Destinos Cruzados escrita por Suh Pevensie


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Geeeeeeenteeeeeeeeee OOOOOOOOOIIII, quero me desculpar pela demora, mas estou de volta, como prometido um capítulo super SUUUUUSPIIIIAAAAAAN ❤, gente confesso que deu um pouco de trabalho, e tem o momento de PEDRO E NATY❤ Falando deles ainda temos que decidir como vai ficar o nome deles shipados o que acham de "Pedraty"? Kkkk... Enfim esse capítulo ta tipo "Fogo" e "Amor" kkkkkk...
Enfim sem mais delongas.
Boa leitura amores ❤



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P.O.V Susana
— Aonde vocês vão Susana? Ele vem buscar você? – Perguntou-me Naty.
— Vamos em uma exposição de artes no centro da cidade. Ficamos de nos encontrarmos lá, não queria que ele passasse por um interrogatório sem motivos – Rolei os olhos e sorri levemente.
— Ah sim, o teu pai não é fácil – Disse – Mudando de assunto – Olhou-me – Como está o Pedro?
— Na mesma mana – Respondi – Ontem ele foi lá com a Lúcia – Falei – Ela me contou.
— E aí? – Ela me lançou um olhar preocupado – Eles se resolveram?
— Parece que não, ontem ele chegou irritado, não quis falar com ninguém, tentei conversar, mas.... Não deu em nada, ele me ignorou completamente.
— Poxa vida, será que se eu fosse falar com ele, ele também me ignoraria?
— Sinceramente Naty? – Encarei-a – Acho que não.
— Ele está em casa?
— Está no quarto dele – Disse. Ela me olhou pensativa, mordeu o lábio inferior, eu sabia o que aquilo significava, ela estava nervosa – Mana vai lá, qualquer coisa é só voltar para cá – Falei sorrindo maliciosamente, como se fosse o óbvio. Ela me encarou com a expressão tipo “Se manca sua lesa! ”, gargalhei.
— Está bem, eu vou lá – Disse e se retirou do quarto.

P.O.V Naty
— Pedro? – Dei três batidas levemente na porta.
— Pode entrar – Escutei, respirei fundo antes de abrir a porta, adentrei. Ele estava sentado na beirada da cama.
— O que houve Naty? Você mal fala comigo nos corredores de casa, não esperava que viesse atrás de mim aqui – Brincou, sorrindo ao ver a minha expressão emburrada.
— Vim ver se estava tudo bem, seu mal-agradecido – Falei irritada, ele só me encarou sorrindo, com uma expressão boba no rosto, aquele sorriso me deixava totalmente desconcertada.
— Pelo o que eu me lembre – Ele colocou a mão no queixo e encarou um ponto qualquer, pensativo – Eu não estou morrendo! Ou estou? – Perguntou fingindo preocupação. Vi uma almofada em cima de uma poltrona, peguei-a e joguei nele, ele sabia me tirar do sério facilmente.
— Idiota! – Resmunguei, ele gargalhou, sentei na poltrona “Já que estou aqui mesmo, não tem como ir embora”, pensei. – Então, como você está?
— Estou ótimo – Disse com tanta convicção que se eu não tivesse presenciado a cena que ele deu no aniversário da Lúh, com certeza acreditaria nas palavras dele.
— E como estão as coisas na faculdade?
— Na mesma – Disse-me em com uma tranquilidade assombrosa, ele não estava bem. Encarei ele por alguns minutos, que para mim pareceram horas, estava pensando em como começar aquele assunto, ele também me encarava, por fim bufou e perguntou.
— O que realmente quer saber? – Fui pega de surpresa, pior ainda ele me encarava intensamente esperando uma resposta.
 Demorei alguns segundos para responder ou perguntar, já nem sabia mais em que posição eu estava.
— Er.... Na verdade.... Pedro.... O que eu queria saber é... – Nesse momento eu só queria me enterrar, me odiei tanto por ter ido perturbá-lo com esse assunto e percebendo a maneira como ele me olhava, com certeza estava estampado na minha fuça o que eu queria perguntar. Pedro não é burro. – Era se você e a...
— Se eu e a Lúcia nos “acertamos” – Completou a minha frase, fazendo aspas com os dedos – A resposta é não – Disse determinado – Eu até que tentei, mas ela me expulsou da casa dela revoltada – Disse meio irritado. Juro que segurei o riso.
