Para Sempre escrita por JVB


Capítulo 15
Eu não posso sentir ciúme




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Eu tinha conversado com a minha mãe e ela me disse que eu não podia agir daquela maneira. Steve provavelmente estaria confuso demais e ter mais um problema – eu – na vida dele seria uma grande merda. Decidi então que respiraria fundo e tentaria encarar essa situação, afinal, pra que eu estava com ele? Não era só pelos beijos e pelo carinho. Eu o amava, e quando as pessoas amam elas se ajudam.
E eu iria ajuda-lo.
No dia seguinte, na terça, fui para o colégio e esqueci o celular em casa. O dia foi normal, mas não conseguia parar de pensar em Steve e quando olhei para uma cadeira vazia na sala, senti um aperto no coração. Rafael.
Por um breve momento eu pude sentir as mãos dele em mim, e depois a cena do cara morto no chão do apartamento me fez estremecer. Aquele dia foi horrível.
Quando saí da escola, dei de cara com Steve no portão. Os olhos estavam com um brilho diferente, preocupado. Era como se eu tivesse sumido por décadas e esse fosse o nosso primeiro encontro.
Ele veio até mim com passos largos, ignorando as meninas que cochichavam algo sobre ele. Quando chegou até mim, me abraçou com força e eu retribui o carinho.
— Você não pode me deixar – ele disse.
— Steve...
— Não, - ele continuava a sussurrar no meu ouvido, ainda me abraçando. – Eu te liguei tantas vezes, você não respondeu nenhuma mensagem...eu, - sua voz falhou. – Não me deixe.
— Eu não vou te deixar, Steve.
— Promete?
— Sim. Eu te amo – dito isso eu o beijei para tentar provar o meu amor. – Eu só esqueci meu celular em casa e bom, confesso que nem cheguei a ver suas mensagens. Me perdoa.
— Será que podemos conversar? Vamos para minha casa, eu...eu tenho que te dizer algumas coisas.
— Sobre a Mary?
— Sobre nós, Mary e o bebê.
Em casa, quando chegamos, eu e Steve nos sentamos no sofá e nos encaramos por um tempo. Ele disse:
— Eu realmente não contava com aquilo.
— Aquilo você diz...a criança?
— Sim. Faz um tempinho que eu e Mary terminamos. Quando te conheci ia fazer um mês.
— Steve, eu sei que eu agi como uma criança mas eu vou estar aqui para o que você precisar.
Ele suspirou, parecendo aliviado.
— Bom ouvir isso. Eu amo você.
Sorri. Ah, meu Deus. Eu amo tanto esse cara.
Na quarta feira tudo passou muito devagar e eu já estava ficando entediada na minha aula de física. Contei para Jessy sobre a gravidez da ex-namorada de Steve e ela ficou chocada. Disse até para eu terminar com ele, mas eu sou incapaz de fazer isso.
Quando sai da escola, ele estava no portão novamente mas dessa vez, seu olhar era faminto.
— Olá, Julie – ele disse, me dando um beijo rápido. – Vamos comer.
— Ah, eu não estou com tanta fome – eu disse.
— Não é comida que eu quero – e me deu um sorriso travesso. – Entre no carro.
E de repente eu já me vi na cama dele, totalmente nua, com ele entre minhas pernas. Eu não entendia como ele conseguia me possuir dessa maneira, porque eu não sou lá muito fã de sexo e carinho para todos os lados. Era assim com Rafael, e esse foi um dos motivos pelo qual ele me traiu. Babaca.
Mas com Steve não. Eu sempre quero transar com ele, sempre quero ter ele dentro de mim. O mais forte possível.
Quando nós já estávamos chegando lá, no ponto, no auge...a campainha tocou.
— Não – ele disse, concentrado.
A campainha tocava várias vezes, o que me fez ficar irritada e pedir para Steve parar e descer. Poderia ser uma emergência.
Ele me olhou e pareceu ficar irritado – não comigo, mas com a pessoa que estava tocando a campainha incansavelmente. Colocou suas roupas e eu coloquei as minhas, me sentindo estranha, ardente. Eu ainda queria Steve dentro de mim, não tínhamos acabado. Descemos as escadas juntos e ele abriu a porta, irritado.
— Que demora!
— Mary...
Ela foi entrando, mesmo que Steve não tivesse a convidado. Ela me olhou de cima a baixo e depois olhou para Steve.
— Pensei que fosse estar sozinho – ela disse. O.k, o que ela queria dizer com isso? – Tenho que fazer uns exames.
— Você poderia ter ligado – ele disse.
— Eu pensei em ligar antes mas preferi fazer uma surpresa. Estava ocupado?
— Muito – ele comentou, me olhando. Isso com certeza me fez ficar muito vermelha.
— Ah, estavam transando? – Ela perguntou.
— Não – eu disse. – Mas estávamos ocupados.
— Que pena, Steve tem talento para transar. Me lembro dos nossos tempos...era louco. Em qualquer lugar que eu pudesse me escorar, nós...
— Mary. – Steve disse com um tom de alerta.
Aquela piranha suja e loira estava realmente falando das vezes em que Steve e ela transaram?
— Só queria comentar, já que nós duas já compartilhamos do mesmo pau. – E me deu um soquinho no ombro. – Ou vocês ainda não fizeram isso? Você é bem nova, eu esqueci.
— Já, nós fazemos isso toda hora – eu disse, já ficando brava e pronta para dar um tapa naquela menina.
Isso a fez parar de sorrir e ir em direção a sala, me ignorando. Olhei para Steve, que olhava para mim, e abri um sorriso falso. BEM FALSO. Como se eu estivesse dizendo “eu vou acabar com você depois, seu arrombadinho”.
— Tenho que fazer todo esse negócio de grávidas, sabe? Mas não tenho condições pra isso. Para um médico particular, digo. – Ela olhou para ele.
— Eu pago, claro.
— Eu vou marcar o dia e então eu te falo, assim iremos juntos.
— E seus pais?
— Estão viajando, quando voltarem e descobrirem que eu estou carregando uma criança e não estou casada, eles vão me expulsar de casa. Claramente.
— Como assim? – Eu perguntei.
— Meus pais são muito religiosos. Eu deveria perder a minha virgindade só depois do casamento e blablabla. Eles queriam muito que Steve fosse meu noivo – e deu um sorrisinho. Vagabunda.
Quando deu umas cinco horas, Mary foi embora porque Steve disse que iria sair, caso contrário ela teria ficado ali a tarde toda.
— Vamos acabar o que tínhamos começado – ele me segurou pela cintura e foi me arrastando pelas escadas.
— Eu estou tão irritada – eu disse. – Como ela tem coragem de dizer na minha cara as coisas que vocês faziam durante o sexo?
— Ela é louca, não liga.
Ele me arrastou para o quarto e quase que automaticamente eu já estava com ele entre minhas pernas – novamente. – E prontos para acabar o que começamos.

