A Seleção de Arendelle escrita por Ana Carolina Lattaruli


Capítulo 19
On My Mind


Notas iniciais do capítulo

EU DEMOREI, EU SEI!
Mas mesmo assim quero agradecer profundamente a vocês que me recomendaram, vocês não fazem ideia do quanto eu fiquei feliz com mais DUAS recomendações, vocês são os melhores!!!!!!!!!
Me perdoem por ter demorado, mas eu tava em semana de prova e ainda fiz vestibular para Direito e tinha pouquíssimas vagas, amanhã sai o resultado então imagina como eu to nervosa aqui! TORÇAM POR MIM GALERA!
Preparem-se para esse capítulo e leiam com calma para entenderem tudo!
Beijos gelados ♥



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No capítulo anterior: 

O rei pegou Jack no pulo e quis expulsá-lo. Mas parece que Anna conseguiu salvar sua pele. Estranho, não? 

O rei ficou um pouco, talvez muito, nervoso ao ouvir Jack falar sobre Finch... Anna também... Há algo acontecendo, isso não podemos negar.

"-Eu jamais a machucaria. 

—Já ouvi essas palavras antes. "

E isso foi o que você já leu, aqui em A Seleção de Arendelle!

 

***

 

 

Estou acordado, mas meu mundo está meio adormecido. Anestesiado.

O café da manhã foi calmo. Tão calmo quanto um final de tarde. Mas todos agiam de forma educada perto do Rei, de qualquer forma.

Não consegui dormir bem, como eu já sabia que aconteceria. A conversa com o Rei, a Astrid e a Anna ficaram gravadas em minha cabeça e não sairão nem tão cedo.

Elsa levanta-se e imediatamente todos os talheres param de se mexer. Coloco-me de pé assim como os outros.

—Bom dia, meus Selecionados. – Ela começa. – É de uma imensa alegria anunciar que hoje chegarão as cartas de seus familiares. – Todos nós começamos a olhar uns para os outros e sorrir. – É preciso que saibam que não somos responsáveis casos seus familiares não escrevam ou caso escrevam algo que não gostem, mas estamos aqui para ajudá-los em qualquer acontecimento que venha a ocorrer.

Acho estranho, pois nesse exato momento ela olha diretamente para Jamie. Não é um olhar bom, é um olhar preocupado. Eles chegam a ler as cartas antes de nos entregar? É bem capaz.

Percebo que seu olhar também navega para mim. É uma rápida, porém penetrante, olhada, e não contém a pena que ela referiu à Jamie, contém outra coisa.

Os Selecionados estão rindo e comemorando, ela dispensa-os e logo o salão começa a ficar vazio. O Rei me dá uma última olhada antes de sair, acompanhado de alguns guardas. Anna não me olha, apenas segue para qualquer outro aposento, também com guardas em seu encalço. Elsa é a única que continua no salão.

Percebo que me comunico com ela mais de forma visual que verbal. Seus olhos me revistam e eu já estou pronto para sair do salão quando ela me chama.

Ando até ela, milhões e milhões de metros até que eu fique na sua frente. Reverencio.

Olha-me com um olhar duro, digno de confessar todos os meus pecados.

—Anna me contou sobre ontem.

Encaro o chão, um hábito que aprendi desde que cheguei aqui.

—Eu errei, Alteza.

—Jack, por que você se arrisca tanto? Por que não consegue agir como todos os outros Selecionados? – Ela para e dá um longo suspiro. – Só obedeça às regras, por favor.

—Desculpe-me. Não acontecerá de novo.

—Ótimo. – Sua voz é marcante. Ela fica parada, observando-me. Parece aflita com algo. Suas mãos não param quietas ao lado do corpo.

—Aconteceu alguma coisa? – Pergunto.

Sua respiração parece mais acelerada.

—Eu preciso de um favor. – Diz com relutância.

—Claro.

