– Não acredito que estamos nas forjas do meu pai. – balbucia Leo.

Nico e Leo estão no Olimpo, dentro das forjas do deus Hefesto. O lugar é todo de metal e madeira. Há várias armas ameaçadoras e perigosas por todo o local, não importando para que lado os dois semideuses andem.

Há várias lâminas espalhadas em mesas grandes de madeiras e metais olimpianos por todo o chão. Metais como ferro estígio, Bronze Celestial e Ouro Imperial. Tudo naquele local quente e escuro só tendo o único meio de iluminação só a chama do fogo nos fundos da forja.

Hefesto se encontra martelando uma espada grandíssima de ferro estígio e de um formato assustadoramente belo de deixar qualquer um com inveja e medo. O cabo é de couro branco com detalhes em metal preto. Imediatamente, Nico e Leo percebem que lala di Angelo vai querer essa espada, se não quiser... Aí é outro problema.

Mas como eles irão conseguir essa espada?

– Vamos morrer. – balbucia Leo olhando para a espada.

Nico coloca um dedo nos lábios pedindo para que o filho de Hefesto fique em silêncio. Leo reprime os lábios com força para não ficar resmungando para não chamar a atenção do próprio pai.

Leo tem uma vaga impressão que Hefesto sabe que os dois estão dentro da forja e ele espera que seja só uma impressão mesmo. Se for mesmo real... Bye, bye, son of Hefesto and son of Hades.

Nico e Leo se agacham atrás das mesas e começam a andar silenciosamente. Para que não fazem barulho, Leo tivera que tirar o cinto cheio de bolsos bem útil. Foi uma briga para que Nico convencesse o filho de Hefesto aceitar a largar o cinto.

– Leo, você precisa tirar isso. – tentara convencer Nico pela milésima vez e começando a se aborrecer de verdade – Se não tirar, como iremos cumprir a próxima etapa?

Leo abraçara mais forte o seu cinto enquanto chorava que nem uma criancinha mimada e b birrenta.

– Faça o que quiser, mas não tira o meu cinto de mim! – choraminga Leo.

Nico batera uma mão na testa tentando ignorar a vergonha que estava passando. Eles estavam no meio do refeitório do Acampamento Meio-Sangue há meia hora e todos os campistas estão os encarando enquanto riem do Leo.

Leo estava sentado no chão com o cinto cheio de bolsos nas mãos enquanto chorava.

– O meu cinto nem faz barulho enquanto eu ando! – argumentara Leo.

Nico suspirara. Isso não iria ser nada fácil.

– Essa não é a questão. – dissera Nico revirando os olhos – A questão é você acabar esbarrando em algo com essa porcaria de cinto.

– Insensível! – acusara Leo quase se enrolando no cinto – como ele conseguira? Boa pergunta.

Nico perdera a paciência. O filho de Hades arrancara com tudo das mãos do filho de Hefesto, o cinto e ainda o lançara em direção as sombras. O cinto desaparecera nas sombras e Leo dera um soco no rosto de Nico.

Nico cambaleia meio surpreso, e encara o rosto furioso do colega.

– O que você tem nessa cabeça de merda?! – grita Leo furioso.

– Merda? – arrisca Nico meio surpreso ainda.

– O que você fez com o meu cinto?!

– Hã... Eu o joguei nas sombras?

– Devolva-o!

– Não...

– Vai devolver, sim!

– Não vou, não.

– Vai sim!

– Não vou!

– Sim!

– Não!

E a discussão ficara assim por mais de quatro horas até Sr.D aparecer e mandar os dois para detenção, que durara duas horas de luta livre entre os dois semideuses.

Nico e Leo observam o deus das forjas atrás de uma mesa. Hefesto boceja logo depois de terminar a espada e a coloca em cima de uma mesa ali perto. O deus boceja mais uma vez antes de deitar na cadeira e começar a cochilar.

Até que está sendo fácil essa etapa.

Nico e Leo saem detrás da mesa e andam até onde a espada com os passos bem silenciosos.

– Agora só falta pegar a espada. – sussurra Nico olhando para a espada de ferro estígio na mesa.

Leo assente.

