Saint Seiya: A Fúria do Sol escrita por VnZ


Capítulo 5
O esperado retorno


Notas iniciais do capítulo

Postando um novo capítulo após cerca de quatro anos. Pretendo continuar a história e finalmente dar um fim digno a mesma.
Busquei melhorar a escrita sofrível que os primeiros capítulos tinham.
Espero que gostem.



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Já havia se passado quase uma semana desde que Apolo deu as caras, atacando Shun de Virgem e June de Camaleão e causando pânico no Santuário.

Shiryu de Libra já havia retornado junto de seus filhos e de Farel de Touro. Os dois dourados foram punidos pelo seu atraso, sendo obrigados a realizar as patrulhas no lugar de Hyoga e Selênia. Shoryu e Ryuho foram alocados juntos dos cavaleiros de Bronze, algo que causou certo desconforto devido à natureza de suas armaduras, mas que, rapidamente, foi contornado por alguns veteranos.

Evangeline por sua vez, que havia conquistado o direito de tornar-se uma das doze de Ouro, tomou a casa de Câncer para si, arrumando-a em seus tempos vagos para que a servisse melhor como seu aposento. Com os acontecimentos recentes, Athena ainda não havia tido tempo para designa-la para algum posto e, por isso, ela buscava ajudar sempre que podia tanto no Santuário quanto em Rodório.

Foi desse ímpeto de ajudar que acabou conhecendo e criando um vínculo com Seika, a irmã mais velha de Seiya, que estava cuidando dos ferimentos de Shun. Passou a ajuda-la em suas tarefas, servindo quase como uma enfermeira para o cavaleiro de ouro derrotado.

Apesar de tudo, Eva ainda era uma garota jovem e com um certo ar inocente, mesmo que seus poderes demonstrassem uma direção oposta a isso. Estar perto de uma mulher tão resolvida e experiente quanto Seika lhe trazia boas memórias de sua mãe.

 

— Sabe, Seika. – A jovem retirou sua máscara, revelando seu rosto. – Eu me pergunto se o uso dessas máscaras é realmente necessário.

— São as leis do Santuário. – A médica limitou-se a responder.

— Eu sei! – A amazona jogou seus braços para cima e a cabeça para trás, fazendo sua franja escorrer sobre sua testa. – Mas ainda assim... É estranho.

— O propósito delas está em esconder a sua feminilidade, torna-la próxima de um homem.

— O meu corpo não vai perder seu formato por causa de uma máscara... – Suspirou. – E qual o problema em ser feminina?

— A máscara não é como uma mágica que muda o seu corpo, voz ou tira seu conteúdo, Eva. Ela é um símbolo, um rito de passagem. Não se vê tantas amazonas por aqui e, por isso, as máscaras são importantes, nem todas as garotas que são enviadas para o santuário possuem a vontade de ser amazonas. A máscara esconde seus medos, suas angustias e suas lágrimas.

— Ainda assim...

— O que acontece com um cavaleiro, ou aspirante, que renega o Santuário?

— É um crime. São caçados e executados.

— Como vão caçar as garotas se nunca viram seus rostos?

— ...

— Como eu disse... Nem todas vocês chegam aqui com esse propósito. Algumas são escravas, muitas vezes escravas sexuais, que foram resgatas por Amazonas e Cavaleiros e trazidas para cá para tentar uma vida nova. Nem todas se acostumam com essa vida e, por isso, Athena utiliza essa lei para ajuda-las.

— Isso tudo é verdade? Eu nunca li nada sobre isso.

— Eu não sei quem criou a lei originalmente, mas eu ouvi isso da nossa Athena e isso basta para mim.

— Então você já a questionou sobre isso?

— Sim... Uma máscara causou muitos problemas entre Seiya e eu no passado. Mas isso é assunto para o outro dia.

 

Após a conversa, Seika se levantou. Havia terminado de trocar os curativos de Shun, assim como realizado todo o necessário para que o ferimento não piorasse. As mulheres recolheram suas coisas e Eva voltou a colocar sua máscara, acompanhando Seika para fora dos aposentos do virginiano.

Dentro da casa de Virgem, porém, estava um irmão preocupado. Escorado atrás de uma pilastra na entrada da casa de seu irmão, vizinha da sua, o orgulhoso Leão ocultava seu cosmo e posicionava-se em um ângulo onde a dupla que se retirava não pudesse vê-lo.

Não tardou muito para que Ikki fosse até o quarto de Shun e, assim como a pilastra, encosta-se em uma das paredes próximas a janela para observá-lo. O antigo cavaleiro de Fênix não conseguia deixar de pensar nos acontecimentos recentes. Desde Sorento até este ataque à Shun e June. A guerra que estava por vir seria diferente de qualquer outra e, mesmo Odysseus parecia apenas um pequeno incômodo frente ao que poderia ser Apolo.

 

— E ainda por cima eu não pude protege-lo... – Murmurou para si mesmo enquanto observava o Santuário pela janela.

