, eu diria uma inundação.

É, o amor é isso, uma grande e viciante catástrofe.