— Mas é claro – Afirmei – Você tem noção do que fez?
— Sim Natalie, eu sei, mas pô, ela não me deixou nem me explicar e muito menos me desculpar – Falou intrigado – O que queria que eu fizesse? – Rolou os olhos.
— Primeiro quero saber o que deu em você Pedro. Quero entender aquele show que você fez – Disse calmamente.
— Ah Naty – Ele suspirou cansado, passou a mão pelo cabelo – Ela é como uma irmãzinha para mim entende? E ver ela conversando com aquele cara de uma maneira íntima demais, me subiu uma raiva. O extinto de irmão mais velho falou mais alto.
— Pedro com ciúmes? – Sorri – Cuidado hein, ciúmes demais as vezes mata! – Brinquei, ele jogou a mesma almofada que outrora eu tinha jogado nele.
— Não viaja – Ele disse – Só fiquei com raiva, mas agora percebo o completo idiota que eu fui. Mesmo se ela tiver ou não algo com ele, eu não tenho que me meter na vida dela. Mesmo achando que ela é nova demais para se relacionar, mas enfim, não sou irmão dela de verdade, sou um idiota isso sim – Falou
— Não Pedro, você não é um idiota. Quer dizer, não muito na verdade, só um pouquinho, mas quase nada – Falei.
— Sim? Vai me ajudar a melhorar ou terminar de piorar a minha situação? – Disse irritado, comecei a rir.
— Estou brincando leso – Falei parando de rir – Mas falando sério agora, você não foi um idiota só porque tentou proteger a Lúcia, mas sim porque foi embora deixando ela lá sozinha te chamando.
— É... Eu sei – Falou abaixando a cabeça, ficamos em silencio por alguns minutos, ele continuava na mesma posição, pensativo. Levantei da poltrona, fui até ele, me agachei na sua frente, segurei uma de suas mãos, com uma mão minha, e com a outra acariciei o seu rosto, fazendo-o me olhar.
— Olha.... Vai ficar tudo bem, logo, logo vocês voltam a se falar, não se preocupe. Vocês não vão ficar brigados para sempre, tenho certeza que ambos se consideram irmãos. Você é importante para ela Pedro, assim como ela é importante para você. Dá um tempinho para ela, ela ainda está chateada, mas em breve vocês irão conversar, Lúcia vai entender os teus motivos – Falei tranquilamente, passando toda a confiança que ele precisava. Ele não deixou de me encarar um minuto sequer. Logo corei ao perceber que minha mão ainda estava pousada em seu rosto, retirei-a e coloquei uma mecha do meu cabelo atrás da orelha, totalmente envergonhada. Ele fez carinho na minha mão, que ainda estava em cima da mão dele.
— Já falei que você é linda? – Sussurrou, meu Deus estremeci, “Droga, não exatamente isso que ele tinha que falar”, pensei. Sorri sem graça e desviei o olhar. Ele apenas sorriu, sabendo que eu não responderia. – Obrigado – Ouvi ele falar, encarei-o sem entender – Pelas palavras – Disse – Estou um pouco melhor agora.
— De nada – Puxei minha mão – Bom, acho que já vou indo – Me levantei e senti ele puxar levemente o meu pulso, olhei para ele sem entender a sua atitude.
— Não! Fica mais um pouco – Me encarou intensamente, corei e desviei o olhar
— Pedro... Não é certo, se seus pais me veem aqui... – Tentei argumentar
— Eles não estão em casa, e não estamos fazendo nada demais – Falou – Fica Naty, por favor.
 Como negar com ele pedindo com aqueles olhinhos azuis lindos?
— Ta bom, eu fico – Olhei para a mesinha que estava ao lado da cama, vi um pacote de biscoito lacrado – Só se você me der aquele pacote de biscoito! – Apontei
— Mas olha, é meu, não divido nem com a Susana – Ele sorriu se levantando para pegar o pacote de biscoito – Que feio Natalie, chantagista!
Sentei no meio da cama e cruzei as pernas como índio, ele sentou também na minha frente, abrindo o pacote e tirando os biscoitos para nós dois. Conversamos enquanto comíamos, assuntos variados, até que sobrou só um biscoito. Encarei ele determinada.
— Me dá Pedro – Falei
— Olha a doida, eu tenho mais direito, você comeu quase tudo sozinha sua gulosa – Disse levantando o braço, para que eu não alcançasse.
