Invisíveis como Borboletas Azuis escrita por BeaTSam, tehkookiehosh


Capítulo 41
Verso 40: 24/7 = Heaven [Parte 1]


Notas iniciais do capítulo

Oi! Foi mal por demorar para postar, por isso, apesar desse não ser o resultado da votação, eu vou postar os capítulos em partes sim. Estas foram exatamente as [ultimas palavras que eu escrevi para essa fanfic até agora então é bem provável que os próximos capítulos demorem.

Por favor, leiam as notas finais.



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As horas se passam, mas essa névoa não. Como se algo enuviasse nossa visão, fazendo-nos temer o desconhecido, fazendo-nos tropeçar. Eu mesma não consigo fugir dessa melancolia que paira sobre a Big Hit.

Já é o terceiro dia. Quanto mais os dias se arrastam, mais ficar difícil de recuperar aquela esperança de antes. Jungkook se trancou em casa sem falar com ninguém. Suga passou quase que o dia inteiro de ontem num funeral. J-Hope foi parar no hospital de tão estressado que estava. Os outros não estão emocionalmente melhores que isso. Principalmente, Rap Monster, tentando carregar sozinho o peso das dores de todos os outros.

Até mesmo Son Sung Deuk não estava demoníaco hoje. Só me disse para passar cinco vezes cada coreografia e descansar. Isso me cansou mais que os intermináveis treinos.

Tudo está para baixo. Isso fadiga minha mente mais que qualquer exercício físico.

Não quero de jeito nenhum que tudo acabe assim. Porque não vai acabar.

Assim como eles fizeram por mim, não vou deixa-los perder a esperança! Nunca! Não vou desistir tão facilmente. Não sou o tipo de pessoa que é derrotada desse jeito sem lutar.

Por isso que estou com vários post-it ao meu lado. Lápis de cor, canetinhas, giz de cera e um pouquinho de imaginação. É quase como se estivesse na pré-escola!

Horas se passaram e nem percebo que já estava na hora da Hae Won vir. Ainda com o uniforme da escola, ela se surpreende com a confusão que estou fazendo na sala de dança.

— O que você está fazendo? – Ela pergunta mais indignada que encantada.

— Escrevendo algumas coisas. Quer me ajudar?

— Quantos post-it!  Se tem algo que você quer lembrar tudo, é só usar as notas do celular! Nota-se que você quer mesmo se lembrar de alguma coisa. – Ela ri da própria piada.

— Sinceramente... Que piada ruim... Bateu até uma depressão aqui.

— São a minha especialidade – ela dá uma piscadela para mim. – “Eu sou a melhor no que faço”.

— E eu entendi a referência! – Retribuo a piscada. – Agora vem aqui me ajudar.

— Sério, o que você está fazendo? – Ela pergunta, sentada já analisando os que já estavam prontos.

— Esses últimos dias, eu falei com os garotos do Bangtan, em especial o Rap Monster. Me dói vê-los tão sem rumo, desamparados, quase desistindo e não fazer nada. Tenho que retribuir um pouco de todas as vezes que eles me animaram e me encorajaram a seguir meus sonhos!

— Por que você não falou isso antes?! O que é para eu fazer?

— Ah, é só escrever algumas mensagens boas. Não precisa ter a ver com música com eles em especial. Pode ser algo que qualquer um ficaria feliz de ler. Tipo esse, olha só – tiro um da pilha dos que já estão feitos. – “Você está se saindo bem e estou realmente muito orgulhosa de você” e uma flor sorridente mal desenhada do lado. Só que você deve desenhar melhor do que eu.

— Eu teria que me esforçar para desenhar pior do que isso.

— Ei! Eu fiz isso com carinho! Enfim, desde que seja fofo e aconchegante, está valendo. Vou só pôr uma música. Não aguento esse silêncio todo.

Ponho minha playlist de kpop para tocar. Em meio a todo esse caos da empresa, essa sala de dança vazia é um ótimo refúgio. O som contagiante de Dope, os papeis espalhados pelo chão, assim como nós duas. Estamos felizes aqui como se não houvesse crise por trás dessa porta. Bem, essa é a intensão!

Quanto mais a música cresce, mais nós cantarolamos. Afinal, quem consegue ficar parado com Dope? Porém Hae Won do nada irrompe em risadas:

— Você está cantando tudo errado, Sam! Que língua é essa que você está falando?

