Capítulo 26

— Em algum lugar de Seattle -

A última vez que Lauren havia visto Edward Cullen fora o dia de seu “deslize” e então ele desapareceu para ela. Não atendia suas ligações e até então ela estava bem com isso. Tudo estava correndo de acordo com seus planos, até que seu próprio irmão passasse a se comportar de uma maneira diferente. Sirenes de alertas explodiram em sua mente ao constatar esse fato.

Sem o apoio de Taylor, até então seu cumplice em todos os movimentos, Lauren estava basicamente ser ter o que fazer, pensando em retornar para Londres. Concluiu que Edward havia conseguido lidar bem com as cobranças de sua esposa e sabia que não poderia alertar a própria sobre todas as cartas anônimas, porque isso lhe colocaria bem no meio do fogo cruzado com o homem que ela queria para si.

Certo dia, por trás das portas do irmão, ouviu uma conversa que Edward havia aumentado à segurança da esposa e isso lhe batia à porta agora. Quando o telefone da casa do irmão começou a tocar vezes seguidas. Edward havia se esquecido de proteger a própria casa.

Com o sobrinho no colo, ela viu seu irmão observar a esposa atender ao telefone. A conversa fora breve. Sua cunhada estava aparentemente nervosa e Jasper há questionava o tempo inteiro sobre o que poderia estar acontecendo para deixa-la daquela forma.

Ela viu Alice desligar o telefone e dizer que precisava se trocar.

— O que você acha que aconteceu? — Lauren perguntou para Jasper, balançando o sobrinho em suas pernas.

— O que você acha que é? Bella, com certeza. — Jasper parecia enfezado.

Alice desceu as escadas tão rápido quando subiu. Já estava com outra roupa diferente e arrumava a bolsa no ombro. Não deu qualquer tipo de satisfação quando saia de casa.

— Onde você está indo, Jazzie?

— Atrás da minha esposa, Lauren. — Disse ele, mais mau humorado que antes.

— Deixe-a. Se ela quisesse você com ela, teria chamado.

Jasper olhou sua irmã minuciosamente, observando-a o jeito que ela ninava seu filho. Parecia ser uma criatura infantil, que ele tinha como sua irmã mais nova e tão amada por ele.

— Lauren, se eu te perguntar algo, você diz a verdade? — Ele murmurou, encarando-a profundamente.

— Claro, Jasper — Ele a viu esboçar um sorriso pequeno, o encarando.

— Você seduziu Edward ou ele te seduziu?

O olhar de Jasper era de um predador selvagem querendo abater sua vitima. Mas Lauren o olhou tão tranquilamente, quando forçou em unir suas sobrancelhas, fingindo confusão.

— Do que você está falando? — Ela fez-se de desentendida.

— Nada. — Murmurou Jasper.

Ele sentiu algo estranho, então resolveu ir ainda assim, mas não sozinho. Retirou o filho do braço da irmã antes de sair sem se despedir.

Jasper sabia? Lauren se perguntou, ao vê-lo partir de uma forma estranha. Ela apertou suas mãos perguntando se Edward havia dito ou se Jasper havia achado a aliança do amigo em sua bolsa, pois a mesma sumiu um dia após o acontecido com Edward Cullen.

Pov Edward Cullen.

Entrando na cozinha, acendendo a luz, constatei que ela estava vazia. Mas eu vi o pacote vermelho com um laço enorme no balcão, antes de mais vidros se quebrar no exterior. Eu andei rapidamente, tentando desviar dos vidros espalhados na cozinha. Abri a porta da área de serviço vendo a sombra fugir pelos fundos no mesmo instante que minha cozinha foi invadida por policiais.

— É uma bomba! — Alguém disse, enquanto eu voltava.

Paralisei por alguns segundos, vendo alguns homens ao redor do pacote vermelho – agora aberto.

— Senhor Cullen... — Alguém disse.  — Não se mova. Fique aí, eu vou acionar o esquadrão antibomba.

— Há mais alguém na casa, senhor? — Outro policial perguntou.

— Minha esposa... Está no nosso quarto. No andar de cima.

Murmurei apreensivo, vendo-os fitar o projetil dentro da caixa vermelha. Ninguém queria se mover ou respirar um pouco mais alto. Enquanto o barulho de “tique-taque” soava.

— 1.7.5 — Um homem murmurou no rádio da policia.

— Evacuar. — Alguém respondeu para o rádio.