— Não acredito que você vai sovinar Pedro, deixa de ser assim, me dá!
— Claro que não – Levantei o meu tronco para tentar pegar da mão dele, ele se levantou também ficando de joelhos – Olho grande é ruim hein! – Falou sorrindo.
— Ser egoísta também é – Falei ainda tentando pegar, empurrei ele em uma tentativa de conseguir tomar o biscoito dele, ele caiu deitado na cama e como eu sou azarenta, caí também, em cima dele, o que aconteceu com o biscoito? Hahaha caiu no chão e se espatifou todinho, não sobrando nada. Gargalhamos muito.
— Viu só o que você fez? – Ele disse fingindo irritação.
— Eu? Culpa sua, agora ninguém ficou com o ultimo biscoito – Falei. Sorrimos
 Ele tinha o sorriso mais lindo do mundo, fomos parando de sorrir aos poucos, até que ele me olhou intensamente nos olhos, desceu seu olhar para a minha boca, depois me encarou de novo, mordi o lábio inferior, completamente nervosa. Senti uma de suas mãos tocar na minha nuca, adentrar nos meus cabelos, sem esperar qualquer atitude minha, Pedro me puxou para um beijo, no começo tímido, depois foi se tornando mais intenso e envolvente, senti suas mãos apertarem devagar a minha cintura, meu Deus que calor, que formigamento na barriga, que sensação maravilhosa, e eu correspondia sem me opor a nada, apenas queria beija-lo cada vez mais, sem me dar conta da real situação em que nos encontrávamos, somente quando senti um aperto na minha bunda que a minha mente clareou “Meu Deus o que estou fazendo?”, levantei abruptamente, sem folego, passei as mãos pelos meus cabelos, não sabia se me sentia frustrada ou envergonhada, não olhei para ele.
— O que foi Naty? – Perguntou-me.
— Nada Pedro, tenho que ir agora – Levantei da cama rapidamente.
— Fiz algo errado? – Ele estava confuso.
— Não é isso, eu realmente tenho que ir, tchau Pêh – Falei já saindo do quarto dele sem esperar nenhuma resposta de volta, desci as escadas correndo, bati a porta e fui para casa, tinha que me acalmar, não dava para ficar no mesmo ambiente que ele.


P.O.V Susana
 Ainda indecisa do que vestir e sem a ajuda da Natalie, escolhi um vestido azul escuro, bem simples, alisei o cabelo, coloquei uns brinquinhos e um cordão dourado com um coraçãozinho, fiz uma make bem básica, estava quase na hora do “encontro”, precisava da opinião daquela maluca, mas ela ainda estava no quarto do Pedro “Ou ele tem muita coisa guardada para falar ou eles estão ficando”, pensei. Sorri com tal pensamento, deixei que minha mente vagasse nas lembranças daquele moreno, no sorriso dele, no jeito de falar, no modo de dançar, no seu toque, e de pensar que o meu desastre me levou a conhecer ele. Meus pensamentos foram interrompidos por alguém batendo na porta e a abrindo.
— Natalie que demora foi ess... – Me virei e vi o Pedro entrando – Pedro? O que foi?
— Onde está a Naty?
— Ela não estava com você oh coisa? – Perguntei
— Estava, mas.... Deixa para lá – Ele já estava saindo.
— Ei, ei, ei, volte aqui, me explique o que aconteceu – Exigi
— Não aconteceu nada Susana – Ele já estava irritado? Eu não acredito.
— Como não aconteceu nada Pedro? Primeiro, a Naty estava lá com você. Segundo, você vem atrás dela aqui depois de um tempo. Pode ir falando o que você fez.
— O que eu fiz? Eu não fiz nada – Esbravejou – A gente conversou e tal, ela me deu uns conselhos, comemos um pacote de biscoito, nos beijamos e...
— OOOIIII? EU OUVI DIREITO? VOCÊS SE BEIJARAM? – Surtei.
— DEIXA EU TERMINAR DE FALAR MALUCA! – Aumentou a voz.
— ENTÃO FALA TROÇO! – Gritei, ele suspirou, coçou a cabeça e por fim falou:
— Então, nos beijamos e bem, as coisas foram ficando quentes e tal, e aí...
— PEDRO EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊS TRANSARAM! – Falei perplexa, não acreditando no que eu estava ouvindo.
