A Seleção de Arendelle escrita por Ana Carolina Lattaruli


Capítulo 23
Pull Me Closer


Notas iniciais do capítulo

GENTE DO CÉU PARA TUDO! Vocês querem Rio De Tinta aí na casa de vocês? Na biblioteca da sua cidade? Dormindo na mesma cama? POIS PREPARA QUE AGORA VAI! Não posso citar o nome da Editora aqui, por questões éticas, mas se quiserem por DM saber tudo à respeito do meu livro, SÓ CHAMAR!

Me avisem nos comentários em que região vocês moram e se gostariam de ler Rio De Tinta, quem sabe eu não lanço até uma sinopse nos comentários! Amo vocês, e, como combinado, terá capítulo duplo de Jelsa, pois teve quem estava me pedindo muito ♥!

Um hoje e o próximo no começo da próxima semana!

Amo vocês, de novo!



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No capítulo anterior:

 

Tá tudo errado. Hiccup e Astrid simplesmente deram AQUELE amasso! Mas isso jamais ficaria barato, e ambos temem o que a descoberta desse relacionamento pode causar.

A Elsa e o Jack não sabem, mas o passado ainda irá reclamar o seu desfecho. E há algumas pessoas bem próximas envolvidas nisso tudo.

E isso é o que você já leu, aqui em A Seleção de Arendelle.

 

***

 

Há sintomas que muitas vezes não aparecem, que ocorrem no interior de nós mesmos. Corroem-nos por dentro e ficam lá quietinhos, matando aos poucos. Era exatamente assim que eu me sentia, como se algo dentro de mim estivesse me matando.

Não sei o que é, mas sei como apareceu tal sentimento.

Estou dentro do quarto, rodando um papelzinho entre os dedos. Um papel amarelado, de aparência simples, mas de conteúdo nocivo.

Elsa havia mandado um guarda entregar-me esse papel logo depois da anunciação do baile.

Releio o papel mais uma vez.

“Eu descobri algo. Precisamos conversar. Encontre-me no forte às 23:00. Não conte a ninguém. ”

Releio uma última vez e rasgo o papelzinho em milhões de pedaços, jogando-os no lixo logo em seguida.

Encaro o relógio, que marcava dez para as sete da noite. Eu já trajava uma roupa social para o jantar, coisa que todo selecionado precisava trajar.

Senti-me sozinho, de súbito. Um tédio imenso e incontrolável. Senti saudades das caçadas pela floresta e da minha irmã. Minha irmãzinha.

Pelos meus cálculos, minha família já estaria mais estável graças ao dinheiro que está indo para eles por eu simplesmente ainda estar aqui.

Logo mais à frente, apoiada na mesa, jazia a carta de Finch, já um pouco desgastada no meio, de tanto ser dobrada e redobrada. Sento-me novamente e a pego, abrindo-a. Sua letra feia inunda-me, ele nunca foi de escrever bem e estar prestes a morrer não o ajudou. Sua lembrança faz meus olhos marejarem. Não leio a carta, nunca tive essa coragem. Sempre leio apenas a parte de trás, apenas o “Para Jack”. Lembro como tive de esconder essa carta até mesmo dos guardas. Até mesmo da minha irmã.

Alguém bate à porta, tirando-me dos meus devaneios. Franzo o cenho e caminho para abri-la, dando uma última enxugada no rosto com a manga da camisa.

—Boa noite. – Era Lia. Por um momento chego a ficar decepcionado, mas isso não faz sentido.

—Boa noite. – Respondo, deixando-a entrar. Assim que fecho a porta, percebo que ela está olhando para todos os lados do quarto. – Tudo bem?

—Sim, claro. Eu só passei para avisar que Astrid volta a ficar com o Sr. amanhã.

—Sério? – Ignoro o “Sr.”, ela sempre seria formal demais. Acredito que ela deve ter crescido nesse castelo. Isso explicaria bastante coisa.

