Para Sempre escrita por JVB


Capítulo 11
Fui sequestrada




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O fim de semana passou tão rápido que eu mal pude aproveitar. Certo, transei bastante pra um único fim de semana mas não fizemos muita coisa além disso.

Minha avó e Augusto estavam sempre lembrando da época da juventude, eu e Steve assistimos filmes que estavam passando na televisão, depois transávamos e dormíamos, teve um piqui nique no domingo antes de voltarmos para casa e foi bem divertido. Tudo muito calmo, do jeito que eu gosto.

Steve tinha acabado de me deixar em casa e eu contei tudo o que houve para minha mãe, inclusive a parte de que eu e Steve transamos. Ela ficou meio chocada no começo mas eu disse que isso era normal, no final ela acabou com um sorrisinho contido no rosto e eu fui pro meu quarto arrumar minhas coisas. Coloquei as roupas sujas para lavar e guardei algumas outras coisas que estavam dentro da minha mochila. Verifiquei meus emails e tinham alguns de George.

Disse que tinha passado o fim de semana com minha avó e que estava tudo bem. Ele me mandou algumas fotos de uma viagem que ele fez para Alemanha e disse que meus irmãos – meio irmãos – estavam loucos para me conhecer. Fiquei ansiosa, sonhadora. Queria conhece-los também.

Recebi algumas – muitas – mensagens de Rafael, mas ignorei todas. Ele já estava começando a me irritar.

Segunda eu notei novamente que Rafael estava me olhando e sussurrando alguma coisa com o amigo estranho dele. Depois da aula eu e Jessy fomos estudar em casa para a prova de terça. Na terça, fiz a prova com tranquilidade. Estava bem fácil.

Quarta eu não vi Rafael, o que me deixou aliviada. Não estava gostando da atenção que ele estava dando para mim. Ele nem estava andando com o antigo grupinho dele, agora só andava com o cara novo.

Quinta eu também não vi Rafael na escola, mas o dia foi bem chato. Muitas revisões para as provas, muitas coisas estavam sendo finalizadas para o fim do bimestre.

Quando cheguei em casa, Steve estava me esperando no portão. Subimos juntos e ele me entregou um envelope.

– O que é isso? – Me joguei no sofá.

– Abra.

Abri e dentro dele tinha algumas fotos. As que tiramos do celular dele e as que o fotografo da festa tirou. A que eu mais gostei foi a tirada logo na sequencia que eu deixei a minha bolsa cair e Steve começou a rir, e então eu peguei a bolsa e olhei para ele, rindo também.

– Olha só, as fotos ficaram demais.

– Também achei. Fiz uma cópia pra mim. – Ele mostrou o envelope dele.

– Quero fazer algo clichê – eu disse. Peguei a foto que eu tinha gostado e rasguei no meio, separando eu e Steve. Dei a parte em que eu estava para ele e peguei a outra parte para mim.

Ele sorriu.

– Parece que terminamos.

– Não veja isso dessa maneira – eu disse.

Coloquei as fotos sobre a mesa e convidei Steve para se deitar comigo.

Sexta- Feira, quando o sinal da última aula bateu, eu perguntei a Jessy se ela não iria para casa comigo.

– Não posso – ela disse. – Tenho que ajudar minha mãe com a faxina. Ela resolveu limpar tudo e eu não quero que ela veja as coisas do meu quarto.

– Bom, então eu vou sozinha.

Me despedi dela e fui indo em direção ao portão. Sai daquela multidão e comecei a andar em direção a minha casa. Senti que tinha alguém me seguindo, mas não olhei para trás, já que muitos alunos desciam por ali. Quando virei a esquina, um carro parou bem na minha frente, subindo na calçada. Dei um pulo com o susto e imaginei que talvez tivesse sido um acidente. Logo senti algo tapando a minha boca e meu nariz, e outra mão segurando meus braços. Antes que eu pudesse gritar ou fazer qualquer coisa, fui ficando tonta. Aquele pano que estava no meu nariz tinha um cheiro diferente.

Tudo escureceu rapidamente.

Abri meus olhos vagarosamente e quando percebi que não tinha sido um pesadelo, me assustei. Eu estava em uma cama com as minhas duas mãos amarradas por cima da minha cabeça. Me debati para tentar sair dali mas sem sucesso. Na minha boca tinha um pano, não conseguia gritar.

– Acordou – era o menino estranho da escola. O menino novo que andava com Rafael. Não é possível que... – Rafael, sua princesa acordou.

– Ah, Julie – Rafael apareceu de um cômodo qualquer. Eu conseguia ver que era um apartamento, sujo e quase sem nenhum móvel. – Bom te ver.

Tentei dizer alguma coisa mas o pano que estava na minha boca não deixou que minhas palavras saíssem certas.

Ele tirou o pano para que eu pudesse falar.

– Que merda é essa, Rafael? – Perguntei. Eu estava furiosa. – É algum tipo de brincadeira?

– Parece brincadeira para você, meu amor?

Eu não sabia se parecia ou não, então resolvi não responder.

– Minha querida Julie – ele disse, encostando os dedos dos meus pés, que estavam descalços. Ele subia aqueles dedos pelas minhas pernas. Tentei chuta-lo, mas desviou.

– Vamos ter que prender essa perninha. Ah, essa perna que tanto toquei. Tão suave, perfeita. Já disse que você é linda?

Eu não estava entendendo. Olhei para o amigo dele que estava cheiro alguma coisa branca. Drogas.

Caralho.

– Eu disse para você terminar com aquele cara.

– Você não tem mais nada a ver com a minha vida.

– Vamos ver – foi só o que ele disse.

Eu nunca tive medo de Rafael, apesar de que as vezes ele tinha um temperamento meio estranho. Agora eu estava com muito medo, quase não conseguia pensar.

– Onde está o meu celular?

– Não interessa agora – ele falou, fazendo a mesma coisa que o amigo dele estava fazendo antes.

– Você nunca se envolveu com drogas.

Ele não me respondeu.

– O que você fez com ele? – Perguntei ao amigo que não sabia o nome.

Não me respondeu também.

– Quanto tempo você pretende ficar com essa palhaçada?

Como ninguém me respondeu, eu decidi não perguntar mais nada. Eu não podia me desesperar, eu poderia tentar entrar num acordo. Qualquer coisa.

– Vão notar que eu sumi.

– Ninguém está na sua casa agora, eu sei disso – ele se jogou do meu lado, na cama. Sua mão caiu pesadamente sobre minha perna.

– Você não precisa ter medo de mim – ele disse, provavelmente quando viu que eu estava suando e tremendo. – Está com calor, Julie? Eu posso te ajudar com isso. – Em menos de 10 segundos, ele subiu como um raio em cima de mim e rasgou a minha blusa. Chutei, balancei minhas pernas para todos os lados para que ele pudesse sair, mas ele ria toda hora. Comecei a chorar desesperadamente.

– Para de se mexer – ele disse. – Que merda.

Eu não conseguia parar de chorar.

– Não chore – ele passou a mão pelo meu rosto, enxugando as minhas lágrimas. Desceu a mão pelo meu pescoço até chegar no meio seio. – Eu amo você. – E apertou com força.

Gritei desesperada, esperando que alguém ouvisse.


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