— Dane-se. “I don’t give a shit, I don’t give a fuck”.

Rimos juntas por um bom tempo. Nem foi tão engraçado assim, mas estamos tão desesperadas por risadas que acabamos rindo de tudo. Esse é a nossa esperança: isso tudo há de passar.

— Sabe, Sam – Hae Won começa a falar quando a música troca – ,  mesmo que eu tenha que correr com o meu trabalho mais tarde, fico feliz em estar te ajudando com isso. Meu sonho é ser compositora. Aqui na Coreia, trabalhos ligados são muito mal-vistos, especialmente para alguém como eu, que mal tem dinheiro para comprar a comida em casa. Eu deveria tentar um emprego mais fácil, que desse mais dinheiro para a minha família, mas fazer o quê? Eu sinto que morreria se não tivesse a música comigo. E não só isso, quero passar minha mensagem para os outros, quero ser reconhecida por isso. Acima de tudo, eu amo a música. Ela é o que eu sou. No entanto, força de vontade e paixão não põe comida na mesa nem paga escola. É aí que entrou o BTS na minha vida. A melhor coisa que já aconteceu comigo foi esse trabalho de meio período aqui na Big Hit. Além de me pagar razoavelmente bem, me deram uma bolsa de estudos integral para estudar na Escola de Artes de Seul, a princípio para ajudar o Jungkook com qualquer problema que surja na escola, como dever de casa provas ou rumores indesejados. Não que eu ligue muito para ele, mas essa é a minha chance de aprender sobre a parte teórica da música. Mesmo assim, eu sou horrível nas práticas!

Ela ri um pouco para descontrair.

— Mas, não é apenas a Big Hit. Foi realmente o Bangtan que me ajudou. Assim que soube de mim, o Namjoon oppa veio falar comigo. Ele disse para eu nunca desistir dos meus sonhos e que, se eu tivesse dúvida sobre qualquer coisa relacionada a música, para eu não ter medo e perguntar para ele. Com o tempo, o Yoongi oppa e o Hoseok oppa também passaram a me ajudar. Por mais que eles sempre estivessem ocupados e cansados, eles arrumavam um tempinho para me ajudar e me ensinar muitas coisas que eu não aprendia na escola. Eles até mesmo me deixavam mexer nos sintetizadores, notebooks e outras aparelhagens quando eles não estavam. Namjoon oppa só implorou para que, em hipótese alguma, eu abrisse uma pasta chamada “unicórnios fofinhos”. O que será que tinha ali? – Ela revira os olhos já sabendo a resposta. – Enfim, eles me ajudaram muito. Assim como eles não me deixaram desistir do meu sonho, não vou deixa-los desistir dos deles.

— De certa forma, acho que entendo esse tipo de sentimento. Por mais que eu nunca tenha convivido com eles antes, sempre foram essas músicas que me traziam esperança. Especialmente nesses meses antes da viagem. Sem querer te aborrecer com as minhas histórias, eles foram bem difíceis. Eu tinha pensamentos assustadores às vezes. Só que uma voz sempre surgia na minha cabeça. “Não desista agora, aguente mais um pouco! Você está quase vivendo o momento mais bonito na sua vida! Seja forte”. A esperança de encontra-los me mantinha indo em frente. Eu quero agradecê-los por isso. Eu quero fazer algo, o meu melhor. Eu quero ver um sorriso nos rostos deles de novo.

— Acho que nós pensamos parecido. – Hae Won sorri de lado para mim.

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A tarde que passamos escrevendo as notas foi, por si só, uma memória boa. A nossa esperança em ajuda-los impregnou o ar com energia positiva, um farol em meio à tormenta. Junto à tinta da caneta no papel, laçamos nosso carinho por esses garotos, tão palpável quanto o papel em que foi escrito.

E é com esse sentimento que colamos os bilhetes um por um na porta do guarda volumes deles. Um por um, os minutos são descolados do relógio. A hora passa e a gente nem percebe. Só percebemos que o treino de dança deles acabou quando encontramos com Son Sungdeuk.

— O que vocês estão fazendo? – Ele ri.

— Ah, nós estamos colando bilhetes com mensagens boas! – Explico.

— Mas precisava de tanto assim?

— Claro! Nós temos que retribuir com algo à al...

— Foi tudo ideia dessa louca aqui! – Hae Won diz ao dar um tapa da na minha testa. O que é isso o que ela colou? Um bilhete?

