Invisíveis como Borboletas Azuis escrita por BeaTSam, tehkookiehosh


Capítulo 42
Verso 41: 24/7 = Heaven [Parte 2]


Notas iniciais do capítulo

ATENÇÃO: BIG AVISO PELA FRENTE
—------------------------------------------------------------------------------


Vocês acompanharam a mixtape do Suga? Lembram de uma música chamada "The Last"? Essa música causou muita confusão por aí, para quem não sabe (se bem que quase tudo já foi esquecido...).Como o próprio disse, não era algo que ele poderia escrever como Suga do BTS, mas como August D. Para quem não leu a tradução da música (e deveria!), a música é sobre depressão. E foi por isso que eu parei de escrever por todos esses meses.

As fanfics muitas vezes dão uma visão errada dessa doença, então eu me sinto na obrigação de explicar o que é. Nós temos hormônios, como adrenalina, que te faz ficar agitado e alerta ou dopamina, que te dá a sensação de recompensa e prazer. Como dá para ver, eles controlam nossas emoções. A depressão é quando o nível de serotonina, hormônio que controla, entre várias coisas, o humor da pessoa, está baixo. É claro que eu não sou médica nem nada, então algumas coisas aqui podem estar erradas, mas o ponto é: a depressão não é apenas - atenção ao apenas - causado por alguma coisa ruim que aconteceu, ao contrário do que a maioria das fanfic mostra. Depressão não é só ficar triste e não vai melhorar sem tomar remédio. E uma pessoa sem preparo profissional não pode curar, nenhum amor, nenhum amigo cura isso, é tudo ficção e romantização da doença. Não se cura pneumonia com o amor (por mais que ajude), com a depressão não seria diferente.

E, novamente, como a maioria das fanfics não mostra, a depressão vem com alguns extras. Além de todo o desespero, também vêm falta de memória a curto prazo e falta de atenção. E isso realmente me pegou de jeito. E, em toda esse caos, a mais prejudicada foi a escrita. Eu não conseguia mais escrever, ao ponto disso influenciar meu dia a dia. Eu não consegua escrever relatórios para entregar, por exemplo.

Agora, eu estou conseguindo escrever um pouco, como vocês conseguem vem, mas eu ainda estou longe escrever capítulos e etc. Eu realmente suspeitava ter anemia, como eu disse antes, mas o exame veio completamente normal. Mas todos os sintomas que eu escrevi nas últimas notas finais ainda perduram. Tratamento para depressão é algo complicado. Os remédios demoram meses para começarem a fazer efeito, se fizerem, porque muitos não dão certo, é diferente para cada pessoa. Já foram 5 remédios até agora. Eu estou esperançosa com o que eu estou tomando agora, mas, como eu disse, vão demorar messes até que eu consiga entrar na dose certa.

Sobre a fanfic, eu sempre venho aqui ler os comentários. Obrigada por todas as mensagens de apoio, elas são muito importantes para mim. Tive várias ideias para a fic todo esses tempo, mas eu não tinha com escrever e a memória não ajudava, então todas foram embora. Mas eu espero conseguir atualizá-la de vez em quando, mas não prometo nada.

Já tem um tempo que eu queria contar para vocês, mas eu não sabia a hora certa. Quando eu vi a coragem do Suga ao fazer isso, pensei em fazer o mesmo, mas não consegui. "The Last" é uma música muito corajosa. Se aqui as pessoas pouco falam sobre depressão, na Coreia, muito menos. Lá, eles acham que ir a um psiquiatra significa que você já está louco a ponto de ser internado, tamanho o preconceito. Mas o Suga falou abertamente sobre isso na sua mixtape. Muitas pessoas falam que choram com essa música, mas eu não vejo nada de triste. É óbvio que eu não queria que ele estivesse em depressão, mas naquela música, eu ouço um grito de guerra, não de lamento. É o grito de alguém que quer lutar contra a própria doença, alguém quem está desesperado para viver. De alguém que, apesar de tudo, esta produzindo e ganhando prêmios. "Ainda não estou morto!" é o que eu ouço naquela música. Ela é muito inspiradora para mim. E eu ficaria feliz se vocês lembrassem dela, porque, atrás de todas os flashes e holofotes, tem uma pessoa passando por uma doença muito séria. E mesmo assim, faz o seu trabalho com um sorriso no rosto. O Suga é uma pessoa bem mais forte do que aparenta. E eu espero conseguir ser como ele. Que ambos saiam da depressão.

Obrigada por lerem até aqui e esta é continuação do último capítulo, que eu escrevi meses atrás. Não está grande, mas espero que gostem. Quem quiser perguntar mais alguma coisa, pode usar os comentários sem medo. Dessa vez, eu vou responder todos. Obrigada.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/648856/chapter/42

Todos os membros do BTS choram à sua maneira, assim como eu. Porém, o olhar do Rap Monster sobre mim me obriga a vasculhar um porquê para tais ações.

As palavras brotam da minha boca como as lágrimas de meus olhos.

— Sabe, vocês passaram um bom tempo com a trilogia The Most Beautiful Moment In Life. Mas vocês já pararam para pensar no que isso significa? “O momento mais bonito na vida”?

Até mesmo seus prantos diminuíram ao ouvir minha voz. A atenção é tanta que daria para ouvir uma mosca voando noutro corredor. Mesmo com tal silêncio intimidador, tenho que continuar. Engulo a voz embargada pelo choro, e falo com toda determinação em mim. Um crescente de esperança sobe pela minha garganta, explodindo em confiança. Agora eu sei exatamente o que fazer.