— SUSANA CALA A BOCA! DEIXA EU TERMINAR DE EXPLICAR, NÃO ME INTERROMPE – Se estressou. Encarei ele tipo “OLHA GAROTO NÃO ME MANDA CALAR A BOCA SE NÃO EU TE MATO”, mas me limitei apenas em ouvir a sua explicação. – Pois bem – Ignorou a minha expressão de mandona – As coisas foram esquentando e então ela foi embora, simplesmente saiu apressada do quarto e eu pensei que ela tinha vindo para cá, então esperei um pouco para depois vim falar com ela, só isso.
— Nossa Pedro, você é um safado – Julguei
— OOOIIII? O que disse? – Ele me olhou intrigado.
— Como pôde se aproveitar da bondade da menina? – Falei.
— Ei? Eu não me aproveitei de ninguém Susana, as coisas foram fluindo, só isso – Se defendeu.
— AAIII, você é um idiota. Depois eu falo com ela, tenho que sair agora – Disse.
— E eu posso saber para onde a bonitona vai?
— Vou em uma exposição de artes com o pessoal da faculdade – Respondi – Por que? Quer ir junto? – Ele me olhou, rolou os olhos e respondeu:
— Vou nada, não gosto dessas coisas não, coisa de mulher isso aí – Rolei os olhos em desagrado, como posso ter um irmão tão machista? Mas dei graças a Deus por ele não querer ir junto. – Bom todo mundo dessa casa saindo e eu sobrando, vou dar um rolê também.
—  E você vai para onde?
— Vou dar uma volta na praça – Respondeu
— Aquela praça? – Indaguei
— Sim – Me olhou como se fosse o obvio.
— Depois de tudo você ainda vai piriguetar, Aí Pedro, você não presta – Acusei.
— Que nada, vou me encontrar com uns amigos – Disse-me.
— “Amigos”, sei bem que tipo de amigos você vai se encontrar – Rolei os olhos.
— Ta Susana, bom passeio aí, não chegue muito tarde em casa – Me falou, veio na minha direção e depositou um beijo no topo da minha cabeça.
— Ta bom, igualmente – Falei.

 Depois que o Pedro saiu, dei um último retoque na make e no cabelo. Refleti um pouco sobre o que Pedro me disse, me perguntei seriamente se valeria a pena a Naty começar a gostar dele. Espantei esses pensamentos, peguei um sobretudo preto, estava frio lá fora, sai do quarto, mandei uma mensagem para o Thomas avisando que eu já estava indo.
 Assim que cheguei na frente da galeria Mattarazzo mandei outra mensagem para ele:
— Cheguei – Ele visualizou e digitou:
— Estou aqui na frente.
  Olhei ao redor e não vi ele, somente uma multidão de pessoas.
— Não estou te vendo – Digitei.
— Estou na entrada da galeria – Olhei para lá e então eu vi ele e percebi que sorria, sorri de volta, me dirigindo até lá. Preciso dizer que estava muito charmoso? Vestia uma calça preta, um sobretudo cinza, um cachecol preto e um sapato social.
— Oi – Cumprimentei assim que me aproximei.
— Oi – Falou sorrindo – Você está muito linda – Elogiou-me.
— Obrigada, você também – Falei, nos abraçamos, e pude sentir o seu perfume, chutando, eu acho que é o 1 Million a marca, muito marcante.
 Na exposição continha algumas pinturas, desenhos em cerâmicas, fotografias maravilhosas, esculturas, etc. Nunca tinha vindo em uma galeria de artes antes, Thomas me disse que aquela exposição era bem simples, comparada as quais ele já está acostumado, até porque o evento tem o intuito de educar e divulgar algumas obras, por isso era gratuito.
 Fiquei impressionada com muitas obras, mas confesso que não compreendia muito bem o que algumas delas queriam expressar.
— Arte é a expressão mais pura que há para a demonstração do inconsciente de cada um. É uma mistura de liberdade, sensibilidade e criatividade – Escutei atentamente Thomas falar enquanto admirava uma obra.
— Bom – Comecei – Ela exerce um papel importante na clínica terapêutica, pois vai de encontro com processos psicológicos profundos, dos nossos arquétipos em que simbolicamente confirmamos determinadas características e condições que diz respeito ao inconsciente coletivo da humanidade, tendo, portanto, importância contributiva na formação da nossa personalidade individual – Completei. Thomas me olhou profundamente, impressionado eu diria, sorri para ele.