— Você não precisa cuidar sempre de mim, Ikki. – O rapaz sorria docilmente para o irmão. Havia despertado já há alguns segundos.

 

O estado do protetor da sexta casa era estável, mas sua mente ainda estava confusa e seu corpo fraco. Sua voz era mais baixa do que o normal e um grande estresse mental era evidente em seu olhar. Apesar disso, sua personalidade parecia inalterada, assim como o seu carinho pelo irmão.

 

— Shun! Você está acordado. – Com passos rápidos tomou a lateral da cama, sentando-se. – Como você está, meu irmão?

O cavaleiro de virgem levantou seu braço direito que havia sido destruído pelas chamas do inimigo, tentando responder à pergunta de Ikki com um misto de brincadeira e seriedade. – É assim que estou. E June, como está?

— Está em Jamiel com Kiki. Ele está ressuscitando sua armadura de Bronze. Devem voltar em breve. – O olhar de Ikki, por mais que estivesse próximo e fixos aos de seu irmão, pareciam distantes. – Me diga, Shun... O que aconteceu exatamente?

 

E então o antigo cavaleiro de Andrômeda contou toda a história para seu irmão. Desde o início das investigações até o contato com o Deus Apolo. Durante a conversa, o irmão mais novo foi surpreendido quando Ikki revelou que nos relatos de June ela não havia citado nenhuma voz vinda da entidade. Ambos chegaram à conclusão que tudo não havia passado de ataques mentais, indagando qual seria o motivo do interesse de Apolo em Shun e, claro, o motivo pelo qual Shaka havia aparecido daquela forma.

 

— Aquele local possui uma cosmo energia impregnada muito complexa, é quase como uma cortina. Lembra de quando aquilo era um portal para o submundo? Todo aquele cosmo que realizava a passagem foi dissipado, mas nunca deixou o castelo. O plano existencial da nossa dimensão é fino o suficiente para que Apolo se manifeste mesmo ainda não estando na Terra. É fino o bastante para que Shaka se materialize. – Shun não precisou pensar muito a respeito pois já havia vivido uma situação semelhante antes, julgando ser uma situação semelhante havia acabado de formar tal teoria.

— Replicar o que Apolo faz requer um poder absurdo. – O próprio Ikki retornava dos mortos quando ainda era o cavaleiro de Fênix, mas os caminhos para isso eram completamente diferentes e mais próximos de uma maldição.

— Não é a primeira vez.

— O que? – Ikki arqueou suas sobrancelhas, espantado.

— Quando fomos para o passado, Shijima atacou Tenma e a mim. No templo de Virgem, onde este manto da realidade é extremamente fino, Shaka apareceu para nos defender e derrotou seu antecessor.

— Derrotou? Incrível.

— Não literalmente, mas acho que é a melhor forma de expressar isso. O próprio Shijima assumiu que ele era o cavaleiro de Virgem mais poderoso da história e se surpreendeu com o tamanho de seu poder. – Suspirou. Falar tanto após aquele período desacordado estava deixando-o zonzo. – E além de tudo, ele era a reencarnação de Buda.

 

Ikki se levantou, buscando um copo de água para o seu irmão. Seu olhar era um pouco mais duro agora. Em seus pensamentos ele estava confuso com a situação, porém extremamente aliviado com a melhora de Shun. Poderia ir embora mais tranquilo esta noite.

Colocou o copo de vidro no mesmo lugar de antes após seu irmão mais novo beber a água e caminhou em direção à porta. Parou por alguns segundos na frente dela, virando levemente sua cabeça para encarar seu irmão com o canto de seu olho.

 

— E você é a reencarnação de Hades. Não perca da próxima vez.

 

Os passos do Leão ecoaram pelos salões da casa de Virgem enquanto o seu protetor fechava mais uma vez os olhos, buscando algum conforto.

~~~

Alemanha

Nos novos escombros do Castelo que uma vez havia sido a base de operações de Hades na Terra, os sinais da última batalha eram evidentes. As rochas e escombros ao redor de onde a aparição havia surgido tornaram-se quase um cenário tirado do final de um desastre com vulcões.

A fina camada do manto da realidade parecia estremecer, como se algo, ou alguém, estivesse atentando contra ela. As ondas de cosmo que se chocavam com o nada, vindas de alguma outra dimensão, distorciam a imagem do local.

Uma linha horizontal foi traçada no centro daquele espaço e, finalmente, se abriu. Em seu interior o espaço-tempo era visível, mas este logo se alterou, revelando uma terra distante e macabra. No centro deste portal estava um homem de cabelos longos e com várias cicatrizes espalhadas pelo seu peito nu. Tudo o que ele vestia era uma calça aos trapos. Seus pés tocaram o chão do Castelo e então o portal desapareceu, como se implodisse. Todo aquele cosmo especial que Shun havia descrito desapareceu e apenas um homem misterioso encontrava-se no lugar.

 

— Após tanto tempo... eu finalmente consegui sair. – O homem misterioso começaria a caminhar, como se já soubesse exatamente para onde ir. – Me espere, Athena.


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