– Aí teremos que nos preparar para a próxima etapa. – ele estremece.

Nico revira os olhos quando lembra que a próxima etapa será bem difícil. Fazer Percy Jackson entender alguma coisa.

Leo olha atentamente para Nico enquanto este estende a mão até a espada.

– Cuidado, di Angelo. – sussurra Leo em aviso – A espada pode estar quente.

Nico dá de ombros e abre um sorriso irônico.

– Eu aguento coisas quentes. – diz o filho de Hades.

Nico e sua boca maldita.

Nico toca na espada com a mão e sente uma queimação forte na palma. Ele afasta a mão dando um “gritinho” que lembra a de uma garotinha. Leo tampa os ouvidos por conta do grito.

– Deuses... – sussurra Leo com uma careta de dor – Precisava desse grito?!

– Minha mão está ardendo! – diz Nico com a voz esganiçada e assoprando a mão.

– Quem está aí?

Nico e Leo congelam. Hefesto acabara de acordar e está olhando seriamente para os dois semideuses. Ele olha para a espada e depois para os semideuses, sacando o que ia acontecer.

– Vocês estão tentando roubar aquela espada? – questiona Hefesto.

Leo fica em pânico.

– C-Claro que n-não! – gagueja Leo todo nervoso – Por que você acha q-que o s-s-s-seu filho f-f-faria uma coisa dessas com o senhor, p-p-papai?!

Hefesto franze a testa.

– Virou gago, Valdez? – indaga o deus.

Uma gota de suor escorre pela testa de Leo. Nico anda pelas sombras para não ser visto por Hefesto e tenta se aproximar da espada bem devagar.

– Claro que não! – diz Leo sorrindo mesmo estando prestes a cagar nas calças com tanto nervosismo – Eu não sou gago não. Mas se você se confundiu com gato, aí sim eu sou.

– Você está nervoso. – percebe Hefesto desconfiado e tentando ignorar a última parte do que o Leo disse.

– Eu não estou nervoso! – retruca Leo com a voz uma oitava acima – Você está?!

Hefesto estranha o comportamento do filho, mas não questiona sobre isso. O deus olha para a direção da espada e Nico congela no lugar com as mãos em cima da lâmina. Leo sente o sangue gelar por completo.

Nico abre um sorriso fraco e faz um aceno de comprimento com as mãos.

– Olá! – cumprimenta Nico com o sorriso falhando.

A expressão de Hefesto se contorce em fúria.

– SAIA DAQUI SEU FEDELHO DE HADES! – berra Hefesto, furioso.

– Que criativo!

Nico puxa a espada consigo e sai para longe de um soco que Hefesto iria acertar nele. O filho de Hades puxa com tudo o braço do colega enquanto o deus das forjas lança espadas e adagas na direção dos dois.

– Toma! – diz Nico jogando a espada para os braços de Leo.

Leo pega a espada e segue o amigo até as sombras. Os dois pulam na mesa e depois saltam para caírem nas sombras antes que várias espadas empalem a cabeça dos dois.

Antes de as sombras os engolirem, Nico e Leo conseguem ouvir o berro de Hefesto:

– EU VOU QUERER VINGANÇA!

Ai, ai, ai, ai, ai... Se Nico e Leo continuarem assim, com certeza, vivos eles não ficam mais.

***

– Conseguimos! – exclama Nico levantando a espada que será da lala di Angelo.

– Meu Valdelíciacinto! – exclama Leo abraçando o seu cinto cheio de bolsos.

Nico vira-se para Leo enquanto se pergunta qual o problema desse cara. Normal, Leo com certeza não é.

– Vamos logo enviar isso no correio para lala. – diz Nico caminhando.

– Tudo bem, Valdelíciacinto, tudo bem. – murmura Leo enquanto acaricia o cinto – Você não está mais no inferno das sombras onde esse capiroto mora.

Nico franze a testa. Ele começa a se questionar se deve ou não pedir um exame neurológico no hospital para o Leo.

– Quer um pouco de sopas de engrenagens? – pergunta Leo ao cinto – Fiz para o Festus, mas se você quiser eu faço para você também!

Tá certo. Agora Nico com certeza vai pedir um exame neurológico.