— Se ao menos algum de vocês pensou que seria “o momento mais feliz na vida”, está errado. Vocês mesmos me mostraram isso. Mesmo que doa, mesmo que assombre, mesmo que seja insuportável, esse é o momento mais bonito na vida. Não é uma questão de felicidade, mas intensidade. Nós somos bonitos agora.

Minhas palavras conseguem capturar até o olhar distante do Suga. Seis pares de olhos me atravessam, mesmo assim não sinto medo, não me acovardo. Vou seguir em frente.

— É essa felicidade intensa, é essa dor intensa, é essa paixão intensa que nos faz estar vivos. Não tem problema em sentir dor, tristeza, sofrimento. É normal. Mas, para chama-los de intensos, precisamos de um contraponto: a felicidade extrema. E eu estou muito a fim de busca-la agora. – Sinto um sorriso surgindo do canto da minha boca.  – Não quero mais esperar para que as coisas se mudem sozinhas. Eu, com as minhas mãos vazias, quero buscar pela minha felicidade. Não amanhã, não num futuro próximo, mas hoje. Eu quero ser feliz hoje. E não importa se der errado, não importa se eu me machucar mais, eu tentei. E isso vai valer a pena por si só. – Semicerro os olhos. – Quem mais está comigo?

Do fundo da sala, percebo o olhar do Yoongi se perder, mas logo se reencontrar. Ele retorna não apenas aos meus olhos, mas a si mesmo. Todo o sarcasmo, toda (excessiva) confiança, toda a paixão, toda esperança, toda sua vida está brilhando na íris dos seus olhos, no canto do sorriso de lado que ele replica. Passando por todos os outros membros, ele segue cegamente até mim e pousa sua mão sobre a que eu estendi no ar. Ele pode não dizer nada, mas vejo pelos seus olhos a certeza que buscava.

Esse foi apenas o primeiro passo. Faltam seis.

Jimin corre pelo pequeno espaço entre nós com a urgência de uma maratona e a alegria de uma criança. A inércia não o ajuda muito quando chega, empurrando Suga ao pôr sua mão sobre as nossas. O que seria normalmente seguido de um insulto pelo enfezadinho acarreta apenas em mais gargalhadas.

Faltam cinco.

J-Hope vem a passos largos, quase saltitantes, até enlaçar – talvez um pouco bruto demais – o pescoço do Jimin. Em seu rosto, apenas seu lindo sorriso em formato de coração. Suas lágrimas secaram.

Faltam quatro.

Taehyung abre um sorriso contido no caminho até nós, rendido pela situação. Sem a menor pressa, ele apoia seu braço sobre o ombro do J-Hope e me olha nos olhos, ainda mantando a alegria de sua expressão, por um bom segundo antes juntar sua mão às dos outros. Ele nunca olhou nos meus olhos antes.

Faltam três.

A expressão orgulhosa que Jin nem se esforça a esconder surge tão vívida perto de nós! Nem temos como reagir antes da trobada que ele dá na tentativa de abraçar todos ao mesmo tempo. Suga que o diga, abraçado e amaçado com sucesso sob o largo ombro de Jin.

Faltam dois.

Todos se viram para Rap Monster. Mais que tudo, quero que ele venha, quero que ele seja feliz. Não há necessidade de carregar todo esse peso sozinho. Pensativo, ele ainda encara o chão. Por favor! Só olhe para frente e veja quanta gente está aqui por você! Nós acreditamos em você, nós acreditamos em seu sonho, em sua liderança! Então acredite em nós! Confie em nós! Apenas levante o olhar!

E, como se me ouvisse, seus olhos encontram os meus. Ah, como estou sendo presunçosa! Eles encontram os nossos! E os nossos encontram suas covinhas, resultado de um sorriso que nunca havia visto em seu rosto.

Um pé na frente do outro, seus passos o guiam até nós com uma urgência crescente. Até que seus braços nos encontram, numa tentativa de circundar a todos. Mesmo que seja fisicamente impossível, todos de certo modo sentimos seu calor nos envolvendo. E em um sussurro, ele diz a palavra que não precisa ser traduzida:

— Saranghaeyo

E, mesmo baixo, é alto o suficiente para todos nós escutarmos. E assentirmos.

Logo quando ele põe sua mão sobre a nossa, ouvimos um pigarro do lado de fora do mundo maravilhoso que é esse círculo que formamos.

— Então, gente – Hae Won se intromete -, sem querer estragar o clima nem nada, mas eu poderia entrar também? – Ela pede, mais tímida do que normalmente.

E, de resposta, ela apenas recebe um sorriso e um puxão do Rap Monster para trazê-la para dentro do círculo.

Com as mãos sobrepostas, gritamos todos juntos:

— BANG! TAN! SONYEONDAN!

Falta um.

Assim que nós afastamos um pouco, Rapmon me procura.

— Tenho que ir. Como você disse, preciso fazer algo. E eu tive uma ideia— ele observa a minha reação com mais confiança do que jamais vi no rosto de alguém. – Obrigado por tudo. Nos vemos amanhã. – diz, já se despedindo.

— Mas amanhã é sábado!

— Eu sei! – Ele responde já no corredor.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Invisíveis como Borboletas Azuis" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.