—Sim, com todo o processo do baile acontecendo, ela poderá lhe ajudar bem melhor do que eu, visto que ela ficou com você por mais tempo. E eu tenho que ficar com a Princesa Anna, a pedidos dela.

—Entendo. – Meu coração quer dar vários pulos de alegria, mas me contenho.

—Boa noite, Sr. Frost.

—Boa noite, Srta. – Respondo, é raro eu usar tais termos, mas estou pensativo demais para assimilar qualquer coisa.

Ela se vai. E eu olho o meu relógio pela milésima vez.

Pego a carta, dobro-a, e volto a colocá-la na gaveta ao lado da cama.

 

***

 

O salão de jantar estava mais vazio que o habitual. A princesa Elsa estava sentada na ponta da mesa, e finjo não notar que ela mal tocou na comida hoje.

Lembro do papelzinho, e engulo em seco.

Hiccup aparece, sentando-se ao meu lado e fazendo-me parar de olhá-la.

—Boa noite. – Ele diz, referindo-se a mim. Ele parece mais feliz, com um olhar completamente diferente daquele que ele tem praticamente todo dia.

—O que aconteceu com você? – Pergunto, rindo.

—Nada. – Ele dá de ombros, colocando um dos pães temperados no prato.

—Aconteceu alguma coisa. – Jamie encara-o, logo à sua frente. – Você está feliz.

—Eu não posso ficar feliz?

—Claro que pode, mas o que queremos saber é o motivo. – Respondo.

—Não há motivo algum. Deixem-me comer ou ficarei chato novamente. Não queiram me ver com fome.

Dou um sorriso e, quando vou colocar uma garfada na boca de uma comida deliciosa que eu não faço a mínima ideia do que seja, vejo Astrid parada em um canto perto do Rei, sorridente consigo mesma.

E Lia, séria, sussurrando algo no ouvido da Princesa Anna.

 

***

 

As escadas parecem mais compridas, com mais degraus, à medida que vou subindo. Sinto meu coração acelerado e minha respiração sai descompassada ao alcançar a porta. Faz tempo que não converso a sós com Elsa, e perdi o hábito.

Ela já está ali em pé, parada, encarando o céu nublado e o reino logo abaixo. Seus braços envolvem o próprio corpo e seu vestido esvoaça com o vento frio. Não está de pijama, como da primeira vez.

—Boa noite. – Digo, fazendo-a olhar-me.

—Boa noite. – Responde. Seu rosto está sério, mas não há serenidade em lugar algum de sua face.

Caminho até ela, parecemos cinco anos mais velhos do que realmente somos. O castelo não nos faz bem, posso perceber isso.

—Você está bem? – Pergunto.

Ela vira-se para mim, confusa.

—Não. – Passa o olhar de mim para o reino, do reino para as nuvens.

—O que aconteceu?

Sua posição fica mais ereta, desconfortável.

—Não aja como se não soubesse.

—Eu realmente não sei, Alteza. – Minha voz fica fria, e isso surpreende até mesmo a mim. Ela pisca rápido com essa minha resposta, fixando-se no horizonte.

—Minha irmã e você. – Meu maxilar se trava. – Ouvi dizer que estavam na piscina.

Ela mal termina a frase e eu dou um pequeno sorriso.

—Você está com ciúmes?

—Já olhou ao seu redor? – Corta-me. – Há garotos aqui que possuem bem mais chances comigo do que você. – Sua raiva é estranha, é para dentro, não demonstra gritando, demonstra falando calmamente. Suas palavras acabam perfurando meus órgãos internos.

—Tipo o Hans? – Devolvo a perfurada.

Ela me encara.

—O que quer dizer com isso?

—Quero dizer que comecei a entender o seu jogo.

Franze o cenho, primeira expressão que transforma o seu rosto, tirando-o da calmaria e mergulhando-o em um profundo conflito.