— Exatamente – Caminhamos para outra sala e pelo o que parecia, a última. Ele de vez em quando me lançava olhares e eu retribuía, nunca pensei que seria tão bom está ao lado dele, desfrutar da sua presença, me sentia confortável, leve. Senti Thomas ficar nervoso?
— O que houve? – Perguntei.
— Nada.... Ta afim de ir para outro lugar? – Perguntou descontraído.
— Para onde?
— Você vem? – Perguntou mais uma vez.
  Então ao encontrar seu olhar fixo em mim, transmitindo paz e confiança eu respondi:
— Vou...
 Nos dirigimos para fora da galeria, caminhei ao lado de Thomas, paramos na frente de um carro conversível branco, ele era rico? Nossa, os detalhes daquele carro eram maravilhosos, os bancos continham uma coloração vermelha bem viva. Me limitei a apenas observar admirada, Thomas percebeu minha surpresa, após abrir a porta do lado do passageiro para mim, disse:
— Não é meu, emprestei de um amigo, o meu está na oficina.
— Ótimo amigo esse seu, para emprestar uma máquina dessa – Falei sorrindo já colocando o sinto.
— O que anos e anos de amizade não fazem não é mesmo? – Brincou.

P.O.V Caspian
 Jurava que Susana não aceitaria ir comigo para outro lugar, afinal era a primeira vez que saiamos, mas deu tudo certo no final. O que aconteceu na galeria? Simples, vi um pessoal conhecido, pessoas que enchem o saco, amizades por interesse, estou rodeado de gente dessa laia. Fiquei com o coração na mão, se eles me vissem, estragariam o meu disfarce, falariam da empresa, do meu pai, do meu nome, seria um caos.
 Não fazia por mal, Susana estava sendo tão verdadeira comigo e sendo um idiota mentiroso com ela, é óbvio que aquele carro era meu, mas na hora menti, o que diria para ela? “É meu, mas não faça perguntas sobre o meu emprego para conseguir um carro desse! ” Tentei alugar um carro mais simples, mas os carros que são alugados da concessionária já tinham sido todos alugados, justamente hoje, e se eu fosse procurar em outro lugar, não conseguiria chegar a tempo na galeria.
 Decidi que levaria ela no lugar que mais gosto, a um vale de flores. O caminho até lá foi divertido, conversamos, sorrimos, contamos um pouco a história de vida de cada um, eu claro omitindo algumas coisas, paramos para comprar algo para comermos lá. Parei o carro logo no início do vale, descemos e fomos caminhando pelo pequeno jardim, Susana ficou encantada com o lugar. Chegamos a um vale coberto de flores rastejantes com várias arvores floridas, flores e mais flores seguiam rasteiras dando uma vasta visão de que nunca ia acabar. Um trieiro de pedras seguia para um riacho límpido e cristalino que cortava algumas arvores baixas, um vento batia suave e leve nas flores e nas arvores.
— É de um lugar como esse que eu preciso para poder espairecer um pouco – Comentou.
— E é por isso que gosto de vim aqui, acho que é o único lugar onde me sinto bem, coloco as ideias no lugar, é calmo, faz bem para a alma. – Falei pegando um pano e forrando o chão, voltei para pegar as coisas que compramos. Colhi uma flor e dei a ela, ela sorriu gentilmente e agradeceu. Sentamos onde eu tinha forrado o pano, dividimos os sucos, pães, doces, biscoitos, etc.
— O que você gosta de fazer nos tempos livres? – Perguntei.
— Bom, não sou muito de sair, então aprecio uma boa companhia, gosto de assistir filmes, as vezes ir ao shopping, ler. O que mais? – Olhou para o lado, tentando lembrar de algo a mais – Ah sim... Tomar sorvete, ai eu amo – Sorriu, eu sorri junto – E você?
— Também não sou muito de sair, até porque meu tempo é limitado, temos algo em comum, também aprecio uma boa companhia, como agora – Encarei-a, ela sorriu corada – Ir ao cinema, infelizmente só leio os livros da faculdade. Amo a natureza, o contato com a água, gosto de viajar em navios, admirar o céu noturno, as estrelas, estando a bordo em um ótimo barco. Não tem comparação.
— Que legal – Falou empolgada - E os seus pais? – Perguntou-me, senti meus músculos enrijecerem – Mora com eles?