—Eu não sei se você é amigo do Jamie, mas... ele vai precisar de amigos agora. – Ela começa.

—O que aconteceu?

—Nós lemos as cartas antes de entregar. É obrigatório. E na carta dele a irmã dizia que a mãe morreu. Problemas respiratórios. Não era para eu estar te contando isso, mas preciso que você o ajude. Eu vou entregar a carta dele pessoalmente.

—Eu lamento.

—É para ele que você diria isso.

—Direi. E, princesa, a minha carta... veio alguma?

—Veio. – Ela sorri, e, de repente, parece ficar um pouco envergonhada. – Fique tranquilo, é boa. Agora, se me der licença, preciso ir.

Quero conversar mais, ouvir sua voz e marcá-la em minha alma mais do que já está marcada, mas minha mente impede-me de fazer isso.

—Até mais tarde, Alteza. – Reverencio e ela se vai.

Como sempre.

***

Tomo um certo susto ao abrir a porta do meu quarto. As minhas roupas estavam completamente organizadas em fileiras em cima da cama. Bem diferente do que eu havia deixado. Eu havia deixado elas jogadas no chão. Vejo duas pernas, e só. A porta do guarda-roupa impede-me de ver quem está ali.

—Astrid? – Chamo, com certa esperança.

Um rosto aparece. E um corpo. E ela está vindo em minha direção. Reverencia.

—Olá, senhor.

Não é Astrid. Seus cabelos negros balançam com o vento que entra pela janela aberta.

—Lia? – Indago. Ela afirma. – O que aconteceu com Astrid?

—Ela está bem. – Forma um sorriso nos lábios cor de rosa. – É só por um pequeno espaço de tempo. Astrid voltará em cinco dias, já que foi lhe dada uma folga.

—Certo. – Fico pensativo. Não conheço Lia. Não como conheço Astrid. Como posso saber se posso confiar nela para qualquer coisa?

Lia volta ao que estava fazendo, colocando o resto das roupas dentro do guarda-roupa e fechando-o.

—Se precisar de qualquer coisa, estarei por perto. – Diz antes de alcançar a porta. – Ah, e isso é seu.

Sua mão retira um pedaço de papel desgastado do bolso e me entrega. Reconheço o papel, feito artesanalmente. Reconheço sua forma e seu cheiro.

Agradeço enquanto ela se vai e corro para a mesa, abrindo-o.

Sua letra inunda-me de alegria. Reconheceria essa letra torta e relaxada em qualquer lugar.

Minha irmã havia escrito uma carta para mim. Comecei a ler imediatamente, sorrindo de ponta a ponta.

“Maninho! Eu estou com saudade, e falo isso sozinha, porque mamãe disse que se eu falasse que ela estava com saudade você ficaria preocupado. Chegou dinheiro para gente na quinta. Era bastante, conseguimos finalmente ter três refeições no mesmo dia! Mamãe falou para eu falar que papai está tranquilo. De qualquer jeito, fugimos para a nossa vizinha antes de ontem. Mas foi só uma discussão pequena. O dinheiro está mantendo ele calmo. Mamãe sorriu ontem, quando eu contei que consegui fazer meu primeiro pulo com patins na neve. Acredita que pulei? Se não acredita o problema é seu, mas eu pulei. Pulei. Pulei e pulei. E senti o ar frio. Arendelle é tão frio. Deixa minha boca roxa e meus dentes ficam batendo. Eu gosto. E como está aí no castelo? A princesa é bonita? Ela deve ser maravilhosa! Eu quero ser uma princesa. Você acha que eu tenho jeito para a realeza? O espaço no papel está acabando. Tchau, maninho. Vença por mim. Vença por você também, aposto que a princesa vai te escolher, você parece um príncipe! Vocês já se beijaram? Eu vi a entrevista na televisão da praça. Tchau, maninho. De novo. “

Meu coração derrete e desce pelo meu corpo, sendo vagarosamente extraído de mim. Suas palavras me fazem rir e chorar ao mesmo tempo. É uma lágrima apenas, mas rola minha bochecha como se pesasse o mundo inteiro.