O resto da semana foi frustrante. Steve não teve muito tempo porque tinha que resolver algumas coisas com Mary, o que me fez ficar irritada. Quer dizer, eu não podia sentir ciúme.
Não, é claro que eu podia sentir.
Enquanto eu mentalmente xingava aquela garota de todos os nomes possíveis, eu mandei uma mensagem pelo celular para meu pai, que estava dizendo o quanto estava ansioso para me ver novamente e me apresentar para os seus outros filhos. Isso me distraiu e eu fiquei animada por um certo tempo, até Steve me ligar e toda a irritação voltar novamente.
— Oi – eu disse.
— Ela está grávida de dois meses! Meu Deus, logo já vai dar para saber o sexo da criança.
— Incrível.
— E se for menina? Não! Ou se for um menino? Ah, tanto faz.
Eu só disse um “hum” e depois ficamos em silêncio.
— O que foi?
— Nada.
— Julie.
— Eu só estou cansada – eu disse. Não queria tirar a felicidade dele só porque eu estava com ciúme.
— Eu sei que não é isso.
— É sim. Fiquei a tarde toda acordada hoje, tive prova, e devo menstruar logo. É só isso.
— Jura?
— Sim.
— Depois eu passo aí então. Ah, de noite não da. Mary vai jantar aqui com minha mãe e com meus pais. Eles querem conversar com ela e tudo mais.
Quase vacilei quando ele disse isso.
— Bom, eu vou dormir. Boa noite pra você.
— Juli...
E desliguei o telefone.


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