Imaginei que 1.7.5 fosse algum tipo de código para bomba. Nós ficamos ali parados numa fração de segundos, enquanto outras pessoas entravam calmamente na cozinha.

— O esquadrão está chegando. Vamos retirar o senhor. — Um dos policiais me disse.

— Minha esposa... — Eu murmurei.

— Qual direção fica o quarto? — Apontei para o corredor central — Tudo bem, vamos buscar sua esposa, mas o senhor precisa sair para o esquadrão entrar e fazer seu trabalho.

Enquanto eu andava pela saída via os homens com roupas térmicas pretas e luvas da mesma cor. Todos com a feição tensa, eu não pude encará-los atentamente, fui removido para a rua em segundos. Bella já estava lá.

O alívio em vê-la bem...

— Edward! — Ouvi-a gritar ao se jogar em seus braços. Eu apertei o corpo magro da minha esposa sem intenção de deixa-la.

— O que aconteceu? — Ela me perguntou, sua voz era nervosa e ansiosa.

Eu segurei seu rosto beijando suas bochechas molhadas de lágrima.

— Eu ainda não sei — Disse a ela.

— Edward... Você acha que pode ser...

Ela nem terminou de dizer, mas eu havia entendido. Aliás, era isso que passava em minha mente o tempo inteiro.

— Fui descuidado em relação à segurança da casa, Bella — Bufei me sentindo o pior dos homens.

 Bella não teve a oportunidade de me responder. Um chamado a alertou. Eu vi uma caminhonete preta estacionar do outo lado da rua e Alice descer dela. Também vi Alice correr para abraçar a amiga.

— O que aconteceu? — Ela perguntou para mim.

Tinha uma Bella chorosa em seus braços e a própria estava sem ter o que fazer.

— Um atentado... A nossa casa. — Sussurrei, Alice assentiu.

— Não seria melhor ela ir para um lugar mais calmo agora, Edward? — Alice parecia extremamente preocupada.

Tudo que eu não queria era tê-la longe. Mas tudo que ela precisava agora era estar em um lugar seguro, e eu sabia disso. Assenti para Alice, encarando-a com cautela.

— Pedi ao Seth para leva-la para casa de Renée — Alice assentiu.

— Não quero ficar longe de você. — Bella choramingou, se soltando de Alice e vindo para me abraçar.

— Irei ficar com você assim que as coisas se resolverem aqui, amor... Prometo.

Ela assentiu.

Seth teve o carro revistado minuciosamente por policiais antes de eu deixar Bella entrar nele. Eu a vi chorar um pouquinho, não querendo ir. Mas entendeu que era melhor que fosse. Alice a avisou que a seguiria com seu carro. Ela assentiu, contra sua vontade e eu assisti minha esposa ir.

Voltei para a esposa do meu amigo, encarando-me um pouco assustada. Foi quando eu vi outro carro entrar em minha rua. E aquele carro eu conhecia.

— Como isso aconteceu Edward? — Ela perguntou abraçando seus braços.

Jasper deixou o carro, mas Alice não olhou para ele. Eles pareciam profundamente ressentidos um com o outro.

— O que aconteceu? — Jasper perguntou, passando seus braços pelo ombro da esposa. Vi Alice abraçar-se a ele.

— Estávamos jantando quando ouvimos barulho de algo se quebrar na cozinha. Pedi para Bella se trancar no quarto e ligar para a polícia. Fui verificar o que era. Cheguei a ver alguém fugir pelos fundos e reparei no pacote no balcão da cozinha...

Meus amigos me olharam e pareciam temer pelo pior.

— Era uma bomba.

Meus olhos queimaram. Mas eu fiquei ainda mais emocionada quando Jasper soltou sua esposa e se inclinou para me abraçar. Eu vi Alice assistir a cena em um profundo silêncio.

— Precisamos conversar. Todos nós — Alice disse, enquanto Jasper se afastava.

— Vou ver o que eu posso fazer ainda. Falar com os policiais, saber se foi desarmada. O esquadrão antibombas está lá dentro tentando resolver isso.

Eu voltei para dentro, encontrando um de meus contatos para a segurança pessoal de Isabella. Foi o que ele me disse que a casa estaria interditada pelas próximas vinte e quatro horas porque foram localizados na cozinha mais dispositivos acionados para explodir. Eu assenti, voltando para Alice e Jasper.

Concordamos em um em um fastfood perto. O preferido de Bella, eu lhe levaria algum lanche já que nosso jantar havia sido arruinado.