— Não, eles estão morando na Itália com o meu avô, visito eles as vezes – Falei.
— Ah sim.... Tem irmãos?
— Uma irmã, mora com eles e você?
— Moro com os meus pais e meu irmão, se bem que ultimamente eu preferiria morar somente com os meus pais – Disse emburrada – Meu irmão é um tonto, me pergunto como algumas moças gostam dele, ele é tão idiota – Gargalhei, Pedro falou tão bem sobre ela, e ela falando mal dele, mas não tiro a razão dela, conhecendo o Pedro como eu conheço, sei que lidar com ele não é fácil.
— Imagino – Falei ao parar de rir – Bom, não tenho muito o que reclamar da minha irmã, Lorene é uma ótima pessoa, até onde eu sei, é esforçada e dedicada, um amor de pessoa.
— Um irmão falando bem da irmã? De onde você veio? – Sorrimos – Aposto que meu irmão fala mal de mim “Ah a Susana é uma chata mandona, não suporto ela” – Disse engrossando a voz, como se fosse o Pedro falando.
— Não seja tão confiante quanto a isso, talvez ele fale muito bem de você, você é uma ótima pessoa Susana, admirável. – Elogiei.
— Oh... Pedro precisa conhecer você para poder enxergar essas qualidades em mim – Brincou, enquanto eu fiquei tenso por dentro.
— Adoraria conhece-lo – Falei sorrindo sem graça – Mudando de assunto, quais os seus planos para o futuro?
— Bom, primeiramente pretendo terminar a minha faculdade, trabalhar na área, ter minha própria casa, conhecer o mundo viajando, ajudar as pessoas ao meu redor – Falou sonhadora, fiquei impressionado – E você?
— Quero terminar a faculdade, depois abrir uma empresa de embarcações, viajar pelo mundo em um navio só meu, acompanhado de alguém especial, pretendo superar cada vez mais os meus limites, ser o melhor para mim mesmo e para todos a minha volta. – Disse sincero.
— Isso com certeza é impressionante – Falou encantada. – E você trabalha?
— Sim, em uma empresa de pequeno porte, sou técnico de uma linha de produção, trabalhamos concertando modelos variados de motores de navios e etc., - Omiti. – E você?
— Infelizmente ainda não, estou enviando os meus currículos, meu pai ainda está atrás de emprego, afinal estamos dependendo do seguro desemprego dele, minha mãe trabalha vendendo produtos cosméticos, não é grande coisa, mas, dá para o gasto. Meu irmão vai ver se consegue emprego também perto de casa, antes que as coisas comecem a apertar lá em casa. – Disse meio triste.
— O seu pai trabalha com o quê? – Perguntei.
— Ele é vigilante, formou recentemente em segurança do trabalho nos Estados Unidos – Respondeu.
 “Qual a probabilidade de nos cruzamos na empresa? Até porque mal saio da minha sala, seria muita falta de sorte se nos esbarrássemos lá! ”, pensei.
— Olha, eu posso ajudar, se quiser claro, conheço alguém do rh de uma empresa, posso indicar o seu pai, mas precisarei que me dê o currículo dele – Falei altruísta.
— Jura Thomas? – Ela me olhou esperançosa – Aqui comigo eu só tenho o arquivo em pdf, mas posso imprimir depois. – Peguei meu celular e disse:
— Pode passar agora pelo whatsapp, assim que der eu imprimo e levo lá. – Ela sorriu e pegou o seu celular e mandou para mim o arquivo.
— Muito obrigada mesmo, não sei nem o que dizer – Sorriu feliz, sorri também, era o mínimo que eu poderia fazer.
— Não tem de quê – Falei –Quer tomar um sorvete?
— Adoraria – Sorriu contente.
 Voltamos para o centro da cidade, no caminho Susana contava mais sobre a sua vida, me divertia ouvindo ela relatar as coisas, fiquei sabendo que Pedro já teve o cabelo pintado de rosa, minha vontade era zoar ele assim que pudesse, mas ele iria desconfiar da minha “fonte” de notícias, não poderia arriscar o meu disfarce. Fomos a uma sorveteria nova, italiana pelo o que parecia, abriu recentemente. O lugar era incrível, todo decorado com as cores vermelho e dourado.
— Então, gostou daqui? – Perguntei.