Estou com tanta saudade dela que dói.

Guardo a carta perto da cômoda da cama. Não quero perdê-la de jeito nenhum.

Sorrindo, tiro minha roupa e entro dentro debaixo do chuveiro, sentindo a água levar meus pecados. Estou tão feliz que não consigo parar de sorrir.

Minha irmã está bem. Elas receberam o dinheiro. Meu pai está calmo.

Não sei como, nem porque, mas no momento em que abri meus olhos pensei ter visto alguns flocos de neve caindo dentro do box. Os flocos tocam a água quente no chão e desaparecem.

Estou alucinando? Devo estar.

Saio do banho e me seco, olhando-me no espelho.

Há um floco, pequeno e quase transparente, na minha bochecha. Tiro-o e o encaro, na palma da minha mão. Ele não some.

Ele nem sequer derrete.

***

Dois dias depois, todos parecem mais relaxados. Mais brilhantes. Não vi Jamie em lugar algum nesses dois dias.

Eu prometi que o acharia, mas ele havia sumido de verdade. Logo descobri que havia ido ao enterro da mãe e que só voltaria amanhã.

Estamos todos reunidos no salão dos homens. O que é engraçado, pois quase nunca fazemos isso. Todos falam muito alto e sobre tudo, principalmente sobre as cartas. E sobre dinheiro. E sobre a coroa. E sobre a Elsa.

Junto-me para escutar a conversa no momento em que escuto seu nome sendo citado pela boca daquele que até agora me parece o pior dos selecionados.

Hans.

Tudo que ele fala e faz é de modo presunçoso. Como se o mundo girasse em torno dele e como se a princesa estivesse tendo o prazer de conhecê-lo e não o contrário. Babaca.

Estou rindo do rosto de Flynn enquanto Hans começa a contar vantagem sobre alguma coisa que não presto muita atenção.

Flynn fica imitando suas caras e quase todo mundo ri junto.

—Vocês acham engraçado? – Hans pergunta. – Podem rir. Quem saiu ontem com a princesa fui eu mesmo, não vocês. Continuem a rir.

Alguns balançam a cabeça, Flynn para de fazer as caretas e Watt revira os olhos e levanta, indo para o outro lado da sala. Eu fecho o rosto completamente.

Ela saiu com ele? Por que? Por que logo com ele? Por que não comigo? Ela não gosta dele. Gosta? Não gosta, certo?

Tento parar de pensar nisso.

Hans me encara.

—Perturbado com isso, Jack? – Provoca.

—Nem um pouco. – Respondo.

—Sério? – Ele sorri. – Mesmo que eu tenha a beijado?

Meu coração para. Por que? Deve ser mentira. Claro que é mentira. Se bem que ela já me beijou. E agiu como se tivesse sido inocente. Será que ela fez o mesmo com Hans? Será que ela está fazendo isso com todos os selecionados? Fazendo eles se sentirem como se fossem os únicos e depois os jogando fora um por um?

Será que ela seria capaz disso?

—Nem um pouco. – Minto.

Minto demais. Minto o tempo inteiro desde que cheguei aqui. Uma parte de mim quer desistir agora mesmo e voltar para o medo que eu sentia naquela casa. A outra parte quer beijar Elsa.

Não sei qual parte é a pior.

***


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Notas finais do capítulo

EITA CARAMBA! MAMÃE PAPAI JOSÉ SANTA MARIA MÃE DE DEUS Q Q TÁ ACONTECENDO? Será que vocês entenderam o que aconteceu de verdade nesse capítulo? Será que vocês pegaram a mensagem??
Vishhhhhhh vejo vcs nos comentários e responderei os antigos amanhã!!!!!