— Ei! Você me ajudou! Você é tão louca quanto eu! – Revido colando um desenho de sol em sua testa

Nós tentamos tirar os bilhetes das nossas testas, mas ambas impedimos a outra! Ah, ela vai pagar por isso! Mas, por que do nada eu me sinto tão leve? Nós nos ameaçamos, mas porque estamos rindo.

Antes de sair, Sungdeuk solta:

— Vocês são boas garotas. Só tome cuidado, Hae Won. Se você não terminar o seu trabalho hoje, você pode ser chamada atenção.

— Tudo bem, sunbae. Eles valem a pena.

— Aigo! – Dou um cascudo de leve na cabeça de Hae Won. – O que você quis dizer com “tudo bem”? Eu já disse que vou te ajudar! E não adianta dizer que não precisa! Eu vou te ajudar!

— Se é você que diz... – A risada de Hae Won se mistura à minha. É divertido poder falar assim com alguém da minha idade.

— O que é isso?

Os sete congelaram ao ver toda essa quantidade de papel. Avançando um passo a cada respiração, eles se aproximam do guarda-volumes, lendo os bilhetes um por um. Descolam alguns deles para lê-los mais de perto.

 “Você é o melhor!”

“Mesmo que tudo pareça difícil agora, continue em frente!”

“Não tenha medo de ir ao seu próprio passo, aproveite o agora!”

“O mundo fica melhor com você nele!”

 “Sou feliz de conhecer alguém tão incrível quanto você!”

“Você já conquistou muito e vai conquistar muito mais!”

“Eu me importo com você, eu gosto de você, eu amo você e eu te desejo o melhor que há!”

Todas as frases têm o seu toque de impessoalidade – e falta de criatividade, eu admito -, mas essa era a intensão. Quero que eles leiam o que qualquer um gostaria de ler, sem se prender ao BTS, a nomes de palco ou fama. Quero que eles leiam cada uma das frases como pessoas.

Inesperadamente, as primeiras lágrimas são as que escorrem dos olhos de Suga. Silenciosas, elas percorrem toda extensão de suas memórias, de seus sentimentos, de seu rosto. Sua boca permanece entreaberta, pego de surpresa por cada palavra escrita. Apenas seus olhos continuam se movendo com uma rapidez incrível, escaneando os bilhetes.

Jimin espanta o silêncio chorando bem alto. Ao contrário do Yoongi, ele alterna seus olhares entre os bilhetes e os outros membros e, sempre que encontra as lágrimas do rapper, seu pranto parece se intensificar.

Jin morde os próprios lábios para que as emoções dentro de si não saiam, mas seus olhos marejados covardemente o traem.

V parece imerso demais no que está escrito. Os sentimentos misturados em seu olhar são um mistério para eu decifrar.

J-Hope já se deixou levar há algum tempo. Porém, este mantém um sorriso caloroso em meio às lágrimas, tão caloroso a ponto de secá-las. Vê-lo assim faz todo trabalho valer a pena.

Por fim, Rap Monster vira-se para mim, esperando alguma palavra, motivo ou explicação. Talvez ele só esteja preocupado por causa de todas essas lágrimas que escorreram pelo meu rosto sem que eu nem percebesse. 


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Notas finais do capítulo

Foi mal por não ter escrito mais esses dias e foi mal por não ter respondido os comentários.
Vem acontecendo algo muito sério comigo. Eu tenho tido cansaço extremo e mal consigo ficar acordada. Mas não é simplesmente preguiça, há a suspeita da que seja anemia. Ou seja, nem que tente, eu não consigo evitar esse cansaço. E isso está afetando toda a minha rotina, inclusive com a escrita. Eu não tenho escrito há semanas, e não é a apenas a fanfic. Eu fiz um exame de sangue ontem e vamos ver no que vai dar. Eu sei que vocês não deveriam ser prejudicados por isso, mas é bem provável que os próximos capítulos também demorem para sair porque vai demorar até que eu consiga repor a quantidade de capítulos que eu preciso ter de antecedência para quando ficar doente (como agora), vocês não fiquem sem capítulos e eu não precise correr. Eu não sei quanto tempo vai demorar, afinal, eu ainda nem comecei o tratamento. Peço desculpas por isso tudo, mas eu vou tentar postar o máximo que conseguir. Espero que vocês continuem acompanhando a fic mesmo assim. Mais uma vez, obrigada por tudo.



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