—Desça do pedestal. – Fala entre os dentes, com um tom mais elevado. – Você não sabe nada sobre mim.

—Eu sei que você anda beijando todos os garotos, o que espera conseguir com isso?

—Qual é o seu problema? – Ela praticamente grita.

—Eu quem estou perguntando isso. – Devolvo e percebo a sua respiração ficar cada vez mais pesada.

—Você não pode falar assim com a Princesa. – Tenta voltar a ficar fria, mas não consegue. Capto a tremida em sua voz.

—Mas eu posso falar assim com quem eu me importo. – Digo, sentindo as palavras saírem do fundo da minha garganta. – E você, antes de ser uma princesa, é uma pessoa.

—Você não entende. – Seu queixo treme um pouco, como se fosse chorar. Mas sei que não chorará.

—Teste-me.

—Eu... – Posso vê-la engolir em seco. – Eu não posso falar.

—Claro que não. – Reviro os olhos, virando para o outro lado, de braços cruzados.  

Essa minha posição parece durar uma eternidade, antes dela se aproximar e colocar uma das mãos nas minhas costas, tocando-me de forma leve por cima do tecido. Sua testa escora-se em minha lombar e eu tento respirar normalmente.

—Explique-me. – Peço, com quase um sussurro, mas não me viro.

Dói na mente e nos ossos saber que o rosto dela está tão perto de mim enquanto o coração está tão longe.

—Eu quero que você continue aqui. – Sua voz sai quebrada, e contenho o sorriso que se forma nos cantos da minha boca.

—Eu também quero continuar aqui. – Digo. Nossas vozes bem mais baixas que o som do mundo lá fora. Respiro fundo. – Mas, por que o Hans? Por que todos os outros?

Sinto o silêncio chegando. Seus braços abraçam meu tronco, estou de costas para ela. Quero virar-me e encarar seus olhos azuis, mas não tenho coragem, não agora.

—Porque eu tenho que achar alguém melhor do que você. – Enterra a cabeça em meio ao tecido da minha camisa.

—E eu não posso ser o escolhido?

—Não. Eu me perderia, tudo ficaria perigoso. – Estranhamente, lembro-me do frio. Só uma sensação fria, nada que eu consiga tocar, apenas sentir. – E não me pergunte o que isso significa, eu não irei lhe contar agora.  

—Mas você me quer. – Afirmo e aperto de leve suas mãos por sobre minha barriga vestida, aquecendo sua vida por um instante.

Ela fica calada, e eu me viro, mantendo suas mãos nas minhas. Está olhando para os próprios pés, como se o contato visual fosse a chave de entrada para a sua alma.

—Eu não consigo evitar. – Seu semblante fica triste, confuso e lindo ao mesmo tempo.

Seguro seu queixo levantando-o delicadamente para cima. Ela passa a língua quase que imperceptivelmente sobre o lábio inferior e o meu coração palpita rápido com esse gesto.

—Nem eu. – Respondo, com a respiração pesada.

E puxo-a para mim, em um gesto calmo, beijando-a. Posso sentir nossas almas se entrelaçarem e nossos corações tornarem-se apenas um.

Nossas línguas dançam em uma sincronia absurda, levando nossos suspiros para dentro do corpo um do outro. Tento me concentrar em todos os movimentos, tentando ao máximo manter-me calmo, mas não funciona. Nosso beijo se aprofunda demais, com várias mãos e suspiros e palavras entrecortadas.

E então o frio atinge-me em cheio.

 

***


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Notas finais do capítulo

EITA CARAMBA! COMO ASSIM JOSÉ?????????????????

E AGORA GALERA, O QUE SERÁ QUE VAI ACONTECER?

Lembrem-se de dizer se querem Rio De Tinta e em que Região vocês querem o livro! Amo vocês!!!!!!!!!!!! Insta: Analattaruli (colocarei tudo lá posteriormente)