— Amei – Respondeu observando ao redor – Esse lugar é lindo, bem decorado para uma simples sorveteria. – Sentamos em uma mesa, olhamos o cardápio de sorvetes, um atendente chegou e perguntou o que iriamos pedir.
— Eu escolho a sugestão do chefe – Ela falou empolgada – E você?
— Pode ser, parece ótima – Disse.
 O atendente respondeu “oui” e desejou uma ótima noite com sotaque italiano. Quando o atendente se afastou, olhei para Susana e falei:
— Sotaque falso. Meu avô é italiano. Conheço sotaque italiano de longe. – Ela gargalhou, balançou a cabeça negativamente.
— Não estrague o disfarce do rapaz – Brincou, sorri em resposta. – E como vai a faculdade?
— Meio cansativa, mas estou vivo – Respondi – E você?
— A mesma coisa. – Sorriu, parei para olha-la, como se quisesse guardar cada traço do seu rosto, quando estou perto dela, sinto um frio interno que se expande por todo o meu corpo.
 Depois de tomarmos o sorvete, percebemos que já era hora de nos despedirmos, passamos a tarde inteira e metade da noite juntos, com certeza hoje foi um dos melhores dias da minha vida, nem me lembrava mais como era maravilhoso estar acompanhado de uma pessoa linda e amável. Susana era adorável, conversamos tanto que nem vimos a hora passar, foi divertido.
— Tenho que ir – Falou desanimada.
— Te levo em casa – Sugeri, mesmo sabendo que as chances de encontrar o Pedro eram enormes.
— Eu agradeço, mas, não será preciso, você deve estar cansado, sugiro ir logo para casa, eu vou de táxi. – Falou-me.
— Susana eu insisto em le... – Tentei.
— Não estrague o nosso encontro – Disse docemente, sorri derrotado, no fundo agradeci por isso.
— Tudo bem, mas eu pagarei o táxi – Sugeri.
— Thomas! – Me repreendeu.
— Não estrague o nosso encontro – Repeti vitorioso. Susana Rolou os olhos e sorriu.
 Avistamos um táxi, fiz parada para ele, que em seguida parou do nosso lado. Susana me abraçou fortemente, retribui, sentindo o meu coração pular no peito, e para completar, eu conseguia, ouvir cada batimento apressado. Mas sobre tudo, sinto uma alegria imensa de estar tão perto dela, por mais que tudo em mim esteja em colapso, ainda assim, vale a pena cada instante ao lado dela.
— Obrigada por hoje, foi fantástico, não sei como agradecer e dizer o quanto foi incrível – Sussurrou, meu coração acelerou mais, e dessa vez, tenho certeza que ela também pode sentir. Sorri e abracei ela mais ainda, não queria que ela fosse, mas tudo que é bom dura pouco.
— Eu que agradeço, espero poder te ver de novo Susana – Sussurrei de volta, senti ela estremecer em meus braços, sorri com o ato. Ela me olhou intensamente, e mergulhei naquele mar azul. Isso é como se apaixonar? Nós estamos nos apaixonando? Não sei, mas o sentimento é intenso demais para colocar em simples palavras. Nos soltamos e ela disse:
— Te mando mensagem quando eu chegar.
— Tudo bem – Falei. Ela se inclinou e depositou um beijo cálido no meu rosto. Sorri e beijei a sua testa, peguei a minha carteira, tirei o dinheiro e dei a ela.
— Tchau – Falou entrando no táxi.
— Tchau – Respondi vendo ela partir e acenar com a mão. Voltei para o carro me sentindo o cara mais bobo, porém o mais feliz do mundo.


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Notas finais do capítulo

Oooo que aaachaaaaraaaam? EU AMEI ❤ gente eu queria que vocês se interagissem mais : a demora das postagens é porque espero a "reação" de vocês, sei que tem muitos leitores"fantasmas" e eu digo "MEUS FANTASMINHAS EU JA DEIXO VOCÊS APARECEREM❤ " kkkkk... Enfim, espero realmente que esse capítulo façam com que vocês se interajam mais com a fic... FIQUEM A VONTADE PARA COMENTAR ❤ Espero que esse capitulo tenha sido maravilhoso para vocês, assim como foi para mim ❤ ...
Um forte abraço meus amores ❤
Até a próxima...POR FAVOR, COMENTEM O QUE ACHARAM, ACEITO ATÉ CRÍTICAS RSRS... Beeeeijooooooos ❤



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