Fiz o pedido de Bella para viagem e fiz o meu para comer acompanhado de Jasper e Alice, que escolhiam seus refrigerantes.

— O que houve, Alice? — Eu perguntei a ela, algum tempo depois, quando estávamos comendo.

Estava cansado e só precisava ir dormir. Alice parecia perceber isso, porque estava constrangida em dizer o que tinha para dizer ou ignorar e seguir em rente.

Eu a vi abrir sua bolsa e ficar olhando para ela por um tempo, até retirar de dentro um objeto dourado e redondo. Eu a vi colocar sob a mesa. E eu segurei minha respiração. Era minha aliança.

— Encontrei isso no quarto da Lauren — Ela murmurou, encarando-me — Mas eu não entendi porque sua aliança estava com ela. Então eu pensei... Bella me disse que no dia da grande briga você não estava com a Lauren... Mas sua aliança estava com ela e isso muda a história.

Os olhos profundamente verdes e inquisidores de Alice me fuzilaram. Eu vi Jasper encolher seus ombros como se não estivesse na mesa. Ele não me daria seu apoio ou sua defesa. Ele na verdade parecia profundamente envergonhado.

— Espero que você não minta para mim, Edward — Alice comunicou.

— Alice... O que aconteceu foi que eu... — Não iria conseguir dizer. Meus olhos queimaram, novamente, lembrando-me daquele dia.

Não importava, meu erro ia me perseguir. Toda a culpa que eu sentia ainda queimava dentro de mim.

— Traiu Bella com a vadia da minha cunhada — Jasper se quer moveu-se com o comentário de sua esposa. Eu baixei a cabeça. — Eu deveria contar tudo para ela, sabe? Mas... Eu não acho que ela mereça saber disso por mim. Você não acha?

Assenti. Porque ela tinha mesmo razão.

— Se você não disser, eu direi.

Eu vi Alice se levantar e sair sem dizer mais nada.

Jasper me olhou com uma cara que dizia “eu te avisei” e seguiu sua esposa num profundo silêncio.

Pareceu que um relógio havia sido disparado em minha mente. Numa contagem para o fim da minha vida. Bella não iria me perdoar, eu já tinha mentido o suficiente para ela concordar em sair de casa. Alice tinha me colocado a corda no pescoço e eu nem poderia julgá-la por isso. Eu deveria dizer, eu sou o marido infiel.

Paguei a conta e saí, pegando um táxi para a casa de Renée.

Eu deveria manter Bella a salvo primeiro. Alice teria que entender que enquanto eu não resolvesse a situação da segurança da minha esposa que carregava o nosso filho, não ficaria em paz. Se contasse para Bella agora, ela me afastaria, se colocando em risco. E isso eu não poderia admitir. Se sustentar essa mentira por mais um tempo é o que eu preciso fazer para mantê-los a salvo, é isso que eu farei.

Alice teria que entender, por ora.

Paguei o táxi ao fim da minha viagem, passando pelo hall de entrada e caminhando para o elevador. Os segundos trancados na caixa de metal me distraíram das preocupações que eu tinha, tudo pelo meu pânico de elevador. Principalmente deste.

Eu tentei me recompor quando deixei o elevador e só toquei a campainha quando consegui disfarçar todo o temor em meu rosto. Eu esperei por alguns minutos até Renée abrir a porta.

— Bella foi direto para o quarto, não quis conversar — Me informou. — Eu já estava saindo quando ela chegou, então... Eu não vou ficar para saber da novela. Vá lá, mais tarde me conte o que aconteceu.

Ela mal esperou minha resposta quando passou de mim. Reparei no seu vestido nada adequado para uma mulher de sua idade. Assim como os saltos mais altos do que jamais a vi usar.

Eu fechei a porta atrás de mim analisando a sala de estar. Tudo parecia igual da última vez que eu havia estado aqui.

Segui para o corredor que dava para o quarto da adolescência de minha esposa. Que era só uma menina de vinte anos... Em pensar na garotinha de dezoito que era assustada que eu havia me casado há pouco mais de dois anos.

Girei a maçaneta e entrei no quarto, vendo-a deitada ainda com seu vestido azul.

— Querida... — Sussurrei para ela, me aproximando. — Ficará tudo bem...

Bella tinha seus olhos molhados de lágrima e se levantou o suficiente para que eu pudesse abraça-la e coloca-la no meu colo.